A realidade de Yuu agora estava totalmente diferente, dando uma volta de 180º e o jovem se encontrava sozinho, não podia contar com a ajudar de ninguém. O frio da noite atingia seu corpo, a lua cheia tomava conta de todo o céu escuro não deixando as estrelas brilharem. A coruja branca e sem vida sobrevoava todo o país do arroz. Ser capaz de criar um ser inanimado era deveras funcional, não precisava parar e podia percorrer centenas de quilômetros sem se preocupar com a condição da criação. Sem pestanejar, depois de rondar por muito tempo sobre uma área de mata fechada, a coruja deu um rasante e pousou em uma pequena clareira, ficando em pé sob uma grande árvore. Não tinha psique ou raciocínio, mas ficou parada ali e observava seu dono com interesse artificial.

Shin tinha afinidade com sua nova kekkai genkai, mas queria aprimorá-la ainda mais. Sabendo das mais variadas vertentes, sendo um "elemento" capaz de defender e atacar ao mesmo tempo, precisava melhorá-lo ainda mais e sabia exatamente como fazer isso. Uma recordação não muito antiga da época que frequentou a academia ninja de Iwa, lembrou de uma palestra na semana do saco cheio de um ninja explicando sobre maestria elemental. — Posso ser um mestre, diminuindo a quantidade de chakra que uso para conjurar minha técnica, e acelerando seu tempo de criação, deixando quase que instantânea. Se me lembro bem, isso se chama perícia sobre o elemento. — O ninja renegado havia lido alguns livros sobre a satetsu e seu conhecimento sobre o assunto não era pouco, para despertar a perícia e assim alcançar a maestria não deveria ser muito difícil. [...] — Vou sair daqui, só mais um pouco de treino. — As roupas encharcadas de suor mostravam o empenho em melhorar suas habilidades, a satetsu na cabaça do mal presa as costas de Yuu se movia como uma serpente negra, a manipulação estava sendo conduzida de maneira fácil, mas precisou de muita dedicação para que o jovem atingisse tal performasse. Sua perícia se dava basicamente pelos fundamentos teóricos que tinha adquirido de livros e da tentativa e erro ao começar a manipular a areia negra, conseguindo depois de duas horas de treino. Não esperou seu corpo esfriar, pulando sobre as costas da coruja e levantando alto voo (70m de altura) para um lugar desconhecido dentro do país do arroz.
 
HP: 13OO/13OO | CH: 1981/2OOO | ST: OO/O8    ARGILA: 118OO/12OOO | SATETSU: 3OOO/3OOO

A coruja de argila estava parada sobre um galho de árvore enquanto Shin estava quieto dentro do restaurante, comendo sua refeição e prestando atenção nas conversas dos clientes. Tinha que reunir o máximo de informações do país do arroz, e a aparência de todos ali delatavam que eram trabalhadores, mas algo chamou a atenção do renegado. Dois homens velhos com uma quantidade razoável de bagagens conversavam de forma áspera com alguns xingamentos entre eles. Yuu ficou observando e não demorou muito para descobrir o porque do atrito. Os dois eram médicos e não concordavam em um diagnóstico, como forma de se aproximar e tirar proveito, o ninja levantou-se e caminhou lentamente para o balcão para pagar a refeição, e "sem querer", esbarrou nas bagagens e as derrubou. Muitos livros médicos foram espalhados pelo chão e a discussão parou de imediato. — Me desculpe senhores, eu vou pegar tud... Isso são livros de medicina e corpo humano? Que legal, eu sempre me interessei, mas sou pobre e não consigo comprar livros assim, tão complexos. — Se fez de coitado, segurando com firmeza o livro contra o peito. Os dois velhos se entreolharam e pareciam ter chegado em um comum acordo, na verdade, uma nova disputa começou. A briga para quem daria os melhores livros para Yuu se iniciou, com o renegado olhando com surpresa para o acontecimento, não demorando para sair com mais de 1O exemplares de presente.

Os próximos dias foram passados imersos na leitura e compreensão de novos conhecimentos, coisas que nunca haviam sido estudadas por Shin, o que dificultava seu aprendizado, porém, ele não tinha tanta presa para concretizar essa parte de seu plano, precisando do conhecimento sobre o corpo para melhorar suas próprias habilidades e conhecer a si mesmo. [...] Dias aproveitados ao máximo com o estudo em meio a um acampamento precário no meio da mata densa foi o bastante para o nukenin se considerar  um iniciante nos caminhos médicos. — Agora preciso encontrar mais livros e reler os que ganhei. Muitos conceitos e palavras complexas, para melhorar, talvez precise de um mentor ou só mais tempo. Porém, não passarei dificuldades enquanto tiver essas publicações para consultar. — O jovem pegou um punhado de argila e depois de mistura-la com chakra da boca na palma de sua mão direita, criando a figura de uma coruja branca, e sem perder muito tempo e com um selo, deu "vida" a escultura, pulando para suas costas. — Preciso reabastecer a argila, e comprar uma espada. — Yuu acreditava que havia chegado a hora de ir até a cidade principal do país do arroz, mas tinha um plano de como agir nesse caso. A ave levantou voo e atingiu os céus a uma altura grande (80m), seguindo a direção do centro do país.
 
HP: 1375/1375 | CH: 21O4/2125 | ST: OO/O8    ARGILA: 1175O/12OOO | SATETSU: 3OOO/3OOO

Yuu estava bastante familiarizado com suas linhagens sanguíneas ao ponto de manipula-las como bem entendesse, e quando se trata da areia negra armazenada na enorme cabaça que traz consigo, sua perícia é maior. Consegue usa-la com apenas um pensamento e moda-la da forma que bem entender. Em suas leituras começou a pensar em outras formas de utiliza-la e um jeito veio em sua mente. — A densidade e defesa da areia de ferro é maior que doton e não sofre das fraquezas que a terra, obstruindo o raiton. Minha visão é de um humano normal, então uma boa forma é usar a areia para proteger os ângulos que não posso ver e me prevenir de um ataque sorrateiro. — Shin não precisou de muito para fazer a areia se agitar dentro da cabaça e sair e flutuar no ar, com uma leveza que não corresponde a solidez dos grãos. — Criando uma esfera ao meu redor seria a maneira mais fácil e rápida de bloquear ataques que não vejo. —  A areia começou a envolver o ninja em um casulo esférico e o deixou em um mundo de completa escuridão, porém, sem brechas para ataques externos atingi-lo. 'A esfera me serve como defesa, mas ficando preso aqui, não tem como eu atacar. Pode ser usado como uma defesa absoluta, só que preciso atacar ao invés de simplesmente me esconder.' 

A esfera começou flutuar a 3 metros do chão e outra quantidade de ferro foi acumulada logo abaixo da técnica, originando uma mão negra grande o suficiente para segurar a esfera negra. — Qual o poder? — Curioso para aprender, Yuu mentalizou a bola sendo arremessada e a mão negra agarrou e com força e velocidade lançou o jovem dentro da esfera. A velocidade e poder de destruição da técnica causou a queda de várias árvores, assim como buracos no chão causado pelo impacto da bola. — Isso é ótimo, posso usá-la tanto para defesa quanto atacar, além que ambas podem ser usadas separadamente. — Imaginou algumas hipóteses. Praticou por algum tempo, manipulando a areia negra para rodear seu corpo, colocando a maior parte dentro da cabaça, no entanto, partículas de satetsu continuavam a flutuar envolta do corpo de Shin, enquanto ele lembrava da sensação de pairar sobre o chão quando estava dentro da esfera, dando outra ideia, mas sabia que a dor em troca do sucesso seria o bastante para fazer a maior parte das pessoas desistirem. — Não existe almoço grátis. — Controlando minuciosamente a areia, os grãos se infiltraram dentro da vestimenta do garoto de madeixas negras e sem pensar muito no assunto, Shin forçou cada grão sob seu poder a penetrar sua pele e carne até entrar na corrente sanguínea.

A dor sentida era tão forte que Shin apertou os dentes ao ponto de fazer barulho, travando o maxilar. O fugitivo tinha plena consciência da areia dentro do seu corpo, é como uma parte de si mesmo e não teria problema em utiliza-la. O jiton controla o magnetismo e Yuu o rotacionou de forma a criar uma campo magnético igual o gerado pela terra, de súbito seus pés deixaram o chão e o mancebo teve problemas em manter-se estabilizado. Demorou muitos minutos para que conseguisse ficar parado em pé, poucos centímetros do solo. — Sinto meu corpo mais leve. Será que se eu me mover com essa leveza, minha velocidade não estaria maior também? — Shin impulsionou suas pernas contra o chão, mas não conseguiu tocá-lo, em contra-partida, os campos se repelindo foram o bastante para que seu corpo disparasse. A velocidade teve um aumento significativo, mas não ao ponto de ser tornar imperceptível. — Qualquer melhoria é bem-vinda. Não devo ser tão ganancioso. — Sorriu indiferente, satisfeito com os resultados obtidos.

HP: 1375/1375 | CH: 1975/2125 | ST: O1/O8 
ARGILA: 2O75O/21OOO | SATETSU: 3OOO/3OOO

Livros estavam empilhados sobre uma mesa no canto do bar, uma visão tão peculiar que causou incomodo e atraiu bastante atenção dos clientes. Nunca esperavam encontrar um estudioso imerso em páginas e mais páginas enquanto o barulho ensurdecedor do boteco se fazia presente, com brigas estourando periodicamente. Porém, nada parecia incomodar o jovem de madeixas negras, seus olhos sem vida moviam-se da esquerda para direita e não demorava mais que alguns segundos para a página ser virada. Umas pessoas tentaram incomodar o mancebo, tacando cerveja, pegando livros, querendo fazer-lhe companhia e todos acabaram da mesma forma, expulso do bar por uma areia negra depois de ter castigado bastante ao ponto de criar vários ferimentos em seus corpos. Depois de algumas cenas, as pessoas pararam de encher o saco de Shin, e apenas observavam de longe. Yuu nem mesmo dava um segundo olhar para aquelas pessoas, os tratava como passageiros, seres que não tinham nenhuma relevância na ordem natural do mundo, mortais necessários para as engrenagens simples rodarem. — Esses livros não são tão fáceis de entender. Nós vivemos sem se preocupar com muitas coisas, mas nosso corpo funciona de tantos modos para que tudo esteja em homeostasia que uma pessoa simples igual a esses idiotas daqui jamais conseguiriam aprender. — Os livros sobre o corpo humano e medicina que ganhou dos dois velhos briguentos do restaurante abriram uma nova perspectiva para Yuu, que começou a pensar em se tornar um ninja médico. Sabia alguns contos de tais pessoas, sendo considerados salvadores em campos de batalhas, além de possuírem um estilo de luta único, capazes de cortar a carne do inimigo sem nem mesmo se preocupar em ter armas, o próprio controle de chakra era o bastante para fazer um estrago enorme, quase fatal, em seus alvos. — Iryio-nins não são pessoas tão inúteis como imaginei, na verdade, eles são bem fodões. —  Fazia algum tempo que Shin não via a luz do sol, estava dentro do bar por um bom tempo, comendo a comida rançosa servida lá, e bebendo uma água com gosto estranho que o obrigou a mudar para bebidas alcoólicas, evitando de ficar bêbado. Se se embriagasse não seria capaz de entender os conceitos médicos, e nem o funcionamento de cada órgão. Depois de ler 5 livros e quase decora-los, afinal, o mancebo não era prodígio somente em artes ninjas, mas como um todo e leitura sempre o atraiu e tinha facilidade em guardar informações, levantou-se espreguiçando. Sua ação prendeu a atenção de todos no bar imediatamente, depois de toda a agressividade do jovem, ninguém se atrevia a respirar fundo ou falar alto, acompanhando os movimentos de Yuu com os olhos. O garoto pegou uma grande caneca de cerveja e começou a beber rapidamente, estava feliz em exercitar seu intelecto. Conhecimento é uma grande forma de poder e habilidade, e ampliando o seu, seria mais fácil lidar com o mundo podre do qual faz parte.

Depois de beber por um tempo e começar a sentir os sinais de embriaguez, o nukenin se virou e encarou com frieza os clientes. — Vocês são curiosos demais e isso vai ser a causa da quedas de todos! — Bradou enquanto estralava os dedos, passou muito tempo exercitando a mente e agora chegou a hora de testar e aprimorar sua força, e qual seria o melhor treinamento que sair na porrada com várias pessoas de uma só vez? O mais interessante em uma briga de bar é o fato de não importar como ela começa, todos estão muito bêbado para recordar e não existem aliados ou times, é o famoso todo mundo contra todo mundo. Muitos rostos encaravam o jovem com vontade de estraçalhá-lo, mas não tiveram coragem para começar. — O primeiro que sair pela porta perde. — A caneca vazia na mão de Yuu foi lançada com toda sua força e antes que ela atingisse a cara de um homem a 16 metros dele, no canto do bar, Shin usou a velocidade de uma pessoa normal para chegar até o fim do balcão e com a mão na nuca de um rapaz aleatório, bateu a cabeça dele com tudo na madeira maciça do balcão. Tudo acontecia ao mesmo tempo em uma velocidade extraordinária. Um brutamontes careca quebrou uma cadeira nas costas de Shin, enquanto outro socava o rosto do careca, o garoto que teve a cara amassada no balcão cambaleou para porta e levou um chute no peito que o fez voltar para o centro do bar, levando uma rasteira que o levou a cair de peito no chão escorregadio. Como imaginado, a briga tomou uma proporção em que todos dentro do bar se viram envolvidos. Yuu batia e recebia golpes, cuspiu uma boca cheia de sangue e ria insanamente com os dentes tingidos de vermelho. — Isso sim é uma festa! — O rapaz erudito de antes em nada lembrava o jovem insano que lutava sem se proteger. Usava os golpes recebidos para temperar o corpo e impulsionar seus golpes, com o próximo sempre sendo mais violento que o anterior. Depois de fugir a verdadeira natureza sádica e cruel do ninja começava a aparecer, como dito antes a Jäeger, ele queria liberdade e não se importava em matar. Muitos dos "combatentes" estavam foram da luta, apreciando-a com uma bela caneca de cerveja nas mãos. No meio do bar estava Yuu, o brutamontes careca, e por incrível que pareça, o jovem de antes que cabeceou o balcão. — Vamos tornar isso justo. Cada um tem o direito de dar um soco na cara do outro, se não apagar, tem que receber o golpe. E assim vai até ficar apenas um em pé. — O careca aceitou com um cuspi de sangue no peito de Shin e o outro meneou a cabeça. Sem aviso o brutamontes levou um soco bem no centro da testa e caiu desacordado, o garoto tentou defender do segundo ataque do nukenin e chutou seu saco, defendido parcialmente. O manipulador de areia mordiscou o lábio inferior, fintou para a direita e disparou um cruzado de esquerdo bem no maxilar do garoto, fazendo-o voar por alguns metros até cair inconsciente. Quase sem forças, Yuu sentou em uma banquete e indicou o pedido, recebendo um dose de vodka. O gosto de sangue era mais forte que o álcool e o ambiente do bar foi voltando ao normal, esquecendo os dois homens apagados bem no meio do salão.

HP: 1375/1375 | CH: 2125/2125 | ST: O1/O8 
ARGILA: 2O75O/21OOO | SATETSU: 3OOO/3OOO

No caminho para sair da vila o nukenin viu dois senhores portando espadas de madeira, algo que sempre lhe chamou atenção. Ficou a segui-los e não demorou um minuto para ser flagrado. Um dos homens sorriu e chamou o garoto. — O que você está fazendo amiguinho? Posso ajudá-lo em algo? — Yuu ficou sem graça, coçou atrás da cabeça. — Na verdade, só queria vê-los usando a espada, nunca vi uma luta de verdade  com alguém usando elas. — O velho gargalhou, aparecendo atrás de Shin. [...] A espada em sua mão tremia, as juntas dos dedos doíam e estavam brancas. Nunca pensou que o velho amigável e sorridente seria um completo carrasco ao ponto de força-lo a treinar com tanto afinco.

A curiosidade que o fez seguir aqueles homens o proporcionou ser treinado na arte da espada, porém, seu professor é deveras exigente. — Não tem sentido observar lutas se não pode absorver nada delas. Aprenda, sinta a espada como se você uma parte de você e dance. — O modo de ensino é peculiar, mas a mão direita começou a acostumar com o peso e manusear da lâmina, mudando trajetória e desferindo ataques cada vez mais ferozes. [...] Shin passou uma semana sobre intenso treinamento, sua força e constituição física avantajada permitia ficar em situações extremas, mas não infinito. — Sensei, eu melhorei muito, mas qual ideologia devo seguir com minha espada? — O rapaz entendeu e foi aprimorando seu empenho com a espada, porém, algo que aprendeu durante as aulas é que uma lâmina sem sentida se torna cega. — Eu não posso ajudar nisso. O modo de vida e ideologia a seguir deve vir de si e somente de si. Viver sua vida de acordo com as vontades e objetivos dos outros só te tornar em um boneco sem alma e digno de pena. Você tem exemplos disso não muito longe. — As palavras do metre espadachim o atingiram como uma rocha, e Yuu ficou a contemplar aqueles dizeres.

