Como o relatório demoraria para chegar a Konoha, Seiya teria que cumprir sua missão de carteiro. Após receber as instruções do líder, ia partir imediatamente, porém, o cair da noite o impediu, impossibilitando sua saída repentina. Para que facilitasse o inicio de sua partida, o líder ofereceu acomodações e comida, para que o chuunin se prepara-se mais para a viagem no dia seguinte.
Amanhecendo, antes de partir, Seiya se despediria do líder da vila:

── Muito obrigado pela hospedagem, até logo! ── Agradeceria, de forma tímida mas direta. Logo após, seguiria caminho junto as caravanas.

A vila na qual Seiya seguiria caminho se posicionava aos pés de uma cadeia de montanhas, tendo que cortar caminho pelas mesmas. Ao se preparar ao lado da caravana que seguiria caminho, se posicionaria mais a frente dos viajantes. O primeiro ponto de parada indicado no mapa estaria a 5 quilômetros de distância, montanha a dentro.
Conforme andava tranquilamente ao lado dos viajantes, estes que caminhavam despreocupados, já estando acostumados a viajar, o chuunin observava a paisagem natural que sempre admirara de certo modo. As árvores brotando por entre resquícios de grama dos vales por entre as montanhas dava um ar mais tranquilo ao local, conforme os pássaros voavam pra lá e pra cá cantarolando. Os raios de sol da manhã transpassavam pelo vale e a brisa fresca batia no rosto de Seiya que se admirava mais e mais com aquilo. Nunca tinha ido tão longe, fora da vila. Era uma experiência totalmente nova e empolgante para o rapaz.

De quaisquer modos, após algum tempo de caminhada, ao se aproximar do primeiro posto, buscaria acompanhar o movimento dos outros viajantes e daria mais uma olhada no mapa afim de saber qual seria a próxima parada.

Ao chegar em seu primeiro destino, Sasaki Seiya notaria que a comodidade do pequeno posto era semelhante a de uma pequena vila, com diversas pessoas diferentes, vindas de quaisquer fossem os lugares. Percebendo que tal ponto poderia ser necessário para a entrega de futuras correspondências, o jovem chuunin da folha se atentaria a gravar as rotas por entre os postos a partir daquele.
Prosseguindo sua caminhada até o próximo posto, Seiya perceberia a mudança de relevo, notando que o caminho estava ficando cada vez mais íngreme. Vendo que seria necessária uma segunda parada, o jovem acompanharia o grupo até o topo da montanha. Durante o caminho, apreciaria a beleza natural que o local o proporcionava. Árvores nascendo por entre as pedras íngremes, pessoas diferentes transpassando pelas caravanas e diversos outros fatores faziam com que o shinobi se interessasse mais ainda pelo mundo ninja, alimentando mais e mais seu desejo de conhecer e explorar os quatro cantos da Terra.

Ao chegar no topo da montanha, com o tempo possivelmente já avançado e demonstrando tamanho cansaço, Seiya procuraria se estabelecer em alguma hospedaria na pequena vila. Ao saber do dojo, se interessaria em visitá-lo e conhecer mais a vila em si, mas apenas no dia posterior a chegada dos viajantes.

Ao entrar calmamente no dojo, se admiraria pela decoração interna, repleta de espadas penduradas nas paredes, deixando claro que o local onde se encontrava era um dojo de kenjutsu. Seiya sempre teve uma tremenda admiração por Kenjutsu, desde pequeno, sempre treinando com seu pai. Infelizmente, após a morte do mesmo, encerrou o aprendizado com o Kenjutsu, limitando-se a utilizar sua Token apenas em casos específicos e necessários. Aos poucos, conforme usava mais e mais sua espada, o jovem vinha despertando seu desejo de aprender mais e mais e ao entrar no dojo, esse desejo havia se tornado mais intenso.Logo, o chuunin da folha era abordado por um senhor já de idade. Com uma única análise da cabeça aos pés do jovem, o homem a sua frente já adivinhava o fato de Seiya ser um carteiro e pede um favor ao mesmo.

── Bom dia senhor, gostei bastante... conseguiu despertar meu interesse ── Diria ao senhor conforme ainda olhasse em volta, evitando contato visual devido a sua timidez ── Sou sim senhor... ── Confirmaria a dedução do ancião ── Com certeza, onde está a correspondência? ── Indagaria, com um sorriso tímido ── Err.. posso fazer uma pergunta senhor? Onde estão os professores do dojo? ── Seiya não conseguia acreditar que o dojo era administrado apenas pelo velhinho a sua frente.

Sem hesitar, ao senhor lhe entregar o envelope, o jovem chuunin da folha o pegaria com um belo sorriso no rosto ao ouvir a explicação. Ao ver que era importante para o dojo, o garoto não pensou duas vezes pois como já fora dito antes, seu apreço pelo kenjutsu era tamanho.

── Não se preocupe senhor, nada acontecerá com a carta e chegará às mãos do seu filho em breve! ── O rapaz exclamaria, entusiasmado com a ideia de ajudá-lo.

Pensativo, o velho ajoelha-se no tatame, deixando o chuunin curioso. Com um olhar melancólico e vazio, perdido em seus devaneios, o ancião iniciaria sua fala, dizendo que sim, ele administrava o local sozinho, o que surpreenderia o garoto, tendo visto que a aparência do longevo não era como a de um comum espadachim. Continuando, o senhor diz que não tem mais alunos no dojo, fato perceptível a olho nú. Entristecendo-se com a fala do velho, Seiya se ajoelharia juntamente com o homem de idade a sua frente. A esperança do idoso o deixava determinado a seguir em frente, sempre buscando mais e mais poder a fim de concluir o último desejo de sua mãe.

── Me chamo Sasaki Seiya ── Ainda ajoelhado, fazendo um sinal de reverência, se apresentaria. Mesmo com sua timidez, o jovem tentaria quebrar suas próprias barreiras com o intuito de se tornar mais forte, tendo visto que aquela era uma oportunidade excelente ── Sou um shinobi que há muito tempo não treina a arte das espadas... ── Começaria falando, após se apresentar ao mesmo ── Mas que sempre teve um apreço enorme pelo kenjutsu então... ── Com sua timidez no auge, pele vermelha, mãos frias e corpo tremendo, o jovem enfim se abre, pedindo: ── Gostaria de ser seu aluno! ── Exclamaria com vigor, fechando os olhos logo em seguida, por estar sem graça por realizar o pedido descaradamente.

A cada momento que o jovem passa naquele ambiente, mais confortável e mais em casa ele se sentia. Após seu pedido extremamente tímido, o velho então se assusta inocentemente e, curiosamente, o encara profundamente, fato que deixaria o chuunin da folha confuso com tal ato. Talvez estivesse apenas surpreso pelo fato de alguém se interessar pelo caminho da espada, como o mesmo dizia. Apresentando-se como Soujiro Seta, o ancião se levanta e caminha até a parede de espadas, a fim de recolher uma das diversas que ali tinha. Após algum tempinho paralisado, ele escolhe uma espada formosa, de abo vermelho e branco, entregando-a nas mãos do garoto.

"Mostrar o que eu sei fazer...?", indagaria-se ao receber a belíssima katana de Seta. Em seguida ao afastamento do senhor, Seiya se prepara. Firmando o cabo da arma com as duas mãos, olhando firmemente para a lâmina e respirando fundo, o garoto se lembraria de todos os momentos que ele e seu pai treinaram juntos, trocando investidas de espadas e taijutsu simples. Concentrando-se, para que a timidez não tomasse conta de si, abruptamente o rapaz move a espada na diagonal.
Talvez aquele movimento bruto e inesperado pudesse ser considerado indelicado da parte de alguns especialistas. Ou então, não pudesse ser julgado já que poderia ser um estilo de luta único. Todavia, de quaisquer modos, errado ou não, o chuunin teria que continuar a dar tudo de si.

