[SOLO] Deitado na realidade

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[SOLO] Deitado na realidade
[SOLO] Deitado na realidade

Jäger

Seg 15 Out 2018 - 8:29

HP: ❲ 625 • 625❳ CH: ❲ 650 • 650 ❳ ST: ❲ 00 • 05❳

A chuva nunca parava. Era uma porra.

Jäger mantinha o passo ritmado enquanto atravessava as vielas entre os prédios metálicos disformes. Seu corpo estava ensopado, o frio chegava em seus ossos. Ele estava com fome, mas não tinha para onde ir. Ele estava nervoso, mas não tinha mais o que fazer.

Virou numa esquina, dobrou outra rua, olhou de soslaio pelas residências. Caçava com voracidade, até que encontrou um local que acreditou ser o suficiente.

De madeira bruta, pedra, cimento e chapas de metal, pendia na entrada o painel onde podia ser lido – Estalagem do Caolho.

Jäger buscou um punhado de Ryos da bolsa, chacoalhou o corpo úmido as vestes ensopadas, olhou para o balconista e não hesitou.

- Fala, parceiro. Quero um quarto bom, um banho quente e uma comida fresca, também quente. Quanto fica?

O homem, senhor de idade, cabelos grisalhos nas laterais da cabeça cujo cume era uma careca lustrosa, que possuía um dos olhos desviados, claramente o que tinha dado o nome ao local, virou sem muito ânimo para o rapaz.

- Mostra a grana.

Jäger mostrou.

- Tá certo. Passa pra cá esse tanto, o quarto é o primeiro à esquerda, só subir as escadas. Já levo a comida.

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Jäger

Seg 15 Out 2018 - 10:29

HP: ❲ 625 • 625❳ CH: ❲ 650 • 650 ❳ ST: ❲ 00 • 05❳

Jäger adentrou no quarto sem muitas expectativas. Era algo bem simples, porém, era melhor que um buraco no meio da floresta e, ainda, melhor que seu muquifo em Iwagakure. Jogou sua bolsa ninja num canto, soltou a mochila por ali mesmo e foi até o banheiro.

Havia uma banheira não tão limpa e manchas de mofo por todo o canto, mas isso não impediria o garoto de tomar um bom banho. Girou o registro, esperou a banheira encher.

Já estava nu, submergindo na água quente, quase fumegando. Os tremores tinham se extinguido, a calmaria manteve o rapaz relaxado.

Jäger voltou a refletir sobre o que estava fazendo. Murmurava, falando consigo mesmo.

- Tenho que derrubar o sistema. Tenho que encontrar minha família. Derrotar todos os ninjas, ou pelo menos fazer eles entenderem... Eles têm que entender. O mundo tem que entender.

Continuou pensando em suas tarefas, cogitando possibilidades e traçando planos. A exaustão o fez cair no sono. E, de repente, estava em outro lugar.

O rapaz de pele negra se via em uma planície sem fim. O sol era vermelho, a escuridão engolia o horizonte, explosões tomavam conta dos céus. O chão tremia. O mundo estava sendo destruído, e apenas ele estava em pé, presenciando o fim.

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Jäger

Seg 15 Out 2018 - 17:19

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Jäger ouviu uma voz. A voz era rouca, antiga e familiar. Ela ecoava por toda imensidão, tal qual o som das explosões. Inicialmente ele não conseguia compreender o que estava sendo dito, mas logo pôde fazê-lo.

- Você falhou. – Dizia. - Você é fraco. – Continuava. – Você vai morrer sozinho, seu merdinha.

- Quem está aí?! – Gritou Jäger, girando em seu próprio eixo. Instantaneamente buscou sua bolsa de armas, mas ela não estava mais ali. Então cerrou os punhos e os ergueu na altura do peito e queixo. – Aparece, seu fodido! Vou te matar na porrada!

