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 ­ Bem, hoje iniciei os experimentos com uma flor interessante. É comumente chamada de "Papoula". No que se diz em meus livros de botânica, o nome da espécie é na verdade Papaver somniferum. É da família Papaveraceae. À partir dela, poderia facilmente extrair morfina e codeína, ambas substâncias opiáceas. Decidi que o experimento haveria de ser com a Morfina, porque gosto de coisas identitárias. Assim como meu nome, morfina provém de um mito de um deus chamado Morfeu, que é encarregado dos sonhos, e, bem, enquanto posso pôr pessoas para dormir por conta de minha predisposição genética obtida pela minha linhagem Chinoike, já a morfina age ativando os receptores de seu próprio opioide e anulando a ativação dos opioides endógenos, trazendo grande analgesia e sedação. Também é comumente usada como droga: e é isto que fiz hoje. Colhi tantas papoulas quanto pude e as trouxe para o laboratório, extraindo a morfina. Fiz os processos necessários para deixá-la pura. Ainda havia sobrado sulfato ferroso de minha última criação, então o adicionei ao pó branco, que continuou branco, mas a cada vez que olho o vejo mais verde. O pó por si só não me seria útil, dificultando e anulando as possibilidades de intoxicação alheia, então decidi fazer alguns testes onde mudaria o estado físico de tal toxina. Descobri rapidamente que morfina é facilmente diluída tanto em água quanto em álcool, decidi mante-la hidratada. Sempre. Agora eu tenho um grande aquário cheio de ratinhos brancos, e me parte o coração usá-los como cobaias, mas tenho de fazer, então decidi testar os sintomas neles.
 ­ Resultados:
 ­ • Primeiro efeito: há um grande surto de euforia;
 ­ • Segundo efeito: ao desvanecer o seu efeito, a euforia é gradualmente substituída pela disforia. Os ratinhos parecem ficar cada vez mais desesperados;
 ­ • Terceiro efeito: os ratinhos ficam praticamente imunes à dor. Mal andam, e os bocejos são intensos. Não conseguem acompanhar meus movimentos com a corda que seguem, e em seguida deixam de conseguir se movimentar. Também parecem estar enjoados, mas como ratos não vomitam, acredito que em humanos causaria vômitos.
 ­ Conclusão: Achei os resultados satisfatórios, guardarei a toxina comigo.

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Considerações:

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 ­ Descobri recentemente um livro que tratava de um método de síntese de DNA muitíssimo interessante. Ele tratava de pegar partes de um genoma e inserir num trecho de DNA e promover alterações na fisiologia humana. Toda célula humana possui DNA, e isso é incrível para com a minha pesquisa. Em outras palavras, com uma simples amostra de uma pessoa torna-se possível colher suas características e aplicar em uma outra pessoa! Não só isso; é possível gerar uma nova pessoa, semelhante, um clone!
 ­ Nem sequer hesitei, saí na rua para colher amostras humanas para começar meus experimentos e comprovar aquilo que estava escrito no livro, pois tinha muita lógica. Então partindo para uma livraria (onde ninguém desconfiaria que um cientista louco está procurando por amostras humanas) coletei da estante um pequeno livro de superfície tão lisa e estreita que poderia ser uma navalha se encostasse no corpo de alguém. Corri para o balcão da atendente, e disse à ela que gostaria de alugar aquele livro. Ao transpassá-lo para as mãos dela, para efetuar o registro, deixei a sua parte das folhas virada exatamente para seu dedo indicador, tangenciando-o num movimento semelhante ao de uma gilete para efetuar um corte limpo na superfície de seu dedo, na pele mais fina e frágil do corpo humano. Um corte milimétrico foi feito. Trouxe minha mão imediatamente para o dedo dela, coletando aquela amostra de sangue e a coloquei rapidamente num pequenino papel onde costumo alocar minha amostras. Feito, retornei ao laboratório para iniciar o processo de clonagem.

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Considerações:

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 ­ O processo da clonagem feita anteriormente parece ter sido um sucesso, agora basta esperar. No entanto não ficarei sem fazer nada, existe ainda uma gama ilimitada de experimentos que tenho interesse em realizar, mas meu objetivo principal segue sendo o experimento de hoje, consistindo em colocar características específicas daquela atendente da biblioteca nos meus ratinhos. Ela tinha olhos azuis, num tom claro e forte, assim como o céu. Seria interessante provocar em uma linhagem de ratos de olhos escuros, uma modificação genética que comece a gerar herdeiros com olhos azuis, transmutando o gene coletado da recepcionista anteriormente. Assim, será possível observar a manifestação da característica, após as três semanas de gestação e mais outras três semanas para que sejam capazes de abrir seus olhos após o nascimento, deste modo, poderei observar os resultados do experimento, assim como seus acertos e falhas.

 ­ Transferi o gene de uma célula da recepcionista para uma célula de um rato com sucesso, utilizando o método de mapeamento genômico. Com muito esforço, pude fazê-lo naquele trecho de seus DNA's, e após a transfusão só me resta manter a observação diária e continuar mapeando suas cadeias nucleotídicas, e é isto que continuarei fazendo nos próximos dias.

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Considerações:

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 ­ Descobri como sintetizar adrenalina e noradrenalina à partir de outros animais que também utilizam destas substâncias para sobreviver. Com isso, poderei fazer uma produção massiva e incluir em remédios ou até mesmo pilulas para combates, o que poderia servir para uma descargar energética que salvaria em situações de cansaço extremo. Para isso, coloquei meus ratinhos numa situação de risco e retirei-os a tempo para coletar a substância. Depois, deixei o laboratório e rumei para a floresta ao lado, procurando por certas plantas que deveriam ser amassadas para efetuar a coleta dos aromas que seriam utilizados. Outro ponto importante foi passar no mercado, para terminar as compras dos itens mais básicos que poderiam ser obtidos por qualquer um. Feito isso, segui cada instrução que constava no livro para que a receita ficasse perfeita, e em poucas horas ficaria pronta.
 ­ Um dos ratinhos está morrendo, por algum motivo ainda desconhecido. Tentei fornecê-lo a pilula e ele teve um choque energético que o fez viver por mais quarenta minutos, andando de um lado para o outro, mordiscando outros ratos, correndo em sua rodinha sem parar, o tempo todo, até que faleceu. Incrivelmente a experiência funcionou, e a pilula teve o efeito esperado.

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Considerações:

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 ­ Ratos são seres fabulosos. Produzem cerca de 5 a 10 filhotes a cada ninhada, e têm entre 3 a 6 ninhadas por ano. São realmente os melhores mamíferos para que eu possa realizar os experimentos, até porque seus sistemas são bastante parecidos com os dos seres humanos, e manifestam tais semelhanças nas reações à medicamentos, substâncias e toxinas quando ingeridas ou ao contato. Então, isso faz-se possível que eu possa testar minhas drogas e toxinas, observando e entendendo como seriam os efeitos caso as substâncias fossem testadas em humanos. É claro, jamais será precisamente certeiro, mas há de me presentear com uma boa noção. Pensei em adicionar uma cauda extra em um dos ratos. Isso promoveria, talvez, um maior equilíbrio e maior precisão em seus saltos, afinal, esta é uma das utilidades das mesmas; decidi fazê-lo com o método de codificação do genoma.

­ Encontrando o gene correto, bastou replicá-lo na longa cadeia nucleotídica e então o DNA faria o restante do trabalho (expressão gênica, transcrição, tradução) formando então as proteínas que constituiriam o novo rabo do rato. Novamente, não restava mais nada a ser feito senão esperar. Se as características não fossem manifestadas imediatamente, eu poderia concluir que para que isso ocorresse, seria necessário uma reprodução dos ratos, e então a manifestação ocorreria somente em seus descendentes.

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Considerações: