Indra não estava acreditando: não demorou muito, desde que tinha sido promovido ao Rank Chuunin, e ele já tinha recebido uma missão de nível C, que era mais perigosa do que uma missão comum. Sinceramente, ele não podia ter recebido aquela missão em hora melhor. Estava feliz por poder dar o máximo em uma missão, e ter que enfrentar um ninja de uma aldeia rival tornava as coisas mais interessantes.

Diziam que o homem que queria começar uma guerra contra Konoha se chamava Yakushi Nyorai, e ele era de Getsugakure no Sato. Indra não sabia quase nada sobre essa vila exceto onde ela ficava, mas não iria esperar que o shinobi simplesmente viesse para a sua vila para atacá-la. Se fosse para acabar com aquilo, faria o quanto antes.

Foi assim que ele saiu de Konoha e foi para o ponto onde o ninja poderia estar, segundo os detalhes dados pelo informante da vila em Getsugakure em um pergaminho confidencial. Indra decidiu ir a noite mesmo, poupando a sua energia para o momento da luta, acabando por demorar mais para chegar no ponto de chegada. Nyorai poderia até mesmo não estar lá, mas para a sorte de Indra, ele estava perto de uma fogueira pensativo, talvez fazendo planos de como proceder com a sua invasão.

- Eh… Então é você que vou ter que enfrentar para cumprir essa missão? – disse o jovem Indra, em cima do galho de uma árvore, equipado com a sua Flair Jacket e a bandana de Konoha amarrada no braço. - Meu nome é Kobayashi Indra, Chuunin de Konoha. Eu vou ser o seu oponente. – avisou, cruzando os braços, ficando a dez metros de distância do homem chamado “Yakushi Nyorai”.

Nyorai: Eh… Que tipo de idiota eles mandaram para me deter? - ele começou a rir, ficando de pé. Ele era um homem ruivo, de cabelo bagunçado e uniforme roxo e colete Chuunin. Devia ter vinte e poucos anos. - Vocês de Konoha cairão diante do meu poder… Getsugakure reinará diante dos corpos dos nossos opresso…

Antes que Nyorai terminasse o seu delírio, Indra foi em direção a ele com toda a sua velocidade (2) e usou a sua força média para golpeá-lo na barriga, jogando-o para longe, e ainda ferrando o seu estômago.

- Eles mandaram o melhor ninja da vila para apanhar de um garoto que acabou de ser promovido a Chuunin. Só deve ter ninja fraco na sua aldeia. – zombou, colocando as mãos no colete.

Nyorai: Você sabe em quem você bateu? Sabe com quem você está falando? – gritou, realizando selos manuais rápidos, e então lançando pequenas bolas de fogo contra Indra. -  SOU FILHO DE YAKUSHI KOBA, PORRA!

O Chuunin de Konoha deu alguns pulos para trás, jogando o corpo para a direita e para a esquerda, num movimento de zigue-zague para se livrar das bolas de fogo que não o atingiam.

- Você acabou de tentar de nos chamar de opressores, mas usa o nome do seu pai parar medir a sua força, para me fazer abaixar a guarda. Você é só um hipócrita de merda… Dá nem vontade de matar você. – sussurrou, puxando a sua Tantõ e a segurando com a mão esquerda. - Para você ter idéia, essa é uma missão de Rank C. Eles nem fizeram questão de mandar um Jounin para te enfiar a porrada. Mandaram a mim, que nunca nem lutei para virar Chuunin. Então faça um favor: me poupe o trabalho de te quebrar, e me deixa voltar para casa. Minha mãe fez um Rámen maravilhoso, e eu quero comê-lo.

Nyorai: EU VOU MATAR VOCÊ E TRAZER O TERROR PARA KONOHA! – gritou de forma ameaçadora, para um Gennin de uma vila tão pequena quanto a dele. Ele correu em direção a Indra, tentando desferir golpes contra o seu corpo, mas o Chuunin de Konoha desviava de todos eles, querendo evitar aquela luta ao máximo. Usando a mão direita, ele empurrou o seu adversário para frente, e então deu um salto, atingindo-o com um soco no rosto, caindo com os dois pés colados no chão, dando um giro no ar e acertando um chute com a perna direita no rosto do homem, o jogando na grama fofa da floresta.

- Não vamos enrolar mais… Renda-se logo e acabe com isso. – deu o últimato, colocando a Tantõ na direção do seu pescoço. Nyorai não reagiu. - Foi o que eu pensei… Agora eu vou embora. Não venha aqui mais incomodar Konoha com os seus avisos de guerra patéticos. Tem sorte que hoje eu não mandei você pra vala, mas na próxima vez, não vou ter misericórdia.

