Extremamente cansada por conta de todas as "aventuras" do dia anterior, Yumi dormira por longas horas no balcão do bar. No momento em que havia chego no seu restaurante e também residência, a garota não aguentou continuar andando até o seu quarto, preferiu efetuar uma pequena parada onde escondia suas bebidas destiladas. Logo nos primeiros goles da garrafa cuja concentração alcoólica era das mais altas, a sonolência passou a assolar a pobre garota que adormecera abraçada ao barril montado ao seu lado.

Ainda parcialmente tonta por conta do efeito do álcool em seu sangue, a garota cambaleava enquanto ia em direção ao andar seguinte. Subir as escadas parecia ser o maior desafio da sua vida, acertar o pé no degrau seguinte parecia ser praticamente impossível sem a ajuda do corrimão em que se escorava. Alguns longos minutos foram necessários para esta tarefa, mas o pior logo havia passado. A Tokujo continuou até o seu banheiro onde lavou seu rosto por completo, escovou os dentes e encarou-se no espelho por longos segundos. "O que eu me tornei?" Ela se perguntava mentalmente enquanto observava sua própria imagem descabelada e abatida. Não parecia, mas o seu vício alcoólico mesmo servindo como um "melhor amigo", era odiado pela mulher.

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Considerações:

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O sol emitia diversos raios em direção a Yumi, mesmo acostumada com os efeitos colaterais da bebida no dia seguinte, era inevitável passar por eles. A sensibilidade dos seus olhos fazia com que a garota necessitasse andar com a visão voltada para o solo, onde guiaria-se apenas por sua audição e a pequena visão periférica que ainda possuía. De inicio esbarrava em diversas pessoas, como se fosse uma maluca, mas logo acostumava-se a identificar a movimentação dos outros muito antes de estarem por perto, desviando perfeitamente, sem que atrapalhasse o fluxo de transeuntes.

Contudo, próxima ao centro da cidade, as grandes estruturas comerciais impediam o avanço da luz solar, prevalecendo grandes sombras na região. Yumi via-se sem ter o que fazer, nada na vila chamava atenção, nenhum aglomerado ou confusão estava disponível para a Pedoroso bisbilhotar. Sem opções restantes, a garota analisava quais opções teria a fazer, lembrava-se brevemente do dia anterior em que havia se iniciado nas questões sensoriais, não existiu nenhum tipo de explicação aprofundada, mas mesmo assim grandes avanços foram feitos. "Não vejo aquela mulher estranha por aqui, acho que só me resta continuar essa chatice na biblioteca." Pensava. E assim seria feito.

Caminhando em direção à livraria, a alcoólatra pararia em um pequeno estabelecimento para repor as bebidas que havia esquecido em casa. Antes mesmo de pagar por elas, a garota já estava consumindo uma das garrafas. Poucos minutos de caminhada foi mais que o necessário para chegar até o seu objetivo da manhã, a biblioteca era enorme, diversos livros de diversos temas extremamente bem organizados. Yumi ia direto em uma seção dedicada especialmente ao Ninjutsu. —— Elementos... selos... Sensoriamento! Que sorte! —— Proferia passando seu dedo indicador da mão direita por cada nome até encontrar o que almejava. O setor encontrado possuía uma pequena coletânea de grandes livros com capas e contracapas extremamente rústicas, as folhas estavam extremamente amareladas e pedaços da folha geralmente possuíam buracos ou mesmo estavam arrancados, mas nada que atrapalhasse a leitura, demonstrava apenas a idade do papel.

Yumi tomava posse do primeiro livro da ordem intitulado como "O descobrimento Sensorial"; sentava-se e passaria a lê-lo, acompanhada de suas bebidas. A história era pouco cativante para a garota nada interessada no estudo, quanto mais avançava, mais perdia a vontade de continuar. Sua salvação era sempre o álcool que a distraía tanto ao ponto de não se importar com o que estava fazendo, embora que, mesmo distraída, absorvia todo o conteúdo lido.
 


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02/10 | 409/400 palavras (Desenvolvimento de Atributos: +1 Ponto em Inteligência)

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Encerrando o primeiro livro, exatamente nada de interessante havia sido aprendido. Foram horas de leituras desnecessárias, demonstrando apenas a história geral da técnica, como o título indicava. —— Era melhor eu ter pulado isso, quanta chatice, nada de útil. —— Desabafava consigo mesma, demonstrando a infelicidade de ter perdido tanto tempo com algo que não acrescentaria-lhe em nada. Por poucos minutos Yumi ficou ali, pensando se deveria continuar a leitura, sentada e esvaziando mais uma garrafa.