Continuando, o rapaz deferiria movimentos padronizados no ar, alguns na diagonal da esquerda pra direita; outros na horizontal, da direita para a esquerda e outros até de cima para baixo, na vertical. Movimentos de espada com as mãos empunhadas sob o cabo vermelho e branco mesclados a movimentos singelos e brutos dos pés, talvez, mostrariam determinação, porém, inexperiência com o manejo da espada. Seiya poderia ser considerado um leigo, no que se refere a o caminho da espada.  

Conforme realizava seus bruscos movimentos com a espada, transpassando um entendimento básico sobre o manejo das espadas, Soujiro o encarava profundamente, como se tentasse enxergar sua alma. "Será que ele odiou o que fiz aqui?", se perguntaria ao percebe o intenso olhar do senhor. Pedindo para que o chuunin parasse, o ancião então o explica a importância da utilização das duas mãos, algo que o jovem até então, estava fazendo corretamente. Tomando a katana de suas mãos, Soujiro executa rápidos movimentos, porém suaves com a arma, seguido de uma breve explicação; a filosofia do caminho da espada era profunda e necessitava de atenção, algo que Seiya, naquele momento, estaria fazendo muito bem, já que sua determinação e sua vontade de entender mais essa arte era tremenda.

"Parte do meu corpo...?", pensaria com o término da fala do mais velho. Sentando-se sobre as pernas e embainhando a espada, Soujiro inicia mais uma explicação. Ao mesmo tempo em que falava, seu olhar ia longe, evidenciando seu tamanho apreço pelo caminho da espada. Ao se levantar, o velho então devolve a katana para Seiya, afim de que o mesmo realizasse seu pedido. Três saques seguidos de cortes, essa era sua tarefa, algo simples e básico para qualquer perito em kenjutsu.
Preparando-se, o rapaz respiraria fundo e concentrando-se, fecharia seus olhos a fim de levar sua mente ao clímax, com o intuito de visualizar melhor seu objetivo. Tentaria se ligar a espada, criando um laço com a mesma, como se ela fosse ligada à ele e vice-versa. Caso sua tentativa funcionasse, tentaria uma primeira vez: Sacar e posteriormente, cortar o ar. Imaginando uma única direção, um único objeto a sua frente, tentaria sacar a katana para a frente na diagonal, seguindo o curso natural do saque ao desembainhar a espada. Tentaria três vezes como lhe fora ordenado por seu novo mestre.

Ao executar as três tentativas, Soujiro se agrada com o resultado do chuunin, que no momento, se esforçava bastante. Procurando ouvir mais e aprender mais, o rapaz presta atenção no que o ancião começa a falar."O saque da espada se dá do lado contrário da perna dominante. "Então meu saque tem que vir da esquerda...", pensaria ao mesmo tempo em que levasse sua atenção ao cabo da espada, que fora embainhada poucos segundos atrás. Levando seus olhos novamente ao seu novo mestre, o mesmo continuaria sua explicação sobre uma técnica aparentemente difícil e perigosa. "Perigosa..?", pensaria ao ouvir as palavras do homem. Após o mesmo pedir mais uma leva de treinamentos mais intensos, progredindo bastante no aprendizado no caminho da espada, o jovem falaria:

── Que técnica perigosa é essa? ── Curioso, Seiya faria a pergunta do século, necessitando saciar sua sede por poder e sabedoria. Caso o ancião o respondesse, continuaria o treinamento normalmente.

"Apenas um brilho no ar, apenas isso...", falaria consigo mesmo mentalmente, conforme estivesse descansando sua mão dominante, direita, sob o punhal da espada. Mentalizando, novamente, seu corpo e a katana como um, em um devaneio, o jovem se remeteria aos tempos de treinamento com seu pai. Um local em branco e com uma visão panorâmica e em terceira pessoa, o jovem veria a si mesmo lutando com uma espada, junto a seu pai. Conforme o treino com seu progenitor se intensificasse, seu pai se transmutaria em uma katana, esta que 'hipotétiamente' faria parte de Seiya.
Saindo do transe, deixaria uma lágrima escapar e com tudo de si, sacaria a espada em ambas velocidade e força máxima, cortando o ar na diagonal. Caso não obtivesse êxito, tentaria novamente com mais intensidade ainda. Sua vontade de aprender seria enorme perante toda a situação. Aprender a arte da espada havia se tornado algo importante para o garoto, algo pessoal e significativo.

