Estava a entrar, calmo e sereno, quando sou interrompido por 2 ninjas, me levaram à força, pegaram nos meus braços, e os dois me levaram até uma sala, parecia uma cena de interrogatório, quando fui sentado na cadeira, tinha uma luz que ofuscava a face de alguém que eu não sabia quem era, apenas o vi a aproximar-se. — Kamov, o quão familiarizado com a vila oculta da folha você é? — A pergunta me apanhou desprevenido, eu moro na vila da folha desde que nasci, e por isso era claro que eu estava familiarizado com a Vila, a pergunta não fazia sentido, pelo menos eu achava isso. - Estou bastante familiarizado, moro aqui desde sempre. - respondi, um pouco receoso do que isto tudo se tratava.

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Estava sentado na cadeira, impossibilitado de ver quem era a pessoa que me estava a interrogar, mas pela assertividade com que fazia as perguntas deu-me a entender que era alguém de alto escalão, não era um simples Genin ou Chunin que me levaria para uma sala para fazer este tipo de perguntas. — Quando pergunto isso quero saber se conhece os lugares mais afastados, esconderijos, o submundo da folha. Se precisasse colher informações que não querem que descubra, saberia os locais exatos para achá-las? —  Perguntou. - Acredito que nunca vi as faces obscuras de cada Vila, não me aventuro por essas questões, nem nunca tive a curiosidade de o fazer, sei que existem mas nunca tive necessidade de recorrer a elas. - respondi calma e pausadamente. Por momentos pensei que se fosse realmente uma missão seria algo grande, nunca ninguém me tinha feito este tipo de perguntas, não neste contexto e ocasião pelo menos, o que me deixou bastante intrigado, pois pela primeira vez poderei de ter de entrar em contacto com os podres da Vila, algo que seria impensável para a vida que eu tinha anteriormente. — Se considera uma pessoa com boas conexões? - perguntou de seguida. - Não. Sou alguém que faz o necessário nos diferentes contextos onde estou inserido. - Respondi enigmaticamente, desconfiei bastante das perguntas, provavelmente o ninja que me estava a interrogar sabia de coisas que eu não sabia, apesar de eu não saber de nada, nunca iria dar uma resposta politicamente correta, não até saber do que isto se tratava.

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A todo o momento e com todas as perguntas que o homem me fez, a única ilação que eu podia tirar era que o trabalho era de tal gravidade ao ponto de eu ter de ser de certa forma interrogado para realizar uma missão, quando o homem proferiu as seguintes palavras, finalmente percebi do que se tratava. — Tudo bem. Existe uma pessoa suspeita no alto escalão da vila e você terá que descobrir se as suspeitas se confirmam ou são apenas boatos. Não preciso dizer que precisa ser discreto se quer manter sua vida curta. — O tom de voz do homem não me pareceu agressivo nem tampouco irritado, provavelmente ele nem se importaria se eu morresse, o que não estava nos meus planos, mas agora percebi com clareza o nível de ameaça que esta presente, esta provavelmente será a missão mais difícil e com mais possibilidade de eu cometer um erro que todas as outras, em momentos, irei estar lidando com pessoas com passado e histórias diferentes, uma coisa é sabido por todos os habitantes deste mundo, é impossível deduzir lógica atrás do pensamento das pessoas, pessoas são imprevisíveis, e quando se fala em um possível traidor, as coisas pioram naturalmente.


Máximo sigilo e secretismo, o ninja fez questão de sublinhar isso, acontecesse o que acontecesse, isto não podia sair da sala, independentemente se alguma coisa me acontecer, jamais ninguém poderá saber o real objetivo da minha partida, e por isso, o ninja colocou uma pasta com papeis em cima da mesa e abri. — Esse homem da foto gosta de frequentar dois bares, Coyote Bar e Mãe Chora Aqui, e são duas espeluncas com o pior da folha, você pode precisar ir lá espionar as ações dele ou perguntar, sem levantar suspeitas, sobre as ações dele. Em suma, quero saber a quem esse cara é leal. — Escumalha, a primeira impressão quando olho para a foto do ninja, nada de bom poderia vir dele, mas para ele se ter tornado Jounin é alguém diferenciado, há várias incógnitas aqui, e aquilo que eu irei fazer será um autêntico tiro no escuro, mas mesmo assim, se é necessário faz eu faço.
Juntamente com a foto, tinha dados essenciais, características psicológicas, está referenciado por falar sempre com muitas mulheres, um grande especialista em Ninjutsu, ou seja, teria um ponto de partida. Nos ficheiros, também havia referência a supostos encontros entre ele e gente que era estranha às redondezas de Konoha, o que pode indicar obviamente traição, mas que existe grupos, grupos que têm em mente algo, e alguém tem de perceber até que ponto isso se enraíza na própria Vila.


