Uma serena e tranquilizante noite de sono era a forma perfeita para descrever o repouso de Somma, dormindo pacificamente na sua cama, o seu braço direito permanecia relaxado debaixo da almofada a servir de suporte para a sua cabeça e a velha almofada na qual descansava em segurança. Ou pelo menos era isso que julgava antes de ser acordado subitamente pela presença de uma mão fria que lhe cobria o rosto de modo a impedir que gritasse, abrindo os olhos quase por instinto, Somma aproveitava o facto de estar parcialmente coberto para usar as habilidades do clã Kaguya para criar uma espada de ossos a partir da palma da sua mão esquerda usando o seu Shikotsumyaku. Assim que se apercebeu que se tratava de um shinobi da aldeia, mais especificamente um Anbu visto que eles andavam quase sempre cobertos (tanto a nível de aparência como de identidade), Somma permaneceu calmo e imóvel, ouvindo a explicação do shinobi sem prenunciar uma única palavra.

—  Não faça nenhum barulho. Estou aqui para passar uma missão secreta. Daqui a dois dias, eu voltarei aqui em busca de informações. Sua missão começará logo pela manhã. O seu alvo estará na churrascaria mais popular da vila, as 8 da manhã, pertencente ao Sr. Tadashi-sama, fazendo sua primeira refeição. Saiba que está fazendo um trabalho para Kumogakure no Sato.

Sem nenhum tipo de aviso ou justificação, Somma reparou que o homem tinha desaparecido sem deixar rasto, a única coisa que indicava esta conversa era o humilde pergaminho que tinha sido depositado em cima do seu peito, oficializando a missão. A primeira coisa que o Uzumaki fez foi sair da cama com a sua lâmina de cálcio na palma da mão esquerda e de seguida aproximar-se da janela de modo a tranca-la por dentro visto que não pretendia receber mais visitas surpresas naquela noite. Assim que tudo estivesse fechado, Somma daria uma vista de olhos no pergaminho de modo a confirmar a missão e por fim regressaria para a cama, atirando a arma para o ar e cancelando os seus efeitos visto que a sua mãe detestava ver os ossos espalhados pela casa como se lá morassem cachorros, o jovem iria sentar-se a berma da cama e começaria a enrolar o pergaminho novamente.

— Bem, já tenho algo para fazer de manhã...

Olhando para o relógio para ver que horas era, o shinobi iria guardar o pergaminho debaixo da sua almofada por questões de segurança e de seguida ajustaria o seu despertador para as sete e um quarto da manhã, isto seria o suficiente para se levantar da cama, fazer as suas necessidades diárias e pegar algo para comer antes de se dirigir para o local mencionado não só pelo pergaminho (visto que era nele que normalmente vinha a descrição da missão) mas também pelo shinobi misterioso. A melhor parte disto tudo, é que o seu pai sempre gostou de frequentar a churrascaria do Sr. Tadashi-sama e por isso a sua presença naquele lugar era algo comum, algo que seria conveniente não só para a sua missão mas também lhe ajudar a passar despercebido como um cliente comum.

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Com a chegada do sol no território da nuvem, Somma retirou-se da sua cama e imediatamente verificou se o pergaminho que lhe tinham sido atribuído na madrugada anterior, ainda se continuava na sua posse e infelizmente para si a resposta era um redundante sim. A rotina matinal foi feita sem grandes atrasos e a escolha da roupa também não era grande problema visto que o jovem nunca foi fã de grandes luxos, procurando sempre usar ou adquirir algo que estava comum no momento, era um péssimo hábito fazer algo só porque os outros faziam. Seria um caso de inveja? Ou apenas falta de originalidade? Pouca importava de momento, colocando uma maça na boca, o jovem guardou o pergaminho no seu colete de Chunin e após fechar a porta da sua residência partiu em direcção ao local designado.

— Espero que isto não acabe em confusão, um luta no meio da vila não me daria boa reputação.

Cerca de quinze minutos passaram e com um simples empurrão da porta, Somma chegava a churrascaria e quase por instinto dava o tradicional “Bom Dia” antes de entrar, para sua surpresa, o local estava isolado e com a excepção dos trabalhadores e o próprio dono, dava para contar pelos dedos o número de clientes que estava no local. Tomando um lugar a mesa e pedindo uma refeição ligeira (uma sanduiche com carne e um refrigerante aleatório para acompanhar) visto que Somma tinha saltado a primeira refeição do dia de propósito, ele permanecia calado e limitava-se a escutar os que as pessoas diziam, tendo ganhar um pouco mais de informação sobre os arredores. Chegando a cerca de metade da sua sandwich, o Uzumaki rapidamente captava um nome que parecia ser importante para a missão, um Jonnin da aldeia denominado de “Soichiro” e passados poucos minutos o mesmo entrou, ironicamente o Chunnin nunca o tinha visto na vida mas tendo em conta que maior parte da sua vida como shinobi foi a executar missões de baixa importância até que se graduou, nada daquilo lhe incomodava.

Seguindo o homem com os olhos, Somma limitou-se a tomar o seu refrigerante muito calmamente e a pedir a conta visto que queria pelo menos pagar pela refeição caso tivesse que sair a correr por qualquer motivo, não só isso como também seria bastante chamativo um membro portando o traje militar da aldeia sair sem pagar de um restaurante. Retirando a sua carteira do bolso, o Chunnin observava o homem a se dirigir a cozinha e a regressar poucos minutos depois com uma expressão um pouco mais relaxada ou pelo menos era isso que o jovem pensava mas tendo em conta que ele era péssimo a ler as pessoas e a sua missão não era essa, ele limitou-se a continuar a observar enquanto acabava a sua refeição. Tendo em conta que o tal shinobi tinha acabado de pedir comida, Somma iria solicitar mais um refrigerante e continuar a observa-lo- Não só a ele mas a qualquer outra pessoa que fosse suspeita naquele local.


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Optando por permanecer em silêncio no meio daquele triste cenário, Somma limitou-se a olhar para o tal de Jonnin enquanto este fazia o seu discurso e simplesmente tomou nota do acontecimento fazendo questão de mencionar o número de pessoas incluídas no cenário, o que foi mencionado e acima de todo quem era a pessoa responsável por tais ações (algo bastante fácil visto que o idiota fez questão de mencionar quem era). Parte de si viu-se obrigado a intervir e impedir que mais mal fosse feito aos clientes que de certa forma eram habitantes normais de Kumogakure e por isso não tinham culpa nenhuma da atitude desprezível que aquele homem e sobretudo com o cargo que o mesmo ocupava mas parte de si tinha quase a certeza que uma confusão desnecessária poderia levar com que o homem acusasse-o de atacar um superior, intimidando as pessoas da loja a tomarem o seu partido e pior ainda de os atacar caso se recusassem a fazê-lo.

Assim que tivesse tomado nota de tudo o que fosse necessário e tendo em conta que já tinha pago pela sua refeição, Somma iria guardar o seu caderno dentro do seu colete de chunnin e com um simples fecho do zipper restava-lhe agora abandonar o local e começar a andar em direção ao quartel general para dar a sua missão como terminada. Somma tinha quase a certeza que aquela era a pessoa mencionada na missão e mesmo que não fosse não lhe impedia de no mínimo apresentar queixa sobre o sucedido esperando que parte do sistema shinobi ainda funcionasse como o esperado e que a injustiça fosse corrigida. O único fator que lhe preocupava eram as pessoas que tinha sofrido nas mãos daquele covarde, caso fossem investigados a tendência seria tentar encobri-lo modo a evitar consequências mas se realmente quisessem ver mudanças tinham de ser corajosos pois a partir daquele ponto já nada estaria nas suas mãos.

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Quando se preparava para sair, a chegada de um segundo elemento ao local fez-lhe rapidamente questionar a sua decisão, a chegada de um dos membros mais conhecidos de toda a aldeia oculta na nuvem chamado de Atsuchi . Este shinobi tinha adquirido grande fama por normalmente ser o único sobrevivente de missões de alto rank, maior parte dos gennin como ele era na altura, chamavam-no “aquele que ria na cara da morte” era uma alcunha idiota mas tendo em conta a idade que tinha na altura e sobretudo a pouca expectativa da realidade que tinha na altura. Ao ver aquele estranho sussurro no ouvido um do outro, Somma ficou surpreso por ver que os dois se conheciam de algum lado mas pelos vistos já seria normal esperar de tudo um pouco daquela situação. Deixando que os dois saíssem da loja primeiro, Somma esperou para ver onde iam e poucos segundos depois usou o Henge no Jutsu para se transformar num gato e segui-los a uma boa distância visto que agora o problema era ainda maior do que tinha julgado inicialmente.

A transformação seria feita num lugar isolado como um beco ou talvez numa esquina visto que não pretendia chamar a atenção, a distância entre Somma e o duo não seria nada mais do que uns quinze metros pois ele queria ter a certeza que não perdia nada porém era também importante agir como um gato normal, logo andar por cima de vedações e evitar contacto direto seriam boas opções. Chegando a uma rua algo isolada, os dois abordaram uma mulher que parecia ser a proprietária de uma loja, era uma senhora de idade que apesar da pesagem do tempo parecia ser bastante calma e independente, ela recusou-se a aceitar as ameaças dos outros dois e tudo parecia correr bem até que uma kunai foi sacada e a vida da mulher estava em risco. Esta seria literalmente a gota de água, Somma tinha os cuidados médicos para estabilizar a mulher caso fosse necessário mas se chegasse a esse ponto ele teria quase a certeza que aquela mulher nãos seria a única pessoa a parar ao hospital da vila.

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Com as coisas a correrem um pouco melhor do que esperava, Somma ficava algo aliviado por saber que apesar do que tinha assistido a senhora se encontrava sã e salva, parte de si estava bastante satisfeito por ter decido esperar em vez de avançar de cabeça quente como normalmente fazia, isto até era um bom indicador de que a graduação para o rank de Chunin até lhe tinha melhorado um pouco o seu critério para tomar decisões.  Ouvindo os detalhes para o suposto esconderijo onde eles guardavam o material roubado, foi a chegada de mais pessoas que realmente lhe fez aperceber que a situação era muito pior do que julgava, a quantidade de pessoas corruptas na vila era realmente maior do que pensava, todos reclamaram que a anterior Raikage era alguém que governava com medo e por isso ninguém se atrevia a sair da linha mas com a saída dela pelos vistos tudo voltou a estaca zero. Somma não culpava a nova Raikage em nenhum aspecto visto que ela sozinha era incapaz de controlar todos os habitantes da vila e a única forma que esta tinha para aplicar justiça era através dos casos que tinha perante si, essa era a percepção que o Uzumaki tinha sobre o sistema da vila e apesar de não ser a melhor, era assim que funcionava.

Optando por seguir o tal rufia, finalmente tinha chegado a hora de intervir, tendo plena consciência de que os membros mais elevados da vila era capazes de obter informações de diversos meios, Somma iria continuar a seguir aquele homem até que chegasse na altura certa para o atacar. Era essencial que este se afastasse dos restantes companheiros e acima de tudo que se encontrasse num local onde coisas como reféns não fossem uma preocupação, o seu arsenal de técnicas ninja não era vasto e com a exepção das poucas técnicas do seu clã, não havia muito que Somma pudesse fazer para derrota-lo num golpe limpo e discreto. Naquela situação ele teria de fazer o que sempre conseguiu fazer até agora, agir com força bruta, no preciso momento em que se encontrasse num local adequado como uma rua ou um beco sem saída, o chunin quebraria a transformação do Henge no Jutsu e partiria para cima do adversário com todas as suas forças. O Uzumaki não era das pessoas mais rápidas no mundo mas estava convicto que só precisa de acertar um bom golpe para que danos suficientes fossem feito, corpo-a-corpo era a sua especialidade e naquele momento um ataque surpresa era a sua maior arma.

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Segundo o homem até o seu suposto esconderijo visto que não teve a oportunidade de o atacar devido ao elevado número de pessoas que encontrava pelo caminho, Somma teve a sorte de o seu disfarce ser convincente o suficiente para chegar até a origem do problema sem muitos contratempos. Como seria de esperar, o homem acabou por lhe afugentar assim que chegou ao local, algo bastante conveniente pois isso dava ao Uzumaki a certeza de que estava no lugar correto e por isso podia simples quebrar a técnica de transformação e agir de forma independente. Usando a Ki Nobori no Shugyō, para trepar a parede do estabelecimento da forma mais discreta que conseguiu, Somma apenas suspirou fundo observando a cena pessoal, tendo em conta que a janela não estava trancada, o Chunnin iria entrar pela mesma e rapidamente se movimentar para atrás do homem e colocar o braço a volta do pescoço dele numa tentativa de sufoca-lo e desse modo deixa-lo inconsciente o restante era algo que decidiria depois.