Após algumas tentativas, Seiya enfim realiza um saque limpo e rápido. O ancião então lhe daria uma breve palavra, demonstrando seu ponto de vista filosófico sobre o caminho da espada. O jovem chuunin observaria Soujiro com atenção e brilho nos olhos. Era certo que sua paixão pelo kenjutsu havia aumentado. Necessitando ir embora, o garoto não poderia continuar o treinamento com o idoso, porém, com a oportunidade de treinar sozinho ali no dojo mesmo, ele não hesitaria em fazê-lo. Pegando sua token recuperada de sua última missão, treinaria seus movimentos anteriores ao saque, a fim de refiná-los. Tentaria sacar e cortar, e em seguida, desferir diversos golpes de espada no ar, mais suaves e velozes. De quaisquer modos, ficaria mais um pouco ali e enfim, partiria para continuar sua missão como carteiro.

── Muito obrigado Soujiro-sama ── Agradeceria ao mesmo tempo em que faria um sinal de reverência. Sua gratidão pelo velho se tornara enorme depois de tudo aquilo que lhe fora ensinado e passado para ele, por mais que não tenham se conhecido mais a fundo.

A fim de continuar sua viagem, saíra do dojo para se encontrar com as caravanas. Passado algum tempo, após partirem, a atmosfera do ambiente das montanhas começaria a mudar. As árvores, antes verdes e bonitas, balançando ao vento, se tornariam estáticas de coloração verde-musgo, como se estivessem morrendo lentamente. "Isso tá estranho...", pensaria caso percebesse a mudança de ambiente. Ao chegar no terceiro posto, Seiya entraria em choque, pois a mesma, se encontraria destruída. A sensação de desastre e medo assolavam aquele local, porém, poderia estar destruído faz tempo, então, com o intuito de obter informações, perguntaria a algum membro da caravana.

── O que aconteceu por aqui? Estava assim da última vez que vieram aqui? ── Indagaria, de forma tímida, conforme observasse o ambiente ao seu redor.

Após obter a resposta, continuaria a viagem, pois precisava entregar as correspondências, inclusive a prometida ao Soujiro. Após algum tempo, enfim chegaria ao quarto posto, este que teria uma atmosfera totalmente sombria, despertando o interesse de Seiya. Assim que chegasse lá, iria em busca do filho de Soujiro Seta, procurando por seu nome na vila.

Após procurar em diversos lugares, o garoto enfim consegue uma pista, porém, não seria tão favorável como o mesmo poderia imaginar. Shishio já tinha saído daquele lugar, mas o homem que estaria um pouquinho distante do jovem, se revelaria um inimigo, após correr em sua direção - "Ele é rápido!", seria sua primeira impressão do adversário. Pensando rápido, Seiya se afastaria mais ainda, ao mesmo tempo em que sacasse sua espada e após uma rápida utilização do Shunshin no jutsu, reapareceria por trás do inimigo, perfurando as costas, na parte traseira do coração do adversário com sua token, recuperada de sua última missão.

Caso sua aproximação por trás não funcionasse e o inimigo desse uma investida, tentaria recuar aproximadamente 20 metros de distância em velocidade máxima ao mesmo tempo em que fizesse alguns selos de mão. Ao parar, concentrando uma imensa quantidade de ar nos pulmões, misturado com chakra, soltaria uma intensa rajada de ventania para cima do oponente. Após isso, tentaria se preparar para o inesperado, avistando uma pedra de seu tamanho mais à frente, podendo utilizar, a qualquer momento, o jutsu de substituição.