HP: 1375/1375 | CH: 2125/2125 | ST: O1/O8 
ARGILA: 2O75O/21OOO | SATETSU: 3OOO/3OOO

Depois de passar vários dias estudando, o nukenin percebeu que conhecimento, seja ele de qualquer tipo, o tornar em alguém muito mais completo. COmo ninja, sentia orgulho de si mesmo por ter um conhecimento comparado com mestres quando se trata de ninjutsus, até mesmo controla duas linhagens sanguíneas, algo dominado por poucos e o motivo de soberba por muito tempo. Mas depois de conhecer o mundo, tomou notas mais profundas sobre as outras artes que compõe um ninja, e o deixa bem mais completo. A luta corporal estava, de certa forma, bem avançada, porém, nunca tinha tido um combate real que exigia dele ter que apelar para os movimentos do corpo, querendo aprimorá-los, no entanto, havia algo que sentia ser mais urgentes, o modo de usar técnicas ilusórias. Sabia praticamente nada sobre isso, e ficou desanimado consigo mesmo. — Como pude negligenciar uma área tão ampla e importante da vida ninja. No meu estado sei que não conseguirei ter muito avanço, mas poderia aprender o básico e não ser pego desprevenido. Isso já seria o bastante para não ser um completo ignorante. — Estava familiarizado com Otogakure agora, depois de passar tanto tempo no lugar, e por isso caminhou até um casebre tido como a única biblioteca do lugar. Ao contrário das outras bibliotecas conhecidas, essa não tinha ninguém para ajuda-lo a encontrar o que queria ou organizar as publicações, deixando a mercê de si mesmo. Procurou por um bom tempo até encontrar 3 livros - Básico, intermediário e mestre. Tudo que precisava, a inteligência do garoto foi um fator que contribuiu para sua arrogância outrora, e dessa vez seria muito útil. "Genjutsu básico: Genjutsu são técnicas empregadas do mesmo modo que o ninjutsu, requerendo chakra e selos de mão. Porém, a diferença primária entre ambos é que os efeitos do genjutsu são ilusórios; ao invés de atacar o corpo da vítima, como taijutsu ou ninjutsu, genjutsus manipulam o fluxo do chakra no cérebro da vítima, conseqüentemente causando uma perturbação nos sentidos." Yuu ficou a ponderar por alguns segundos. — Isso quer dizer que eu emito o meu chakra até meu alvo e me infiltro na circulação de chakra dele ao ponto de causar alucinações. Mas se o dano não atinge o físico, como ganhar? Será que o dano na mente é tão grande ao ponto de deixar o alvo em um estado catatônico ou ele fica vulnerável, pois está em um mundo inexistente, abrindo brecha para que eu ataque sem resistência? — Shin leu todo o curto livro, indo para o intermediário. Como não era proficiente em genjutsu, não tinha nenhum para testar o que lia. Entretanto, sua alta inteligência e controle perfeito sobre seu chakra são requisitos para se tornar alguém com habilidades extraordinárias no mundo ilusório. O segundo livro tinha mais informações, e confirmava algumas suspeitas do nukenin. "Genjutsu é criado quando um shinobi estende seu fluxo do chakra pelo sistema nervoso cerebral de seu oponente para controlar sua mente, assim afetando seus cinco sentidos. Aqueles com habilidades especiais como doujutsus ou com inteligência alta possuem uma facilidade maior no tempo de execução e combate ao genjutsu, sendo a atenção a chave para isso. Aqueles sob influência do genjutsu aparecerão ou inconsciente ou ainda se movendo sob a pretensão do genjutsu, sendo que isso é muito eficiente na batalha já que o usuário de técnicas ilusórias pode fazer parecer que ele está em outro lugar e atacar a vítima por trás, ou mudar o ambiente para fazer a vítima ver uma planície onde há um precipício." O segundo livro confirmou tudo que Yuu pensou anteriormente, e isso tornou mais claro o caminho. Ao se deparar com o terceiro livro, o demolidor começou a ler sobre técnicas, efeitos e como criar seus próprios genjutsus, sabendo que dificilmente se tornaria um mestre na arte, mas tudo que queria era não ser um ignorante no assunto.

Depois de passar a tarde toda dentro da biblioteca, Yuu sentia que se não desse uma folga para seu cérebro, ele explodiria ante a tanta informação. Decidiu obter o máximo de informação sobre genjutsu, e aprender algumas técnicas também, não lhe faria mal algum atacar a mente ao invés do corpo. Isso apenas o deixaria mais completo. Mas agora foi para o terreno atrás do casebre e treinaria outra arte ninja, e muito necessária para prevenir de ser atacado de surpresa e deixar seu corpo mais desenvolvido. As técnicas corporais são formas básicas de técnicas e envolve todas as artes marciais ou a otimização das habilidades humanas naturais. O Taijutsu é executado ao acessar diretamente as energias físicas e mentais do usuário, contando com a resistência e força ganhas através do treinamento, e Yuu possui uma constituição física capaz de invejar pessoas da mesma idade, mas se considera apenas um iniciante quando o assunto é artes marciais, conhecendo nenhum em específico, somente o kenjutsu aprendido recentemente. Por o taijutsu, normalmente, não requerer chakra, apesar da energia poder ser usada para fortificar as técnicas corporais, e dispensa selos de mão na maioria das vezes, ocasionalmente fazendo certos gestos ou poses, além de ser muito mais rápido de usar do que ninjutsu ou genjutsu, sendo o simples e famoso combate corpo-a-corpo. Mas diferente do genjutsu, o garoto de madeixas negras poderia testar a si mesmo e seu corpo no taijutsu. Atrás da biblioteca existe várias árvores, com troncos espessos e finos, como teste, Yuu disparou na velocidade máxima e desferiu chutes contra o tronco de uma árvore fina, mas a parte de seu corpo que acertava a planta era as canelas. A cada pancada, a árvore tremia e Yuu mordiscava o lábio inferior, ignorando a dor. Demorou 2 minutos para destruir a madeira, e suas pernas sangravam. O nukenin ignorava os ferimentos. Enrolando bandagens nas mãos, punhos e antebraços, o jovem realizou o mesmo teste, só que agora eram socos dados sempre no mesmo lugar, com precisão, velocidade e força, demorou menos que os chutes para abrir um buraco bem no meio do tronco, varando-o. Shin lembrou de um antigo ditado "Homens falam melhor através dos punhos." Nunca entendeu exatamente o que queria dizer até esse momento. Quando golpes simples e brutais fossem desferidos, palavras se tornam obsoletas. [...] Levou horas naquele estado, suas mãos sangravam e suas canelas também, porém, não tinha ido ao extremo ao ponto de quebrar ou luxar membros de seu corpo, e a constituição forte o ajudava a diminuir os danos rebotes. O corpo pesado e encharcado de Yuu caiu pesadamente no chão. Gotas de suor escorriam por suas costas e face. — Quando eu treinar ativamente técnicas ilusórias minha fadiga mental será desse nível? — Tremeu ao pensar assim. Recuperar ao corpo é algo complicado e demanda tempo, mas uma mente ferida seria bem pior.

