A época do inverno chegara. Nessa época é quando Edward e seu irmão normalmente saem para treinar, e adaptar seus corpos para a temperatura baixa, a fim de começar um novo ciclo de treinamento, para poder lutar em qualquer tipo de ambiente. Mas hoje, Alphonse não estava em casa. Tinha ido em uma Missão pela Vila, e restava para Edward apenas estudar e adquirir ainda mais conhecimento. Pensava em seus antigos companheiros, como Roy por exemplo, que foi um dos maiores instrutores do garoto. Pensando nele, relembrava suas habilidades como ninja, que permitia ele conjurar explosões de forma magnífica, o que fez Roy ser um dos maiores ninjas do exército. Aquela habilidade despertava um grande interesse em Ed, que rapidamente se levantava, e pensava em ir até a casa de Roy Mustang. Ele morava no Centro de Iwagakure. Vestia sua capa vermelha, suas vestes comuns, e partia. A intenção era tentar aprender algo sobre a Habilidade de Roy, para tentar adaptar a sua linhagem sanguínea. A caminhada na noite fria, enchia Edward de entusiasmo e disposição. Em poucos minutos, lá estava Edward em frente a casa de seu antigo instrutor, e de leve, dava duas pequenas batidas em sua porta, aguardando ser recebido.

As batidas traziam Roy até a porta, para recepcionar o jovem shinobi. — Edward Elric... Que surpresa você aqui. Entre, por favor. — De forma educada deixava o jovem entrar em sua casa, e logo o diálogo começava. — Roy-sensei, há quanto tempo não nos falamos não? Ultimamente tive pensando em como sinto falta de nossas aulas, e de ver seus poderes em ação. Por isso, vim aqui hoje, pra que me ensinasse algo novo. Estou buscando por poder incessantemente, e qualquer poder adicional seria completamente bem-vindo. — Os olhos de Roy se enchiam de orgulho, pois Edward sempre foi birrento e orgulhoso, o que nunca o levaria a pedir treinamento, mesmo que fosse para aprender algo novo. — Ora, isso é novidade pra mim. Você evoluiu bastante, e não só em questão de poder. Bom, a gente poderia fazer uma avaliação, pra eu testar seus poderes e sua força, e ai, poderíamos ver o que fazer para te ajudar. — Terminava a frase com um leve sorriso no rosto. — Eu desenvolvi uma técnica, que se chama Kimera no Jutsu. Com ela eu posso "sugar" a linhagem de um individuo, e seu poder é absorvido pra mim. Nas últimas caças que fiz com a tropa, em busca daqueles vermes renegados, acabei absorvendo duas poderosas linhagens. — Edward ficava meio confuso, e questionava mais sobre o poder em questão.

— Kimera? Absorver Kekkei Genkai? Na verdade isso combina muito com o que quero. O Kōton tem me ajudado muito, mas sinto que ainda preciso de algo a mais. Lembrei de seu Bakuton, e como ele pode me ser útil combinando minha ótima defesa e resistência do Kōton, mais um poder tão destrutivo como o Bakuton. Claro, se você puder me ensinar tudo isso, ficarei profundamente agradecido. — Roy olhava para ele, mexia nos seus cabelos loiros e o chamava para o telhado de sua casa, onde costumava treinar. — Certo. Antes de tudo, deverá me mostrar ser digno de receber tal habilidade. Além disso, se for além das minhas expectativas, eu lhe ensinarei algo a mais. Anda, venha pra cima com tudo que tem. — Então Edward sorria, mostrando toda a euforia por lutar com Roy. Manipulava de forma simples sua Kekkei Genkai, formando uma longa lâmina de aço em seu braço direito, e avançava com velocidade máxima na direção de seu Sensei, usando o básico de Taijutsu contra o mesmo. Os golpes eram todos usando a manipulação de sua linhagem, e isso já mostrava para Roy o quanto o garoto tinha melhorado no domínio e perícia do elemento aço. Repetia o processo de ataque até o comando de Roy.