Indra virou-se de costas, guardando a sua arma e caminhando de volta para Konoha, acreditando que Nyorai não mais o incomodaria. Mas o homem, num ato covarde, levantou-se do chão, pronto para atacá-lo. Indra realizou selos rapidamnte, observando que o seu oponente puxava uma kunai e ia na sua direção, o que fez com que ele esticasse a mão esquerda para frente.

- Raiton… JIBASHI! – gritou, acertando uma forte corrente elétrica no corpo do seu adversário, que foi projetado para trás e bateu com as costas em uma árvore, desmaiando na hora. - Idiota... – sussurrou, virando-se para dar o fora dali.

Aquelas missões Rank C estavam desanimando um pouco Indra, mas nada que o fizesse desistir de continuá-las. Geralmente ele tinha preguiça de fazer missões, mas ultimamente ele estava correndo atrás, e aquela tarefa em especial lhe permitiria uma coisa que não fazia a muito tempo, que era sair de Konoha. Seu destino: o País do Chá, onde ele deveria pegar uma remessa de chás extremamente raros, que davam ao país o nome que tinham.

“Que porcaria de nome...”, guardou os seus pensamentos em si, tendo em mente comentar aquilo na primeira oportunidade que tivesse, principalmente se fosse para algum morador da vila. De malas prontas e devidamente equipado com as suas armas, Indra seguiu o seu caminho para o País do Chá, precisando mostrar o pergaminho contendo os detalhes da missão nos portões da vila, para que eles permitissem a sua saída.

Ele saiu logo de manhã, demorando algumas horas para finalmente chegar ao país vizinho. Usando sua incrível velocidade, o jovem conseguiu diminuir um pouco desse tempo, o suficiente para conseguir chegar na vila no meio da tarde, um pouco depois de meio-dia. De acordo com o mapa, ele deveria encontrar a carga ao Norte do País do Chá, mas primeiro ele parou para comer alguma coisa em um pequeno restaurante que tinha lá. Pediu dois X-Burguers, matando-os rapidamente.

Isso o comprometeu um pouco, afinal quando chegou no local de entrega, o senhor que tomava conta das mercadorias acabou reclamando do seu atraso. Assim que entrou na loja onde deveria buscar os chás caríssimos e informou quem era,  Indra precisou ouvir o sermão do velho.

- Eu parei para comer um hamburguer… Bom, na verdade foram dois. – explicou, com os braços cruzados de frente ao homem. - Mas agora estou aqui. – avisou, mostrando o pergaminho. - Vamos, eu quero sair desse lugar logo. Que tipo de líder coloca o nome do país de País do Chá? – comentou baixinho, irritando o dono da loja.

De mau-humor, o senhor colocou todas as caixinhas de chá na mochila que Indra carregava nas costas, enchendo-a até não haver mais espaço. Indra então entregou o pergaminho para o senhor, que era quase como uma promessa de que Konoha pagaria pela encomenda, assim que ela chegasse são e salva na vila.

E foi assim que, depois de mais algumas horas de viagem de volta para Konoha e uma vigilância tremenda, afim de descobrir quaisquer armadilhas que poderiam ter, Indra conseguiu fazer a entrega de forma correta. Logo o Chuunin chegou ao Posto Ninja, sendo chamado por um Jounin, que veio fiscalizar o que tinha na sua mochila.

Chuunin: Muito bem, rapaz. Não teve nenhum problema no meio do caminho?

- Não, nenhum, felizmente. – respondeu o garoto, colocando as mãos no bolso. Estava feliz de poder voltar para casa.

Convocado para a missão dentro do País do Arroz, Indra teve que se projetar para chegar na vila o mais rápido possível. O Chuunin se muniu com todas as armas que tinha disponível, tendo a intenção de usar quase todas elas, caso fosse necessário. Assim que chegou na vila, ele identificou-se como shinobi de Konoha, mostrando o pergaminho com o conteúdo da missão e pedindo para que o rapaz o levasse diretamente para o seu líder. Chegando no gabinete da líder do País, a mulher ruiva de aparentes quarenta anos contou tudo o que Indra precisava saber.

Líder: Eles são um total de cinco. Praticam roubos a todos os comerciantes e empresários dentro e fora da vila, alegando que eles tiram o dinheiro do povo. Dizem que estão fazendo uma reparação social, mas ficam com o dinheiro todo para eles, que usam para investirem em mais assaltos e, segundo informações de pessoas que ouviram as suas conversas, aparentemente eles querem investir em pessoas também. Aumentar o número de membros da quadrilha, se é que me entende.

- Eu compreendo bem, senhora. Eu farei de tudo para levar esses bandidos a pararem com os roubos. Como especificado no pergaminho, eu tenho a permissão de Konoha para resolver isso da minha maneira. Por favor, diga aos ninjas da vila, se é que existem ninjas nessa vila, que não interfiram na minha missão. – exigiu Indra, que recebeu um aceno positivo da governadora do país. - Também vou precisar da ficha criminal desses elementos.

Com a ficha dos cinco em mãos, Indra estudou a fisionomia de cada um deles. Sabia que eles tinham conhecimentos em alguns jutsus, mas isso não importava muito para o Chuunin. Só queria saber como iria pegar todos de uma vez, de preferência quando estivessem com a guarda baixo. Já sabia que eles costumavam andar pelas ruas do País, e que aparentemente não se importavam muito com serem pegos, e costumavam ser agressivos com os homens da lei. Não precisava ter nenhum tipo de honra ou misericórdia com aquele tipo de gente.

Logo pela tarde, quando estava na parte Sul do País, Indra descobriu, através de um informante que correu atrás dele para avisá-lo, que eles invadiram a casa de um comerciante e lhe roubou todas as economias, além de terem ferido gravemente o filho primogênito dele, que ficou na frente da mãe para protegê-la de quaisquer tentativas de abuso e agressão dos criminosos. Soube que tinha sido perto de onde ele tinha agido, por isso foi o mais rápido possível para lá, onde reuniu informações de testemunhas que viram os gangsters saindo da casa.

Testemunha: Eles estão no bar perto daqui. Invadiram o local, mandaram todos os consumidores embora sob ameaças. Estão comemorando o ato cruel que cometeram nessa casa.

- Tudo bem. Obrigado pela informação.

Cinco minutos depois, lá estava Indra na frente da porta do bar. O povo do País do Arroz podia temer aqueles gangsters, mas ele não. Entrou no lugar sorrateiramente, como quem não quisesse nada, vendo que os cinco estavam bebendo sakês e fumando um cigarro alucinógeno.

Ladrão: Cai fora, moleque! O lugar está fechado! - disse um homem de vinte e poucos anos, bigode fino e olhos vermelhos, de tão bêbado que estava. Indra não saiu do lugar, o que fez com que o bandido mandasse mais uma vez ele sair. Diante da recusa, ele se levantou e pegou a kunai do bolso, pronto para enfiá-la no pescoço do adolescente. - Não está ouvindo eu falar não, seu via... – antes de terminar a sentença, a lâmina da tantõ do Chuunin trespassou o seu peito, atingindo em cheio o seu coração, levando-o a óbito imediatamente.

Comparsa: DESGRAÇADO! - ele se levantou da cadeira rapidamente, tentando realizar selos de mão para, talvez tentar usar um jutsu contra Indra, mas o Chuunin usou toda a sua velocidade e agarrou o seu pulso direito, dando um chute em sua perna para que ele caísse de joelhos. Usou sua força para por a mão do bandido na mesa, ficando a sua pequena espada na palma dela, não se importando em ouvi-lo gritando de dor.

- É o que ganham por roubar e ferir as pessoas... – sussurrou, colocando-se em posição de batalha, pois um segundo depois, um terceiro ladrão tentou golpeá-lo com a sua própria tantõ, mas Indra jogou o tronco e o rosto para trás, vendo a lâmina passar de raspão pelo seu pescoço. Desviou prontamente de três golpes frontais do inimigo jogando o corpo para direções opostas ao seu ponto de ataque, dando uma joelhada em sua barriga e depois um socão na sua têmpora direita, o desmaiando no ato.

“Fuuton: Toppa!”, gritou um dos ladrões. Indra só teve tempo de olhar e se jogar para dentro do balcão. A lufada de vento foi forte o bastante para varrer as cadeiras e mesas para longe, além de arrombar a porta, arremessando-a para fora. “Pegou ele?”, perguntou o outro. A resposta não demorou para vir: Indra pulou agilmente em cima do balcão, deslizando o corpo e, com duas kunais na mão, as lançou na direção dos bandidos, atingindo os seus peitos desprotegidos.

Comparsa: Espera aí, moleque… - pediu o único ainda consciente, respirando fundo enquanto suava de nervoso. - Vamos conversar… - implorou. Indra passou pelo inimigo que tinha nocauteado e pisou com força na sua cabeça, para ter certeza que ele nunca mais acordaria. Depois, foi até o cara em quem enfiou a faca na mão, arrancando-a com violência, não ligando para os seus gritos de dor. - EU TENHO OS MEUS DIREITOS, E EXIJO QUE ELES SEJAM… - como costumava fazer, Indra interrompeu as palavras do bandido enfiando a Tantõ na sua testa, atravessando o outro lado da sua cabeça, eliminando-o.

- Não, você não tem nenhum direito. – disse ao homem morto. Depois, ele tirou as kunais do peito dos inimigos que tinha matado, guardando-a para si. Sua missão ali tinha sido cumprida com sucesso. Aqueles caras nunca mais voltariam a assaltar ou fazer mal a ninguém.