Ao fim de todo aquele tempo na sala, sem nunca ver a cara dos homens, provavelmente eram altíssimo escalão, me puseram fora do edifício da Hokage, o que deu oficialmente início à minha missão, eu realmente nunca me tinha aventurado por esses lugares, nunca fui uma criança que procurasse extremos, sempre estive na minha, treinando, fazendo missões, e por isso nunca tive tempo a perder em bares, nem nunca quis conviver em ambientes desse género, e, eventualmente, perguntando a moradores da Vila, descobri a localização dos 2 bares. Eu tinha sido interrogado, ainda era de dia, e por isso, não queria fazer uma infiltração em plena luz do dia, uma infiltração teria de ser algo feito às escuras, máximo sigilo e responsabilidade, e portanto, horas se passaram, e a noite finalmente caiu, era por volta das 01:00 da manhã.


Dirijo-me até à localização dos 2 bares, mas cerca de 100 metros antes de me aproximar deles, me coloco num beco, e nas escuras, realizo uma transformação, eu sabia que se entrasse num bar que era famoso por ser frequentado por escumalha, eu iria ser muito mal visto, eu não tinha de perto o aspeto desses brutamontes, e por isso, realizo os selos necessários e realizo um Henge no Jutsu. Mudei totalmente as minhas características físicas, baseei-me na aparência de bandidos que tinha enfrentado em missões anteriores, tinha um colete normal com um capa suja e desfeita cobrindo os meus braços, a minha cabeça e as minhas costas até ao tornozelo, teria também cicatrizes na cara, uma ao redor do meu olho direito, e uma que atravessava o meu maxilar direito, finalmente estava pronto e aparentava ter aspecto de alguém que conhecia o local que iria entrar.


Saí do beco, e fui em direção ao Coyote Bar, com passos lentos mas vigorosos, transparecendo confiança e arrogância, do lado de fora, não era possível observar quase ninguém, pelo menos não o ninja que eu procurava, tinha bem em mente quem era e de como encontrá-lo, e por isso, entrei dentro do Coyote Bar.

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Assim que adentrei pelo bar percebi o nível que pessoas que estavam por lá. Homens grandes e largos, provavelmente bastante perigosos, a minha única precaução era não levantar suspeitas, daí uma mudança na postura e atitude seria necessária, não era o meu objetivo brigar com alguém, visto que eu não sabia se haviam grupos ou eram pessoas isoladas, a partir de agora máxima responsabilidade e máximo critério, à mínima falha deitaria a minha investigação para fora.
Alguns homens se regozijavam ao ver as mulheres dançando, a maioria estava consumindo bebidas alcoólicas, a maioria já bêbedo, o que aumentaria ainda mais as tensões caso algo fosse errado, uma coisa era real, e apesar de ser um estereótipo, todas as pessoas dentro deste bar aparentavam ter faces carregadas de negativismo, nada de bom poderia vir de algum deles, mas mesmo assim, teria de pelo menos avistar o meu homem.
Estava caminhando pelo bar, até que de frente surge um ninja. — O que está fazendo novato? Aqui não é lugar para você! — Era sem dúvida a pessoa que procurava, as características físicas coincidiam com os dados que eu possuía, apesar de ter levado uma cabeçada, era imperativo que eu não deixasse as minhas emoções tomaram a minha lógica, eu não poderia em caso nenhum levantar suspeitas, e como eu já tinha antecipado, como eu seria um novato, iria ser mal recebido.


