Sentada sobre o deque de madeira da enorme casa de sua família, Zenyatta observava o jardim, as formas dos elementos naturais que compunham a paisagem e a vida, presente no canto dos pássaros e no esforço instintivo dos insetos em colher elementos para sua comunidade. Os pensamentos da jovem transitavam entre o presente e seus questionamentos a respeito de seu futuro.
Não agradava a Zenyatta estar novamente se questionando sobre como adquirir mais poder e como estar mais próxima a Kannon, mas após tantos dias em casa, ansiosa a espera da carta que anunciaria sua luta no exame para ANBU, era impossível para a jovem não se perguntar qual seria o seu caminho como uma shinobi. Contrariando muitos dos membros de seu Clã, Zenyatta desejava dominar o Ninjutsu, técnica que ela acreditava ser a melhor para expressar sua arte e seus sentimentos.
Enquanto observava o bater de asas de um pássaro que acabará de colher do solo um filamento de madeira, Zenyatta pensava em como aquele movimento era poesia para ela e como poderia, após algum trabalho, ser convertido em uma técnica que expressasse, transmitisse ou remetesse o movimento original. 
A garota se joga contra o piso de madeira e suspira - Como eu vou poder desenvolver esse tipo de coisa se só me treinam para combater físicos? -. Leva algum tempo até que a jovem deixasse de fitar o teto desesperançada e adotasse uma postura ereta novamente - Eu não posso desistir -. A jovem, que nunca soubera lidar com a derrota, adota uma postura ereta novamente e começa a pensar em suas opções para aprender mais sobre Ninjutsu. Não demora muito até que uma ideia um tanto obvia lhe vem a cabeça - É claro... A Blibioteca -.
Zenyatta se levanta abruptamente, cruza o jardim a sua frente e pula sobre o muro de concreto que separava a casa de sua familia dos rios de concreto que formavam Konoha. Pulando entre telhados, Zenyatta visualiza a distância seu destino. Entre as rochas que formavam a montanha aos fundos da vila se destacavam os bustos dos antigos Hokages, todos belamente esculpidos "Já faz algum tempo que eu não vou até lá".
Cruzando a vila sobre os edifícios, Zenyatta não demora a chegar na base da montanha, que contempla por um momento antes de começar a subir as escadas para a biblioteca.

Considerações”:

Equipamentos”:

Jutsus Utilizados”:

A medida que subia as escadas o habitual barulho das ruas iam se distanciando, dando lugar ao assovio dos falcões que voavam sobre a vila. As aves, usadas por Konoha para enviar todos os tipos de mensagem, pairavam livremente sobre os céus "Deve ser incrível poder voar, não ser limitado por barreiras impostas por culturas e civilizações, ser e sentir mais do que isso". O vento bate contra a face da jovem, que parece acordar de um sonho. Sem perceber, Zenyatta havia estacionado no meio das escadas e estiver até o momento a fitar o horizonte, onde o sol começava a tocar - A biblioteca -. Assustada com a perspectiva do edifício fechar, Zenyatta começa a pular os degraus de dois em dois, tentando não perder mais tempo.
Ao adentrar o edifício, os ruídos do lado de fora cessam por completo. O local parecia emanar uma aura própria, uma mistura de templo, local destinado ao culto, e museu, um ambiente destinado a guardar a historia e o conhecimento adquirido ao longo dos séculos pelos Shinobis ao redor do mundo. A garota não precisava dizer uma palavra pois seus olhos revelavam a admiração que sentia por aquele lugar e por cada livro que guardava consigo uma historia única.
A jovem se jogou em meio ao labirinto de enormes estantes que formavam o local e mais uma vez se perdeu em meio aos seus pensamentos. O fascínio da jovem fizera com que ela passasse a mão pela capa de couro dos livros e o papel delicado dos pergaminhos cuidadosamente empilhados em meio as prateleiras. De olhos fechados, Zenyatta sentia a textura do material que seus dedos tocavam... A sensação despertava coisas boas na jovem que simplesmente se deixava levar, sendo guiada pelo destino e por seus sentimentos pelos corredores.
Ao passar por toda sessão de historia, onde a cada meio metro a jovem apanhava um pergaminho para realizar uma leitura rápida, Zenyatta se depara com o que estivera a procurar. Uma estante de aparência já desgastada, identificada como seção de livros de técnicas e habilidades se destacava por seus poucos recursos de leitura "Tão poucas opções". 
Os olhos de Zenyatta se voltam de imediato para um livro surrado e jogado no canto da prateleira. A jovem apanha o livro, se senta diante do móvel e abre a capa empoeirada - Shikigami no Mei, A arte dos origâmis -. O titulo do livro arrebata por completo a jovem Hyuga, que começa a devorar as paginas inicias do livro.

