Já fazia muito tempo que não havia um temporal destes por perto. Esta noite tem sido até agora um autêntico inferno, o vento uivava de tal forma que que parecia que cortava tudo aquilo por onde passava, estava o diabo à solta. A forte ventania era intimamente acompanhada por uma trovoada, cujos raios se faziam sentir, não muito longe da Vila, o suficiente para fazer acordar quem estava a dormir e não deixar dormir quem estava acordado, o que era o meu caso.

Já tinha feito de tudo para tentar adormecer, independentemente daquilo que eu fazia, a minha única solução era esperar que este clima abrandasse de modo a permitir-me um sono confortável. Estava deitado na cama, tentando ou não adormecer, quando oiço um estrondo na minha porta, parecia mesmo que alguém estava a toda a força tentar mandar abaixo, e isso me deixou apreensivo, de primeira, não me mexi, fiquei a olhar para a porta da cama completamente coberto, e uns segundos depois, o barulho parou, o que me fez lentamente e sem fazer barulho, me levantar, e ir até à porta, espreitando pelo buraco da fechadura se alguém estava no lado de fora, e afinal não havia ninguém, por isso, abri a porta, olhei para a minha esquerda e a minha direita calmamente, e não vejo ninguém, baixo a cabeça, e vejo um envelope, amassado e húmido, apesar de estar no coberto, parece que quem ou algo que o trouxe, veio pela chuva, então o envelope não chegou aqui por mero acaso, era destinado para mim.


- Seu pedido para aprender novos conhecimentos foi permitido, na primeira hora de amanhã, dirija-se até o laboratório de Konoha com essa permissão em mãos par um breve estágio que te encaminhará pelo aprendizado dos ninjutsus e fuinjutsus. - Era isto que a carta dizia, mas não esperava que a carta de resposta viesse tão cedo, afinal, eu já tinha manifestado a minha vontade em aprender e aperfeiçoar técnicas e artimanhas de forma a a aumentar o meu arsenal, e por isso, não havia melhor hora para ir treinar, sem sono, de noite, e impossível dormir, apenas carrego comigo o meu Tanto às costas, deixando a minha bolsa de armas em casa, me dirigindo o meu rápido possível até ao laboratório de Konoha.

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— Você é Kamov? Foi me dito que viria, eu sou o responsável por guiá-lo enquanto estiver conosco. Comece falando sobre suas qualidades e tudo que sabe sobre ninjutsus e fuinjutsus. Não fique acanhado. — Um senhor, com um avental branco e uns óculos fundo de garrafa, com um aspecto um pouco duvidoso, se aproxima de mim, demonstrando que já estavam à minha espera e fazendo algumas perguntas. - No que toca às artes ninjas, tenho um grande conhecimento sobre Ninjutsu, é definitivamente a minha maior força, no que toca a fuinjutsus, pouco ou nada sei, porque não começa por me explicar ? - falo, num tom calmo e relaxado.

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As perguntas do cientista de certa forma me incomodaram. Ele não revelou o verdade propósito das perguntas, se eu estava ali como ninja eu tinha de ter habilidades em ninjutsu, era óbvio, não era para uma conversa que eu estava ali de todo. Estava a caminhar ao lado dele, num local que me pareceu um pouco mórbido e sei vida pois só um grupo restrito de pessoas com habilidades e capacidades estariam ali, não era um local comum de ninjas entraram para fazer alguma coisa, a menos que procurem algo específico, e enquanto estavamos a caminhar, ele dispara ainda mais perguntas: — Então és um perito, bom saber disso. É habilidoso com ninjutsu? Se considera acima da média ou apenas mediano? — olhei para ele de lado e respondi seriamente: - Acima da média. - No fundo do corredor por onde estávamos a caminhar, observo uma enorme porta, muito parecido àquela que encontrei na entrada do edifício, e assim que ela se abriu, um local mais estranho ainda foi revelado. — Essa é uma área e experimentos e cobaias, não se perca ou toque em nada. — olhei para as várias coisas com um ar de estranheza, não tinha de todo curiosidade em me aprofundar naquilo que se fazia por aqui, mas aquilo que iria ver mais tarde me surpreenderia ainda mais.


Caminhamos uns metros em frente, e foi com espanto que pude observar uma espécie de cabines, protegidas por vidro maciço, e dentro delas estavam criaturas que me custavam a descrever, já tinha visto muita coisa estranha por este mundo, mas aquilo que presenciei me fez repensar muita coisa, eu estava num local onde definitivamente não iria visitar muitas mais vezes.
Páramos mais à frente, numa bancada metálica, estava um estranho ser, os cientistas pareciam estar fazendo análises à fisiologia, esse tipo de coisas pouco ou nada me assustavam, mas não era algo que eu vi com muita frequência durante a minha curta vida, olhei para aquela cena sem demonstrar nenhuma expressão facial, apesar de não ter uma opinião formada pois não sabia para que objetivo eles estavam conduzindo este experimento, respondi à questão posta pelo cientista, olhando para o corpo: - Interessante... -

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Enquanto divagava eu olhava para o ser, e o cientista que me vai acompanhar ao longo deste processo diz-me: — Vamos ver se é bom mesmo em ninjutsus. Estimule os órgãos do espécime, precisamos ver se o corpo transmutado dele reage a intensa eletricidade ou caloria, consegue? — Ele queria que de alguma forma, eu fizesse o contrário do que eles estão a fazer, em vez de matar, teria de ter o máximo de cuidado e ressuscitar, se isso seria possível, o corpo dele. Ainda continuava em choque com o que estava a assistir, e não estava muito agradado com a ideia, mas se pudesse fazer algo pelo ser, iria dar o meu melhor.
Para estimular os órgãos, teria de ter o maior cuidado possível, estimulação a mais e poderia ser fatal, estimulação a menos poderia não resultar em nada, e para isso, tinha de me focar, as bases já estavam comigo, eu tinha relativamente um bom controle de chakra e graças aos meus últimos treinos eu acredito que poderia completar com sucesso essa tarefa.


Eu estava de lado na bancada, estava a observar o espécime de lado, mirando aos poucos a expressão do mesmo, era tenebroso, parecia que estava a sentir algo, dor talvez, mas era incapaz de se expressar, posteriormente encosto a minha mão direita levemente no corpo aberto dele, dada a minha maestria em Raiton e o meu bom controle de chakra, comecei por canalizar o mínimo de chakra Raiton possível pelo meu corpo, o suficiente para que eu conseguisse sentir uma leve fluidez ao meu redor de forma a concentrar posteriormente na minha mão. À medida que ia fazendo isso, o processo tinha de ser perfeito e meticuloso levaria alguns segundos, e depois de eu sentir que já estava no ponto, canalizei lentamente o meu chakra para a minha mão direita, começando por canalizar muito pouco chakra, e ia progredindo, à medida que o ser ia reagindo aos estímulos ou que o cientista dissesse algo de relevante, até lá, enquanto fazia isto, olhava para o espécime, tentando perceber as suas expressões.

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— Esse ser foi amaldiçoado com uma habilidade que age diretamente em seu sistema de chakra e constituição corporal. Aumente a intensidade de seus raios, quero ver se existe evolução. — o cientista explicou o porquê do espécime estar aqui, e o que estava a fazer com ele, agora percebi um pouco do objetivo deste experimento, apesar de não perceber os aspectos técnicos do tal... selo amaldiçoado, continuei a seguir as ordens.
Mesmo processo, antes eu mantinha a mesma quantidade de chakra a fluir pela minha mão, mas desta vez, fui aumentando gradualmente, acelerando a canalização de chakra e progressivamente aumentando a quantidade, na esperança de perceber alguma mudança a mais. Enquanto realizava o processo, perguntei ao cientista: - Que vantagens trás isso do... selo amaldiçoado ? - perguntei.

