Tornar-se chunin junto a revelação de seu passado fora um marco na sua vida. Alice, anteriormente conhecida como Violet, desenvolvia um forte interesse culinário e gastronômico, um hobby que levaria para frente tornando profissional. O impacto outrora citado precisava ser abafado de suas memorias, afogado elas em meio a coisas novas. Uma das primeiras cosias que fez foi ajustar-se a nova vida, visto que o selo rompido pelo seu irmão revelou a sua verdadeira imagem. Os bustos manter-se-iam fartos, já os cabelos, revelaria uma coloração embranquecidas e platinada. Suas írises, outrora azuis, se manifestavam de forma avermelhada. Outros aspectos como altura e peso eram o mesmo.

A personalidade se tornava mais irônica e viciada em doces, adorava degustar alguma balinha de mel com hortelã, certamente produziria centenas se tivesse a oportunidade. Voltando ao assunto quanto tange a característica psicológica da mesma, ainda odiava perder só que agora manifestava uma personalidade mais descontraída e rebelde em alguns aspectos. Não se importava com a hierarquia social e muito menos com a vila, apenas queria viver na sua sem ter que lidar com muitos problemas, mas esse pensamento é um tanto fora da realidade.

[...]

Sentada em sua cama, pensativa no que tange a seu futuro, calculava as possibilidades do que fazer no futuro, abandonaria seu guardião, o que de fato não lhe trazia nada útil. A principal ideia seria abrir algum estabelecimento onde possa adquirir a vasta quantidade de conhecimento e praticar sua culinária, que no qual ainda não sabia nada, mas um local frequentado seria no período noturno e com dezesseis anos seria incapacitada pela legislação de kumogakure no sato de abrir um negócio noturno. Algumas mentiras teriam de ser feitas no ato, ou contornar a lei para que pudesse se sustentar.

Virava seu corpo de um lado para o outro na cama como um ato de tedio, até porque pensar no futuro realmente é um pé no saco. De lado para a parede, refletia a ideia de abandonar o lar e ir para algum quadrado em kumo e recomeçar sua vida – engraçado como as coisas mudam – dizia a jovem Alice enquanto se sentava na cama – morar afastada do vilarejo principal me dá muito tedio – vislumbrava a densa floresta que no qual poderia ver da janela de seu quarto – preciso dar um jeito de dar o fora.

Voltaria para o interior de seu quarto caminhando em círculos arrumando algumas de suas coisas, não existiam muitos pertences para levar consigo, apenas algumas roupas e só. Caminhou até uma gaveta de fundo falso no qual usava para esconder uma parcela de seu dinheiro o monetário que ganhou nessa última investida de missões – 700 mil Ryous deve dar para conseguir alguma coisa nos primeiros dias – guardaria parte em seu sutiã.

Cogitaria partir ao anoitecer, precisamente na madrugada, para evitar alguma encrenca com seu guardião. O restante da tarde passou por meio de um cochilo, que na verdade virou sono profundo, o ar fresco da janela arejava o quarto tornando-o próprio para um bom sono em uma tarde quente de verão. As horas passaram em uma fração curta devido ao profundo sono que outrora se deleitava – droga – acordaria com o gosto amargo em sua boca junto ao constante som das cigarras. Olharia pela janela e podia ver a penumbra que se manifestava, veria o sol dar espaço ao luar, as estrelas e outras inúmeras constelações.

Ergueu-se de forma preguiçosa de sua cama, vendo que ainda era cedo para partir, redirecionou seu trajeto a cozinha para comer algo, talvez uma das frutas que no cesto se encontrava, afinal, ninguém estaria ali para fazer alguma coisa que servisse de janta, ao menos algo apropriado. – vai ser frutas mesmo – arremessou a fruta no ar e em uma manobra agarrou com a outra – não vou perder tempo – tascou uma mordida – docinha – dizia de boca cheia. Vasculhou se haveria outra coisa que satisfizesse seu apetite, e para sua surpresa, não havia nada muito saboroso. Acabaria por retornar ao seu quarto e verificar algumas cousas que viesse a calhar em sua fuga noturna – acho que está tudo de acordo, só esperar – abriria um sorriso ao deitar-se na cama novamente finalizando sua refeição.

Um bocado de tempo passaria e já era a hora marcada de fugir, sem nem pestanejar, saltitou pela janela e percorreu em meio a escura mata de sua casa, optou por ir de forma escondida dos demais, sem chamar atenção das redondezas. A viagem demoraria cerca de 1 hora, afinal a casa ficava aos arredores de kumo, mas a garota realmente estava enjoada de morar naquele local. A ida fora tranquila, poucas pessoas, mas de vez em quando via algum bêbado caindo nas estradas, alguns animais se manifestando no caminho e os ninjas que faziam algumas rondas. Atravessou a entrada principal e procurou algum lugar que pudesse dormir, algum hotel ou coisa do gênero, não encontrando nada, resolveu ir para a praça.

Sentada em um banco olhou para o céu estrelado – eu amo a noite em kumogakure – retirou um doce e degustou – espero que eu me reestabeleça rápido ou irei ter dificuldades, talvez até que me prostituir –completou com um tom irônico. Falaria sozinha por um tempo, pois, estava feliz e se sentindo liberta de sua antiga rotina, já não gostava tanto de treinar as artes ninjas, agora só focava no essencial para sobreviver, ao menos por um tempo. Analisou os arredores, a procura de algum estabelecimento que lhe dessem algum auxílio – confiar em estranhos? Não – abandonaria a ideia e subiria a parte alta vila, um local cujo poderia ver diversas instalações do vilarejo entre outros.

Estando no famigerado local, observaria a paisagem suburbana de kumo, havia claras intenções de amanhecer naquele local, não havia sequer interesse em dormir naquele momento, afinal, havia deleitado a tarde toda em sua cama e não poderia voltar atrás da sua decisão –é isso, vou conquistar kumo através da culinária – bradou de forma forte contra o vento em seu rosto, seguidamente de um sorriso. Viraria a noite naquele ponto da cidade, sem muita coisa a fazer.

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