Eventualmente tinha parado para observar como as coisas estavam lá por fora, realmente já fazia imenso tempo que eu não contemplava a vila daquele jeito, quando diziam que a primavera era das melhores estações do ano era disto que falavam. As folhas balanceavam embaladas pelo vento, levando-as para lugares que ninguém sabe, o cheiro que entrava pela janela me fazia querer respirar o mais fundo possível, enchendo os meus pulmões de toda a simpatia que a natureza é capaz de oferecer.

Passado alguns minutos oiço alguém a correr à frente da minha porta, nada demais pensava, provavelmente alguns garotos brincando e correndo, era habitual, o dia esta bonito e por isso fazia sentido que por ali estivessem. Por algum motivo olho para trás, e nesse momento tenho a porta em vista, e consigo ver que estava uma carta no chão, teria sido deixada à pouco tempo presumia, provavelmente não eram garotos a correr mas sim algum ninja apressado. Caminhava normalmente até a carta, e enquanto ela estava no chão olhei para ela, não vi nada que indicasse que seria para mim, pensei que pudesse ser uma carta destinada a mim mesmo e que a entrega foi feita por alguém que sabia onde eu morava e que precisava dos meus serviços.

Pego na carta, abro, e leio uma convocatória para o quartel-general. - Num dia tão bonito não conseguem dar 1 dia de descanso... - suspirava.
Como habitual, tinha o meu arsenal escondido no meu quarto, fui até lá, e peguei em tudo aquilo que me pertencia, carregando comigo, e a passo caminhei pela vila até ao quartel-general. Assim que estava à entrada percebo várias vezes, de várias pessoas, não conseguia ouvir com muita clareza mas era notório que não estavam muito amigáveis para o dia que se apresentava. Subi as escadas enquanto observava uma grande quantidade de pessoas correndo, com papeis nas mãos, suando, como se as suas vidas dependessem firmemente daquilo que estavam a fazer, e enquanto caminhava pelo corredor, vejo um amontoado de ninjas, não pareciam ser de escalão alto, provavelmente Genins, Chunins ? E na frente da multidão estava um ninja mais velho, que demonstrava um ar de desespero, assim que cheguei perto da multidão, me coloco entre eles e vejo que os superiores me notaram.

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Era quase claustrofóbico estar no meio de tanta gente, a única coisa que era percetível no meio de tanta confusão era os sussurros entre os ninjas, todos se interrogando o que é que ali estavam a fazer.  - Aglomerem-se! Por favor! - gritou um ninja responsável. Assim que soltou esta frase toda a gente que estava presente rapidamente virou as suas atenções para o que ele podia dizer, os murmurios que se ouviam foram substituidos por silencio e a voz grossa do ninja que tinha algo a dizer.


- Nós temos MUITAS missões envolvendo vândalos, gangues e ninjas renegados. Precisamos ao máximo do apoio de vocês para completarem as missões. Por conta da sobrecarga, alguns de vocês estarão recebendo missões um pouco mais difíceis do que o normal, então, por favor, sejam compreensivos. - neste momento todos perceberam que tinham sido convocados para uma série de missões que dada a sua quantidade não podia ser realizada de um jeito normal, todos nós aqui dentro, das patentes mais baixas até as mais altas iriam ter uma missão para completar, fosse ela dificil ou fácil, todos teriam trabalho a fazer.


Ao lado outro homem começa a falar.
- Agora serão entregues pergaminhos com as missões. Completem o mais rápido possível, nossa vila depende disso! - Vários ninjas responsáveis furavam entre a multidão entregando pergaminhos a todos os presentes, era percetível no rosto dos ninjas que estavam comigo ansiedade e nervosismo, provavelmente nunca teriam tido uma responsabilidade assim tão grande, é notório que só pelo simples facto de que a segurança da vila estava posta em questão todos tremeram as pernas.



- Qual o seu nome e sua patente, garoto? - enquanto olhava para as suas folhas.
- Chuunin - respondi.