A decisão tardou, mas a garota estava totalmente certa de si; levantou-se da cadeira exercendo uma grande força na mesa, com as mãos, de modo que um grande estrondo ecoou por toda a biblioteca. A bêbada parecia não se preocupar com os diversos olhares que dirigiam-lhe neste momento, afinal, já estava acostumada com isso. Prosseguira até a prateleira em que havia pego o primeiro livro, desta vez tomava posse de um exemplar nomeado como Kanchi Taipu. Retornaria a mesa com ele em mãos e iniciaria a leitura. Logo na contracapa um breve resumo estava bordado em letras eruditas; "Um sensor hábil pode detectar seus alvos de uma grande distância, bem como diferenciar as pessoas por seu tipo de chakra. Eles são mesmo capazes de dizer quando outros sensores estão usando suas habilidades."
 
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03/10 | 207/200 palavras 

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Logo no começo o livro demonstrava-se infinitamente mais rico e superior em conteúdo quanto ao outro abordado. Yumi estava em um mar de novas informações, o sensoriamento não abrangia apenas a detecção do chakra, mas poderia também sem problemas sentir o contato de qualquer pessoas em técnicas próprias, desenvolvidas pelo próprio ninja, algo que certamente exigiria anos e mais anos de treinamento. Talvez um dia a Tokujo aprofundaria-se nisso de uma maneira melhor, mas não eram estes os seus planos, almejava apenas ter um diferencial à mais, visto que possuía tempo de sobra neste momento.

Era incrível como tal livro fazia com que os pensamentos da Yumi esquecessem totalmente do álcool, mas o seu organismo não permitia isso durante muito tempo; em poucos minutos sem ingerir o líquido seu corpo começava a fraquejar enquanto que sua garganta seca iniciava um processo de "implorar" pela bebida. Não resistia — e nem queria, abandonando o livro por um breve momento, a garota puxava mais uma garrafa e como alguém que estava morrendo de sede, a Pedoroso bebia todo o conteúdo da garrafa com extrema voracidade, sedenta pelo líquido que mudava sua realidade. Sensações de alívio e prazer tomavam conta do corpo da jovem, o deleite da bebida gelada passando por sua garganta era algo inexplicável.

 
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04/10 | 212/200 palavras 

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De fato era um grande erro privar-se do seu vício, mesmo ocorrendo totalmente sem intenção. Foram poucas as vezes que a garota conseguiu manter-se distante da bebida desde o primeiro ano em que se viciou, outros líquidos já não satisfaziam a garota, o álcool fazia parte do seu organismo por completo. Saciada de toda a sua vontade — por algumas horas, talvez minutos, Yumi deixava a garrafa de lado e passava a continuar sua leitura, muito mais concentrada do que antes estivera.

A visão da garota por um pequeno momento ficava com a visão extremamente turva, tudo parecia balançar ao mesmo tempo que embaçava, o peso da suas suas pálpebras assim como o da cabeça pareciam equivaler à toneladas, nem mesmo o pescoço mais torneado da face da terra aguentaria segurar tamanho peso. Yumi ia de contato com a mesa em que estava sentada, perdendo sua consciência neste instante. Mesmo com o vício alimentado, o corpo da garota parecia realmente não aguentar o choque da falta do álcool circulando no sangue. Ver um corpo humano nesta situação era uma situação horrenda para qualquer um, mas era consequência das escolhas da inocente mulher dos cabelos castanhos, injustiçada e traída por seu próprio corpo, tanto físico quanto psicológico.

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Diante da visão negra encobertada por sua pálpebras, Yumi entrava em um transe profundo, não se sabia se era por fadiga, a falta do álcool ou talvez até mesmo a velocidade exorbitante em que havia ingerido o líquido da garrafa de um litro inteira. Em seu devaneio, a garota via-se em um local extremamente escuro, mas sentia seu corpo pulsar como se estivesse acordada, era sem dúvidas um sonho lúcido. Conforme avançava pelo desconhecido, era possível sentir o seu pé descalço em contato com o chão gelado, aparentemente revestido de madeira, devido ao som que era reproduzido a cada contato. Não importava para qual lado olhasse, nenhuma luz permitia-lhe ter a mínima visão que fosse. Restara-lhe apenas sentar-se ao piso gelado, em posição fetal, e aguardar. aguardaria centrada em todos os erros da sua vida, em todas as escolhas frustradas, em toda a insignificância que para ela denominava-se como "minha vida", doía-lhe no peito. Mas a sua reflexão não abrangia apenas ao negativo, também lembrava-se de todos os seus sonhos e desejos, todas as boas experiências que um dia vivenciara, era divino o conflito existencial que ocorria neste momento.

O sonho não parecia ter fim, a alcoólatra buscaria mais uma vez alguma luz no local para que finalmente pudesse se guiar. E obtivera êxito. Em uma distância mediana, uma estranha luz azul fluía na mesma altura da cintura da garota, tal fulgor não era suficiente para iluminar quase nada, mas servia-lhe como um caminho a ser seguido, uma luz no fim do túnel.

