Meus sonhos refletiam parcialmente a minha realidade, a injustiça do mundo rondava os corações daqueles que pregavam por uma falsa paz, aqueles mesmos que se aproveitavam de benefícios que seus cargos lhes proporcionavam, ações essas que acabavam de vez com a igualdade e a vontade de seguir em frente. As lembrança a minha libertação ainda estava nítida em minha mente, meu coração no fundo ainda pulsava por uma esperança, uma que deveria ser regada a vingança. A pouco tempo busquei numa tentativa falha de criar um grupo para buscar essa vingança, mas por algum motivo o primeiro membro havia simplesmente desaparecido, me deixando novamente sozinho nessa caminhada infernal.


Aquela chuva... aquela maldita chuva continuava a cair, aquela terra chorosa que por décadas sofria com o pecado de falsos heróis, com o pecado de Nações sujas que exploravam as fraquezas daqueles que não desejavam batalhas. Kumo precisava pagar, sua política era falha, falhou comigo e com milhares mais, cada uma das grandes vilas precisavam pagar com o próprio sangue e nem que custasse minha própria vida, eu iria obter a vingança ou então a paz eterna... 


Eu me encontrava no norte de Amegakure, algumas pessoas passavam e fingiam não me notar, não as culpava, quem notaria alguém cujo semblante refletia a própria morta, eu mesmo não perderia meu tempo. Segui caminhando lentamente, buscava qualquer olhar fixado em mim, mas quanto mais eu procurava, parecia que mais difícil ficava... pessoas tolas e sofridas... deveriam ter aprendido com a própria dor a amar o próximo, deveriam ter o mínimo de vontade de tentar mudar a própria realidade. Minhas vestes ensopadas e sujas faziam parecer que eu frequentava os piores e mais sujos lugares existentes, conclusão completamente errada, aquela era apenas a visão de alguém cuja a vida não importava mais, cuja única vontade era de retornar aos tempos de paz, a paz proporcionada apenas pelo ventre de sua mãe.


Cada pingo de chuva que escorria em mim, parecia que parte de minha alma era lavada, meus passos seguiam rumo ao portão principal daquele lugar, minutos passavam e eu transpassava e me encontrava caminhando fora da li, eu olhava para o nordeste e então traçava o meu novo rumo... o lugar onde eu fui feliz e livre durante nove meses, Kumogakure, um lugar onde eu poderia encontrar tudo aquilo que eu precisava naquele momento, purificação e paz.


Enquanto meus passos seguiam um caminho destinado a morte, minha mente trilhava o caminho de verdadeira a única paz... eu não sabia ao certo o tempo em que eu vagava por ai e nem mesmo a ultima vez a eu havia comido algo decente, meus estomago gritava por comida e meu corpo magro e fraco davam a entender que eu não comia bem a semanas ou até mesmo meses... “terra maldita... sem vida...” pensava ao amaldiçoar aquela terra “inocente”... 


No final de toda vida, sempre haverá um início desconhecido, onde as coisas melhoram e podemos ver o horizonte sem se preocupar com uma morte forjada, as coisas voltam a ter as cores que deveriam ter e o sol finalmente pode brilhar para aquecer os corações daqueles que almejam a paz é a vontade de viver.