A garota de olhos prejudicados regressava da última missão correndo sobre uma pequena grama rasteira. Não tinha plena certeza quanto ao que faria a partir dali, muito embora desejasse concretizar alguns poucos momentos de tranquilidade antes de novamente partir para a sua rotina de infindáveis treinamentos. Seus passos pareciam cada vez mais próximos da nuvem, quando pôde sentir um estranho tremor graças ao tato de seus pés que encostavam ao chão sem qualquer tipo de proteção calçada. Era forte, fugaz e parecia ter acontecido bem longe. O tempo de sobre permitiu-lhe desviar seu trajeto, partindo para investigar o que teria acontecido.

No local de origem daquele tremor pôde escutar vozes. Aproximou-se e aquilo que o ar tocava lhe denunciava o que parecia ser uma formação rochosa. Quanto mais se aproximou, maior a amplitude. Não eram vozes, mas sim gritos de socorro. — Socorro! Nos ajudem! — gritava em desespero o homem. — O que aconteceu? — questionou também em alto e bom tom a garota. — A mina desabou, nós estamos feridos e não temos força para sairmos daqui. — relatou. — Quem é você? — perguntou. — Galatea, uma ninja de Kumogakure. Eu vou retirar os senhores daí. — declarou a menina com uma certa segurança. — Escutaram isso, companheiros? Kumogakure está aqui! Finalmente estamos salvos! — sinalizou, desta vez mais tranquilizado.

Andou ao redor da mina, procurou um lugar onde o vento aparentemente o invadia. Encontrou, não tão distante, uma pequena abertura onde apenas seu corpo poderia adentrar. Era noite e a iluminação à lamparinas havia se apagado há muito, apesar de nada daquilo importar sendo, a menina, alguém que não dependia dela. Os homens provavelmente pereceriam se não fosse a aparição milagrosa da kunoichi. Percorreu o espaço vagarosamente, tendo todo o cuidado. Os mineiros continuavam a conversar e suas vozes indicavam-lhe o caminho pelo qual percorreria até encontrá-los. A mina tinha anexos e uma estrutura complicada de se lidar. Por sorte, compensou toda dificuldade com uma acuidade auditiva sem igual e uma mente definitivamente afiada com o propósito de decorar o caminho.

A caminhada chegou ao fim, estava finalmente diante dos mineiros. — Aqui estou eu. — anunciou em um certo tom de brincadeira, ainda que o momento não fosse nem um pouco apropriado. — Ninja-san! Finalmente estamos à salvo. — manifestou-se emocionado. — Falem palavras diversas, se fizerem isso eu conseguirei encontrá-los. Podem fazê-los todos ao mesmo tempo, não se preocupem. — instruiu. Os homens atenderam-a, falaram sem parar durante um bom período de tempo. Seguindo a indicação de seus ouvidos, traçou a localização dos três homens soterrados. Estavam bem próximos uns dos outros, no fim das contas.

Estendeu o destro e criou cópias com as quais recuperou os mineiros. Fragilizados, levou-os transportados com seus clones até o lugar de onde saiu. Ampliou o buraco com uma técnica de água e, num salto, retirou todos os presentes dali. Eles viam as luzes das estrelas e pareciam não acreditar no ocorrido. A menina permaneceu com eles, até um ninja de mais alta patente surgir. Apesar de não ser sua obrigação, salvou a todos sem cerimônia. Em recompensa, o homem considerou os feitos da garota como uma missão de ranqueamento D.

No fim, tudo o que fez foi continuar seu caminho.

Galatea; 475/475 475/475 00/05

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