Após ter checado nas suas folhas que era realmente a minha graduação rapidamente me entrega um pergaminho, provavelmente continha a missão e os seus detalhes, coloquei-a no meu bolso e rapidamente me dirigi para fora do edifício.
Quando cheguei cá fora, livre de todo o barulho e tumulto que se fazia lá dentro, tirei o pergaminho do bolso e abri.

Parece que era mais uma missão onde alguém tinha fugido, desta vez de um orfanato, aquilo que constava no pergaminho era que era o filho do diretor do orfanato da vila, e antes de partir numa busca pelo garoto, decidi que a minha próxima visita seria ao pai.

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No pergaminho que me fora entregue não havia qualquer indicação de onde era o orfanato, mas também não era necessário, algures na vila existia um prédio, e na sua entrada estava escrito com letras bem grandes: Orfanato. Soube logo que era ali que tinha de ir. Eu tinha de falar com o pai de alguma forma, de preferência o mais rápido possível, e tinha as minhas dúvidas se conseguia entrar no orfanato e tentar conversar com o diretor sem ser interrompido, tenho a certeza que o senhor percebia se eu tentasse outros métodos para me infiltrar.

Estava a olhar do exterior para a porta, eram imensas crianças a brincar, a correr de um lado para o outro, e apesar de haver sorriso nos lábios em todos eles eu ficava feliz por perceber que no meio de uma vida triste elas tinham encontrado um local onde eram queridos. Não tinha intenção de causar algum mal, apenas acreditava que por vezes o meu estatuto de ninja não me permitia fazer algumas coisas e ter acesso a outras, e por isso aquilo que queria fazer era simples.

Eventualmente, realizo os selos necessários e uso uma técnica básica de infiltração, eu tinha visto alguns cuidadores lá dentro e por isso tinha uma base do que me transformar, eventualmente adentro pelo edifício.
Sou recebido pelos olhares de admiração e reações eufóricas das crianças, este local estava recheado de um ambiente feliz e acolhedor, mas não era por isso que eu cá estava. Comecei a brincar com algumas crianças, numa tentativa de tornar natural as minhas interações, e assim que percebi que o resto do staff não estava mais por perto, me dirijo para os corredores, onde avisto umas escadas, a sala do diretor teria de estar no andar de cima, e então subi as escadas.

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Ao fim de alguns minutos, não avisto ninguém nem escuto passos ao meu redor, mas de repente comecei a ouvir uma voz que subia o tom. — Eu não ligo! Você não entende!? Eu simplesmente não ligo! - os meus olhos rapidamente olharam para a porta de onde estava a sair o som, era a porta dos fundos. Fazia sentido que o gabinete do diretor estaria em algum lugar que se destacava dos outros, era esta a porta correcta. Aproximei-me como podia, me movimentando lentamente, mas ágil como um gato, e assim que cheguei à porta, queria continuar a ouvir a conversa, mas antes disso, queria certificar-me que não era apanhado desprevenido, realizei os selos necessários, e utilizei uma técnica caso aparecesse alguém que poderia pôr em causa o meu disfarce.

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Após algum tempo de escuta noto a tensão com que ele fala, claramente estava incomodado com toda esta situação, parto do princípio de que ele nada sabe sobre o seu desaparecimento, mas será mesmo assim ? Não conhecia o caráter e personalidade do diretor do orfanato nem mesmo os motivos que levaram a criança a desaparecer, será que ela sabia de algo que não devia saber ? Tinha alguma habilidade especial ? Eu precisava de respostas, e rapidamente ia ter.

A mulher que entrou no gabinete passado alguns segundos saiu, deixando a porta semi-aberta, e quando ela se foi embora e percebi que não tinha mais ninguém por perto sem ser o diretor, saio da minha técnica e bato rapidamente na porta sem mostrar o meu rosto. - Estou muito ocupado!! Se não trás nenhuma notícia nem se dê ao trabalho de entrar - as ásperas palavras do homem rapidamente se tornavam em surpresa.

Entro no gabinete lentamente, e fecho a porta atrás de mim, e numa postura relaxa começo a olhar o direitor. - Diga-me tudo aquilo que pode dizer sobre o seu filho e de algo que suspeitou e eu trato disso. - eu estava ali para ajudar o diretor, e como ele queria encontrar a criança, os nossos interesses se encontravam.

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