Incógnita. Era apenas dessa forma que a jovem garota, que sequer possuía conhecimento sobre suas raízes sanguíneas, se via. Mao era, em essência, a incerteza sobre seu passado e receio sobre aquilo que lhe aguardava no futuro. - Eu preciso deixar esses pensamentos tristes de lado.. Eu preciso mesmo é treinar. - Apesar da falsa convicção que emanava na voz da garota, a mesma era incapaz de se sentir completamente confortável no vilarejo que, se não fosse pela bandana, a Hatake sequer saberia fazer parte. " Eu..já cheguei? Uau.." O fato de ter passado a maior parte da caminhada em direção ao Campo de Treinamento perdida em pensamentos e imaginações ansiosas, ocasionaram que a jovem chegasse ao Campo de Treinamento em questão de - apenas psicologicamente - segundos, sem sequer se dar conta do caminho que fora percorrido.  

" Tem cheiro de..verde.. " "Verde", para Mao, seria, conotativamente, um odor de natureza, limpo e, mesmo no inverno, com alguns indícios de tropicalismo ou similar. E isso se efetivava pela grande presença de espécies arbóreas, que banhavam o Campo de Treinamento. - Pois bem.. - bufou, levando a mão direita aos vistosos cabelos. - Imagino que eu deva aumentar minha habilidade em combate corpo a corpo.. - Apesar da força considerada "média" para uma garota de sua idade, o Taijutsu de Mao beirava o horrível, indícios de que a garota sempre fora inútil em tal habilidade ou, por uma infelicidade do destino, acabou esquecendo sua aptidão para artes marciais quando perdeu a memória. Direcionou-se em frente a um boneco de madeira que pairava nas extremidades do Campo de Treinamento e, de maneira comprometida, tornou a socar o coitado na região que deveria ser o tórax do mesmo. Se aquela máquina de treinamento fosse uma pessoa, provavelmente estaria rindo dos socos que a garota desferia. Apesar de cheios de vontade, faltava técnica que aumentasse a potência destes. - Eu preciso..ficar forte..  

Mao se recusava a olhar para os dedos de sua mão, pois tinha certeza que a vermelhidão, proveniente de movimentos de "soco", realizados repetidamente e incansavelmente, a fariam desistir logo em seguida. " Merda.. " Seus músculos doíam, e Mao tinha certeza que eles doeriam - pu** merd*, e como doeriam - no dia seguinte. - Eu não posso parar, droga! Preciso.. Me tornar mais forte.. - A garota irromperia em combos de socos - e, vez ou outra, chutes -, sendo o boneco de treinamento o destino de seus golpes. Algumas lágrimas podiam ser vistas escorrendo pelo canto dos esverdeados olhos da garota. Porém, o "sacríficio" de Mao valera a pena: o Taijutsu dela, desferido nessa última sequência de golpes, havia tido uma significativa melhora. Golpeou mais algumas vezes o boneco, para se certificar de que não havia sido um simples "golpe de sorte", por assim dizer. Felizmente, não era. Mao, tendo completado o seu treinamento, voltaria para casa. O trajeto foi feito no mais avassalador silêncio, que vez ou outra era interrompido por grunhidos de dor. " Meus músculos.. "