Revolução tecnológica
       Uma loja que comercializava artigos eletrônicos tinha convocado um renomado Inventor para dar uma palestra. Seu nome era incomum, Brian. Quando foi convidado para palestrar, ele conversou com alguns membros do alto escalão da vila e perguntou sobre inventores, cientistas ou quaisquer pessoas que tivessem interesse na área tecnológica. Imediatamente lembraram de Momoi. Foi ordenado que fossem chamá-la.

Considerações:

Horas se passavam e a jovem Momoi ainda não havia superado os acontecimentos do dia anterior, talvez nem conseguiria, mas não existiam opções, sua vida não possuía valor a muito tempo e ela que havia definido isso, seu único propósito era florescer os sonhos da sua líder. A melancolia da noite a consumia por completo, a garota ainda trajava as roupas utilizadas em sua última missão, não havia ânimo nem para levantar-se da sua cama, muito menos para realizar a missão que havia recebido, sabia-se lá quando criaria coragem para pensar em cumpri-la.

Provavelmente acabaria pegando no sono e pioraria ainda mais com os pesadelos que viriam-lhe, mas, de maneira inesperada, alguém batia em sua porta. —— Vou ter que levantar mesmo? —— Questionaria-se, suspirando profundamente antes de se levantar em apenas um ato. Não hesitaria, a garota possuía poucas amizades, para receber uma visita algo de muito importante seria retratado.

Recebendo o visitante, a garota logo recebia o chamado para a palestra, a noticia animava-lhe de uma maneira extremamente profunda. Não demoraria sequer um segundo, antes mesmo que a pessoa se retirasse, a Satsuki iria em direção ao local indicado onde Brian estaria.
 
@DouglasCapiotti

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Revolução tecnológica
       O palestrante poderia não ter exatamente a aparência de um cientista ou inventor. Não dos que estamos acostumados. Bem arrumadinhos e cabelos perfeitamente penteados para o lado. O homem ali vestia uma camiseta vermelha e tinha uma longa barba além de usar óculos, a única coisa que lembrava minimamente que era um cientista e evitasse a confusão com moradores de rua. Ele estava ansioso e buscava com os olhos os presentes e especialmente Momoi, que comentaram tanto sobre.

Suas palavras passearam por temas distintos mas ele gostava de fixar a união necessária entre sociedade e avanço tecnológico. Assim foram suas palavras: --- O avanço tecnológico visa não um fim em si. Mas é uma ponte. Um facilitador das nossas tarefas diária, da nossa vida. Não penso em criar nada inútil para a sociedade, mesmo porque qualquer coisa pode ser útil nas mãos da pessoa certa. É necessário o incentivo às novas mentes. A construção de escolas, ampliação de cursos e diversas formas de acesso. Quantos não poderiam ser inovadores mas por falta de condição material se ocuparão de algo que lhes traga apenas o sustento. Isso é uma tarefa para nossos governantes e a comunidade educacional. Os Kages são muito flexíveis e contribuem e isso tem que ser exaltado. Mas deixo a pergunta: a quem serve tuas ideias? Obrigado.. --- Finalizada sua palestra, o homem foi até Momoi e pediu que o acompanhasse até um canto da sala mais isolado.

Considerações:

O caminho por dentro do vilarejo nunca mais havia sido o mesmo, a cada dia que se passava, os ares pareciam mais sombrios, o sofrimento amargurado em seu peito intensificava-se cada vez mais e nos momentos vagos como o ato de caminhar, algo sem necessidade de esforço psicológico, a maldição deixada por dores no passado parecia surgir e o seu alter ego fazia questão de recheá-la com negativismos. Mas de certa forma a garota já havia se acostumado com isso, esperanças eram mínimas, contentava-se com o que sentia, era como se a melancolia, para ela, fosse a felicidade de se ser triste.  

