Um completo antissocial e com certeza um sociopata, mas aquilo não lhe tirava o foco: seus livros e também a vontade de compra-los num futuro próximo, lia um pequeno trecho sobre a sociedade e sua possível dizimação numa guerra. Outrora não importante o assunto citado, Ryo seguiu seu caminho até o gabinete de seu superior para pegar uma missão; era ótima por duas formas: tanto a diversão de um assassinato quanto o dinheiro, apesar daquele defeito...
— Eis-me aqui. Disse o jovem ao seu superior. — Do que precisa? O jovem perguntou, mas na realidade não se importava nem um pouco, na verdade só estava representando, disfarçando seu psicológico. Sua voz saiu grave, pois os nervos à flor da pele eram certamente um problema... como era odiosa a interação com outro ser humano.


Ryo;
800;
800.

Armas básicas na bag, acho que só por enquanto.

O adolescente não disse muito, apenas acenou com a cabeça; estava pronto, sua cabeça ainda não tinha se esgotado da pouca paciência que um cabeça-quente como ele tinha.
Seus olhos viraram-se rumo ao endereço que lhe fora dado, a situação estaria sob o controle voraz do shinobi, apesar de não possuir muitas ferramentas de nin ou genjutsus estava com a mente límpida e quando numa luta sua cabeça se desligava dos livros que ele insistia em ler mesmo na presença de alguém com patente superior, a falta de empatia lhe era uma marca: talvez não a melhor delas.


Ryo;
800;
800.

Bang de inabilidade e bla bla bla.

Em algum tempo de caminhada o rapaz que andava distraído pelas vielas do vilarejo escutou um fuzuê. Seu corpo mexera-se praticamente sozinho; conhecia a região das patrulhas chatas de quando ainda era um estudante. Era odioso aquele percurso, mas o jovem com a mente desligada voltou a pensar em sua missão apenas quando já estava chegando no local, era uma capacidade boa a de se focar numa única coisa, permitia que suas interações simplórias fossem o menos constrangedoras o possível em sua mente, apesar de claramente deturpada.

A gritaria sem fim estava próxima da localidade da missão e Ryo logo que escutou as palavras da mulher irou-se; seus olhos não a fitavam, mas ao livro, em seu estado de raiva o jovem gritou: “Sosseguem logo, pois estão me atrapalhando.” Seu tom era extremamente violento, quase como se tivesse lançado um Sakki no ar. O choro da criança que veio em seguida foi o pior... Ele estava de cabeça quente e, pensou, sua cabeça apesar de querer esfolar todos aqueles imundos não o deixou cair em tal tentação. Ele afastou-se correndo para onde a criança havia acabado de sair, era a maneira mais fácil de não se aborrecer: ir aonde sabia que nenhum covarde daqueles o seguiria.

Não demorou muito para chegar ao local informado, agora estava esperando, o adolescente havia deixado o livro um pouco de lado agora que precisaria de atenção; sua mente não fazia distinção de uma boa caçada humana com uma boa história sobre alguém caçando humanos num campo de batalhas – mesmo que a vitima não soubesse que aquele era o campo de batalhas – esforçava-se muito para manter a calma, apesar da paciência curta ainda não tinha ouvido ninguém e, portanto, não tinha como agir. Ele aguardou por mais detalhes.






Só esperando a trupe aparecer.

A tocaia parecia inútil, o rapaz não via motivos para continua-la seus dados pareciam desatualizados e a missão poderia estar comprometida. Ouviu os passos de uma criança. Seu estado de choque era nítido e, o rapaz que apesar de esforços não conseguiu contar o moleque, ele aproximou-se numa distância incomodante.

Os passos doutra pessoa também eram sonoros o bastante para chamar-lhe a atenção. Por um instante esqueceu-se da criança e, para a surpresa do jovem ela apontava e gesticulava naquela mesma direção. A mensagem não poderia ser mais clara do que isso. Ele não enrolou demais para se livrar daquele projeto de pessoa.

Seus movimentos rápidos seguindo um padrão o carregaram para as árvores, o horário lhe permitia ver a pessoa saltando de galho em galho. Ele não errava, parecia estar com chakra nos pés para evitar um escorregão, Ryo deduziu, pois aquele era o mesmo cuidado que ele tomava. O jovem apertou o passo e aumentou a força nas pernas para tomar a dianteira; com as mãos livres guardou o livro na bolsa e puxou uma de suas diversas kunais. Passou logo o fio sobre ela, a linha de chakra era sua maior aliada.

