niciar missões tão cedo numa manhã de clima tão ameno em Konohagakure  era um sacrifício que dificilmente poderia aceitar com facilidade, principalmente quando, num infortúnio ou num lapso de memória, faria com que o jovem shinobi esquecesse até mesmo de tomar café e — pasmem — escovar os dentes também.

Andou vagarosamente até o centro da vila, observando os pássaros que ciscavam tranquilamente nas vazias vielas da aldeia, alguns poucos trabalhadores que desde cedo acordavam para dar rumo aos seus preciosos negócios, crianças empolgadas com as aulas da academia, que possivelmente, pelo que conseguiu distinguir entre aquelas vozes agudas, seria sobre uso de kunais; a memória das aulas ainda era recente em sua mente. Nessa caminhada quase que descomprometida com o tempo, havia chegado no centro da aldeia e já estava recebendo sua missão.

Segundo o pergaminho da missão algumas vilas próximas de Konoha estavam passando por uma série de confusões difundidas por um grupo de ladrões. Eles não tinham qualquer sinal dos bandidos exceto que, na noite passada, uma vila havia quase sido pega de assalto tendo rechaçado qualquer sinal do inimigo ao manter as lamparinas das estradas de terra acessas. A prova de que iam roubá-los era o furto de roupas de luxo ocorrido na primeira casa, bem distante do aglomerado urbano e da iluminação noturna. Com essas provas em mão, tudo que restava era o caminho até a aldeia.

O caminho era curto e nada tinha de perigoso, com exceção de uns poucos caminhos sinuosos e muito porcamente preservados. Ao chegar a seu destino encontrou uma vila com um pouco mais de trinta casas, quase metade delas destinadas a empresas de corte e costura, alguns de alto padrão, outras nem tanto.
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— Bem vindo a Shitateya no Sato, meu nome é Hideki e sou alfaiate e líder dessa vila.
— O prazer é meu, Hideki-san.
— Konoha mandou só um? — disse olhando para as costas de Cho, como se procurasse mais alguém a partir delas.
— Sim, pensei que o senhor havia sido informado.
— Ah sim! Sobre isso, foi meu filho Togura que cuidou de tudo, mas ele não está aqui agora.
— Tudo bem... Hideki-san, pode me mostrar o local onde os suspeitos apareceram? — respondeu cortando o assunto ali, antes que ironizasse a calvície quase caricata do homem de meia idade, vestes simples e de porte “barrigudo”, como o jovem definiu, entre uma risada interna e outra, o cliente.
O homem respondeu com um monótono “Okey” e com isso foram em direção a outra ponta da aldeia que, apesar de pouco povoada, se estendia de uma ponta a outra de uma planície a base de uma montanha que circundava a vila formando um vale de tonalidade esverdeada por conta da relativa preservação ambiental.
— Foi aqui, na propriedade da Ako-sama.
— Sama ?
— Sou o líder da vila, mas Ako além de ser uma excelente costureira é uma raposa nos negócios, atualmente, todos nós somos inquilinos dela.
— Essas casas não são suas?
— Não.

Naquele dia não conheceu Ako porque ela estava viajando a negócios, possivelmente iria comprar mais propriedades em terra para poder construir outras pequenas vilas e criar mais inquilinos. De toda maneira, cientes de como os bandidos agiam, Cho pediu para que na noite em questão, todas as luzes fossem desligadas para que o suspeito pudesse entrar na vila.  A armadilha montada por ele era simples e se fundamentava na cooperação dos aldeãos que, apesar de temer a inexperiência do shinobi, viam de bons olhos qualquer filhote vindo de konoha.

A noite chegou, todos estavam reunidos em suas casas com as luzes apagadas, passos começaram a ser ouvidos, nenhum cochicho, no instante em que os passos alcançavam a praça central da aldeia que, convenhamos, não passava de um amontoado de tabuas fingindo ser bancos, os aldeão saíram de suas casas acompanhados do “pequeno” shinobi.

— Parado, vocês! — tremia dos pés a cabeça temendo a força de ladrões que causaram tanta confusão em mais de quatro aldeias em menos de um mês, e mais surpresa ainda em descobrir que se tratavam de quatro pessoas, e ainda por cima crianças.
— Hina, Miko, Oda, corram, vamos!
— Sim, Aizawa! — mas suas energias estavam esvaídas, o inseto de Cho havia extraído parte do chakra das crianças utilizando pequenas tábuas espelhadas no chão, onde os insetos haviam se escondidos.
— D-droga...
— O que faremos, Aizawa!? — o olhar de Aizawa era desesperado e direcionado a Cho, que se mantinha sério. — Vamos pegá-los! — Disse um aldeão.
— Não! — Ordenou, Cho. — São apenas crianças... Ei! Cadê o pai de vocês?
— Não te importa. — respondeu Aizawa de maneira seca, fazendo caretas.
“Pestinha desgraçado, te mato” — Pensou.
— Estão longe... — respondeu a menina que retirava com dificuldade a mascara do rosto.
— Espera! Veja se não são Aiza-chan (Hina); Mei-chan (Miko); Oda-kun  (por algum motivo ele não tinha um pseudônimo; e Honda-kun (Aizawa — todos olharam atentamente... — Tem razão! Com certeza são eles — exclamou um menino.

Mais tarde a história foi mais bem contada pelo líder da vila, Hideki-san:


No fim as crianças foram levadas, juntas a Cho, para Konoha, onde de lá foram enviados para seus pais que se encontravam numa situação financeira melhor. ”Ako-sama” foi denunciada por cobranças abusivas e a maioria de seus negócios foi fechada. Pensou ao voltar pra casa o quanto essa missão foi peculiar e como seu final inesperado revelou o verdadeiro vilão, disse:

— Não dá pra entender o vilão sem tentar entender seus motivos...
— O que disse menino? Minha comida ta ruim!? — gritou a mãe que achava ter sido uma ironia quanto a sua comida, o que era típico de seu filho, o que não era nesse caso. Ficou feliz por ter ao seu lado mãe, pai, avô e uma aconchegante casa pra morar.

Considerações:

Insetos:

Jutsus:

Pergaminho da missão: