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Prólogo  —— A Peregrinação

O vento frio nos cabelos da Eminência não o incomodou. Em queda livre, era um enviado de Jashin para levar aos iníquos as dádivas de seu deus. O ar deformava-se ao redor do homem, enquanto ele caía do alto de seu monte. Um chakra negro o envolvia, permitindo que controlasse sua queda da maneira que mais lhe apetecesse e assim o fez, até chegar diante do covil preparado já há mais de um ano para o cumprimento de seu plano.

Sua chegada ao solo foi acompanhada logo em seguida de uma explosão, tamanha fora a altura que caíra, o solo ao seu redor se deformou de acordo com a intensidade do momentum desferido na terra. Era uma forma dramática de se chegar, mas a Eminência em nada se importava com qualquer impressão que pudessem deter dele.

Afinal, só havia uma pessoa ali.

—— Glória a Jashin-sama! —— a voz ecoou quando viu a figura do prelado vindo em sua direção. —— Eminência, nossos homens estão prontos. Estão sedentos por sangue, por mais sangue, Jashin se agradará de nosso sacrifício. —— A figura que falava era um ser mirrado, com uma corcunda, seus membros eram irregulares em tamanho, seu nariz havia sido decepado e reconstituído com um feixe de pele de sua bochecha para tornar seu aspecto ainda mais bizarro. Seus olhos eram vermelhos e examinavam tudo em velocidade absurda, o vermelho do Sharingan os iluminava, mas aquilo nada mais era do que um aborto Uchiha, resgatado dos mortos por Hinka.

—— Sim, estão prontos. Eles foram iniciados, se banharam em sangue herege. Agora os alimentamos com bifes e carne de carneiro e os lançamos contra as Grandes Nações. Eles levarão destruição e aumentarão o nosso poder sobre o mundo, ninja ou não, todos haverão de se curvar diante da vontade de Jashin. —— Com esses dizeres, quase proféticos, a Eminência caminhou até a entrada da caverna e com uma oração e um pouco de chakra, anulou o selamento que mantinha os terrores preparados por eles dentro da terra. —— Glória a Jashin-sama!

Olhos vermelhos emergiram das sombras e com eles, uma dezena de outros olhos brilhantes, sendo sucedidos ainda por outros e mais, até que centenas de figuras surgissem, seus passos pesados, suas mãos armadas com foices, espadas, facas. Seus corpos protegidos por armaduras de couro fervido, placas de madeira ou aço. Camponeses convertidos, ninjas submetidos, servos criados desde o nascimento. Um exército, que percorreu as pradarias do País da Grama como um único grupo, feroz, espalhando a destruição por onde passavam.

—— Então, meu senhor, esta é a vontade de Jashin... ela é... é linda. —— O corcunda grunhiu com prazer, enquanto a tropa das trevas incendiava e destruía o campo logo a frente, se dirigindo para uma pequena vila localizada nas proximidades. Aquele seria o primeiro local a ser tocado pela vontade soberana de Kami-sama.

—— Vamos embora, deixemos que a horda encontre seu caminho. —— A Eminência disse, seu rosto carrancudo fitou a massa sinistra que tomava seu rumo de maneira quase natural. Era como uma força da natureza.

Ambas as figuras trataram de desaparecer logo em seguida, destruindo os rastros da manutenção daquele exército ali localizado e partindo de volta ao seio dos adoradores de Jashin, permitindo que a horda liberada fosse guiada por sua sede de destruição.

E sua sede de sangue não conheceria fim, mas conheceria um início: O País do Fogo.

Importante.: