Hoshizora descansava tranquilamente em sua casa, e após diversas horas de sono se levantava às 05:00 da madrugada. Por ter dormindo cedo, seu descanso prolongado acabava ainda com a escuridão no céu, o sol pensava em se mexer e surgir no horizonte quando Nephytis já estava pronta, vestida e satisfeita pelo café da manhã.

Um súbito desejo de conhecimento atacou a jovem, que decidiu revisitar o hospital que havia visitado a pouco tempo, dessa vez sua finalidade diversificava muito da primeira; Cadáveres. Queria conhecer o corpo humano, saber como ele funciona, as partes mais frágeis, úteis e dolorosas. Seriam informações eficazes para sua profissão de Kunoichi, tanto para assassinar alvos rapidamente quanto alvejar pontos chaves para fadigar o animal que enfrentava antes de abater.

Chegou no hospital ainda um tanto vazio e acenou amigavelmente para o recepcionista, seguiu sem trocar nenhuma palavra, com confiança, fazendo-o crer que ela tinha autoridade suficiente para simplesmente perambular pelo recinto; Funcionou. Chegando na ala do necrotério, abriu a porta lentamente e passou os olhos pelo ambiente, um clima sinistro perambulava a sala, um homem com máscara sentado extremamente desinteressado de seus arredores lia um livro quando escutou o barulho da porta, se virou lentamente e percebeu a invasora. — Olá? Está perdida?

— Todos estamos, mas no momento cheguei onde desejava estar. — Comentou com um sorriso malicioso no rosto, abrindo os braços adentrou na sala, rodopiando lentamente enquanto observava em 360º o local, alguns gráficos e desenhos pendurados na parede, simulações de esqueletos e um corpo sobre uma mesa gélida de metal, gavetas nas paredes que abrigavam dos mais diversos casos de morte, uma galeria do caos.

— Diga-me, estaria disposto de me ensinar? — A pergunta de Hoshizora era uma, mas qualquer resposta levaria ao conhecimento que almejava, sendo por palavras ou testes. Kumogakure era um local rígido em suas regras, mas amigável com seu povo o suficiente para que o homem de seus 40 anos, cabelos curtos e escuros desse de ombros — Não tenho o que fazer mesmo. Estranha você, mocinha. Veio do jeito mais mórbido possível aprender sobre o corpo humano.

Hoshizora se aproximou dele com um olhar penetrante, emoções transbordavam no coração do homem um tanto difíceis de explicar — Que melhor jeito de aprender como matar se não vendo os erros de outros? Riri. — O homem atônico obrigou-se a seguir, sentindo um perigo eminente daquela jovem, porém enquanto ensinava o básico, percebia o quão rápido ela conseguia compreender os fundamentos, suas perguntas extremamente direcionadas e pretensiosas faziam o expert pensar duas vezes, e de fato ela compreendia perfeitamente os pontos que mais causariam dor ou desabilitariam seu inimigo em questão de minutos, após uma hora e meia de oratória, intensa e perigosa, Hoshizora esboçou um sorriso genuíno para o homem. — É bem interessante isso, vocês conseguem curar algo, e isso significa saber quebrar. Obrigada, me será bem útil.

Rumou a biblioteca, donde buscaria alguns livros para se especificar mais nas funções do corpo humano, compreendendo acima de simples pontos, veias e artérias, entendendo por completo a funcionalidade de um ser humano, e buscando brechas para aproveitar as fraquezas de sua presa.

Considerações: