Tão problemático.

O dia começou igual a qualquer outro, Ash estava cansado demais para abrir os olhos e ficou acordado com as pálpebras fechadas, escutava os diversos sons de sua residência, sabendo que algo tedioso estava prestes a acontecer. Tudo o que acontece naquela casa não desperta o mínimo de interesse no gennin. Em todos os anos de sua existência, a única coisa que realmente despertou algo no púbere de madeixas azuladas foram seus olhos albinos e as vantagens que proporciona, entretanto, logo perdeu a vontade de explorar mais sobre o próprio doujutsu. Tudo que poderia aprender sobre seus olhos já havia lido em livros e na própria prática de usa-los. — Que povo mais barulhento. — Rolou o corpo pela cama e caiu secamente no chão, com a dorsal contra o assoalho do quarto, abriu os olhos e ficou encarando o teto do quarto por muito tempo até se levantar. Todos os movimentos do púbere eram letárgicos, quase parando, não tinha pressa alguma para concluir as necessidades básicas antes de sair do quarto. [...] Ao abrir a porta, um bilhete estava anexado bem na altura dos olhos, impossível de não notar. Passou a ler calmamente o conteúdo e uma expressão de desânimo ainda maior ganhou seu rosto. — Pai quer que eu treino ninjutus, isso vai ser problemático demais. — Qualquer ação que o obrigasse a sair de casa era trabalhosa demais para Ash, e como o bilhete foi específico para que treinasse em outro lugar que não fosse quintal da casa, pois teriam uma festividade e não queria o garoto importunando, e isso deu mais uma dor de cabeça. Para onde ir?

Nativo da Vila Oculta das Nuvens, não teria tantos lugares no qual poderia ir sem que fosse perturbado. Queria um local silencioso e que não tivesse problemas no seu treinamento, e por ser um final de semana, testaria sua sorte e caminhou sentido a academia ninja, os alunos odeiam ter que ir para a aula, a maioria das crianças tinham sonhos grandiosos de serem ninjas reconhecidos mundialmente, os heróis pelo qual todos clamam e ser obrigado a assistir aula não era algo que os interessava, no caso de Ash, gostava das aulas porque nunca era incomodado por dormir na mesa mesmo com todo o barulho que faziam envolta. — Minha ordem é treinar ninjutsus, mas não me ordenou qual, ficando a meu juízo decidir. Não preciso de muito tempo para executar, depois de todos aqueles anos sendo obrigado a controlar minha energia pessoal até ter o poder absoluto vai me poupar bastante tempo agora, só que eu lembro do Irukei-sensei falando sobre o elemento água ser o mais versátil entre todos e até mesmo sem capaz de me deixar invisível. Isso é interessante. — O terreno da escola não era distante da residência Hyuga, porém, com os passos vagarosos além do limite, Ash demorou o dobro de tempo para alcançar o gramado na parte de trás da academia. Ash inalou uma grande quantidade de ar puro, observando o local sereno. Nenhuma criança, nenhuma pessoa treinando, apenas alguns sons de animais e o chacoalhar das folhas devido a leve brisa. — Sim, é isso que eu quero, paz e tranquilidade. — O púbere de olheiras profundas retirou um pequeno cardenete do bolso de sua blusa e sentou com as pernas cruzadas na grama gelada. O gennin é um preguiçoso imudável, no entanto, tudo que chamou sua atenção, mesmo que por um breve instante, seria anotado para futuras consultas.

Mujin Meisai é capaz de deixar uma pessoa totalmente irrastreável, segundo a anotação - O utilizador apaga a sua presença, fazendo com que ele não tenha nenhuma forma física, nem chakra detectável, enquanto a técnica estiver ativa. Ele não pode ser detectado através de meios tradicionais. Alguns ninjas com o domínio da técnica ganham o apelido de "não-pessoa", por parecer não existirem. Os olhos vermelhos e sem emoções do Hyuga comprimiram um pouco ao detalhar a potência do jutsu, uma habilidade capaz de simplesmente apagar sua existência aliada com o estilo de luta brutal de seu clã o tornaria em uma máquina de combate altamente eficiente. — Minhas missões e lutas futuras seriam bem mais breves e eficazes, poupando bastante esforço. Tiro o meu pai de pegar no meu pé e ainda não fico sendo pressionado por ser um ninja preguiçoso. Vou cobrir vários lugares. — Mas isso seria pensamentos para o futuro, sua atual capacidade não o permitia executar tais técnicas, porém, estudar ninjutsus também é uma forma de treino.

Ash leu mais algumas anotações sobre as técnicas suiton que lhe chamaram atenção antes de guardar a caderneta, voltando a ficar de pé, não se incomodou em tirar as folhas que prenderam em suas roupas. Com um simples in o corpo do Hyuga desapareceu e voltou a surgir 10 metros de onde ele estava, demorando apenas um segundo para deslocar-se. — Shunshin é a melhor técnica para auxiliar meu Juken, posso até mesmo nem utilizar o selo. — O corpo do gennin começou a desaparecer e aparecer em diferentes pontos no gramado, treinando sua movimentação e exercendo extremo controle sobre sua energia espiritual de forma a saber qual seria seu limite e sua maestria para conjurar mais técnicas. Ash também executou algumas outras técnicas básicas como concentrar chakra em partes específicas do corpo, como pés e mãos, o que ajudaria a escalar e andar sobre superfícies líquidas. Eram atos que se aprendia na academia ninja, porém, um treino de baixa intensidade que não demandava muito do gennin, calhando perfeitamente com sua personalidade preguiçosa. — A esta hora minha casa deve estar cheia de pessoas, vou ficar mais tempo aqui descansando e olhando as estrelas aparecerem, duvido muito que alguém irá me perturbar. — O corpo caiu de costas sobre o gramado, com a visão aberta e fixa na imensidão dos céus.

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Tão problemático.

As coisas nunca eram fáceis para o jovem Hyuga, as festividades em sua casa foram até tarde, seu irmão mais velho tinha se graduado ao posto de jonin, sendo o mais novo Hyuga a atingir tal posto e com isso o orgulho e prestígio do clã atingiu os céus, não entendemos mal, Ash não tinha inveja ou raiva das conquistas de seu irmão, até ficou feliz por ele, mas sempre que o prodigioso Hyuga alcançava um novo sucesso, os olhos de seus pais sempre se voltavam para o preguiçoso e ainda gennin Ash. Tudo o que queria era passar seus dias da forma mais relaxada e descansar o máximo possível, por vezes quis ser designado para uma função dentro do clã que exigisse pouco de seu físico, porém, que não fosse visto como um parasita, entretanto, seu pai queria que ele fosse alguém conhecido e que elevasse ainda mais a fama dos Hyugas. — Isso tá se tornando cada vez mais problemático, agora eles querem que eu treine por dois dias seguidos!? Isso não é vida, muito menos a que eu pedi. Eu poderia ir ver alguma peça no centro da vila e voltar pra casa tarde. — Uma estratégia para burlar suas ordens logo se formou na mente letárgica do gennin, só que não durou tanto tempo. — Isso também não vai dar certo, hoje é domingo, o centro da vila, o campo de treinamento e as ruas vão estar lotadas de pessoas na parte da tarde e eu preciso ficar fora até de noite. — O desânimo atingiu em cheio ao constatar que não havia lugares para se esconder por tanto tempo, o centro da vila seria "seguro" apenas na parte da manhã, ou seja, não serviria porque teria que se mudar mais tarde.

Em um final de semana só existiria um local para ir, mas tal pensamento fez com que Ash sentir tontura, não suportava frequentar a academia ninja e passou a maior parte dos seus dias lá dormindo e agora, em apenas dois dias, seria a segunda vez que iria deliberadamente para o gramado do campo da escola para estudar. Nunca imaginou que um lugar tão barulhento e cheio de crianças seria sua única opção para adquirir conhecimentos, algo estava muito errado. Deslizou seu corpo para fora da cama e arrastou-se para o banheiro, seu pai bateu na porta mais uma vez, exigindo que se levanta-se e isso foi o sinal que deveria sair pela janela, enfrentar a ira do ancião Hyuga logo de manhã não seria fácil e exigiria muito de sua energia mental e física. — Seja covarde e viva mais um dia. — Pensando na sobrevivência e qualidade de vida, Ash fugiu pela janela, caindo sobre o pequeno campo de flores que sua mãe cultiva debaixo de sua janela, mas não se engane, aquelas plantas foram estrategicamente plantadas ali para saber com exatidão quando Ash saíra furtivamente pela janela. — Droga, serei descoberto. — Bateu os ps contra a pequena barreira de concreto que mantinha a terra confinada e saiu despreocupadamente, não tinha mais o que fazer e não desprenderia esforço para tentar corrigir o estrago. O castigo viria de qualquer forma, então, pelo menos, daria um motivo plausível para a repreensão.

O campo da escola estava com muitas folhas caída sobre o solo, alguém teria muito trabalho na manhã seguinte, sem perder muito tempo pensando nos outros, Ash sentou-se e colocou suas costas contra o tronco da grande árvore no canto norte do campo. — Eu não tenho muitas técnicas, mas posso usar elas como teste para treinar e melhorar minha execução de selos manuais, apesar de não precisar tanto de jutsus complementares pro juken, posso melhorar minha defesa e emboscadas. — Como um Hyuga puro, as habilidades nasciam com eles e seu estilo de luta não precisavam muito de outras habilidades, no entanto, no mundo ninja atual, ser especialista em apenas uma forma de luta seria um atestado para o fracasso, mas isso seria muio problemático e cansativo para querer ser mestre em mais de um estilo de luta, já que não é mestre nem mesmo no taijutsu Hyuga. — Nah, vou só treinar os selos normais mesmo, ficar imaginar cenários futuros é irrelevante e cansativo. — Sozinho no campo, Ash começou a movimentar seus dedos de forma ordenada e sequencial de acordo com suas memórias e técnicas dispostas em seu arsenal. Apesar de não parecer, a continuidade dos movimentos exigiam bastante concentração e coordenação motora do gennin, porque qualquer selo feito de forma errada ou enganada teria como consequência a não conjuração da técnica, treinando exaustivamente os movimentos para que seu cérebro gravasse era a melhor forma de não errar quando precisasse, pois sua cabeça estaria tão acostumada com os selos que seria automático a execução.

Seus dedos pareciam mover-se sozinhos e isso foi o maior sinal que o cérebro havia gravado a execução de todos os selos, quando adquirisse novas técnicas, só precisaria aprender a sequência correta para conjurá-las. — Agora será mais fácil executar as técnicas e aprender novas, me poupando muito cansaço futuro, mas ainda preferia estar dormindo e acordo só depois do almoço do que estar aqui tão cedo. — Reclamou enquanto retirava de dentro de seu sobretudo uma caderneta, suas anotações e todos os outros assuntos que considerou interessantes em algum momento de sua vida estava anotado ali, e por isso, para expandir seu intelecto, na mais satisfatório que reler aquelas palavras e, talvez, compreender mais profundamente as informações. [...] O tempo passou lentamente e rapidamente ao meso tempo, mas como? N mundo exterior transcorria de modo normal, com o sol atingindo o ápice nos céus, só que interiormente o gennin ficou imerso nas anotações, prestando atenção em cada detalhe. — Chega, isso deve ser o bastante por hoje. — Seus estudos acabaram, conseguiu ler um terço das anotações e sabia que seria o suficiente por enquanto. O corpo caiu de costas sobre o gramado, com a visão aberta e fixa na imensidão dos céus.

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Tão problemático.

O domingo moroso de Ash o levou até o campo de treino atrás da academia ninja, na verdade não era um local destinado a treinos, porém o Hyuga sempre retornava para o enorme quintal circundante da academia e executava seus treinamentos ali, e por pura coincidência, hoje era um fim de semana como nos dias dos outros treinos. — Mais um dia tendo que fazer treinamentos, essa vida ninja vai acabar me matando um dia de cansaço, só espero que me deixem dormir antes de acabarem com ela. — Balbuciou palavras estranhas no caminho deserto até a academia. O clima silencioso e a presença faltante na área já era esperada, com todo o terreno apenas para Ash, o preguiçoso. — Encontrar aquele gato foi chato demais, não devia ter saído para procurar ele antes de olhar por toda a casa. Devia ter ativado os byakugan e diminuído drasticamente... A, isso é ainda mais cansativo. — Ficar remoendo suas ações passadas mostraram ser bem mais cansativas que as próprias ações, então o gennin deixou o lado resmungão, que não fazia parte do seu feitio, de lado e se pôs em formas de melhorar seu condicionamento físico. Não acreditava que a próxima missão fosse tão fácil de ser resolvida, apesar de as preferir.

A grande árvore no fundo do campo de treinamento ainda ostentava as marcas do último treino de Ash, com algumas cicatrizes novas. Talvez depois de usa-la como um sparring os estudantes tiveram a mesma ideia e a golpearam. Que coisa chata, as crianças devem ter machucado bastante as mãos. Sem perder mais tempo deixando sua mente divagar em pensamentos e suposições que não o ajudariam em nada. O jovem começou a se alongar de forma preguiçosa e demorada, e depois corridas intervaladas ao redor do campo para aquecer o corpo. [...] Suor caía profusamente de todos os poros de seu corpo, a corrida se transformaram em um HIT, moderando os movimentos entre os de baixa e alta intensidade, com o intervalo baixo sendo de segundos enquanto a alta exigia um esforço por minutos até diminuir gradativamente. — Que problemático, correr pode ser o exercício que aumenta a resistência mais rapidamente e queima gorduras, mas não deve ter algo mais chato que isso. — Aeróbicos nunca foram o forte do gennin, que depois da sessão de tortura terminada, começou a fazer exercício de braços, alternando entre flexões e barras, usando o galho mais baixo da árvore para se fixar. Resistência e força andam lado a lado, e Ash precisaria ter os dois para seus golpes melhorarem, com sua stamina sendo o ponto que mais carecia de atenção no momento. [...] Estava cansado demais depois de praticar tantos exercícios, deixou o corpo cair de costas sobre o gramado, com a visão aberta e fixa na imensidão dos céus.

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