Certamente existe uma causa natural para os efeitos da vida, mas esta causa já estava abstrata demais para o meu ânimo. A noite anterior provavelmente foi o acontecimento mais especificamente insano que já vivenciei. Tive a oportunidade de conhecer sábios, meditar com santidades encarnadas, obter conhecimentos de um modo palpável para poucos; No entanto, aquela experiência com Yzys fez como o ¹Mar Vermelho em minhas capacidades psíquicas. Eu ainda estava me recuperando. Porém, aquela tarde veio como uma grande amenizadora do clima tenso e enigmático que cercava os dias anterior, me sentia mais disposto e motivado, parecia à mim mesmo estar completamente diferente; Maduro! Estava deitado em uma rede presa entre duas árvores na altura médias das árvores mais altas da flores. Em minhas mãos uma caderneta contendo a informação das missões que haviam me passado. O fato de me encarregarem para as missões mais arriscadas em nível D me deixava particularmente satisfeito. Proteger o acampamento médico enquanto avançam em suas pesquisas, a medida que vou concluindo e recolhendo informações dos ataques de ursos provavelmente manipulados. Seitei-me no tecido bege que me suspendia. Os pés pendiam no ar.

Minha atenção estava totalmente tomada para o interior da floresta, enquanto guardava aquele posto mantendo o acampamento posicionado ao meu sul. Era inevitável não analisar e apreciar cada detalhe daquela natureza magnífica que cercava a clareira. Pássaros, esquilos, vento e incertezas; Vida selvagem é a nossa, a vida natural é plena. O sol tocou meu rosto e me obrigou à enfiar o boné no rosto. Deitei-me novamente. Aquela missão estava sendo mais fácil do que imaginava.

Ou não. Escutei um som pelas árvores junto a um vulto azul. Não era extremamente veloz mas era de uma agilidade que somente tribais teriam em superioridade perante os ninjas. Notei linhas em azul mais claro percorrer o seu corpo quando ele parou, e eu, bons metros acima no galho preso à base da copa da árvore, parei junto. Acho que fui furtivo o suficiente após aproveitar da sorte por não ter sido notado. Segui aquele sujeito por cerca de cinco minutos até observa-lo ali parado, parecendo ter uma conversa com alguém. Busquei me aproximar para ter um entendimento mais pleno do que se passava. Parecia falar com sua própria mente. Um monólogo?! -Não, Klauz, viemos aqui apenas conferir o andamento das coisas. Sem destruição, sem destruição. Ele agachou-se sobre os joelhos e passou a bater na própria cabeça. O sujeito era louco. -Os animais, o acampamento. Tudo... BOOOM! A risada dele era demoníaca e suas palavras doentias. Apesar de serem desconexas, era o que habitava no vazio entre seus significados que assustava. Certamente algo não muito confortável estava sendo planejado. Como sempre, minha grande Luz Protetora me botou novamente em meu dharma. -Vamos! Dois lobos e um urso apareceram de forma curiosa e dócil aos pés daquele lunático. -Vamos bichinhos, antes que eu tenha que lhes estripar para adiantar o processo. Não pude evitar tampar os ouvidos quando aquela risada aguda entrou em meus ouvidos e queimou com brasa minha alma, era realmente diabólica.

Tudo parecia ter se conectado. Aquele homem obviamente não passava de um lacaio, um sujeito daqueles não poderiam organizar nem um planejamento simples dos móveis da casa, quem dirá de um ataque ou boicote. Antes que pudesse avançar assoviei de forma ensurdecedora milésimos após lançar uma kunai envolta em chakra em sua direção. O sujeito antes de costas para minha posição e com a atenção voltada para os animais, virou-se de forma rápida e com uma postura digna de exorcismo. Porém, seus olhos pareceram petrificados naqueles segundos que antecederam o impacto. Preso no genjutsu provavelmente não sentiu a primeira perfuração na altura do pulmão. Outros projéteis também haviam sido lançados na direção dos animais, de forma simultânea ao ataque primeiramente citado. O mais importante de se observar nesta situação é que o ataque direcionado aos irracionais foram de forma fatal, perfurando sem vazão alguma seus crânios. Já o que havia sido reservado ao ser que me recordava o que os anciões chamam por elfos em seus contos, seria um final ainda mais trágico.

Antes que o corpo do indivíduo tocasse o chão e iniciasse o processo inevitável de hemorragia, eu já havia saltado da árvore, e com os dois pés em seu peito e a palma da mão apertando e entortando sua face, abri as portas da sua mente. Dentro daquela vastidão descontrolada e desorganizada que era a mente do sujeito, recolhi o que dava para ser salvo daquela autodestruição que ele causava em si. Morto aos meus pés, só me restou fechar seus olhos ainda abertos. Quanto aos animais? Recolhi todas as amostras solicitadas. Feito tudo que foi solicitado, apanhei o corpo de quem agora eu tinha propriedade absoluta para chamar por Klauz, as amostras, e parti para atualizar meus superiores.