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Evitando contacto visual com a cena, Somma apenas desviou o olhar e apertou os seus braços a volta do homem até que o mesmo parasse de se movimentar, como um Iryo-nin profissional, ele sabia que o cérebro era incapaz de se manter a funcionar corretamente caso a sua oxigenação ficasse comprometida por uma quantidade de tempo igual ou até mesmo superior a trinta segundos. Graças ao elemento surpresa e a força absurda que tinha, um lindo presente genético da linhagem sanguínea da sua mãe e dos bons dotes que o seu pai tinha, tudo não passou de uma mera questão de segundos até que o Chunnin notasse que a resistência vinda do corpo do homem começava a diminuir lentamente até que se tornou inexistente. Deixando-o estendido na sua cadeira, o Uzumaki fez questão de cobrir as suas partes intimas com a revista e de seguida começou a vasculhar as coisas em buscar de algo que lhe ajudasse a defender o que tinha visto naquele local e sobretudo lhe ajudasse a demonstrar que dois dos membros da aldeia estavam a executar atividade ilícitas e a por em risco a vida de outros. Era uma questão de tempo até que o homem acordasse ou que um dos seus companheiros viesse confirmar a presença do tal tarado e por isso Somma queria encontrar o que precisava e de seguida abandonar o local o mais depressa possível, tendo em conta que o trabalho de um ninja era muito mais do que confrontos direto e andar aos socos uns com os outros, o Uzumaki respirava fundo pois apesar do sucedido, as coisas até não estavam a correr assim tão mal.

Após remexer nos papeis que estavam espalhados por cima da mesa, ele encontrou um pequeno caderno de apontamentos com o irónico título de subornos e sem pensar duas vezes guardou-o dentro do seu colete e continuou a sua busca. Tentando deixar tudo mais ou menos como tinha encontrado, foi quando remexeu nas gavetas da mesa de cabeceira que Somma notou uma bastante chamativa agenda vermelha que portava um cadeado, parte de si ainda sentiu-se com vontade de procurar uma chave mas lembrou-se que poderia simples abri-la com força bruta caso fosse necessário. Uma melhor alternativa seria deixar que alguém mais experiente tentasse arrombar a pequena fechadura da agenda e por isso limitou-se a guardar a agenda também dentro do seu colete e da forma mais discreta possível, espreitou pela janela de modo a ver se tinha o caminho livre (pois havia sempre a opção de existirem patrulhas pelo local) e da mesma forma que entrou no local, assim saiu. Somma até teve o cuidado de fechar a janela durante a sua saída de modo a contribuir para a ilusão de que ninguém tinha estado naquele local de contrabando e que a pessoa simplesmente era desorganizado e simplesmente não se tinha lembrado onde meteu as coisas. Para não falar que se alguém entrasse pela porta, seja um dos dois shinobis que tinha visto na churrascaria ou até mesmo um dos seus colegas, seria mais provável eles comentarem sobre a triste figura que o homem estava a fazer do que o porque de estar tudo desarrumada, para não falar que Somma teria de se lembrar de lavar as mãos com alguma urgência depois de tudo o que passou.

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Assim que abandonou o local e se colocou novamente em terra firme, a primeira acção a tomar seria procurar um local adequado para rapidamente ver o que estava dentro daqueles cadernos, usando uma das suas kunais ou até mesmo usando a sua habilidade de manipulação óssea, a Shikotsumyaku para estender o osso do seu dedo indicador direito e enfia-lo dentro da fechadura de modo a esforça e com alguma esperança, quebra-la por completo. A primeira coisa a fazer e uma pequena curiosidade pessoal, era ver se na lista de subornos estava algum nome que lhe fosse familiar, desde ex-colegas de academia ou até mesmo algum lugar que gostasse de visitar, era algo idiota mas que naquele momento parecia algo simples e inofensivo, tendo em conta a situação. Se a memória não lhe faltava, Somma tinha aproximadamente uma hora ou exactamente sessenta minutos antes da reunião para tomar uma decisão, parte de si tinha quase a certeza de que se tivesse sorte conseguiria levar os membros a agir contra a corrupção e simultaneamente lhe permitir a evitar uma luta contra dois membros mais experientes do que ele era no momento.

