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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
gogunnn#6051
Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
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Convidado
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Biblioteca da Vila
Descrição: A faxina se estende aqui também, só não vale ficar lendo os pergaminhos ao invés de limpar!

 

HP: 200/200 | CH: 200/200 | ST: 00/02


- Ei, meu filho! Está na hora de acordar! 
 Foi isso que meu pai me disse no primeiro dia oficial como ninja. Eu havia me graduado e corri para conseguir uma missão, fui até minha casa e dormi, ainda de tarde.

 - Ahh!! Que horas são? Eita, eu devo estar atrasado!

 Desci correndo as escadas da minha casa e vi que ainda estava escuro lá fora.
 
- Você pediu para eu te acordar quando eu fosse dormir, esqueceu? - Disse meu pai.
 - É verdade. Eu tinha esquecido. 
 
A missão era realizar uma faxina na biblioteca da vila. Por isso dormi de tarde. Queria realizar a missão depois que a biblioteca se fechasse.

 Escovei os dentes enquanto lia a missão de novo, só para ter certeza do que deveria fazer, para saber se havia algum detalhe em especial sobre o qual eu deveria me atentar. Nenhuma especificação, mas quando aceitei a missão ficou combinado de haver uma chave da biblioteca, embaixo de algum vaso próximo. Depois disso, peguei minha roupa e me vesti para sair. Era bem tarde da noite, mas pessoas ainda andavam na rua. Principalmente adultos que estavam bebendo, mas alguns restaurantes estavam abertos.

 Cheguei até a biblioteca e levantei um dos vasos próximos. Lá estava a chave. Eu a peguei e então entrei na biblioteca.

 O lugar estava vazio, silencioso e escuro. Após tirar as minhas sandálias, deixá-las na entrada e fechar a porta, eu conseguia ouvir meus passos ressoando pelo espaço aberto, com as prateleiras cheias de pergaminhos. Procurei com as mãos pela parede, até encontrar o interruptor e ligar as luzes. Agora os pergaminhos, de várias cores, estavam nítidos aos meus olhos e muito bem organizados.

- Eu gosto de estudar, mas vendo assim vazia... a biblioteca é realmente um lugar imponente. Hora de começar, eu acho.

 Andei até os fundos da biblioteca, até encontrar a sala onde estava o material de limpeza, mas antes de abrir a porta, escutei um barulho. Fiquei quieto e ele não se repetiu. Abri a porta e peguei um balde e um esfregão. Andei até a entrada da biblioteca e decidi começar por ali. Fui esfregando o chão com tranquilidade. Conseguir a chave para fazer a faxina tarde, realmente ia me poupar da pressa de entregar o serviço feito a tempo. A medida que eu ia limpando, notei que embaixo de uma prateleira havia um saco plástico de batatas chips. E tinha farelo espalhado pelo chão ali perto.

 - Mas que pouca vergonha. Alguém deve ter comido aqui dentro e jogado o saco aqui pra não ser pego.

 Quando me abaixei para pegar a sacola, ouvi novamente o barulho que tinha escutado mais cedo. Fiquei quieto e não me movi. Comecei a virar lentamente e quando finalmente me virei por completo, lá estava ele. Aquele que se tornaria meu maior inimigo naquela noite: Um rato.
 - Um rato!!! Como diabos??
 O animal começou a correr para o lado se escondendo atrás de uma prateleira. E corri atrás segurando o esfregão. Corri para dar a volta na prateleira e ele simplesmente passou por baixo.
 - Então é assim que vai ser? Parece que eu tenho um rival no meu primeiro trabalho como Genin. Que seja!!! RATO, EU ACEITO SEU DESAFIO!!!

 O rato estava segurando uma batatinha chips com as duas patas dianteiras e simplesmente mordeu ela toda, colocando ela inteira na boca, enchendo as bochechas. Mais farelo foi espalhado, onde ele estava comendo e aquilo me enfureceu.

 - Muito bem, maldito!! Aqui vou eu. Aaaaaahhh.

