Novos Horizontes

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Novos Horizontes
Novos Horizontes

Isa.BR

Jōnin

Dom 4 Nov 2018 - 7:33

Deixar a Vila da Pedra em meio a toda aquela confusão era bastante tranquilo. Pessoas não seriam capazes de conter o avanço da carruagem de cristal em direção à cordilheira em volta do vilarejo. Dali, Yamiko e Yumi seguiriam na direção do desconhecido.

Por garantia, os clones das sombras formados pela garota, permaneceria mais um tempo em Iwa. Não tinha interesse em permitir que ninguém fizesse o que julgasse inapropriado, segundo seus objetivos.

A Ishikawa tinha consciência que tinha empurrado a amiga para aquela vida, mas seu ataque a Iwa não seria suficiente para suprimir aquele estranho sentimento, uma forte apreensão que tomava conta de seu corpo por completo.

Suspiraria pesadamente, fechando os olhos e baixando um pouco a cabeça, ainda silenciosa. “Quando a Mordred descobrir o que eu fiz, sem o consentimento dela… Não importa… Basta eu cumprir os objetivos. Além disso, com toda sua benevolência, a Mordred irá me compreender. Ela saberá o quanto eu a amo e o quanto eu me esforço para alcançarmos os nossos objetivos…” Ergueria a cabeça e abriria os olhos decidida em seus pensamentos.

Entretanto, uma voz distorcida em sua cabeça surgiria chamando atenção de alguma coisa, como se estivesse atrás da garota, que olharia naquela direção por cima do ombro, ligeiramente assustada. ”Pois bem, em nome dos seus nobres sentimentos, nós a perdoaremos pelo que fez. Nós a perdoaremos, mas não garanto que a Mordred fará o mesmo”

— A onee-sama?! — Falaria baixo, consigo mesma. Instantes antes de ouvir a voz de sua irmã em sua cabeça, chamando-a com um seco ‘Yamiko’. — Hã?! — Responderia, voltando-se para frente novamente, sendo repreendida pela voz de sua irmã em sua mente. ”Como ousou agir pelas minhas costas… Explique-se!” Nada poderia dizer naquele momento, apenas abaixaria a cabeça, extremamente ressentida consigo mesma. — Mordred-sama... — A voz de sua irmã voltaria a chamá-la com um seco ‘Yamiko’, mas desta vez mais alto.

A mesma voz de antes retomaria o discurso, aumentando a pressão sobre a garota, que se sentiria ainda mais cabisbaixa. ”Pretende ficar calada enquanto é repreendida? Ou será que… você pretende se… justificar? Bem, seja lá como for, ela não entenderá seus verdadeiros sentimentos, Yamiko. E irá puni-la pelo que fez. E o coração dela se distanciará ainda mais do seu…” A voz na cabeça dela só pararia de falar quando outra voz, ainda mais arrogante e amedrontadora se iniciaria. Desta vez, a voz vinda de cima, a causaria frio na espinha e a colocaria sentada mais ereta, com os olhos trêmulos e arregalados. ”Lembra-se do que aconteceu da última vez? Nós dissemos que se não fosse capaz de manter o controle da situação, deveria forçá-la a se manter com foco nos objetivos… Que iríamos preparar uma sala especial para ela… Um espaço silencioso, onde nada mais poderá tomar sua atenção. Deverá levá-la até lá e trancá-la!”

— Eu não posso fazer isso… Eu não posso trair a minha amada irmã! — Com algumas lágrimas nos olhos, levaria as mãos à cabeça, tampando os ouvidos dos dois lados. Inclinaria-se um pouco para frente e balançaria a cabeça negativamente, por três vezes, indicando o quanto estava desesperada. Quando a mesma voz macabra retornaria a ocupar sua mente. ”Se deixar a situação como está, ela irá se desvencilhar de sua proteção e irá atrás dos inimigos novamente” Novamente voltando à postura ereta, faria alguns barulhos secos com a boca, voltando a ouvir a voz. ”Não se trata de traição, há amor em seus atos. Você apenas irá guiá-la para agir de forma correta. Ou seja, guiá-la para junto… de… você…”

A primeira voz voltaria a tomar o comando e se aproximar da garota, o que a causaria um novo susto leve, já que esta era bem mais sutil que a outra. ”Eu posso lhe ajudar, Yamiko… Tudo pelo bem da nossa irmã Mordred…” Ao se virar, Yamiko veria a imagem dela mesma com cabelos loiros, lhe entregando uma flor de crisântemo nas mãos. Aos poucos, a outra figura, escura, iria se revelar como sendo uma Mordred de cabelos cinzentos. Seria aquela a dona da voz macabra que ouviu em sua mente?

Em um instante, seria transportada para uma sala onde Mordred a esperava em silêncio. Ao se anunciar, a voz de sua irmã seria claramente ouvida. ”Você demorou, Yamiko… Além de pensar em me prender na vila para me vigiar, por eu ser uma Uchiha, ainda mobilizou a Yumi para destruir Iwa sem o meu consentimento… JÁ ESTÁ PASSANDO DOS LIMITES DO TOLERÁVEL… ORDENO QUE SE MANTENHA EM PENINTÊNCIA, LONGE DA MINHA VISTA!!!” O grito dado por Mordred seria tão intenso que a as vestes das garota tremulariam como bandeira ao vento.

Humilde, ela falaria com sua irmã mais velha. — Tudo bem onee-sama, mas me permita perguntar uma coisa antes… Por que você se importa tanto com as vilas? — As palavras da garota seriam emitidas em voz alta, sem que ela percebesse que falava sozinha. Sua irmã, mais serena, responderia dentro de sua cabeça. ”Eu já não dou a mínima importância para as vilas, tudo que me interessa agora é concretizar os meus planos…”

Era o momento em que a garota veria acima de Mordred a imagem da loira de mãos dadas com Chara e Korra. — Mordred-oneesama, o que é a figura acima de você? — Surpreendentemente, sua irmã lhe responderia com a maior das decepções de Yamiko. ”Ela representa a salvação para mim”

Com aquilo, revelando sua agressividade, cerraria os punhos, segurando a flor de crisântemo na mão esquerda, e jogaria a planta na direção de Mordred, que sumiria. A dor em sua pele das pontas dos dedos faria a garota perceber que a flor lançada era uma manipulação inconsciente de seu cristal, que seria lançado contra o cristal que compunha a carruagem.

Algumas lágrimas escorreriam pelo seu rosto, enquanto ela fazia a criação de Shöton tomar a direção Sudeste de onde estavam seguindo. Manteria-se em silêncio, voltando-se para a lateral oposta a que Yumi permaneceria sentada. Não queria encarar a subordinada depois de tudo aquilo que tinha acontecido. Ao longe, uma grande floresta se apresentava, depois de longas horas de viagem.

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Kaginimaru

Jōnin

Dom 4 Nov 2018 - 23:21

Tufos secos de capim empedrados por conta do clima árido presente no país da terra começavam a aparecer, anunciando a troca de ambientação que começava a surgir, não mais era presente toda a insatisfação climática que, diariamente, forçava Yumi, por ser calorenta, vestir poucas roupas, muitas vezes acabando por ser taxada como uma simples mundana pelos clientes do falecido bar Pedoroso. Tamanha eram as insistências que conviver com cantadas e flertes passou a ser rotina, rotina essa que alavancou totalmente os lucros do restaurante. Talvez a alcoólatra fosse mesmo uma mundana, mas daquelas que não oferecem serviço algum, apenas sugam o máximo possível até que não exista sequer um puto no bolso dos corações necessitados. Eles sempre voltavam em busca de mais e mais, como o álcool que ela tanto gostava. Yumi destilava, para outros, o mesmo efeito da maldita droga em que era viciada, amava e odiava-se na mesma medida, como a maldita droga em que era viciada.

Os tempos mudariam à partir de hoje, não existiria bar, não existiria corações perdidamente apaixonados por ela, ambos estavam mortos, não, todos estavam mortos, inclusive o seu próprio coração, sua existência, sua alma, sua sanidade. O ponto em que havia atingido os guardas noturnos era certeiro e imparável, sequer teriam tempo para sentir qualquer tipo de dor. Agora, para Yumi, o amarguramento seria levado até o dia da sua morte.

A trajetória parecia não ter fim, a jovem Pedoroso não sabia para onde estava indo e muito menos teria a ousadia de tentar questionar sua amiga neste momento. A atenção seria chamada por balbucios reproduzidos pela Yamiko, um monólogo que jamais parecia ter fim citando e destacando somente um nome era feito; Mordred. Yumi encarava aquilo sem entender muito bem, mas estava mais do que ciente que sua dor não seria nada se comparada a da pessoa ao seu lado.

Não conseguiria se focar por muito tempo no que era dito naquele solilóquio, a associação da palavra "irmã", dita em um certo momento, trazia a lembrança de sua família. Traição era o que resumia seu ato hediondo, era uma traição total contra seus pais agir de tal maneira, mesmo sempre sendo alertada quanto as reviravoltas na vida ninja. De certo, se os mortos interferissem no mundo humano, a garota seria atormentada por toda a sua vida, mas o que seria simples assombrações se comparadas ao tormento de viver eternamente com a culpa e a responsabilidade pela morte de seus pais e pessoas que a amaram?