Quando aproximasse o suficiente para realizar seu golpe: o arremesso da arma, ele o faria e visaria o estômago ou mesmo um órgão do rapaz, talvez com certo azar a coxa ou a panturrilha tendo como base que estaria de lado para o espião e seu lançamento fora calculado num possível movimento contínuo ou “futuro” do fora-da-lei.







Velocidade máxima e tudo mais. Chakura no Ito segurando a kunai, logo não vou descontar ela até que seja destruida/perdida.

O rapaz foi forçado a interagir com seu suporto antagonista; ele estava ferido, a arma parecia ter feito um estrago em sua perna, ele caiu e foi quando Ryo se aproximou. A linha de chakra que amarrava a faca puxou o objeto de volta para a mão de seu dono que a manobrou ofensivamente.

Aparentemente assustado o homem que se fazia de desentendido não sabia o que estava acontecendo, em realidade nem mesmo o shinobi sabia o que se passava, mas não era agradável a ideia de estar sendo vigiado. Sua falta de habilidades sociais enfim estava exposta: talvez tivesse de se desculpar – o que lhe era menos um pedido sincero e mais como um dever – a chave encontrada foi simples: silêncio. Sem esboçar muitas reações o rapaz certificou-se de estar bem seguro, observou os arredores. De canto de olho podia averiguar num instante o alto das árvores – insira uma armadilha aqui – e estava preparado para reagir ao jovem. Observava-o sangrar pela perna, talvez correr não fosse mais uma opção viável.

Escorou-se numa árvore, talvez se esperasse por uma história de vida, o famigerado “bla bla bla” ele pudesse adivinhar se o espião era realmente um criminoso ou por ironia do destino fosse uma pessoa no lugar errado e na hora errada. Esperou para saber o que viria a acontecer daquela situação frustrante.

O homem mesmo ferido ainda conseguiu um tempinho, ele pensou e então agiu, atirou sua arma contra Ryo que estava atento, apesar de estar procurando por algum tipo de armadilha. Seus reflexos e velocidade claramente eram superiores; o jovem realizou uma manobra rápida com a mão dando à sua arma a chance de interceptar a do seu adversário, elas seriam rapidamente jogadas para escanteio, porém, como já havia se precavido, o shinobi puxou sua kunai de volta para sua mão.

“Ora ora...” ele exprimiu um pensamento sádico; seus olhos voltaram-se rapidamente para a arma inimiga e jogou uma linha de chakra contra ela. Suspensa no ar, mas apenas os dotados de olhos mágicos poderiam vê-las. Fez com que a arma do adversário viesse para sua mão num puxão simples.

O fato é que poderia acabar com a vida do homem muito simplesmente, agora que sua perna machucada estava em uso ele provavelmente não teria velocidade nas pernas para um combate corpo a corpo avançado. Ryo especulou que o rapaz ainda poderia ter algum tipo de jutsu de longa distância, o que fê-lo aprovar a ideia de uma abordagem mais primitiva. Pôs-se a carregar seu chakra nas pernas para aumentar a cadência de movimentação e até mesmo aumentar a força com que se impulsionaria: ele saltou e girou o corpo, o chakra nos pés não deixou que caísse quando tocou a sola na árvore e, de cabeça para baixo aproveitando-se da gravidade lançou a primeira arma.

Ela ia em direção ao tronco do inimigo, veloz e certamente fatal, mas não era a única, naquele meio tempo o adolescente havia se movimentado noutro salto, dessa vez para o chão um pouco atrás da última posição de seu inimigo – contanto que fosse algo possível – e não demorou muito para realizar um segundo arremesso, mas efetuado pelo mesmo braço do anterior – o braço dominante.

A segunda arma estava apontada nas costas do alvo, na coluna, talvez não o matasse, mas acabaria com suas chances de andar pelo resto de sua vida. E no mesmo instante, caso não tivesse matado seu alvo na primeira tentativa, puxaria a arma – a primeira – de volta, mas a faria curvar-se para realizar um corte lateral em direção ao inimigo na altura do pescoço, um corte na carótida é o suficiente para realizar a tarefa.







Defesa simples: joguei minha arma contra a dele, apesar de ser uma distância curta, eu também tenho velocidade nos braços para acompanhar os movimentos do inimigo e, com reflexos de quem está alerta, não demoraria nem 0,6 segundos para interceptar a kunai. Quando elas se rebatessem não voltaria em mim ou no adversário, mas seria útil para tomar ela pra mim.

O ataque foi uma sequência de dois movimentos e dois arremessos, um em cada movimento, depois disso se o primeiro movimento não tiver o resultado esperado eu vou puxar a arma e usar ela para cortar como uma lâmina qualquer - como uma kusarigama comum. Bem simples e tudo com velocidade e força máximas. Usei o shunshin durante todo o movimento de ataque. Tudo tentativa, caso não tenha ficado claro.

Shunshin no Jutsu
  Rank: D
  Descrição: O Shumshin no Jutsu é uma técnica de movimento de alta velocidade, permitindo que um ninja possa se mover de curta para longas distâncias a uma velocidade quase indetectável. Para um observador, ele aparece como se o usuário tiver teletransportado. Uma bomba de fumaça é ocasionalmente usada para disfarçar os movimentos do usuário. É realizado o uso do chakra temporariamente para revitalizar o corpo para se mover em velocidades extremas. A quantidade de chakra necessária depende da distância total e elevação entre o utilizador e o destino pretendido. Tem havido alguma confusão em algumas traduções entre este e o Jikuukan Ninjutsu, mas estes são de fato diferentes técnicas, esta técnica não é teletransporte e sim apenas um movimento extremamente rápido.

Como diz um livro bem famoso: depois da batalha deve-se capitalizar todos os espólios de guerra. Ryo seguiu essas instruções: procurou no corpo inimigo alguma coisa de útil, mas ele não tinha nada demais, apenas um pedaço de papel o qual tinha desenhos malfeitos.

Reconheceu o vilarejo e, talvez uma espécie de mapa para o esconderijo. O rapaz saltou numa árvore e de lá pôs-se a saltar dum galho para o outro na direção apontada. Sua inteligência aguçada permitia-lhe ver mentalmente um esboço do mapa quase como se fosse parte do desenho.

O tempo esvaecia assim como a localidade se tornava mais próxima. “Hmm”, o shinobi murmurou enquanto seu corpo girava no ar e pousava na floresta rochosa. Aquele solo era realmente interessante, tinha lido que era bem raro e apenas em regiões altas como o vilarejo tinha aquele tipo de localidade.

O silencio era interessante, mas podia ouvir os cochichos vindo de uma distância não muito alta. O adolescente estranhou-se, mas antes que pudesse tomar alguma providência descabida ele se movimentou silenciosamente. Pegou dos bolsos alguns papeis com selos escritos – eram explosivos. Plantou-os de uma forma simples, porém eficaz. Primeiro: depois de identificar que os dois – pelo menos foi o que percebeu – ele plantou uma das bombas na entrada que não fora muito complicada de se encontrar visto que tinha ajuda.

A segunda bomba fora plantada no lado direito da entrada para ampliar ainda mais o impacto nas rochas que ecoavam as palavras indistinguíveis dos homens. A terceira bomba era uma isca cerca de quinze metros da entrada; chamando a atenção dos homens quando eles saíssem da caverna o ninja executaria o selo de mão necessário para explodi-los. Com sorte não precisaria lutar cara a cara com nenhum deles.









Armadrila simples, creio que tudo esteja bem explicado...

Mais uma luta que a inteligência superou qualquer força bruta; o ninja venceu sem ao menos se expor ao perigo de fato, no entanto, não ligaria de ter de sujar as mãos.

Ele aproximou-se, os gemidos de dor do homem eram um convite e tanto para se aproximar, mas obviamente o rapaz não deu sopa para o azar, preparou uma de suas kunais para agir rapidamente se fosse necessário.

Ficou calado, mas a cabeça quente do rapaz pedia por uma ação rápida, mas a forma com que agiria, a de executar uma pessoa assim... Ele pensou que não seria bem visto por seus superiores, logo descontou a raiva fazendo força com as pernas empurrando blocos de pedra que obviamente não iriam a lugar algum.

Esperou por algum pedido de desculpas ou alguma coisa do gênero; ele nunca foi bom com palavras, para dizer o mínimo.

O rapaz voltou para o vilarejo, contudo parou em casa para escrever num pedaço de papel comum o que havia acontecido em sua missão: com calma e com todos os detalhes importantes, estava receoso de falar com qualquer um e então cedeu à ideia de se comunicar sem abrir a boca.

Foi logo entregar o papel e saiu do local logo após.

Ryo retornou para sua casa para apreciar o livro que estava lendo durante sua missão.