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Quando estava a realizar esta ligeira "operação" ao ser, o cientista explica: — Os selos amaldiçoados dão benefícios diferentes, mas aumentam bem os atributos físicos de seus usuários, assim como fornecem uma reserva de chakra. Mas em contra-partida, mutações no corpo ocorrem, e perdem parte do raciocínio. Queremos voltar a razão dele, se conseguirmos... Tem alguma sugestão? — fiquei um pouco intrigado, pois se o tal selo amaldiçoado dá benefícios tais como uma reserva de chakra, pergunto-me então o porquê de estar a testar no pobre ser, provavelmente estariam a realizar testes para verificar se é de alguma forma compatível com um ser humano, mais propriamente na profissão de ninja. Tais benefícios como os atributos físicos e chakra adicional soaram-me apelativos, estava a gostar d que estava a ouvir e por momentos considerei perguntar se eles já testaram isso com humanos.


- Hm... Eu não sou propriamente um cientista ou um ninja, tampouco sei as especificidades por detrás dos selos amaldiçoados e por isso creio que o meu conhecimento não se aplica aqui... De qualquer das formas, é viável um ninja possuir um selo amaldiçoado ? - perguntei, estava a pensar nos benefícios que isso me traria para uma batalha, coisas inesperadas acontecem, e nesses casos é sempre bom ter uma solução extra.

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— Teria interesse em participar de uma pequena experiência? Não irei mentir, você poderia morrer com a força do selo, mas se sobreviver, as chances de se tornar uma máquina de matar mais mortal é alcançável. — assim que o cientista disse isso, os meus olhos automaticamente brilharam, ele fez questão de mencionar que há riscos implicados, inclusivamente riscos fatais, mas mesmo assim eu estava disposto a traçar esse caminho, já tinha passado por tanta coisa e este seria só mais um obstáculo para aquilo que eu queria. Eu acredito que o selo funcionar num corpo humano ou não, não dependeria exclusivamente de pura sorte, pelo que percebi grande parte das chances de resultar dependeriam só de mim, e eu gostava disso, caso desse certo seria isso cairia nas minhas costas, e por isso, não demorou muito tempo até eu dar uma resposta afirmativa ao cientista.


- Quando é que começamos ? - olhei para ele, e calmamente pergunto se é possível começar imediatamente essa fase de introdução do selo amaldiçoado no meu corpo, eu já tinha percebido que ele tinha particular interesse em fazer isso em ninjas, visto que o selo amaldiçoado assentava perfeitamente no modo de vida deles, e por isso eu estava pronto para o que o cientista ia fazer.

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Eu estava ainda operando no espécime, e de repente o cientista vira para mim e fala: — Existe formas diferentes de contrair o selo. Antigamente era infectado diretamente com a aplicação da maldição, mas depois de anos de testes, conseguimos causar uma mutação, quando alguém mantém contato com o sangue e órgãos expostos de seres já infectados, ele tem uma porcentagem de contrair a maldição em 90% das vezes. — não sei o que se passou, mas num instante senti alguém a tocar na minha nuca, e com uma força descomunal empurrou o meu rosto contra o espécime, o que me fez apagar.


Não fazia ideia de quanto tempo tinha passado, podiam até se ter passado dias, e também não fazia a mínima ideia do que me tinham feito entretanto, segundo o que o cientista disse, este é um dos modos para aplicar o selo amaldiçoado, mas notei demasiado agressividade nas intenções dele.
Quando dei por mim, estava dentro de uma baia constituida por vidro grosso, esforcei-me mas não consegui fazer com que o vidro partisse, sentia uma dor enorme na nuca, o que fazia com que seja impossível para mim usar algum tipo de técnica.


— Precisamos deixa-lo contido para não alastrar a maldição, seu corpo começará a ter problemas, febre, dor muscular, vômito, manchas escuras pelo corpo, tente manter a consciência o máximo de tempo, circule seu chakra e proteja seu organismo, se a maldição vencer, você ira morrer. — resumidamente o que o cientista me disse foi que estava entregue ao meu próprio destino, sobreviver ou morrer dependeria de mim, ele até me deu umas dicas, mas eu não fazia a minima ideia dos processos que o meu corpo estava passando ou quanto tempo durava. Depois disto o cientista se afasta com os seus colegas, e eu fiquei ali sozinho, tinha os pensamentos a mil, não podia relaxar enquanto aqui estivesse, a minha prioridade máxima é sair deste laboratório ileso e com o selo no meu corpo.