 Peguei o esfregão como se fosse um bastão de luta, o rodopiei algumas vezes e fiquei em uma postura de luta.
 - Meu taijutsu não é tão bom. Mas contra alguém como você vai ser o suficiente.
 Comecei a correr na direção do rato, o atacando com meu esfregão varias vezes, mas errei todas. Ele passava por debaixo das prateleiras, o que era uma vantagem injusta. Eventualmente fiquei de frente para uma esperando ele sair de qualquer um dos lados. Ele não saia e então decidi olhar por baixo. Nessa ora ele correu na minha direção e passou por debaixo das minhas pernas. Olhei pra trás e ele corria pelo chão, ao lado da parede. Desferi várias estocadas com o esfregão, mas ele corria rápido e eu acertava imediatamente atrás de onde ele já estava.
 Então ele chegou até o balcão, onde geralmente está a bibliotecária. Bati com o esfregão, esperando tê-lo acertado. Ele sumiu. Então, quando levante minha cabeça, ele estava em cima do balcão. O desgraçado era rápido.
 Ele pulou na minha direção e passou por cima do meu ombro. Eu me virei imediatamente e escorreguei.
 - NANI!! O chão estava molhado de mais cedo. Droga!!

 Eu caí de lado no chão e vi o rato correndo por baixo das prateleiras novamente, até que ele deu um pulo. Ele iria se meter por entre os pergaminhos, não podia deixar que ele os sujasse. Me levante rápido e fui até a estante em que ele estava. Ele estava correndo pelos pergaminhos e os derrubando, ainda na estante. Eu parei de persegui-lo por um instante, para colocar eles de novo onde estavam. Mas logo voltei a correr. Quando me viu, ele desceu pelo outro lado. Me abaixei rápido e enfiei o braço até o outro lado e o peguei na queda. Nesse momento, meu corpo bateu na estante e ela começou a balançar. Ela ia cair.
 Soltei o rato para segurar a estante. Ela ia cair para trás e bater na parede, então eu a puxei para ela voltar e voltou. Ela ia agora cair por cima de mim e derrubar as outras em dominó, mas eu consegui segurar ela sem tanto esforço, já que ela não tão grande. Mas eu vi o rato correndo na direção da entrada, pelo outro lado, que não o lado de onde eu vim. Passando do lado da parede, enquanto eu segurava a estante. Ela balançou mais um pouco, e pergaminhos começaram a cair. Eu a soltei às pressas e peguei dois pergaminhos, antes que caíssem no chão. Coloquei onde estavam e voltei a correr atrás do rato.
 Nesse momento, assim que saí da área das estantes, para onde eu estava esfregando, perto do balcão, tropecei no balde que eu estava usando. A água se espalhou pela entrada da biblioteca, e passou por baixo da porta da entrada. Eu cai e bati a cabeça no chão. O rato olhava para mim, enquanto meus olhos se fechavam.


 - É esse o meu fim? É isso que significa ser um ninja? Morrer cumprindo uma missão que me foi dada? Não... Não é isso...
 Me virei e olhei para o teto. Todo molhado e sujo, observei a luz da lâmpada desfocada acima de mim.


 - Então é por isso eu nunca poderia ganhar dele. Ele corre para viver e eu corro para realizar uma missão dada por outros, simplesmente por sentir que era minha obrigação. Entendo...
 Me levantei devagar segurando meu esfregão para me apoiar. Com minhas pernas tremendo, não por ter me machucado, mas pelo chão estar escorregadio e molhado. Encarei o rato fixamente. Com a água do balde separando a área aberta da biblioteca e separando ele de mim.
 Atrás dele estava a entrada. Atrás de mim, estavam as prateleiras. Eu sabia o que tinha que fazer. Me coloquei novamente em uma postura de luta, segurando o esfregão acima da minha cabeça, pingando água suja à minha frente.

 - Vamos acabar com isso ratinho!! Eu entendi o que você quis me ensinar.
 O rato correu novamente para as laterais, mas eu balancei meu esfregão na direção dele, respingando água suja em seus olhos. Ele bateu na parede para qual corria e tremeu um pouco com os olhos fechados, mas logo ele se levantou e correu na direção das minhas pernas. Ele queria passar por debaixo delas de novo, mas eu passei o esfregão no chão, fazendo uma onda com a água do balde na direção dele.

 - Não vou deixar você passar para o outro lado!! Eu vou cumprir a minha missão! Eu sou um ninja agora!!
 O rato pulou por cima da ondinha, mas imediatamente eu usei o cabo do esfregão para me apoiar no chão e me impulsionar para trás. E ainda no ar, dei um giro lateral no ar. Meu calcanhar o acertaria no ar, sem erro.

 - Rato... Se você fosse e eu... Se eu fosse você... Nós teríamos tido essa mesma luta? Eu teria a determinação que você tem para viver? Você teria aprendido tanto comigo?

 O meu pé bateu na cara do ratinho e nesse momento, eu entendi seus sentimento.

 - Obrigado... Rato.
 A noite passou, enquanto as pessoas iam para suas casas finalmente, durante a madrugada. A biblioteca era silenciosa. E assim a manhã chegou.
 Quando a manhã chegou, com o nascer do Sol, a porta da biblioteca se abriu. Lá estava eu, com meu hakama amarrado na altura dos meus joelhos, meu kimono com as mangas arregaçadas até os ombros, passando as costas da mão na testa suada, com o esfregão do meu lado. Eu estava cansado não apenas do confronto com o rato, mas também do trabalho extra.  No fim, a biblioteca estava limpa. As estantes desempoeiradas. As mesas brilhando e o chão refletindo o teto. E finalmente... o rato.

 - Vamos. Saia logo daí. Você não quer estar aqui quando a bibliotecária chegar para abrir esse lugar.

 O rato correu para o lado de fora, mas parou 2 metros adiante e virou para trás. Ele me olhou, com seu olhar brilhante e seu rosto sendo iluminado pelo sol nascente.

 - Aqui!! Tome. É a última!

 Joguei para o ratinho, a última batata chips que estava dentro da sacola que eu achei. O rato pegou e olhou para mim fixamente. Pouco depois ele se virou e foi embora.


 - Obrigado? Eu que tenho que agradecer, idiota. Não vá ser comido por um gato aí fora.

 O sol iluminava os dois. O rato corria com seu alimento para longe, ele iria começar uma nova vida fora dali. Assim como iluminava o novo ninja, que havia acabado de completar sua primeira missão. Esses dois se encontrariam de novo.
 Até lá, meu trabalho estava feito.

Considerações:
Equipamentos:

Template feito por @MilkWho

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Convidado
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Meus parabens pela missão.
@Aprovada, 15K!
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Convidado
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HP: 200/200 | CH: 200/200 | ST: 00/02

 
Missão - Flor púrpura:
Descrição: O Esquadrão Médico de sua vila esta desenvolvendo um novo remédio e precisa de uma flor rara só encontrada em uma montanha muito distante, sua missão é ir buscar essa flor para que a produção do novo medicamento seja iniciada.
Era de madrugada, quando eu arrumava minha mochila e lembrava de quando aceitei a missão.

 - Um novo remédio. Entendi. Mas não podia ser uma montanha aqui perto? A gente vive numa montanha e me aparecem com "montanha muito distante".
 - Não seria rara se nascesse no seu jardim, não é mesmo?
 - Haaaaaa!! Engraçadíssimo! Vou indo lá, então! Preciso arrumar minhas coisas.

Essa conversa aconteceu durante a tarde, com meu superior, quando decidi fazer novas missões. Na última, eu consegui aprender algo, mas eu acho que como eu sou um ninja, eu deveria sair da vila logo e não quero depender de um sensei pra isso. É preciso liberdade e independência para se entender melhor sobre o mundo. Era madrugada, quando terminei de arrumar minhas coisas para sair da vila e buscar pela flor.
 - Tem certeza que quer ir agora, meu filho? É tarde da noite, amanhã de manhã você vai.
 - Não quer levar mais uma comidinha? Mais duas marmitas para você comer na viagem. Como você vai fazer sua própria comida lá? Não conhece ninguém.
 - Mas os superiores já avisaram que eu vou mãe e eu quero ir agora pai, isso vai me dar mais tranquilidade e diminuir a chance de eu encontrar alguma pessoa chata. Não é tão perigoso daqui pra lá, não vou ser morto na estrada.
 - Tem certeza?
 - Claro! Me matar na estrada deixaria muitas pistas, acho que vai ser dentro da floresta! Hahahaaa

 - Mas que diabos de brincadeira é essa?! Isso é piada que se faça?!