— Bem, com o tempo que tenho disponível talvez seja melhor procurar reforços ou algo do género. Isto é uma missão oficial logo devo conseguir algum tipo de suporte se apresentar estas provas.

Sem perder mais tempo, Somma iria pegar nas suas coisas e sair disparado em direção ao quartel -general da aldeia visto que era lá que se tratava de maior parte das missões, procurando gerir um pouco melhor o tempo que tinha, a sua intenção era bastante simplesmente usar o pergaminho como prova oficial da sua missão e de seguida solicitar algum tipo de reforço, mostrando não só as provas adquiridas durante a sua invasão no esconderijo inimigo que estavam restritas naqueles dois cadernos mas também nos seus próprios apontamentos. No seu caderno pessoal estava retratado os acontecimentos da churrascaria e também o nome e os detalhes do pequeno roubo a loja daquela velha senhora. Mediante o que receberia naquela situação, Somma teria duas escolhas, caso nenhum tipo de suporte lhe fosse oferecido restava-lhe ir até ao local da reunião, visto que sabia exactamente onde esta estava a ser tratada e rezar pelo melhor, porém se tivesse a sorte de conseguir que as forças da aldeia avançassem sem a presença, ele podia simplesmente ir para casa e esperar que tudo corresse bem.

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A ideia de chamar reforços não correu tão bem quanto esperava e ironicamente, o único tipo de reforço que tinha era um simples Shinobi que parecia duvidar das suas palavras apesar das inúmeras provas apresentadas pelo Chunnin. Era impossível negar que grande parte da sua confiança na aldeia tinha desaparecido com aquele gesto e apesar de não gostar de nunekins, parte de si começava a perceber o porque de várias pessoas desertarem da aldeia, os corruptos mandavam e todos aqueles que tentavam fazer o correto era ridicularizados ou pior ainda oprimidos. Dirigindo-se ao local de encontro, visto que era um local de encontro bastante comum, tanto Somma como o tal homem fizeram uma escolta inicial mas antes que pudesse reagir, tudo ficou negro. Quando deu por si, o Uzumaki abria os olhos lentamente, a sua cabeça doía e o som de vozes a ecoar no fundo de uma habitação fazia-lhe doer os ouvidos, olhando em redor, a primeira coisa que viu foi o reflexo de uma enorme lâmina que estava apontada ao seu pescoço. Do outro lado da lâmina estava nada mais do que Soichiro, fazendo pouco da sua tentativa de expor o que ali acontecia.

— Fazendo o meu trabalho, como um verdadeiro shinobi. Ao contrário de vocês.

Já tendo tudo planeado e preparando-se para o pior das situações, Somma iria rapidamente se colocar de pé, tentando empurrar a espada que estava apontado ao seu pescoço para longe através de um simples golpe, tentando bater na mão do agressor. Visto que não havia razão para jogar pelo seguro, o importante agora era garantir a sua sobrevivência e numa situação como esta o melhor seria atacar, independentemente do número de agressores e da experiência que aqueles tinham, Somma tinha a certeza que se conseguisse acertar um dos seus socos, o chunnin conseguiria aplicar danos suficientes para pelo menos deixar um deles fora de combate e só para o caso de os Jonnins possuírem uma resistência muito maior do que esperado, uma pequena adição de técnica medicinal Ranshinshō iria garantir que o soco faria muito mais do que partir alguns ossos. A nível de defesa, havia apenas uma coisa que Somma poderia fazer, manter a calma e tentar se desviar usando o melhor das suas habilidades, era mais que óbvio que todos ali era mais rápidos que ele e caso o Uzumaki não fosse capaz de se desviar, podia ao menos reparar o dano e graças aos seus conhecimentos medicinais, a In'yu Shōmetsu seria a solução perfeita. Restava-lhe agora combater o melhor que conseguisse e tentasse chamar o máximo de atenção possível, nem que tivesse de partir paredes ao soco.

