Era a primeira missão de Amargo como um shinobi de Kumogakure no Sato. Iria desde cedo sentir o que era a nação shinobi, a união entre ninjas. Aquela missão seria em parceria com um membro do clã Aburame, seu nome era Nazo. Seu colega era completamente diferente ao aspirante a herói, começando pelo seu top knot bem arrumado, que contrastava com os óculos escuros que usava. Sem se esquecer de toda a sua vestimenta que cobria todo o seu corpo, só mostrava a boca e olha lá. Os dois pareciam diferentes, Amargo em uma primeira abordagem se questionava o quanto poderia aquela missão correr bem.

Não tinha que temer, estava na sua aldeia e era uma missão de nível D. Problemas? Deveriam ser poucos. Perdido nos seus pensamentos, devido a um temível silêncio da dupla, chegou ao Quartel de Kumogakure. Os detalhes mostravam o orgulho da arquitetura da aldeia e o cuidado intenso. Os portões eram enormes, abertos, mostravam toda a grandiosidade do edifício. Amargo apontou para o Tokubetsu Jounin responsável mostrando que aquela era a pessoa que eles procuravam: Goulart. Seu colega de missão não perdeu mais tempo e ultrapassou o usuário de Jinton abordando o homem. Queria rapidamente terminar aquela missão e reaver a herança do seu clã. – Nós estamos aqui. Prontos para tudo. – Afirmou seu aliado

– Eu sei que estão, obrigado por virem. – Agradeceu o homem, repondo as vestes, virando o corpo para a dupla. Sem esperar alguma fala dos demais começou depositando as informações que poderia ser importante para a missão. Primeiramente começou revelando o nome do jovem que estava implícito naquele pequeno, grande, crime contra o clã Aburame e todas as informações: Como morada, idade e tudo que a ficha de inscrição poderia revelar. Satoshi era o alvo. Satoshi era o nome do garoto que eles iam ter de chamar a atenção e recolher os pertences roubados. Toda a informação estava dada. – Boa sorte. – Desejou o funcionário com um sorriso de orelha a orelha. A dupla rodou-se nos próprios calcanhares e seguiram caminho para o local indicado.

– Todos estes itens roubados tem algo em comum. – Comunicou Nazo ainda analisando o formulário que o Tokubetsu tinha entregado para a dupla. Amargo deu toda atenção ao Aburame. – Todos estes itens remetem para as técnicas mais utilizadas dos Aburame. – Declarou Nazo olhando para os itens e com seu conhecimento percebeu das funções que elas desempenhavam. – Qual será o motivo que o fez roubar os pergaminhos? – Comentou Amargo em espécie de pergunta. Gostaria mesmo de saber.

Chegaram ao destino: A casa de Satoshi. Era uma casa pequena e normal em Kumogakure, com apenas um andar, janelas grandes e que iluminavam bem o interior. Amargo rapidamente espreitou e viu que lá estava uma mulher preparando algo na cozinha e presumiu que fosse a mãe do garoto e revelou ao seu colega que não havia sinal de Satoshi. Nazo fez um sinal com a palma da mão para Amargo mostrando que devia ser ele a bater à porta. Suspirou e lá bateu. TOC. TOC. TOC. Três batidas secas e rapidamente a porta foi aberta. – Em que posso ajudar, queridos? – Perguntou a senhora com um olhar querido e com um sorriso natural. Amargo sentiu mais confiança.

– Bom dia. – Começou expressando também o seu melhor sorriso. – O meu nome é Caramelo e tenho comigo a companhia de Nazo, e estamos aqui em serviço de Kumogakure e do clã Aburame da Aldeia. – Revelou a missão, sempre tentando dar o melhor sorriso correspondendo a "fresca" imagem que a senhora transmitia. – Temos informação que aqui vive o shiniobi Satoshi, sinto em informar que ele é o suspeito por roubar os pergaminhos das técnicas do clã Aburame. – Naquele momento a expressão da senhora transfigurou. O sorriso deu lugar a uma cara mais fechada e o olhar quase que perdeu a luz. Afastou-se da porta e deu sinal para eles entrarem. Nazo ficou um tanto ou quanto reticente, mas Amargo não perdeu a oportunidade e entrou. O shinobi de Kumogakure não teve alternativa e entrou calado.

A mulher debruçou-se na mesa com um olhar triste. – Ele está mudado. – Comentou a mulher com a voz embargada. Naquele momento Amargo abriu um pouco a guarda e se aproximou da mãe de Satoshi, até porque ela falava num tom muito baixo. – Ele se tornou agressivo. Ainda no outro dia eu perguntei do que se tratava os pergaminhos e ele gritou comigo dizendo que esses pergaminhos seriam o nosso futuro. – A dupla então chegava ao entendimento que a mãe não estava por dentro do assunto e também já tinha feito pressão ao garoto. O que aumentava as dúvidas sobre esta missão e o seu interesse. – Eu nem sei que pergaminhos são, e ele nem ao menos pode se queixar de falta de dinheiro, ele tem uma mesada fixa e eu nunca faltei com ela. – As lágrimas começavam a escorrer da cara da mulher, não aguentando a pressão. Amargo se aproximou dela e colocou um pano branco bem em sua frente, mostrando todo o seu cuidado. Nazo permanecia calado, mas foi então que tudo mudou: Um estalido na porta anunciou que alguém tinha entrado. Era Satoshi.

Percebendo que tinha visitas na casa, e talvez percebendo a finalidade das visitas, uma kunai saiu rapidamente da sua mão em direção a Nazo o que estava mais distante de sua mãe. Amargo foi o mais rápido devido a toda sua agilidade aguçada e se colocou à frente do seu companheiro e com a sua Kunai afastou a mesma. Nazo não esperou mais. Num movimento rápido, apareceu perante o seu oponente e deferiu um bom golpe na face do lado esquerdo de Satoshi fazendo com que o garoto perdesse o equilíbrio. Amargo já estava em movimento. Rápido e Ágil chegou bem perto do garoto, conseguindo a retaguarda, e aplicou uma cotovelada em suas costelas, que causou alguns danos no chão da casa e nas costas do garoto principalmente. Nazo começou a caminhar lentamente, acabando por colocar um pé em cima do peito do garoto. Olhou para ele e percebeu seu sorriso irônico, como se tivesse tirado um peso de suas costas. – Conte-me tudo que sabe. – Disse o membro do clã Aburame, onde claramente havia um conflito de interesses, Amargou interviu. – Nossa missão está terminada, pegamos o suspeito e recuperamos os pergaminhos, resta agora levá-lo para o quartel general para interrogá-lo. – Interveio, com sua mão nos ombros de Nazo, colocando um término aquela ação e levando o suspeito e os pergaminhos com eles.