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Era uma manhã comum para mim, como de praxe me ergui da cama macia em que repousava todas as noites e segui para o café da manhã rotineiro. Uma refeição prazerosa e nutritiva me fortaleceria para as atividades que desempenharia a seguir.

Satisfeito, vesti-me apropriadamente; nada ousado, uma regata branca e uma calça preta. Feito isso, galguei pelas ruas de Kumogakure em direção a livraria mais próxima a fim de expandir meu conhecimento à cerca do mundo ninja. Ser um ninja significava constante aprendizado. Algumas pessoas expunham um semblante surpreso ao ver a criatura estrondosa que adentrava o ambiente e, em segundos, o silêncio foi tomado por cochichos e murmúrios sobre minha pessoa.

Apenas suspirei, acostumado a situações como aquela. Agora rente a uma prateleira, selecionei aleatoriamente alguns livros para minha leitura; aqueles cujos nomes mais me agradaram no momento em que perpassei o olhar. Com o conteúdo em mãos dirigi-me a mesa mais próxima sem muitos outros leitores por perto, meus passos estrondavam no piso de madeira da biblioteca e a atenção toda se voltava para mim a cada passo, olhares furiosos de pessoas cuja concentração foi roubada. O que eu poderia fazer? Onde eu chegava era o centro das atenções, sempre foi assim.

O primeiro livro retratava uma história fictícia, um guerreiro demônio em uma época de guerra entre os clãs: gigantes, fadas, humanos, demônios e anjos. Era uma história emocionante que prendeu minha atenção, fazendo-me esquecer totalmente sobre os olhares que me fuzilavam. A cada linha, palavra, sílaba e vírgula podia aprender algo novo, palavras que desconhecia de um vocabulário antigo e mais refinado. Será que alguém ainda me olhava? Como teste, fechei de súbito o livro e um gemido de susto disparou na mesa atrás de mim, olhei por cima do ombro com um semblante simpático, mas tudo que vi foi uma expressão envergonhada por trás de um livro qualquer. Voltei a olhar para os livros; era hora de algo mais técnico.

Apalpei um livro sobre artes ninjas, estratégias e algo sobre chakra. Parecia interessante, então o abri para ver do que se tratava. Não demorou muito para ver que a leitura não seria decepcionante, o conteúdo sobre a energia em que era baseada aquele mundo de ninjas era esplêndido. Vez ou outra surgia uma informação óbvia ou que era de meu conhecimento, mas em grande parte das vezes algo novo inundava meus olhos que brilhavam de satisfação. Cheguei a um capítulo que discursava sobre elementos de chakra e combinações desses elementos, apenas alguns listados. Cada fraqueza dos elementos principais estava citado ali, inclusive dos elementos que eu possuía; fogo e ar. Dizia algo (pouco) sobre minha Kekkei Genkai, nada que eu já não soubesse. Decepcionado, devolvi os livros aos lugares respectivos. – É, parece que terei de desenvolver essa habilidade por mim mesmo.

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Saí da biblioteca para um canto mais reservado, onde desenvolveria outro aspecto em que possuía déficit. Galguei para uma planície verde (um campo), ou a coisa mais próxima disso que encontraria ali. Tudo que procurava era silêncio, nos bolsos carregava alguns pergaminhos que seriam úteis para a atividade a seguir.

Não tardei em encontrar o tal lugar, apossei-me de um espaço abaixo de uma árvore qualquer, com sombra e ar fresco para relaxar. Tirei dos bolsos os tais pergaminhos e os deixei a deriva na grama; peguei o primeiro que leria na sequência e abri-o para ver seu conteúdo. Lá, havia listado alguns dos selos existentes no mundo, que era complementado pelos outros pergaminhos ali espalhados. Começaria o treino de selos então.

Tanto minha velocidade quanto meu conhecimento à cerca dos selos eram pífios. Devagar e constante, comecei a projetar nas mãos as imagens que via nos pergaminhos. Alguns selos mais fáceis e outros mais complicados, nada de outro mundo. Repetindo até a exaustão, faria com que meu corpo se lembrasse mecanicamente de todos os selos que ali estavam, para que fossem reproduzidos com facilidade em momentos de adrenalina. Era notório que eu sequer sabia o que estava fazendo ali, minhas mãos se atrapalhavam e as vezes queria desistir. Talvez meu foco deveria ser ampliar minha força... não, tinha de adaptar-me a todas as situações, somente assim atingiria o topo. Convicto, retornei ao treino. Eram várias imagens que passavam pela minha cabeça em sequência; cavalo, tigre, boi, tudo eram códigos e só consegui pensar no próximo selo que faria sem repetir qualquer outro que já tinha feito.

Era algo incrivelmente complicado. Mas isso só mostra que chegar ao topo era uma tarefa árdua. Mas treinar somente parado não me traria bons resultados, então decidi complicar a tarefa, ergui-me do chão com um impulso e, no segundo, me joguei em um dos galhos daquela árvore. Fixei meus pés na madeira com ajuda do chakra e, de cabeça para baixo, continuei a projetar os selos de mão. No começo fui confundido pela visão invertida, mas com o tempo acostumei-me a concentrar-me nos selos e a “converter” a imagem em minha mente. Com isso, a tarefa se tornou simples.

Era hora de um desafio maior. Procurei uma cachoeira qualquer em que poderia “meditar”, ao colocar o corpo debaixo d’água a pressão foi rapidamente subjugando-me ao ponto de sequer erguer os braços e, de joelhos, permanecer imóvel. Em minha cabeça somente passava o pensamento de desistência, mas meu orgulho tornava aquilo impossível. Aos poucos, meu corpo foi impondo sua vontade e, guiado por minha convicção, pude me erguer contra a cachoeira. Os braços, pesados, se moveram devagar até estarem rente ao meu peitoral, e então fazerem toda a sequência de selos antes feita. Ao término, a exaustão alcançou meu corpo e mente, e debrucei-me na água do riacho, boiando até a margem onde pude caminhar de volta para minha residência.

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