O homem estava com 3 homens, todos com um aspeto reprovável, como eu já tinha pensado antes, eu não poderia ter a certeza se ele estava sozinho ou se havia grupo, e com isso, tirei minhas dúvidas, provavelmente os homens estariam com ele, e defenderiam ele caso algo desse errado, o que sublinharia ainda mais a minha estratégia, teria de passar despercebido e evitar o confronto, até porque se eles forem talentosos nas artes ninja, o único que poderia sair magoado era eu. O homem seguiu para as portas do fundo, juntamente com os 3 capangas, não tinha a noção daquilo que iriam fazer ou até por onde iam, o único problema aqui, é que eu ja tinha sido avistado por ele, ou seja, se ele verificasse a minha presença noutro local onde ele estivesse, iria levantar alarme máxima, pois ele iria pensar imediatamente que eu o estaria a seguir.


Tive de reformular alguns aspectos da minha estratégia, a linha de ação continuava manter-me anónimo, e como já fui avistado, segui para fora do bar, se não fosse interrompido por alguém, me dirigia alguns metros para fora, o suficiente para que ninguém me avistasse, e então realizaria os selos necessários e criava um único clone, igual a mim. A partir deste momento, como eu já tinha perspectivado, o homem não me poderia ver, não na forma como eu estava atualmente.
Por isso, o meu clone, realizaria os selos necessários: - Henge! - A forma que ele iria assumir era de um morcego, um ser pequeno, ágil, e a sua fisiologia era bastante importante para a tarefa que viria a desempenhar. Conseguia cobrir uma grande distância dos céus, e mais, seria difícil de detetar e passaria despercebido, pois morcegos são comuns de noite, ainda por cima vindos de lugares como aquele.

Depois do clone assumir a transformação, ele sobrevoou um pouco a área, indo até às portas do fundo, numa posição onde ele se poderia esconder, seja numa árvore, num arbusto, ou até no topo de um poste ou edifício, o suficiente para ele não ser avistado e ter uma visão do alvo, eu, o verdadeiro, me afastaria do local, indo em direção a algum beco, o suficiente para que ninguém me pudesse ver, caso alguém viesse ter até mim, o clone (morcego) viria em meu auxílio, se isso não acontecesse, o clone manteria as suas tarefas.

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O meu único e puro objetivo em estar ali, era somente perceber os contornos dos planos do Jounin e do seu amigo, qualquer hipótese de confronto físico tinha de ser eliminada da equação, a penumbra daquele local ajudava-me nesse sentido, a única coisa que tinha de manter era a minha postura e aparência. Quando me sentei ao lado daqueles dois, percebi que eles estavam a falar mais alto que o normal, como se aquele tipo de conversa fosse habitual num local daqueles, parecia mesmo que eles não se importavam com quem ouvia, porque de certeza eu não fui o único, e enquanto eles falavam, mantive a minha postura, mas o teor da conversa deles assustou um bocado. Não consegui perceber o plano exato, mas fizeram menção à segurança, disseram que estava a ser apertada, ou seja, deu a entender que o que quer eles estejam a planear, já há medidas preventivas em ação, o que me deixou de certa forma mais aliviado, mas faltava saber o mais importante, que plano era, e que arma ele falou. — O cronograma não pode demorar mais, posso enviar ajudantes para lidar com esse problema de segurança, quem tem que sumir? — O ninja que estava com o meu alvo falou em ajudantes, o que me fez perceber que o plano deles envolveria muita gente, provavelmente grupos, e dada a segurança reforçada que ele falou, ele dispôs-se a ajudar com isso, matava se assim fosse preciso. — O líder, e os que estão abaixo dele. Bem possível que ele tenha recrutado mais alguém. — Finalmente falou de um possível alvo, o ninja que eu estava a investir mencionou o líder e os subordinados, provavelmente referia-se à ANBU, o que demonstra que eles já sabiam que poderiam estar a ser investigados por eles.


— Quais são as chances de ter sido seguido até aqui? — falou o ninja acompanhante. Nesse momento, ambos miram o bar inteiro, olham para as pessoas, apesar de não conseguirem ver quem eram, escaneando o local numa possível eminência de espionagem, quando eles começam a olhar, eu dou mais um gole pequeno, somente para manter aparência e dar a entender que eu estou ali por mero acaso, caso me descobrissem, provavelmente iria ter bastantes problemas. Caso tudo corresse normalmente, eu manteria a minha posição, tentando escutar mais da conversa.

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Aos poucos e poucos ia captando a conversa que os dois iam tendo, mas quanto mais tempo ficava ali, mais as suspeições recaiam sobre mim, teria de estar preparado em caso de uma eventualidade, e essa seria eu ser descoberto. Mal o ninja que estava com o meu alvo deixou no ar a questão sobre ele estar a ser seguido que o radar do meu alvo rapidamente recaiu sobre mim.
Consigo reparar que o bartender foi até eles, e houve uns sussurros, foi isso que rapidamente me deu o alerta que algo estava errado. — Estou indo, me avise se tiver mais problemas. — o ninja que estava com ele sai do local, e imediatamente após isso, o meu alvo caminha vagarosamente até mim: — Boa noite amigo, acho que nos conhecemos mais cedo, não? — Fiquei surpreendido pela atitude, eu já sabia que isto poderia acontecer, ele já me tinha visto no outro bar e suspeitou imediatamente que eu o estivesse a seguir. Enquanto ele me falava, eu continuei a olhar em frente mas ao mesmo tempo atento ao Jonin, tinha de manter a minha postura, e por isso, tiro sorrateiramente uma bomba de fumaça e seguro ela com a minha mão direita escondida no meio das minhas vestes enquanto continuava a segurar o copo que me acompanhava. - Vá embora... - respondi, com um tom de voz grave e calmo, na tentativa de demonstrar postura mas ao mesmo tempo não me expondo em demasia. Na eventualidade do ninja se tornar agressivo, eu soltaria imediatamente a bomba de fumaça no chão, e desaparecia por meio do fumo, saindo pela porta de entrada, ou até atravessando uma janela.

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Parecia que a minha infiltração estava no seu fim, as minhas tentativas de investigar revelaram-se curiosas, descobri uma conversa, mas em contra-partida, eu próprio fui descoberto. Quando o Jonin veio até mim, rapidamente percebeu que eu estava num lugar que não devia estar, e isso alertou ele. Num momento de exaltação, ele tenta me agarrar pelos colarinhos, o que rapidamente despertou a minha atenção e me fez largar a bomba de fumaça, e com isso consegui sair do bar, mas para meu espanto, quando eu penso que estava livre dele, o amigo que eu também estava a ouvir a conversa, estava do lado de fora, parecia que tinha sido tudo combinado. — Essa noite está estranha, encontrei outro inseto. — Nesta altura não podia evitar confronto físico, estaria a correr risco, e a minha única opção seria lutar, esperando que por ventura, eu não seja o único a investigar o ninja.


O amigo dele, avançou na minha direção, desembainhando uma espada, com o objeto de, provavelmente, me matar. Estava numa posição delicada, estava 2 contra 1, e não teria hipótese de ter uma luta justa, e portanto, tive de recorrer ao meu arsenal de jutsus para de certa forma me livrar desta situação. Assim que vejo o homem desembainhar a espada, realizo um único selo, fruto do meu treino de elemento, e coloco a minha mão no chão, criando uma onda de eletricidade que se estende ao meu redor, qualquer um que entrasse seria pego, e era isso que eu queria, afastar eles de mim.


Caso a minha estratégia com este jutsu não funcionasse, levaria novamente uma bomba de fumaça ao chão, tentando confundir os meus inimigos.
 

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— Use a cabeça, precisamos da informação. — alguém falou, provavelmente foi a mesma pessoa que veio em meio auxílio. O Jonin, que estava contra mim, tinha noção que se eu morresse parte da informação que eu captei também ia embora, e por isso era imperativo que de alguma forma eu sobrevivesse. Usar jutsus estava fora de questão, não sei utilizar técnicas só com uma mão, nada das minhas ferramentas ninja surtiam efeito, o meu objeto era fugir e vivo de preferência.


Aquilo que fiz rapidamente, dada a qualidade dos meus treinos recentes, foi tirar uma kunai, uma a uma, e sucessivamente concentrado chakra raiton aumentando o poder destrutivo da mesma, por cada kunai atirava a minha mira era as bases do bar, o meu objetivo era fazer o bar cair com o Jounin lá dentro, e por isso, atirei 5 kunais usando o mesmo método.

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