 - Tá bom mãe. Eu vou saindo agora. Tchau!
 Para evitar que me prendessem ainda mais tempo em casa, me atrasando, pulei pela janela e sai correndo para a saída da vila. O que eu sabia sobre a missão, era que eu deveria procurar por uma flor púrpura em uma distante montanha, que segundo o superior que me entregou a missão, é facilmente reconhecível pelo lago que tem na frente dela. Ela fica ao oeste da vila e está a dois dias de distância. Eu devo passar por um pequeno vilarejo, alguns quilômetros antes do lago, que estará antes do meu objetivo.
 Segui viagem durante a noite toda. Eu me sinto mais seguro me movendo durante ela, do que dormindo. Na minha mochila, eu disse para meus pais, que tinha uma comida que eu comprei perto de casa, mas não era verdade. Eu sei que se dissesse que queria caçar, eles me atrapalhariam demais e seriam contra. Eu também não queria desperdiçar alguma comida que eles viessem a me dar. O que eu realmente tinha na mochila, eram fracos de vidro, para coletar a planta. Por mais que eu não gostasse de médicos, eu tinha que admitir que eles fazem coisas importantes e interessantes. O motivo do meu desgosto é simplesmente um trauma de infância. Enquanto eu andava durante a noite, eu fiquei pensando no episódio.
 Eu precisava tomar uma injeção no braço, ainda bebê, para fazer um exame de sangue, mas a enfermeira errou minha veia. Ela também errou a segunda, a terceira e a quarta vez, até que ela finalmente decidiu procurar pela minha veia, explorando com a agulha, por dentro do meu braço. Finalmente ela desistiu e tentou tirar sangue da poça de sangue que ficou na junta do meu antebraço com o meu braço. Naquela hora minha mãe ficou furiosa e decidiu me tirar dali. Desde então eu não gosto de médicos.
 Minha barriga roncou e interrompeu os meus pensamentos. Eu deveria procurar algo para comer.
 Sendo um ninja, não foi difícil subir em uma árvore. Caçar animais me parecia muito trabalhoso. Eu precisaria procurar muito ativamente. Ao invés disso, eu pulei pelas árvores, chutando-as acima do nível do tronco. Repeti o processo algumas vezes, até ouvir pássaros se movendo. Eles saíram voando, mas eu procurava pelos ovos deles, na verdade. Assim eu encontrei um ninho com 5 ovos pequenos. Esperei um tempo, sentado próximo dali, escondido. Até finalmente ver um pássaro voltando ao ninho. Atirei minha Kunai e o acertei.
 