O rapaz então teve uma epifania. Ele lembrou-se da familiaridade da voz. Era Sprawn, o Velho Bêbado, seu amigo e mestre, o qual tinha deixado sem se despedir em Iwa.

- Aparece, seu velho maldito! Eu já te venci antes, vou te vencer de novo!

Mas não havia local para o velho Sprawn se esconder. Era apenas uma planície negra sem fim. Todos os lados pareciam o mesmo, todas as direções davam para a mesma localidade.

Jäger começou a correr.

- Eu vou te matar!

Sprawn era um amigo. Não tinha um motivo para ele estar querendo mata-lo, porém, estava irritado. Não compreendeu exatamente o que acontecia ali. Sua agressividade veio à tona.

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Jäger

Seg 15 Out 2018 - 19:20

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Quando mais Jäger corria, menos entendia o que estava acontecendo. Ele não chegava em lugar nenhum. Ainda que a voz de Sprawn se aproximasse cada vez mais, o próprio Sprawn não dava as caras.

- Aparece, covarde! – Jäger rugiu. – Eu vou te descer a porrada! Vem aqui!

Nada acontecia, ninguém aparecia. O garoto corria mais e mais, incessantemente.

- Porra. Onde eu tô? - Foi quando se deu conta. Tentou se lembrar como tinha parado ali. Fez algum esforço e notou. – Mano! Isso aqui é um sonho!

Lembrou-se que estava na banheira da estalagem, lembrou-se que caiu no sono. Aquilo só podia ser um sonho. Porém, se estivesse certo, como faria para sair dali? Se estivesse certo, quanto tempo aquilo iria durar?

As explosões no céu se tornaram maiores, mais espalhafatosas, mais estrondosas. O chão tremia perigosamente e, ainda que tivesse quase certeza de que aquilo era um sonho, seu instinto temia por sua vida.

A voz de Sprawn já não podia ser ouvida mais. Um frio trespassou sua espinha. Por mais que as explosões ocorressem, a temperatura ambiente era congelante.

- Porra, porra! Que sonho merda!

Jäger tentou correr para se aquecer. Andava por todo lado, mas nada funcionava. Algo estava errado. Talvez não fosse um sonho.

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Jäger

Seg 15 Out 2018 - 21:20

HP: ❲ 625 • 625❳ CH: ❲ 650 • 650 ❳ ST: ❲ 00 • 05❳

Era profundo demais para ser um sonho. Era denso demais. Complexo demais. Jäger nunca se lembrava de onde tinha vindo, em sonhos. Mas ali, se lembrava. Tudo tinha se transformado por completo. Ele soube, naquele momento, que estava dentro de um Genjutsu.

A ilusão se desfez logo em seguida. As explosões cessaram, os terremotos se findaram. A imagem do horizonte se estilhaçou como um espelho, espalhando-se em sua mente.

Abriu seus olhos, a visão estava turva. Sentiu a água em seus pulmões. Gritaria, se houvesse como. Emergiu da banheira ofegante, buscando oxigênio desesperadamente.

Quando cuspiu a água, arfava.

- Filho da puta!

Num instante ergueu-se, nu, caçando a origem daquela ilusão maldita. Quando percebeu, não havia ninguém no banheiro, nem no quarto, nem nos corredores.

Olhou para a janela, observando que ela estava arreganhada. Correu até ela e observou, lá na rua, atravessando uma viela, um fugitivo encapuzado. Ele estava longe, e Jäger nu. Não se daria o trabalho de caçá-lo.

Algo em si percebeu. Ainda que estivesse puto, estava calmo. Ainda que estivesse numa vontade de estripar aquele filho de uma puta, estava remontando seus pensamentos com sabedoria.

Sair na rua atrás daquele cara era burrice. O melhor a se fazer era repensar, bolar uma estratégia melhor e se concentrar.

Talvez sair de Amegakure fosse a melhor escolha. Mas de uma coisa tinha certeza: aquela chuva era uma merda.

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Convidado

Seg 15 Out 2018 - 22:44

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