Chegando no local relatado pela pessoa em que a chamou, estava destacado a presença de um homem separado de todos os outros, era certo que este seria o tal Brian. O estereótipo de um inventor sempre resumiu-se em uma pessoa velha, descuidada, sem amor pela vida ou até mesmo somente focada no trabalho. Não parecia ser o caso do palestrante, algo que deixava a Tokujo levemente mais tranquila pois não estaria disposta a deixar de lado toda a sua vaidade para viver somente suas criações. Posicionaria-se em um local com uma boa visão e lá ficaria até que tudo fosse apreendido e aprendido.

A garota prestava toda a atenção possível nas palavras ditas por Brian durante a palestra inteira, do começo ao fim. O rapaz abordava exatamente a questão principal; "a quem serve tuas ideias?" A pergunta nem precisaria ser refletida, sua resposta já estava na ponta da língua, o motivo mor para que ela almejasse adentrar no ramo tecnológico era simplesmente servir sua líder de modo a que fosse infinitamente mais útil do que era hoje em dia. Somente enaltecê-la já não fazia mais sentido, depois de tantos ensinamentos transpassados pela Tsuchikage, a Satsuki estava disposta a retribuir da melhor maneira possível e na tecnologia, aos poucos, achava um ótimo rumo para seguir seu sonho.   

Com o encerramento da preleção e uma parte dos mais apressados terem se retirado do local, Brian aproximava-se da inventora mirim e sem qualquer cerimônia — ao contrário do que fora a palestra — a convidava para um local mais reservado. O chamado repentino fazia com que a garota corasse no mesmo instante, o chamado era um tanto quanto incomum, ainda mais do palestrante, que, para ela, não a conhecia. —— Adorei a palestra, mas o que você quer comigo? —— Dizia um pouco receosa, mas não hesitaria em segui-lo, sua curiosidade seria muito maior.
 
@DouglasCapiotti

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Revolução tecnológica
       --- Oh, desculpe se fui inconveniente, não é a intenção.. seus superiores indicaram que você tem um grande interesse na área e gostaria de te fazer algumas perguntas e por fim um convite. Bom, primeiro poderia me explicar o que desperta em ti a curiosidade pela tecnologia e suas derivações? O que sabes sobre o assunto? Conheces das novas tecnologias, quais eatais habituada? algum tema ou área que você tem desejo em se aprofundar? - hesitou por um instante temendo que a sequência de perguntas pudesse assustar - Lamento o jeito. Mas sou assim, um apaixonado pelo assunto e... também muito ocupado. Infelizmente eu logo terei que partir para outra viagem; mas retornarei. Portanto preciso do maximo que tu puder me fornecer neasa breve passagem, acredite, é importante. Se puder responder todas as perguntas. Haha ---  

Considerações:

Momoi notava como havia se assustado com a abordagem e isso a deixava ainda mais envergonhada com a situação. —— Não tem problema, eu só não esperava que me conhecesse... O que me desperta o interesse na tecnologia? Bem... Tenho uma pessoa muito especial em minha vida, talvez a única justificativa para que eu levante da cama todos os dias. O motivo da Tecnologia se ligar neste sentido é que eu quero dar um mundo melhor para ela, vi a possibilidade disso neste meio, sei que posso mudar o futuro através de lançamentos tecnológicos, é por isso que mudarei, ao menos para a pessoa a quem devo minha vida. Ainda estou me aprofundando nos assuntos, são muitas complexidades, você como um Inventor renomado deve me entender, estou avançando aos poucos. Não sei como anda o mundo tecnológico e é por isso que eu não te conhecia, sempre evitei olhar a criação de outras pessoas, não quero ser influenciada por uma ideia que não me pertence, quero autenticidade nas minhas invenções, não posso orgulhar alguém com a ideia de outros. —— A garota efetuava uma curta pausa para suspirar e refletir brevemente sobre o restante das perguntas e quais seriam as respostas. Via-se por um momento alguém totalmente diferente da Momoi antiga, a nova estava falando com um desconhecido mais do que já havia dito em grande parte da sua vida.  —— Ando estudando muito nestes últimos tempos, embora não tenha realizado experimentos ou construído nada ainda, quero me focar no meio shinobi, já percebi que guerras são inevitáveis, mas eu poderia mudar o rumo delas com minhas criações, você entende o que é isso? É claro que você entende! Essa sensação me da vontade de ir estudar mais ainda, agora mesmo. Farei da Tecnologia uma grande companheira de Iwagakure no Sato. —— Continuava, esperando que tudo tivesse sido respondido, a Satsuki acabaria falando muito mais do que esperava, o assunto abordado despertava uma inspiração incrível na garota.

@DouglasCapiotti

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Revolução tecnológica
       Momoi demonstrava animação com o assunto iniciado. Suas aspirações norteavam proteger uma pessoa e disso derivava suas atitudes. Após ouvir tudo, o homem complementou: --- Ah! Mas tem uma frase interessante. Se enxerguei mais longe foi porque me apoiei no ombro de gigantes. Ou a nada se cria, tudo se copia. Não que devemos copiar, mas é interessante saber o que outros estão fazendo, quem sabe podemos melhorar ou adaptar ou até reinventar?... Ver nossa tecnologia em uma guerra é complexo. Por que criamos algo e depois podemos deixar que a Vila use, mas os usos fogem do nosso controle. Por exemplo os equipamentos que criam Jutsus, podem ser usados por shinobi afim de em uma necessidade conseguir suprir. Mas alguém pode usar para matar alguém indefeso, por exemplo. Ou seja, isso é complexo. Mas é a vida. Hahaha. Vou te deixar um convite que dá próxima vez que eu voltar podemos nos encontrar de novo e continuar a conversa e até fazer experimentos juntos. Mas te deixo essa questão: a quem serve tuas ideias e o que fazem com essas ideias. Até mais. --- O homem se despediu e se foi.   

Considerações:

O rumo das reflexões tomavam valores ainda maiores, abordando assuntos que talvez pudessem gerar um grande impasse entre os dois, não seria o caso pelo fato da conversa acabar, de certa forma, sendo breve. —— Apoiarei-me sim nos ombros de gigantes, mas não dos que você se refere, os gigantes ao meu ver são as pessoas que me fazem feliz, jamais apunhalarei pessoas que não me causaram mal, talvez posso pensar em fazer isso com inimigos. "Os pensamentos são as sombras dos nossos sentimentos, sempre mais escuros, mais vazios e mais simples." —— Proferia efetuando aspas com ambas as mãos durante sua citação. —— Li essa frase em um dos meus livros prediletos. Me desculpe, mas continuarei me recusando a copiar o mínimo que seja dos sentimentos transcritos de outros "poetas", sim, poetas. Para mim, todos nós somos grandes poetas que transcrevem suas paixões, melancolias e muitos outros sentimentos através de criações para o mundo. Se uma invenção pode fugir do seu controle e acabar desencadeando guerras, você é o principal responsável por isso, ninguém mais do que você conhece o objeto de sua autoria, isso nada mais é do que a personalidade do inventor de forma viva... Até mais, Brian, me desculpe se algo de alguma forma te ofendeu, essa é a maneira em que penso. —— A garota dava seu parecer quanto a sugestão implícita de se inspirar em outras obras e despedia-se.

Momoi também se retirava do local, mas com profundos pensamentos vagando por sua mente e um modo totalmente diferente de ver o meio em que estava seguindo. —— A quem serve minhas idéias? Eu não precisava nem pensar para responder isso, se eu tenho um objetivo me envolvendo com a tecnologia é trazer um mundo melhor para a Yamiko e consequentemente para o vilarejo. Desde que ela esteja feliz, o que ela fará com minhas idéias não é da minha conta, eu simplesmente não posso desapontá-la em momento algum. —— Pensava brevemente de modo que com um simples suspiro fazia-lhe perder grande parte do foco. Mentalizava logo em seguida diversas idéias que já possuía e por conta de todos os seus estudos já considerava-se apta a colocar seus conhecimentos em prática, ainda mais após participar de momentos tão reflexivos com outro inventor que mesmo pensando de modo tão diferente havia, de certa forma, criado mais aberturas na mente da Satsuki, justamente o que faltava.


@DouglasCapiotti

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