- Agora sim. Com essa quantidade de proteína, eu já me sinto até mais sarado. Hehehe.
 Fiz uma fogueira e comi o pássaro e os ovos. O problema é que eu precisava de água também. Não devia ser um grande problema, já que eu estava numa montanha. Mas dependendo de onde eu ache água, pode ser muito difícil de encontrar antes de terminar de descer. Foi o que eu pensei, pelo menos. No entanto, logo começou a chover. Eu tinha água até demais agora.
 De qualquer forma, enchi meu cantil e segui na chuva. Eu claramente deveria ter acampado e parado durante a noite, mas eu posso ter algumas ideias estúpidas, que eu faço mão de não abrir mão. De qualquer forma, eu já andei na chuva antes. O que de pior poderia acontecer?
 - Onde é que eu estou?
Essas foram as minhas primeiras palavras, quando acordei olhando para o sol. Cobri o rosto com a mão e notei que estava em movimento. Levantei meu corpo rapidamente e me vi deitado em uma carroça, com um cobertor que agora só cobria até a minha cintura. Olhando em volta, eu pude ver um velho, baixinho e de óculos, que guiava a carroça com a ajuda de um cavalo. Estranhei e vi a paisagem abaixo.
 Estávamos em uma estrada que seguia pela lateral da cordilheira que tem no país. Ao longe, eu conseguia ver uma pequena vila, um grande lago e uma montanha.
- Estamos indo para a minha vila. Você está febril garoto. Eu lhe encontrei caído no chão hoje de manhã.
- A sua vila não haveria de convenientemente, ser aquela perto daquele lago, não é? Hehe
- Não haveria mesmo. Ela é aqui em cima ainda, seguindo mais algumas horas à frente.
- Ahh meu senhor. Então eu devo ir. Obrigado pela carona e pela ajuda, mas eu tenho que ir até aquela montanha.
 Pulei da carroça, até passar por cima da estrada e ir escorregando pela borda da montanha. Pulei de pedra em pedra, enquanto o senhor olhava de cima, na beira da estrada, gritando para que eu voltasse e me alertando sobre a minha imprudência. Bem... eu não me importei. Eu precisava ir ver a tal flor e aproveitar ao máximo a minha jornada. Eu não ia conseguir nada recebendo carona. E assim desci a montanha, pulando e rodopiando, mas sentindo a fraqueza tomar conta de mim. Perto do final, tropecei e acabei escorregando alguns poucos metros de montanha, enquanto tossia e sentia a dor nos ossos.
De qualquer forma, continuei em meu caminho. Novamente estava faminto. Passei muito tempo desmaiado e já precisava me alimentar de novo. Eu tinha água, mas não comida. 
 - Okay. Agora hora de caçar mais alguma coisa. Eu preciso mesmo é de uma boa comida.
 Procurei algumas frutas pelas árvores e pelos arbustos, mas não sabia se eram comestíveis. Reuni eles todos, para fazer uma isca e esperei acima dela, com uma kunai em mãos. Eventualmente um coelho apareceu e pulei em cima dele. No entanto, eu estava cansado e dolorido. Ele fugiu sem muita dificuldade. De qualquer forma, observei a fruta que ele comeu e inferi que ela era comestível para mim também. Então continuei andando cansado, me alimentando de um punhado de frutinhas, do tamanho de pequenas uvas... ou ervilhas grandes.
 Finalmente, depois de horas, abri caminho com as mãos por um arbusto e então cheguei. Era o vilarejo que eu procurava, com o grande lago visível mais à frente. O vilarejo estava ainda em um nível mais alto que o do lago, como que em um morro, enquanto eu conseguia ver distante o corpo d'água que se formava como o fim de afluentes que desciam pelas montanhas. O maior deles, era um rio que descia em linha reta, de uma montanha, que mesmo daquele nível alto em que eu estava, ainda era enorme.
 Eu estava fraco demais para continuar. Decidi procurar algum lugar, como os fundos de uma casa e dormi sentado ali mesmo.
 Ouvi um grito. Acordei desnorteado e quando isso aconteceu, o maior dos sintomas era a dor no corpo. Senti minha garganta inflamada também, então achei melhor não falar nada, por hora. Esfreguei os olhos e tinha uma moça, carregando sacos de farinha, parada me olhando.
 
 - De onde você veio? Saia da porta da minha casa, seu esquisito!
 - Uhn? Ahh estou na frente da sua porta dos fundos. Desculpe.
 
 Me levantei, agora mais sujo, mais dolorido e com o sono interrompido. Era de noite de novo. Decidi seguir caminho. Pensei em soltar um pum, mas quando o fiz me arrependi. A essa altura, eu já estava curioso sobre o quanto eu poderia aguentar e se eu estaria mais forte quando, melhorasse. Devagar e sem pensar muito, quando me dei conta estava em frente algo lago.
 
 - Okay. Hora de lavar minhas calças.
 Me abaixei na beira do lago, tirei meu hakama, a calça de meu kimono e comecei a lavar ela.
 
 - Eu não acredito que cai na armadilha do pum inofensivo, quando se está doente. Malditas frutinhas do coelho!! Você me enganou, salafrário.
 
 - E eu não acredito que você está lavando suas calças no lago sagrado da raiz púrpura.
 
 - Que?
 
 Me virei sem as calças e um velho senhor me observava. Ele era basicamente um anão de tão pequeno. Seus olhos eram profundos e suas sobrancelhas e barba eram grossas o suficiente para cobrir quase todo seu rosto. Ele usava uma roupa comum, de aldeão e parecia um pouco curvado.
 
 - Esse lago é formado dos rios das montanhas daqui. Principalmente do rio da montanha da raiz púrpura. Para nós, que devemos muito aos chás feitos com essa raiz, esse lago que vem da morada dela é considerado um patrimônio.
 
 - Ohh. Faz sentido. Mas vocês já pensaram em usar o lago pra lavar roupas? Parece muito bom.
 
 Disse eu, enquanto cheirava minhas calças lavadas e fazia uma cara satisfatória.
 
 - QUANTO DESRESPEITO, PIRRALHO!
 Gritou o velho, enquanto dava um golpe com a lateral da mão na minha cabeça.
 
- Ai! Foi uma piada!
 - Pare de fazer piadas tão desrespeitosas!!
 - Tá! Tá! Desculpe. Eu não sou bom com o timing delas.
 - Hmpf! Estou vendo.
 - Senhor... Você citou a raiz púrpura. Você sabe algo sobre ela? Eu busco a flor dessa planta.
 - Talvez. Mas eu não planejo falar nada para um garoto desrespeitoso. Muito menos um que não usa calças.
 - Ahh! É verdade! - Falei às pressas enquanto vestia apenas o hakama
 - Vestiu as calças. Mas ainda é desrespeitoso.
 - Me desculpe, senhor. De verdade. Por favor, eu preciso dessa flor. - Implorei curvado de joelhos, enquanto o velho dava um sorriso estranho e coçava o queixo.
 - Bem... Eu posso usar um ajudante! Heheee.
 Assim, eu estava puxando uma pequena espécie de carroça, feita para ser puxada por uma pessoa, com sacos cheios de terra e o velho sentado de costas para mim, de pernas cruzadas, olhando para o caminho atrás de nós. Eu fui subindo a montanha, por uma estrada bem definida, que subia a montanha.
 - Vá mais devagar garoto! Eu quero apreciar a vista!
 - E eu quero duas belas moças, colocando uvas na minha boca, enquanto eu sou levado lá pra cima com um tapete voador!! Eu pareço um escravo?
 - RESPEITO!! - Ele gritou, enquanto dava outro de seus golpes de karate na minha cabeça.
 Eu continuei seguindo o mais rápido possível e isso aumentava meu cansaço rapidamente. Enquanto eu desacelerava aos poucos, o velho me perguntou.
 - Por que está tão apressado, garoto?
 - Porque eu preciso aprender algo nessa viagem. Quando eu ver a flor e escoltar ela de volta pra vila, eu imagino que vou ser um rapaz mais cuidadoso e vou ter o mínimo de experiência quanto a transferir alguma carga, de um lugar para o outro. É uma habilidade importante, para quem quer ser um bom ninja.
 - Ser um bom ninja? Porque isso é tão importante para você?
 - Por que não seria? Ser um bom ninja, é basicamente o que todos os ninjas querem ser.
 - Mas qual sua motivação? Por que isso é importante, especificamente para você?
 - Eu... Eu queria ser lembrado na história. Ter meu rosto esculpido em uma montanha, ter uma estátua em meu nome, meu busto em uma praça, ou mesmo meu nome em pergaminhos históricos.
 - Hmm... Entendo... Garoto... Você acha que tem medo de ser esquecido?
 Parei para pensar um pouco, enquanto parava de puxar o carrinho. A lua tornava a minha silhueta visível, na medida em que eu soltava as barras de madeira, que eu usava para puxar o carrinho. Virei para o velho e ele ainda não me olhava.
 - Eu... acho que talvez...
 - E por que tanto medo? Muitos ninjas só querem cumprir sua missão, sem se preocupar em serem lembrados. Muitos fazem isso pelo bem de sua vila e de seus entes queridos. O que te faz ter um objetivo tão egocêntrico?
 - Eu não sou egocen... Nahh. Eu acho que sei o porquê.
 