Eventualmente os sintomas que o cientista referiu começaram a aparecer, já faziam alguns minutos que eu sentia o meu corpo quente, estava a suar, o que não era normal deste jeito tão repentina, e com isso as dores musculares também apareceram, manter-me em pé era um sacrificio enorme, por quando perna que levantava consumia-me imensa energia, pelo meu corpo começaram a aparecer manchas escuras, o que condizia com tudo aquilo que o cientista disse. Para além disso, ele deu as dicas para circular o meu chakra e proteger o meu organismo, não sei o que ele quis dizer com isso mas eu teria que dar algum jeito para me controlar.


Todos os sintomas estavam a acontecer ao mesmo tempo e parecia que a qualquer momento eu ia ser dominado e falecer, estava completamente exausto fisica e mentalmente. Fiquei alguns segundos tentando esquecer que a dor estava acontecendo, mas a certo ponto parei de me resguardar do medo da morte, e peguei e encarei o touro de frente, as manchas que me apareciam pelo corpo iam-se alastrando até cobrir o corpo inteiro, presumi que eu não podia deixar que isso acontecesse, e como pedia comecei por fazer circular o meu chakra pelo meu corpo, mas algo parecia que estava mal, diferente das outras vezes onde eu conseguia fazer o meu chakra fluir, desta vez parecia que algo estava bloqueado, e caso continuasse deste jeito significaria o meu fim.


Apesar das dificuldades acrescidas que estava a enfrentar, teria que dar algum jeito pelo meu próprio bem, e com todas as minhas forças, eu que estava sentado na baia, completamente resignado, me levantei, e me fiz perceber que se eu quisesse e com aquilo que chamam de força de vontade, iria superar esta fase, e então, com os joelhos flectidos, punhos cerrados e dentes a ranger, deu o meu máximo para impedir que as manchas negras me dominassem, o que me fez fazer circular o meu chakra com a maior velocidade que podia ao mesmo tempo que libertava toda a minha força através das cordas vocais, o que me fez soltar gritos de dor intensos. Estava a custar imenso, parecia que tinha algum bloqueio, mas eventualmente após muito suor e lágrimas as manchas pararam de se alastrar à medida que eu exteriorizava aquilo que estava a sentir, mas as dores e todos os sintomas continuavam, parecia literalmente que estava ás portas da morte, e durante muito tempo tentei me manter consciente e focado, caso eu simplesmente desistisse e deixasse a dor e o cansaço tomarem conta de mim eu já sabia o que me ia acontecer. Aquilo que percebi ao fim de algumas horas ali trancado lutando contra o meu próprio corpo, foi que o selo amaldiçoado não é algo automático, como um simples botão, é algo que interage connosco, e com o nosso interior, o que me fez acreditar que desde que eu me mantenha calmo, focado e me esforçasse conseguia no mínimo segurar os sintomas e ficar vivo.

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— Sabia que não tinha te julgado mal, agora vamos cuidar para que se recupere. Você tem um poder inexplorado, venha mais vezes para cá e descobriremos juntos o seu potencial. — o cientista se aproxima da baia e profere estas palavras, eu estava tão exausto ao ponto de querer socar o homem e não conseguir, nem era capaz mesmo de me colocar em pé para sair daquele local, por isso, fiquei só a encarar o homem, era notório a expressão de felicidade que emanava do homem, aposto que ele também não acreditava que eu conseguia sair daqui vivo, provavelmente ele era o único.

O grupo de cientistas que estava com ele num auto de solidariedade com um guerreiro me ajudaram a levantar e me colocaram num quarto que eles tinham por lá, o que aconteceu automaticamente foi que adormeci que nem uma pedra, de tão exausto que estava. No dia seguinte, levanto da cama com os meus próprios pés, e com a mesma postura que entrei no laboratório, também saí, em direção a casa.

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