Zenyatta sempre ouvira sobre os monges do pais do fogo. Diziam que os monges detinham uma relação intima com os deuses e que muitos deles eram exímios guerreiros, capazes de controlar os elementos como se esses fossem extensões de seus próprios corpos e vontades. Fascinado pela ideia de conhecer tais pessoas, a garota decidira realizar uma breve viagem para um templo não muito distante da vila da folha.
A jovem acordara cedo, se alimentara e então partira em direção aos portões de Konoha. As ruas estavam vazias, não só devido ao horário, mas tambem pelo recente ataque a vila. Zenyatta sentia que as pessoas estavam com medo e ela não podia culpa-los. Os inimigos haviam cruzado com facilidade os muros da vila e destruído parte do centro da cidade. Nem mesmo uma equipe de shinobis fora capaz de deter os invasores.
Zenyatta havia participado da defesa da vila e se sentia um fracasso por não ter conseguido derrotar seu adversário. A garota ansiava por mais poder, desejava como ninguém ser capaz de zelar pelas pessoas que amava e que compartilhavam com sigo um lar... Konoha.
Diante dos portões da vila, a jovem corre para se apresentar aos shinobis que controlavam a alfandega. Zenyatta explica o motivo de sua saída, assina os papeis necessários e cruza o portal, iniciando sua mais nova aventura.

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Não eram só as ruas de konoha que se mostravam estar mais calmas, as estradas também pareceriam ter sofrido com os ataques dos servos de Jashin. A leva de comerciantes e andarilhos havia diminuído e quando Zenyatta os via, geralmente estavam em grupos “Interessante... As pessoas arrumam formas de continuar com suas vidas mesmo diante das adversidades. Posso estar errada, mas parece tambem que frente a grandes problemas as pessoas tendem a se unir”. Durante uma boa parte de seu percurso aqueles pensamentos a cerca da união e do comportamento humano tomaram a mente da jovem chunin de Konoha.
Apesar de gostar da ideia de caminhar, ter contato com a natureza e os animais, a viajem já estaria durando mais do que o necessário para a jovem. Procurando uma distração e também inibir seus impulsos, Zenyatta retira de dentro das suas vestes um pequeno cachimbo de madeira, belamente polido e esculpido. A garota apanha também um pouco de tabaco e começa a coloca-lo com cuidado dentro do tambor do cachimbo. Era necessário ser delicado no preparo do cachimbo, pois se o tabaco estivesse junto de mais, ele iria queimar muito rápido e se estivesse solto de mais, não acenderia “No fundo são esses rituais que me fazem preferir o cachimbo ao cigarro”.
Com o cachimbo devidamente preparado e preso entre seus lábios, a viagem continua “Espero que não demore muito mais”.

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Por volta da hora do almoço Zenyatta avistou no horizonte, sobre as arvores, o que parecia ser o todo do telhado do templo. A cada passo que dava, mais sobre a arquitetura do local era revelado.
Diante de Zenyatta, uma enorme escadaria se erguia, levando até o portal do templo do Fogo “incrível”. A combinação harmoniosa de natureza e arquitetura era algo que agradava os olhos e o espirito da jovem “Eu nunca senti tanta paz em minha vida eu acho”. Pela primeira vez desde que o ataque a Konoha acontecera Zenyatta se esquecera por completo dele.
Chegando ao todo das escadas, Zenyatta pode ver no centro do enorme pátio, que se estendia entre os muros e o templo, o treinamento físicos dos monges. Com sincronia, disciplina e uma resistência inigualável os garotos que treinavam desferiam ataques contra o ar.
Zenyatta não sabia explicar o como ou o porque, mas a imagem de Kannon, seu senhor, vem a sua mente naquele momento. Por detrás da mascara uma lagrima de alegria escorre pelo rosto da garota “O que você que me dizer Kannon? Seria aqui o meu lugar?”.
Um dos monges que parecia coordenar o treinamentos dos jovens caminha em direção a garota. O homem parecia quase flutuar, tamanha era a leveza de seus movimentos – Bom dia! Será que eu poderia lhe ajudar? –. Encabulada, a garota faz uma reverencia ao homem – Bom dia! Eu sou Hyuga Zenyatta, Chunin de Konoha, estou aqui para procurar ajuda. Desejo ser mais próxima dos deuses e também... Alcançar esse nível de habilidade que vocês parecem dominar... É simplesmente incrível -.
O monge, que parecia ser capaz de sentir a sinceridade as palavras da Zenyatta, sorri para ela e fica em silencio por alguns segundos, parecendo refletir sobre os pedidos da garota – Bom, acho que nos podemos lhe ajudar um pouco afinal -.

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O monge levou Zenyatta até o lado oposto do pátio, longe de onde os demais monges treinavam. A garota fica confusa por um momento mas resolve depositar sua confiança nas mãos do ancião. O homem olha Zenyatta por um longo momento, que é acompanhado por um silencio profundo – Você domina a liberação do vento não é mesmo? Posso notar pela ausência de tensão em seus músculos, pela forma que você se movimenta... O vento é um elemento raro, rebelde, livre e leve, mas não se engane, aqueles que se tornam peritos em sua manipulação são capazes de fazer com que os propios céus caiam sobre seus oponentes -. Com atenção e um brilho nos olhos, Zenyatta escuta cada palavra proferida pelo homem a sua frente – Eu tambem controlo a liberação dos ventos. Veja -. Realizando movimentos leves e sutis com seus braços, a brisa suave dos ventos muda sua direção e sentido. As incontáveis folhas secas que cobriam a terra se erguem e começam a dançar com o vento “Incrivel... Ele domina tão bem os ventos... É quase como se ele fosse um com os ventos e fizesse arte com o mais sutil dos movimentos dee seus braços”.
A brisa se intensifica, assim como os movimentos do homem, que agora revelavam certa raiva – Veja -. O homem corta o ar de cima para baixo com seu braço direito e as folhas, completamente dominadas pelo vento, se lançam contra o muro de concreto. As folhas, repletas de chakra futon, penetram alguns centímetros no muro, antes de voltarem a ser apenas folhas novamente – E então? O que acha? Pronta para começar a treinar? -.

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O monge fizera Zenyatta se sentar sobre as folhas secas que dominavam quase toda a extensão do pátio – Pegue uma dessas folhas e a coloque sobre a palma de sua mão. Tenha cuidado para que a folha não se parta -. O homem demonstrava o que deveria ser feito. Apanhava gentilmente uma folha e a colocava sobre sua mão – Agora colole sua outra mão sobre a folha e concentre seu chakra do vento -.
Quando a mão do homem deixa de tapar a folha, a mesma estava perfeitamente dividida em duas – Você sabe o nível de perícia da pessoa com a natureza dos ventos quando ela consegue fazer com que seu chakra fique tão fino quanto uma agulha e com isso corte com precisão as coisas -. Uma leve rajada de vento soprava e fazia com que a folha, agora cortada, voasse para longe do homem – Vamos, tente você -. O homem encara Zenyatta sorrindo, tentando encorajar a Chunin – Ok -.
Zenyatta fazia tudo que o homem pedia, colocava a folha sobre a palma de sua mão esquerda, a tapava com sua outra mão e concentrava seu chakra. A garota ainda não havia entendido muito bem como deveria afiar seu chakra, mas mesmo assim tenta fazer. Quando a folha é revelada, a mesma estaria com um corte pequeno sobre sua superfície, mas o corte era irregular, ele causara algumas rachaduras ao longo de sua extensão – Você se saiu muito bem para uma primeira tentativa, mas agora tente focar no que eu comentei sobre deixar seu chakra tão fino quanto uma agulha -.

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Fora necessário alguns minutos pensando sobre o que significava afinar o chakra para que Zenyatta voltasse a tentar cortar as folhas. A jovem volta a apanhar com delicadeza a pequena e seca folha do chão, passa algum tempo encarando e estudando a superfície da mesma, coloca seu dedo indicador direito sobre o objeto e então passa a sentir a textura do mesmo. Quando o dedo de Zenyatta chega a margem da folha, a garota acaba por sentir a mudança de comprimento, que gerava um afinamento das margens “Seria isso?”.
As mãos da garota voltam a se fechar sobre a folha e ela começa novamente a concentrar seu chakra da natureza Futon. Antes de inserir seu chakra sobre a superfície da folha, a jovem passa alguns segundos tentando criar quase que uma lamina de vento. Quando pensou ser o suficiente, a jovem fez com que a lamina incidisse sobre a celulosa.
Ao abrir suas mãos, Zenyatta revelava dois filamentos de folhas. Ainda haviam algumas ranhuras ao longo da area cortada, o que indicava que Zenyatta não havia dominado por completo a técnica, mas ela fica feliz por ter conseguido entender melhor o conceito por trás da natureza.
O monge, sentado a frente de Zenyatta, se levanta – Continue treinando, por favor. Eu tenho alguns compromissos agora, mas logo voltarei, enquanto isso aproveite para aperfeiçoar sua habilidade nessa tarefe -. O homem da as costas para a Chunin e se dirige para dentro do templo. Naquele momento o sol começava a se por no horizonte. Zenyatta reserva alguns minutos para contemplar a beleza daquele cenário “Eu poderia viver aqui para sempre. Não existe outro lugar no mundo que traga tanta paz, tanta conexão com a natureza... É incrível”.
Não demora e a shinobi volta ao seu treino. A cada folha a garota paracia melhorar um pouco, o que a motivava a continuar. Apesar de parecer um treino inofensivo, ele acabara por exaurir aos poucos a energia de Zenyatta, que começava a demorar mais para cortar as folhas.
Cerca de uma hora após de entrado no templo, o monge volta a ressurgir no pátio. A escuridão começava a dominar o local e o sorriso do homem parecia não ter se alterado nenhum pouco “Como pode alguém ser tão feliz?”. O homem acena para Zenyatta – Acho que já é o suficiente não? Venha comigo, eu tenho mais um desafio para você -. A jovem acena positivamente com a cabeça e se levanta do chão.
O monge começava a andar para fora das dependências do templo do Fogo, descendo as escadas e entrando em meio a floresta em determinado ponto.