Roy via que o garoto não tinha tanta evolução nas tentativas, mas que ele exercia um grande domínio em sua Linhagem Sanguínea, o que de certa forma mostrava pra Roy que Edward tinha evoluído muito. - Hum, muito bem. Podemos parar por aqui. Você controla bem demais sua Kekkei Genkai, e isso é algo realmente notável. Mas precisa aprimorar ainda mais, assim como suas habilidades de combate corporal. Claro que o que irei te ensinar não envolve nada em combate físico, e é tudo focado em Ninjutsu. Pra realizar mais missões vamos precisar aprimorar esses controles que você vai aprender hoje. -

Edward parecia empolgado, mesmo que ele precisasse evoluir algumas coisas. - Certo, então vamos aprimorar tudo o que for possível hoje, pra já. - Roy sorria e pegava algo na gaveta. - Muita calma rapaz. Leve este pergaminho com você, e estude mais sobre o Kimera no Jutsu. Lendo isso você terá muito mais precisão para adquirir isso, e eu terei menos trabalho pra ensinar isso. É um processo um tanto quanto complicado e trabalhoso, mas nada fora da nossa realidade, nem nada que vai nos comprometer. Se quiser, será nessas condições. - Edward pensava por alguns segundos, mas logicamente aceitaria o pergaminho de Roy.

Uma série de procedimentos foram realizados enquanto a ninja estava desmaiada, nada que de fato ferisse seu corpo, mas que a purificasse para a dominação da técnica. Quando finalmente seu corpo estivesse pronto ele seria conduzido a um banho sagrado, no entanto o cientista não era invasivo o suficiente para realizar tal ato, utilizou do que era necessário e então usou um medicamente de reversão, fazendo com que finalmente o ninja voltasse a acordar — O que aconteceu? — gritou assim que acordou, cansada e ofegante, como se tivesse dito um pesadelo.

Os próximos passos para o ritual foram lhe passados, o ninja deveria se deitar em um banheira cheia com uma água extremamente gelada para que seu corpo encontra-se com a morte, não para que de fato morresse, e sim para que todo o corpo fosse devidamente ativado em suas capacidades máximas, somente dessa forma a ninja conseguiria finalizar de vez o aprendizado da técnica.

Fez os passos necessário e o corpo praticamente congelou na água fria, sentiu o pulmão se contrair com a ausência do ar, mas não se permitiu engolir a água, quando já não aguentava mais e almejava retornar para buscar ar a mão do cientista foi diretamente em seu rosto e lhe afogou para debaixo da banheira, sem ar algum o corpo já se encontrava em seu fim, possivelmente a ninja teria sido enganada e o momento de sua morte havia de ter chegado.

Seu fim não chegaria naquele instante, vislumbrou a morte mas logo seu corpo foi erguido representando que teria passado nos últimos dos testes necessário para adquirir tal técnica dita como proibida. Os olhos de Ed agora representavam a força de uma ceifeira, alguém que até o momento teria desafiado a morte duas vezes e emesmo assim sobrevivido, aquilo não teria irritado a agente das trevas, e sim clamado por sua atenção, se ele não morreria teria um preço em suas mãos, o preço do equilíbrio, outras vidas teriam que ir no lugar da dele, era  o único modo de compensar o equilíbrio.

O ninja foi conduzida por um corredor sinistro, adentrando numa sala escura cercada por uma luz vermelha que teria um pergaminho no fim dela — Eu nada vejo nesse pergaminho, mas você, agora que desafiou a própria morte, será capaz de entende-lo e compreende-lo, e assim adquirir a técnica proibida, vá Edward, der o primeiro passo para a salvação desse mundo — guiou o homem, fechando a porta e aguardando o retorno do Tokubetsu.

Aproximou-se do livro, e sem medo algum lhe impedindo o leu, cada mínima palavra representava uma fonte infinita de força, incompreendida para muitos, mas totalmente compreensível para aquele shinobi. Realizou os procedimentos necessários para que sentisse os primeiros fluxos daquela técnica adentrar em seu sistema de chakra, obviamente não teria como testar-la ali, teria de achar um corpo possuidor de uma forte linhagem familiar, e então transformar-se numa própria maquina de guerra, possuidora de muitas forças.

— O momento tem chegado, a profecia será cumprida, o destino dos céus, da terra e dos humanos está marcado, eis me aqui aquela que carrega a foice da morte, representa o inicio e o fim de tudo, permita-me agir em teu nome, me faça seu agente, transforme-me em seu servo, um servo da morte — clamou Edward, complementando o macabro ritual e se retirando daquele laboratório, nem mesmo respondeu o cientista ali presente, deveria cumprir sua primeira missão, deveria presentear a morte para provar sua lealdade.