Após os primeiros dias conturbados desde que chegou a Konoha, Emmanuel estava finalmente pronto para ir ver o Hokage e receber sua primeira missão como gennin. O dia começara lindo, aves cantando e o sol se fazia notado, nada podia estragar aquele dia. No caminho até o escritório do Hokage ele sentiu um tremor forte, quase como um terremoto.
“Tá aí outra coisa que eu nunca vi na minha aldeia natal”.
Ao chegar ao prédio ele via que havia um grande alvoroço, pessoas (civis) correndo para todos os lados e gritando por ajuda, mas não entendia o que estava acontecendo. Até que alguém, bem vestido e de bandana, viu sua bandana e o chamou.
- O que está fazendo aqui? Todos os ninjas disponíveis deviam estar ajudando nas minas!
-Eu não sabia de nada disso. O que aconteceu?
-Não sabemos ao certo a origem, mas o fato é que as minas desabaram e agora há homens presos nos escombros, que precisam da nossa ajuda. Vá agora mesmo! – falou a Emmanuel enquanto apontava a direção da mina.
No caminho até as minas ele via várias pessoas desesperadas, chorando e correndo em todas as direções. Aquele era uma cena de partir o coração, Emmanuel sabia que aqueles deviam ser entes queridos dos mineiros. E é por isso que ele devia agir, não é certo ver alguém sofrendo e não ajudar por que as Escrituras dizem “Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo”. Então ele se apressou ainda mais para as minas, saltando e correndo o mais rápido possível pela vila.
Chegando perto de onde era o lugar da mina já conseguia ver o acidente, rochas e terra estavam impossibilitando a saída dos trabalhadores, que por conta das estruturas de aço estavam a salvo lá embaixo. Então ele e os demais que lá estavam para também ajudar os homens (4 gennins) começaram a cavar e tirar as pedras com todas as suas forças, mas de longe Emmanuel era o mais feroz. Enquanto cavava ele gritava palavras de incentivo aos mineradores.
-Não temais, irmãos. Porque o medo é o que impede vocês de si próprios saírem daí. Antes juntem-se a nós cada um de vocês, buscando todos os seus companheiros aí embaixo e livrando-os de seus destinos cruéis. – exortou o garoto aos mineradores, que ao ouvir aquilo organizaram uma equipe de resgate e foram buscar os demais que se encontravam mais fundo na mina.
Era impressionante o quanto Emmanuel se sentia estranho naquela vila, enquanto ele falava todos olhavam para ele como se ele fosse de outro planeta. Não era para menos, a criação dele com certeza havia sido totalmente diferente da de qualquer um daquele lugar. Mas não havia nada a temer, porque ao mesmo tempo que o resto dos gennins o olhava com certa estranheza também viam a ferocidade de Emmanuel ao tirar as pedras do caminho, o que também enchia seus corações de admiração pelo garoto.
Depois de um tempo cavando a maioria dos gennins estavam cansados e já não aguentavam mais cavar, assim se jogando no chão e respirando ofegantes. Ninguém podia culpa-los, eram apenas recém-formados da academia e estavam se desgastando como nunca. Mas o garoto do outro planeta insistia incessantemente no resgate.
- Quem estiver cansado demais para cavar entreguem as pás para quem está usando apenas as mãos e tirem um pequeno descanso. Mas por favor, não percam o ânimo, pois as vidas desses homens dependem de nós.
Na mesma hora que ele disse isso, foi como se uma energia contagiante ou talvez uma motivação sobrenatural tivesse tomado conta de todos eles, e mesmo os que outrora estavam exaustos agora voltavam a cavar, com ainda mais intensidade, de tal maneira que conseguiram abrir um buraco capaz de que passassem dois homens para a superfície. E então Emmanuel jogando uma corda e instruindo o resto dos gennins para que segurassem a corda e puxassem ao seu sinal, disse aos mineradores:
- Certo, eu preciso que confiem em mim. Eu sei que vocês devem estar desesperados e mal podem esperar para ver suas famílias novamente, mas eu devo pedir que tenham calma e subam devagar, um de cada vez, pois a corda pode não suportar mais que isso.
E apesar do pavor que estavam vivendo e no pânico que os acometia apenas os pensamentos de ficar ali embaixo por mais um segundo, eles seguiram as instruções de Emmanuel, e um a um foram sendo puxados para fora. A expressão de felicidade ao saírem daquela mina que tentava mata-los era impagável, a esperança no seu olhar voltava a brilhar como o sol.
- Eu disse que nós íamos tirar todos vocês daí, não disse? – Falou Emmanuel em meio a respirações profundamente ofegantes.
Depois disso o garoto foi agradecido por todos que ali estavam e então se dirigiu para a árvore mais próxima, se apoiando nela e então adormecendo. Depois de algumas horas ele acorda e ruma para a sala do Hokage, pegar o pagamento de sua missão. Apesar de já ter valido o seu dia.