[Solo] Sairento Kiringu

Apenas a lua brilhava incandescente no céu. Uma noite relativamente normal para a vila da folha onde apenas alguns shinobi ainda se mantinham de pés cuidando da segurança da aldeia, organizando e executando rondas pelos limites de sua terra. Na sede da Liga das Sombras não era diferente. Algumas dúzias dos seguidores de Zed se colocavam de prontidão ao redor do grande monastério com os olhos atentos a tudo que os cercava. Nem mesmo as longas e imponentes arvores da floresta silenciosa poderia ocultar um inimigo da Ordem. Aqueles assassinos haviam passado por árduos e incontáveis treinamentos aplicados nos seus atributos de percepção e assimilação, e eu estava dentre eles. Cumpria ordens que me haviam sido dadas como uma forma de castigo por algo que eu nem mesmo me lembrava. As rondas noturnas eram feitas em esquadrões, cada um recebia um nome para facilitar a comunicação e ao nosso havia sido atribuído o nome “Ho”.

Em outra situação eu seria nomeado o capitão do esquadrão, mas por estar sendo castigado fui posto em um time onde o líder era Rhaast, um dos assassinos de Zed com o qual nunca havia me dado. Toda palavra que aquele palerma dirigia a mim parecia ofensiva e por diversas vezes tive de me conter muito para não afogar o infeliz com meu Suika. A noite estava sendo um perfeito inferno com a presença incomoda de Rhaast, até que algo parecia dar errado —— Quanto tempo fazia? Dois anos? —— Questionei com um sorriso maquiavélico se abrindo em meu rosto ao que ouvi o som do sino da torre oeste soando: estávamos sofrendo um ataque, algo que há muito tempo não acontecia.

Rhaast já estava enchendo sua boca para dar a ordem, mas antes mesmo que ele pudesse fazê-lo eu avancei e, para inflar ainda mais sua fúria, todos os outros me seguiram – querendo ou não eu havia me tornado um líder – não importava mais quais eram as ordens de Zed. O embate se seguiu, e os nossos oponentes demonstraram não serem apenas mercenários, eles tinham devido treinamento. O furioso Rhaast se aproximou de mim a fim de me repreender e me convencer a unir-me a ele. Não dei ouvidos. Realizei uma série de selos e então exalei a partir dos líquidos do meu corpo uma névoa densa que cobria rapidamente toda a área. Era meu momento de brilhar enquanto saciava o meu intenso desejo de cortar coisas, ou pessoas. Abusando da minha habilidade auditiva relativamente avançada, consegui localizar cada um dos oponentes que haviam restado dentro da neblina. De forma tranquila, silenciosa e efetivamente veloz, me aproximei de meus adversários um a um, degolando-os por trás de suas costas antes mesmo de eles terem tempo para responder a minha investida.

Ao que o nevoeiro se desfez todos os outros assassinos puderam contemplar a beleza da minha mais nova técnica de homicídio —— Que tal voltarmos aos nossos postos? —— Indaguei com ironia enquanto limpava minhas laminas e cruzava o caminho de Rhaast. Ainda tínhamos que guardar a sede.