Peguei as barras laterais do carrinho de novo. Os levantei e continuei andando, sem olhar para trás.
 - O pai do meu pai tinha uma doença. Quando eu nasci, não era tão ruim, ele só tinha alguns momentos de lapso. Mas com o tempo ele começou a se esquecer de coisas.
 - ...
 - Ao longo do tempo, ele passou a esquecer mais e mais o nome das coisas. Eventualmente, ele começou a esquecer os das pessoas também. A família toda tentava fazer ele melhorar e de vez em quando ele tinha alguns momentos de lucidez, mas a memória que eu tenho dele, é de um senhor enrugado, sentado em uma cadeira, precisando de ajuda até para se alimentar. O meu pai chorou muito e falou pra minha mãe, que não queria morrer sem lembrar do nome do filho.
 Eu vou dar um bom motivo pra ele nunca esquecer.
 - Eu sinto muito garoto.
 - É... *arf arf* - Eu disse ofegante
 - Mas garoto...
 - Hm?
 - Também deve ter sido doloroso pro seu avô. Tão importante quanto ser lembrado, é se lembrar das coisas também. Tente não correr tanto para ser grande e aproveite os momentos em que você ainda pode parar e apreciar. Olhe.
 O velho moveu o queixo, com o rosto de lado para mim, apontando para alguma coisa, na direção em que ele olhava.
 O lago estava refletindo a imagem das luas. Toda essa iluminação tornava toda a floresta e as montanhas, visíveis com uma luz prateada. E parando ainda mais de me mover, eu quase conseguia ver o movimento das luas. Quando eu parei de andar, comecei a ouvir o vento, que agitou as águas dos rios, que desciam as montanhas e ouvi claramente o som da água corrente.
 - É verdade, não é? Eu não quero ser alguém que não lembra da própria  vida, também.
 Mais uma vez, a luz do luar, tornava apenas minha silhueta visível, se visto do lado oposto ao das luas, enquanto eu caia de cara no chão e dormia ali mesmo, sorridente.
 Agora sim, eu acordei descansado. Usando roupas limpas, eu vestia um kimono samurai cor de vilho e um hakama azul escuro. Estava em um colchão, em um quarto claro, com um cobertor verde cobrindo meu corpo, mas abaixo dos meus braços. Um pano molhado caiu da minha testa, quando eu me levantei.
 A porta foi puxada para o lado e empurrada com o pé do senhor, que trazia uma bandeja, com uma chaleira, um copo e uma maça cortada em 6 pedaços. Depois de deixar a bandeja no meu colo, o idoso foi andando até o outro lado do quarto e abriu novamente uma porta de madeira tradicional, empurrando os dois lados, deixando a luz do dia entrar mais facilmente.
 - Pode tomar, rapazinho.
 - Okay.
 Me servi o chá. Ele era de uma cor púrpura esverdeada e tinha um gosto forte, apesar do cheiro agradável. Depois do primeiro gole, rapidamente comi um pedaço da maçã para tirar o gosto da boca. Mas quando o velhote deu uma risadinha, eu tomei o chá todo de uma vez só. Devorando a maçã logo em seguida.
 - Ainda apressado?
 - Eu vou lembrar desse gosto, com certeza!
 - Hahaha. Venha ver.
 Eu me levantei e fui olhar para o lado de fora. As portas que o senhor abriu, davam para uma varanda suspensa na beira da montanha. Ele me levou até o topo, quando eu apaguei e eu conseguia ver uma quantidade vasta de terra, com vários rios e montanhas no horizonte, com partes ocultas por nuvens, que estavam abaixo de nós.
 - Belo, não é? Eu vejo isso todo dia, quando desço para buscar o adubo.
 - Aqueles sacos eram adubo?
 - Isso mesmo. Eu crio as flores púrpuras aqui. Minha família sempre viveu aqui, para tratar as pessoas da vila com a raiz. Eu não sabia que haviam utilidades médicas na flor também. Talvez ninjas consigam fazer algo que eu não posso. Encontrar várias formas de tratar as enfermidades das pessoas, vai ajudar a deixar esse mundo mais bonito, eu acredito.
 Eu parei de olhar a paisagem por um instante, para olhar o rosto do velho. Os olhos dele eram visíveis, com a luz do Sol batendo diretamente sobre eles e ele tinha um olhar de quem estava vendo mais do que a paisagem. Ele estava quase criando uma nova, com sua esperança de ver mais gente andando nas ruas e vendo a mesma coisa que ele.
 - Qual seu nome, senhor?
 - Leyasu.
 - Eu sou Isshin, senhor.
 - Muito bem, Isshin. Agora se apresente primeiro da próxima, tenha educação.
 - MAS QUE DIABOS!! NÃO ESTRAGUE O MOMENTO, VELHOTE!!
 - OLHA SÓ QUEM ESTÁ GRITANDO NO TOPO DE UMA CALMA E ISOLADA MONTANHA!!! PEGUE AS FLORES, ANTES QUE EU ME ARREPENDA, SEU SAFADO!!
 - Nahh...
 - Ahn??
 - Quero olhar mais um pouco.
 No fim da tarde, eu já estava andando pela estrada, na lateral das montanhas que levam a Kumo. Eu vi o Sol se escondendo atrás da montanha, já distante e ouvi um galope atrás de mim.
 - Ahh, olha só. O garoto maluco que pula doente. Está melhor, pelo menos, rapaz?
 - Estou sim, senhor.
 - Que bom. Quer uma carona? Eu passo pela bifurcação na beira da montanha que leva a Kumo.
 - Quero. Mas vá devagar, por favor. Eu quero ver as coisas.
E assim, cheguei na vila com as flores de Leyasu.