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06/10 | 253/200 palavras 

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Por mais que a garota tentasse avançar cuidadosamente, era inevitável sempre acabar dando de cara com paredes e mais paredes — ou seja lá o que fosse. O escuro não colaborava, a pequena iluminação azul estava muito mais distante do que se poderia alcançar, enquanto que a Yumi além de "cega" era impedida de efetuar avanços diretos. Seria ilógico uma ocasião como esta não existir um caminho perfeito onde levaria exatamente ao local almejado, seria como nos filmes e novelas que a alcoólatra havia assistido aos montes durante toda a sua adolescência, ou ao menos ela esperava que fosse.

A Pedoroso tentava, ainda, andar escorada contra a parede, mas para qualquer lado que fosse, o caminho sempre começava a levá-la até a direção contraria ao objetivo azulado. Era frustrante perder tanto tempo em algo aparentemente tão fútil. Refletir tanto fazia com que ela, mesmo em um sonho, esquecesse totalmente das bebidas alcoólicas. Mesmo que se lembrasse, não teria como conseguir uma, talvez entraria em panico assim que descobrisse tamanha fatalidade.

Depois de muito persistir, Yumi não sabia mais o que fazer, em consequência do seu primeiro momento de "reflexão", a primeira fita de chakra havia aparecido, por que não meditar ainda mais profundamente? Talvez esta seria a chave certa, finalmente havia acordado.

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07/10 | 211/200 palavras 

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Acordava da sua bolha limitada, Yumi finalmente começava a realizar grandes avanços diante dos seus treinamentos. A meditação trazia uma iluminação total no local em que se encontrava; tratava-se do seu quarto, mesmas cores, móveis e tudo mais. Aos poucos a consciência da garota era recobrada, uma dor de cabeça descomunal assolava-lhe. Sua situação era muito pior do que uma simples ressaca, era fato que não havia dormido por livre e espontânea vontade, seu corpo forçara-lhe a isso. O autoconhecimento que estava sendo adquirido necessitava de uma breve pausa para que a jovem se recompusesse.

Abria mais uma garrafa, a última delas, e ingeria como se fosse água. A garota ainda não havia entendido muito bem a veracidade do seu sonho e se poderia aplicá-lo de verdade, mas não era algo muito importante no momento, seu foco era apenas apreciar o sabor adocicado da sua bebida preferida. —— Argh... Que dor de cabeça insuportável. —— Lamentava-se consigo mesma, elevando a mão livre até sua própria testa. E eu ainda preciso terminar de ler essa porcaria, maldita hora que eu fui inventar de esquecer da bebida, você não consegue me perdoar nem uma vez sequer?. Questionava a própria garrafa, olhando para ela.

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08/10 | 200/200 palavras 

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Yumi voltava a ler o livro, mesmo com toda a dor de cabeça que fazia acompanhava-na. Estava na etapa final do aprendizado, não poderia adiá-lo, muito menos abandonar e jogar tanto tempo fora. As instruções seguintes indicavam grandes avanços, o sonho que tivera não fazia parte dos ensinamentos, mas de fato foi um período reflexivo de grande ajuda. Sem dúvidas o tempo em que passou desacordada era crucial para o entendimento total de como a técnica funcionava, ao contrário de todas as explicações ou leituras, a prática surtia muito mais efeitos.

Finalizando sua leitura, a jovem retornou os dois livros utilizados para seus respectivos lugares, juntou todas as garrafas vazias e dirigiu-se até a saída da biblioteca, onde uma lixeira estava estacionada. Descartou todas sem qualquer cuidado, causando um som extremamente agudo do choque entre os vidros. Yumi sorria e dirigia-se para um local mais centrado no vilarejo. 

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09/10 | 200/200 palavras 

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Não parecia, mas a garota havia passado a madrugada inteira na biblioteca, graças ao seu "breve" cochilo. Caminhando pelo centro do vilarejo, objetivando retornar até sua casa, Yumi focava-se totalmente em seu interior, a concentração no seu próprio fluxo de chakra exercia a possibilidade de assim observar o de todos os outros. Era uma extrema sobrecarga visual conseguir sentir tantas pessoas ao seu redor, ainda mais sendo a primeira vez que fazia uso do seu novo conhecimento, lidar com tantas pessoas era extremamente cansativo.

Chegando em casa, a Pedoroso ia diretamente para o seu quarto, onde jogaria-se na sua própria cama e imediatamente cairia no sono. Ao acordar, Yumi deparava-se com um escuro extremo, sua nova habilidade sensorial estava ativa e uma fita de chakra distante estava sendo rastreada. Era como um déjà vu, a mesma dor de cabeça assolava-lhe, assim como a vontade de beber ainda mais. Mas um ponto era diferente; a mulher sabia completamente todo o caminho de sua casa, assim como a posição dos móveis. Não perdeu tempo, dirigiu-se até o interruptor, onde acendeu-o. —— Não vou passar por toda essa merda novamente. —— Dizia com um sorriso estampado no rosto, se jogando na cama e iniciando mais uma vez uma pequena soneca.

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10/10 | 205/200 palavras 

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