HP: 1375/1375 | CH: 2125/2125 | ST: O1/O8 
ARGILA: 2O75O/21OOO | SATETSU: 3OOO/3OOO

Yuu caminhava por Otogakure e seguia em direção a casa do homem que lhe ensinou kenjutsu. — Velho, existe uma forma melhor de usar a espada. O caminho da lâmina é muito ofensiva, mas existe um modo de diminuir meu risco quando luto com espada? — O velho sorriu ao ser questionado. — Garoto, sua sede de saber e poder será sua ruína ainda. O caminho da espada é tortuoso, mas tu pode sempre se aprofundar, não importa qual seja sua caminhada. No caminho da espada, existeo Iaido, uma técnica de espada descrita como desembainhar, cortar e embainhar, porém, no Iaido essas ações não são as mais importantes. O que importa é o iai, a prontidão. Até mesmo sem uma espada, o estado de prontidão para ação deve ser constante, esteja onde você estiver. — O velho começou a falar sore os fundamentos do iai, sempre atento e pronto para qualquer eventualidade. Claro, como um praticante do kenjutsu, o homem usava exemplos com a lâmina. Mas um fato interessante é o de meditação, uma forma de encontrar a si mesmo e deixar a percepção atingir um novo patamar.

O Iaido se pratica sozinho, o adversário é imaginário. — Enquanto que o kenjutsu é, geralmente, em par. Além que o Iaido constitui-se de diversas séries de movimentos (kata) praticados de forma meditativa, executadas contra oponentes imaginários. Requer muita imaginação e concentração de maneira a obter o sentimento de uma luta real. É caracterizado pela sensação interior e, para haver uma vivência plena da esgrima, sendo recomendado que o Iaidoka pratique alguma forma de kenjutsu para sentir a energia externa emanada pelo adversário e também alguma forma de teste de corte para sentir o ato concreto do cortar. [...] Com uma katana de madeira, Shin se concentrava na respiração com olhos focados no tronco de árvore bem à sua frente. A perna direita na frente e a esquerda mais para trás, com a bainha no lado canhoto da cintura. A mão destra segura firmemente a empunhadura. Já havia realizado saques rápidos centenas de vezes, os nós de seus dedos estavam brancos de tanta força exercida. Yuu coordenava sua respiração com os batimentos de seu coração, tentando deixa-los em perfeita sincronia. O ar deixou seus pulmões na exata hora que sacou a espada e desferiu um corte limpo e preciso, os atos de sacar e embainhar a espada de madeira pareceram ser quase ao mesmo tempo devido a velocidade. O jovem estava tão imerso no treinamento que não via a hora passar, ficando a repetir as ações por horas mais.

HP: 1375/1375 | CH: 2125/2125 | ST: O1/O8 
ARGILA: 2O75O/21OOO | SATETSU: 3OOO/3OOO