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Última edição por Isshin em Qua 24 Out - 3:51, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Ia pré-visualizar e enviei. O post teve palavras extras e plot voltado para treinamento de atributo também.)
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Patrulha Externa
Descrição: Agora que você já possui uma certa experiência, sua missão é fazer uma patrulha aos arredores da Vila. Lembre-se que mesmo assim deve evitar combates e pedir reforços! Não banque o héroi (ainda!)
.
 
 Pensei que era hora de testar as minhas experiências e participar de uma patrulha. Sabia que podia solicitar a missão no quadro, pois mais vigia é sempre importante. Peguei minhas ferramentas ninja, para o caso de necessidade. E sai de casa, enquanto meus pais dormiam. Do lado de fora, uma patrulha com outros quatro genins e um chunin me aguardava.

 - Vamos indo novato.
 
 - Sim senhor.
 
 Seguimos para fora da vila. Montanhas param de comportar vida depois de um tempo, então ficamos ainda acima das plantas, a uma distância segura. É uma ótima vantagem geográfica, devo admitir. Nós ficamos nos dividimos em duplas e o chunin se separou de nós. A cada 30 minutos, nós nos encontraríamos em uma localização diferente e voltaríamos a patrulhar. Em um caso de emergência, uma kunai, com um papel explosivo e uma bomba de fumaça colorida seria arremessada pra cima. Passamos a madrugada andando por entre as montanhas, observado a vegetação de cima, aproveitando a dificuldade que alguém teria de se esconder sem a ajuda delas.
 
 - Então colega, vamos ficar aqui durante os próximos 30 minutos. Quer jogar uma partida de 21? - Me perguntou o rapaz, que era da mesma graduação que eu, mas visualmente mais velho.

 - Eu não sei jogar. - Respondi desinteressado.

 - Não seja tão chato!! É divertido. O tempo vai passar mais rápido, se a gente jogar!


 Não respondi e continuei observando os arredores, mas o silêncio ficou constrangedor e alguns segundos depois, decidi participar.
 
 - Okay então. Como se joga isso?

 - É bem simples. Cada carta desse baralho indica um número de pontos. Quem conseguir reunir uma quantidade mais próxima de 21, ganha. Mas se você passar você perde. Se ainda faltar muito, você pode pedir para comprar mais uma carta e continuar comprando até chegar lá ou o mais próximo possível.

 - Entendi.

 Começamos a jogar. Foram quase meia hora de surra no jogo. Eu estava ganhando muitas.

 - Eu não devia ter te ensinado a jogar isso. Desisto!! Vamos patrulhar!!

 - Tudo bem. Pó pó pó pó!

 - O que é isso, desgraçado?

 - Uma galinha. Pó pó pó. Franguinho. Pó pópó.

 - POIS SENTA AÍ QUE EU VOU TE MOSTRAR COMO É QUE SE FAZ, NESSA P&#RA!!

 Eu sou bom com números. Não é difícil pra mim, calcular quando que vai se tornar perigoso pegar ou não uma carta. Se eu tivesse com 16 pontos, sabia que só posso pegar uma carta de valor até no máximo 5. Eu não sabia jogar, mas sabia que tinham 52 cartas no baralho e que cada naipe tinham 8 cartas que ultrapassavam esse valor. Eu tinha uma delas na mão, então eram 22 chances de 52. 44,2% de chance de falha. Esse tipo de habilidade me permitia saber quando ou quando não arriscar. Além disso, eu tinha que poder imaginar a combinação de cartas que ele tinha. Em resumo: Eu sempre tive uma facilidade com números. Me peguei pensando sobre isso, quando finalmente fui interrompido.

 - Tá bom. Ganhou de novo. Peguei 25. Vamos embora daqui, está na hora de voltar pra vila.

 - Oh... okay. - Me levantei, sacudindo a poeira e abaixados, nós dois guardamos o baralho.

 Nada de ruim aconteceu durante a noite. A outra dupla e nosso supervisor, logo nos encontraram e voltamos para a vila, em segurança. Foi menos movimentado do que eu esperava.



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