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O monge guiava Zenyatta pela floresta. Ali, as arvores se encontravam mais justapostas, o chão e as plantas estavam mais húmidas e havia ao fundo um barulho que Zenyatta ainda tentava destinguir o que seria – Estamos quase lá -.
Não demora e o local ao qual o homem estava procurando surge em frente aos dois aventureiros. Uma enorme cachoeira se extendia junto a um pequeno rio – Aqui você poderá continuar seu treinamente -. O monge adentrava no rio e seguia até chegar frente a queda de água – Concntre chakra, transforme o chakra em futon e... – Com um movimento limpo na horizontal, uma fina lamina de vento se materializa, cortando o fluxo da cachoeira por um breve momento – Uau... -.
A jovem copia as acoes do homem, entrando no rio e indo até a água que caia 15 metro acima de si. Antes de tentar desferir o ataque, Zenyatta se prepara psicologicamente, se lembra das instruções, se lembra da sensação de formar uma lamina com seu chakra.
A jovem ergue seu braço direito, levanto sua mão até o ombro esquerdo. Por algum momento Zenyatta concentra chakra em seu braço, converte o chakra para a natureza Futon, o que faz as correntes de ar no local mudarem um pouco. Zenyatta da sensação de tocar com seus dedos na margem das folhas “Afine, como se fosse uma agulha”. A jovem então desfere o golpe... Realiza um movimento horizontal de sua esquerda para sua direita. Uma fina lamina de vento corta a corrente de água, mas essa não era forte o suficiente ainda – Droga -.

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O processo se repetia durante algumas dezenas de minutos. A cada novo golpe desferido contra a queda de água a jovem parecia estar mais perto da perfeição – É notável o quanto você evoluiu, digo não só a respeito da sua técnica, mas também de sua mente, ela parece ter se aberto um pouco para as possibilidades e para o verdadeiro significado das coisas -. O homem estaria agora sentado sobre uma rocha repleta de musgos e contemplando a grande cachoeira – Seu treino terminou Zenyatta. Você deve agora continuar a masterisar essa natureza, mas isso não é algo que eu possa ajuda-la a fazer. Encontrar o caminho de mestre elemental é algo que você deva fazer você mesma -. O homem salta da rocha, voltando novamente as águas do rio – E a respeito de religião... Da para notar que você já tem uma ligação muito intima com os deuses... Continue com sua fé Zenyatta -.
A jovem recua suas mãos para junto do corpo, da as costas para a cachoeira, anda pelo rio até chegar as suas margens, onde se senta e fica a pensar sobre tudo que havia aprendido e tudo que havia escutado do generoso monge “De fato, me sinto muito mais ligada ao meu chakra, aos ventos... Mas o que será que ele quis dizer sobre me tornar uma mestre elemental? Será que é possível alcançar níveis ainda mais altos de afinidade e poder?”. Quando Zenyatta ergue sua cabeça para questionar o homem, esse havia sumido – Mas... Oi?... Eu não cheguei nem a perguntar o nome dele... Droga -. Agora que parava para refletir Zenyatta sentia que conhecera o homem de outros tempos ou lugares.
Zenyatta volta a tirar de dentro de suas vestes o seu cachimbo. A garota volta a acender o objeto, com certa dificuldade devido a humidade. Tragando seu cachimbo, pensando sobre tudo havia aprendido naquele dia e contemplando a beleza daquele local, a jovem fecha os olhos por um momento e agradece – Obrigado Kannon, pela oportunidade de evoluir -.
Zenyatta se levanta, vira as costas para a queda de água e ruma em volta a subir a colina de terra, procurando pelas escadarias de pedra que levavam ao templo do país do Fogo.
Uma vez encontrado as escadas, a garota decide voltar para Konoha, onde iria procurar mais respostas a respeito daquilo que o monge havia dito sobre ser uma mestre elemental “Acho que eu já fugi de Konoha por muito tempo. É hora de encarar minhas responsabilidades”.

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