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Era um pouco complicado explicar o que aconteceu, apesar de se preparar para o combate e ter chutado a espada para longe, nada aconteceu e Somma apenas acabou por permanecer parado a ouvir um monte de propaganda fascista. Após meia dúzia de palavras, os malfeitores acabaram por usar o Henge no jutsu e sem que pudesse atuar, desapareceram sem deixar nenhum tipo de rasto porém Somma sabia muito bem onde era a base deles. Alguns momentos passaram e um homem vestido de Anbu acabou por entrar no tal esconderijo, pelos vistos era a mesma pessoa que lhe tinha dado a missão esta manhã e que por algum motivo achou que era boa ideia enviar um recém-graduado Chunin para esta tipo de missões, assim que foi libertado, o Uzumaki esfregou os pulsos e quase de imediato começou a descarregar a frustração no homem que em circunstâncias diferentes, seria o primeiro a encontrar o seu corpo frio e sem vida.

— Não podia ter chegado mais cedo!? Eu podia ter morrido devido a vossa falta de urgência. Eles fugiram todos, esta tudo perdido na aldeia. Se a corrupção não destruir tudo, a falta de gente competente o fará de certeza.

Assim que lhe soltaram, Somma respirou fundo e esfregou os pulsos lentamente antes de começar a recontar, pela segunda vez hoje, tudo aquilo que se havia sucedido desde que recebeu o pergaminho com a missão até o presente. Fazendo questão de não se esquecer de nada, o Chunnin recontaria as ações imorais de Soichiro na churrascaria e dos clientes (humildes habitantes de Kumo) que sofreram na suas mãos, da pobre melhor que teve o seu ganha pão roubado e sobretudo a ameaça a sua vida. O Uzumaki também mencionaria o esconderijo que eles tinham, algo que não era muito longe dali e que o seu aspecto abandonado era nada mais do que uma fachada, ele também tinha recuperado dois cadernos com informações mas parte de si acreditava que por esta altura o mesmo já tinha sido ou escondido novamente. Era uma lista extensa mas no final o Chunin teria que mencionar o tal comentário sobre o poder paralelo visto que parecia ser o nome da suposta organização secreta deles.

— A churrascaria do Sr. Tadashi-Sama foi praticamente destruída por Soichiro e os seus capangas, a loja de uma pobre senhora foi roubada de tudo incluindo dinheiro e produtos, algo que acontece diariamente pelos vistos.  O Bar matsunaga parece ser o local preferido deles para se reunirem. Eu também tinha provas que incluíam um livro com todos os nomes, locais e dinheiro roubado. Entreguei-o ao outro Jonnin mas acabou de não adiantar em nada. A única coisa que pelos vistos me chamou a atenção foi… qualquer coisa sobre o poder paralelo… acho que é um culto?

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Com uma explicação algo inesperada sobre o que estava prestes a acontecer, Somma apenas respirou fundo e ajustou as suas roupas visto que apesar de tudo aquilo que aconteceu, ele continuava a ser um ninja da aldeia oculta na nuvem e era sua obrigação agir como tal. Permanecendo calado ao longo da explicação, o shinobi ficou surpreso por descobrir que uma rusga tinha sido planeada com a devida antecedência e apesar do que havia acontecido, os seus esforços não tinham sido desperdiçados e todas as suas provas reunidas e apresentadas tinham sido recuperadas. Assim que a justificação terminou, Somma sentiu-se sem palavras e por momentos limitou-se a olhar para o Anbu de forma algo perplexa, ele acreditava que tudo isto foi uma perda de tempo e que mesmo que conseguisse voltar para casa, a missão seria considerada um autêntico falhanço.

— Okay, acho que vou para casa mesmo.

Abandonando o local de uma forma algo pessimista porém moderada, Somma apenas levantou os ombros em sinal de desinteresse e começou a andar de volta para a sua residência visto que não havia mais nada que pudesse fazer naquele local ou naquela situação. Parte de si começa a questionar seriamente se conseguia manter-se neste caminho, o Uzumaki nunca gostou de tomar o foco de nenhuma situação e tomar o papel de apenas mais um cavaleiro neste campo de batalha era uma mentalidade que lhe deixou sempre bastante satisfeito mas numa situação onde os seus esforços era insignificantes, talvez fosse boa ideia considerar o seu futuro. Enquanto partia, Somma olhou para trás uma última vez, o Chunin observou a organização que a força especial da Raikage tinha e por momentos visualizou-se de trás de uma daquelas mascarás, uma possível escolha e algo que iria ser reconsiderada após o devido descanso.

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