A mulher esvaziada emudece, se dessangra, se cristaliza, se mineraliza. Talvez Yumi já fosse tão fria quanto a nevasca sentada ao seu lado, mesmo sem toda a experiência como kunoichi, a garota era bem mais velha do que sua líder, apenas não havia evidenciado tal mudança, um tempo seria necessário para que seus demônios interiores a dominasse por completo. Neste momento apenas um gigantesco vazio existencial tomava posse da Ex-Tokujo.

No momento em que uma violência parecia predominar o interior do que estava acontecendo, Yumi, mesmo ainda psicologicamente fraca, tentava intervir o clima com as primeiras palavras que surgiam em sua mente. —— Eu nunca imaginei que mataria alguém... Matei seis de uma vez... eu conseguia ver o olhar de desespero de todos eles... quase todos frequentavam o bar... —— A Pedoroso dizia, olhando para baixo. —— Mas saiba que não te culpo por nada... Eu estava cansada dessa rotina falsa, não me sinto bem, mas eu já não estava bem. —— Continuava, aproximando-se um pouco da Yamiko, anulando o recuo feito por ela, e abrindo os braços, oferecendo um abraço tímido, como uma reconciliação para gerir a reacomodação entre ambas. —— Me desculpe por não ter te ajudado antes, você salvou minha vida uma vez, eu jurei que retribuiria isso, algum dia. —— Balbuciava enquanto intensificaria o abraço(se fosse aceito), acompanhando algumas lágrimas que escorriam do seu rosto. Yumi manteria-se atenta a cada movimento feito na floresta, mesmo psicologicamente abalada, proteger a vida da única pessoa importante que restara em sua vida tornava-se, aos poucos, o seu único motivo para viver. —— Para onde vamos? —— Perguntaria no instante em que o silêncio predominasse entre as duas, um pouco mais calma.

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Isa.BR

Jōnin

Seg 5 Nov 2018 - 3:11

Depois de viajarem por tanto tempo, era óbvio que os clones das sombras em Iwa não eram mais necessários. O jutsu de Yamiko foi desfeito e sua experiência chegaria à mente da original. Não estavam mais no território extenso do País da Terra e entrariam de vez na floresta, seguindo o caminho na direção sudeste.

Embora suspeitasse, não tinha certeza do dano total causado à mente de sua amiga Yumi. Depois da conversa interior com sua irmã, a kunoichi se sentia bastante mal. Atacar Iwa talvez não tivesse sido a melhor das ideias, especialmente levada por sua agressividade. "Eu não deveria ter feito isso... A Mordred-oneesama tem razão... Já passei dos limites do tolerável... Mas acho que agora não tem mais volta" Retiraria sua armadura, que se montaria na forma de um animal aquático ainda dentro da carruagem de cristal, assim que a parceira de jornada começasse a falar, chamando sua atenção.

Voltaria-se para ela e retribuiria o abraço, tremendo um pouco. Claramente nervosa, deitaria a cabeça no ombro da amiga e suspiraria profundamente. — Sei que deve estar pensando que eu sou louca. Eu também acho que sou... Mas a futilidade das pessoas chegou a um nível além do aceitável. Vilas são instituições sujas e vis. E, infelizmente, tudo que foi envolvido nisso deve acabar desaparecendo... Desculpe-me ter envolvido você nisso... — O abraço era apertado e reconfortante.

O apoio dado por Yumi era importante para a jovem e, por acreditar que Mordred estava realmente irritada e pelo sumiço preocupante de Noah, talvez fosse o único apoio a ser dado depois do que aconteceu. — Iremos até Konoha... Há uma coisa que eu gostaria de verificar por lá, pessoalmente! Depois iremos nos estabelecer em algum lugar afastado... — A carruagem seguiria o caminho, atravessando a floresta, manipulada pelo chakra de Yamiko, que já tinha conhecimento a respeito daquele caminho.

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Kaginimaru

Jōnin

Seg 5 Nov 2018 - 19:51

Era preocupante o que ambas tratariam em Konoha, Yumi ainda não estava nem um pouco confortável com a situação atual, mas não existia possibilidade alguma para regredir, Yamiko era a única "família" que restara-lhe. Fugir, nesta altura do campeonato, significaria cair em solidão, o que a alcoólatra mais odiava. As lamentações, antecedendo a explanação, eram tocantes, algo realmente incomodava sua amiga. —— Você não é louca, Yami-chan. É corajosa... Uma das mais corajosas que eu já conheci. —— Yumi sorria sem perceber, aos poucos, as lembranças ruins começavam a cair no esquecimento, conforme a carruagem avançava pelas extensas florestas. —— Será que existe alguma bebida exótica em Konoha? —— Dizia após um momento de reflexão, descontraindo o clima estranho.

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