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O dedo indicador da jovem percorria as linhas de tinta do livro conforme a mesma devorava cada palavra que ali estava gravada. A ideia de Ninjutsu que o livro trazia era algo que Zenyatta nunca havia visto, ouvido ou sequer imaginado - Isso sim é arte -. Com a ponta de seu dedo já sensível de tanto raspar contra o papel áspero, a jovem finamente volta a fechar o livro, fazendo com que o pó contido no mesmo se espalhasse pelo ar.
Ainda no chão, a cabeça de Zenyatta parece revisar tudo que consumira do livro - Parece quase impossível -. Apesar do lamento, a jovem estava animada com a perspectiva de dominar uma técnica tão poderosa e libertadora como aquela. Aquela técnica na mente de Zenyatta representavam inúmeras oportunidades - Pense em tudo que eu posso criar com isso, pense nos lugares que eu posso chegar com isso -. O sorriso que se abria na face da garota a transformava novamente em uma criança, que havia deixado de ser quando partira para sua primeira missão em meio a guerras e invasões.
Finalmente de pé, Zenyatta volta a depositar, com cuidado, o livro em sua prateleira de origem. Dando uma ultima boa olhada para as estantes de madeira recheadas de livros e pergaminhos, a jovem finalmente se vira para a porta do recinto e se dirige a ela.
Do lado de fora da blibioteca, o sol já havia sido parcialmente consumido pela linha do horizonte, o que fazia com que os céus, outrora claro e praticamente unicolor, esbanjasse agora uma verdadeira palheta de bonitas cores. Zenyatta levanta a mão frente ao corpo, parecendo querer alcançar aquela imagem distante - Obrigado Kannon por ter me trazido até aqui, por ter me apresentado o verdadeiro significado de arte e liberdade -.
No topo das escadas, com os olhos fechados, a mão a frente de seu rosto e perdida em seus pensamentos, a começa jovem concentra chakra em suas falanges. Recordando da textura do papel que havia tocado durante horas dentro do prédio a suas costas, a jovem passa a tentar incorporar e internalizar aquela textura - Eu estou... -. A jovem sente sua mão muito mais leve, como se aquela força que fazia com que todas as coisas vivas fossem jogadas em direção ao centro da terra não mais existisse. Frente ao que sentia, Zenyatta volta a abrir os olhos - ... Livre -. Pairando a frente do rosto da jovem, não se encontrava mais sua mão, mas diversas pequenas folhas de papel que dançavam no ar com as batidas suaves do vento. 

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Zenyatta aos poucos entendia o poder e começava a conseguir controla-lo, porem de forma muito básica, fazendo as folhas dançarem ao seu redor. A jovem, encantava, ficava a acompanhar com os olhos as folhas que outrora foram seus dedos - Incrível -. Curiosa e ainda buscando descobrir os limites daquele poder, Zenyatta busca fazer com que as folhas, recheadas de seu chakra, dobrassem, horizontalmente, longitudinalmente, em diagonal... As folhas dobravam e aos poucos davam origem a origâmis em forma de borboletas, que batiam suas asas e desafiavam os ventos - O que mais eu consigo fazer? -. 
Procurando dar uma intenção agressiva aos seus movimentos, o bater de asas das pequenas criaturas se intensificam e em seguida elas abruptamente avançam contra um inimigo invisível parado diante da jovem.
Ainda no topo das escadas, Zenyatta procurava recordar das intrusos do livro, mais avançadas e complexas. A garota concentra chakra em seus braços e busca novamente resgatar as lembranças da textura, peso e dimensões do material que desejava se lembrar. Novamente, a jovem sente seus membros mais leves e quando o vento bate contra os mesmos, o que antes fora seus braços dava origem a uma chuva de papel.
Borboletas, aves e folhas dançavam juntos, dominando todo o ar num raio de cinco metros ao redor da jovem, que sorria e se sentia empolgada com tudo aquilo. A animação fizera com que Zenyatta saltasse para cima da barra de metal que separava as escadas de um precipício que dava nas ruas de Konoha. De olhos fechados, inclinando aos poucos o corpo para frente, Zenyatta não podia deixar de sentir gratidão.
Os pés da jovem aos poucos deixam de tocas a barra de metal. O corpo da Chunnin agora caia em câmera lenta em direção ao chão ao mesmo tempo que ela novamente fazia seu chakra fluir sobre os membros restantes de seu corpo.
A medida que Zenyatta avançava contra o chão, seu corpo deixava de ser músculos e nervos. Seu corpo caia e deixava para atras uma chuva de papel, que dominavam os céus diante das estatuas dos grandes Hokages.
Das ruas as pessoas paravam para observar o estranho fenômeno que era comparável apenas com a panfletagem feita por políticos em véspera de eleições.
Quando o ultimo fio de cabeços da jovem se transforma em papel, Zenyatta parece tomar consciência de cada uma das folhas que faziam parte de si, o que lhe permitia controlar de forma muito melhor essa. nova técnica que aprenderá.

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As primeiras folhas de papel que tocam o chão dão origem aos pés de Zenyatta. Sem pressa, as folhas que caiam se aglutinavam, fazendo com que mais uma vez a garota fosse reconhecida.
Extasiada, a jovem demora algum tempo para que conseguisse se mexer. A sensação que havia acabado de experimentar era única, era realmente aquilo que a garota tanto buscava... Liberdade.
A ultima folha de papel toca o topo da cabeça de Zenyatta. Estando completa, a garota podia sentir que seu corpo voltava a tomar a forma normal. O que eram folhas passam mais uma vez a serem músculos, sangue, nervos, etc. Era de certa forma reconfortante sentir o calor de seu corpo mais uma vez.
Mirando sua casa, a jovem começa uma lenta caminhada. No caminho, fechada em sua mente, Zenyatta trabalhava na criação de estratégias e planos para sua nova técnica aprendida que poderia usar em sua luta Noe exame que faria dali a alguns dias. 
Ao alcançar os enormes muros brancos, Zenyatta mais uma vez salta, tocando seus pés no concreto do muro uma vez antes de conseguir alcançar a grama de seu jardim. O ambiente era o mesmo daquele que a algumas horas havia deixado, a única coisa que mudara era a coloração do ambiente, que agora, com o sol quase que completamente exposto, adotava um tom mais escuro.
Vindo de dentro da casa, o som de conversa alerta a jovem que o jantar já havia sido servido. Com pressa, Zenyatta corta o jardim, pula o deque de madeira e abre as portas da casa. Com cuidado, Zenyatta retira seus calçados e então coloca seus pés em contato com o piso do edifício. Dentro do local, antes de fechar a porta que dava para o jardim, a jovem olha mais uma vez para os céus, fecha os olhos e se lembra do Deus que seguia - Obrigada Kannon -. 

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