solo — through the hell

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Ablon

Genin

Qua 22 Ago - 15:44

01/10

"Lembro desse rosto...
Era de um homem com lágrimas em seus olhos; e a alegria por ter encontrado alguém vivo.
Ele me parecia feliz.
Era quase como se ele fosse quem tivesse sido salvo.
Mesmo à beira da morte, fiquei com inveja; enquanto aquele homem dizia, cheio de gratidão, um sincero 'obrigado'.
Ele era grato por ter encontrado alguém vivo, pois ao salvar uma pessoa sequer, ele havia se salvado."

-

De súbito, o jovem elevou as pálpebras dos olhos. As íris alaranjadas, como pedras de topázio, brilharam ante a escuridão do quarto fechado, o qual se mantinha arejado através de uma única abertura na janela lateral. A janela, por sua vez, deixava transpassar um pequeno feixe de luz para dentro do espaço, acertando uma parcela ínfima do carpete de lã, ao mesmo tempo que concedia ao ninja o poder de ver pequenas partículas de poeira se movendo de maneira aleatória pelo ambiente. Ainda olhando para o teto, Emiya suspirou. Tomou fôlego, limpou os olhos com as mãos, bocejou e, em um único movimento, despontou de sua cama. Tentando não perder o ritmo, Shirou arrumou seu leito de maneira relapsa, afinal, não podia mais perder tempo em sua morada. Outrossim, trajou suas roupas padronizadas, com o vermelho salientado perante as demais cores e, de prontidão, saiu de sua casa, com um caminho já traçado em sua mente.

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Emiya; HP: 225, CK 475, ST: 00/03

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Ablon

Genin

Sáb 25 Ago - 20:52

Cabisbaixo, o shinobi galgava de maneira vagarosa pelas ruas de Konoha. Como de praxe, as mesmas se mostravam agitadas devido, principalmente ao tráfego do povo, o qual insistia em realizar suas práticas sociais sob a luz do astro solar. A multidão ajustava-se nas delimitações das avenidas, aumentando e diminuindo o fluxo de pedestres de acordo com a extensão das calçadas. Dessa forma, Shirou sentia-se, na maioria das vezes, retraído; afinal, era apenas mais um peixe incluso a um cardume de indivíduos. Percebia que estava sendo esmagado por todos os lados, além disso, tornando-se vítima do odor deplorável de suor axilar. Sobretudo, Shirou não se queixou. Continuou a dar suas passadas, tentando ritmá-las com o andar dos outros que estavam à sua frente, ao passo que evitava os pisões daqueles que se encontravam às suas costas.

Paulatinamente, sentia que, um dia, iria ser capaz de salvar todas estas pessoas, sacrificando-se pelo bem da nação do fogo. Para Emiya, um herói não deveria se preocupar com o bem pessoal, mas sim com a vida alheia. Para Emiya, sacrificar um pelo bem de outros seria a escolha certa, e não se vitimizava por isso. Pelo contrário, o ninja de cabelos ruivos julgava este um ato da mais pura virtude humana: a iustitia.

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Genin

Sáb 1 Set - 8:51

Pouco a pouco, Emiya ia alcançando seu destino. Fugira com êxito do aglomerado de civis que atrapalhava-o em seu galgar, passando a andar, agora, em uma área menos movimentada — talvez por ser uma localidade isolada do grande centro de Konoha. Em sua mente, relembrava-se dos dias anosos, recordando dos momentos que passara com seu pai adotivo. "Kiritsugu" — pensou, ainda cabisbaixo. Reconhecia, então, que hoje era um dia importante para a efígie de seu falecido pai, afinal, era o aniversário de sua morte, que já datava cinco anos.

Em súbito, Shirou atingiu uma área inóspita, onde não havia sequer uma única pessoa. Seus passos logo ficaram mais lentos, e pôde ver, acima de sua cabeça, um letreiro indicando um kanji específico. 墓地, cemitério. O jovem de cabelos ruivos engoliu seco, mas não tardou para adentrar nos limites da extensão e procurar pelo túmulo de seu falecido pai. Concomitante a seu andar, se atentava ao ambiente ao seu redor. Árvores secas, solo calejado e arenoso, e a atmosfera densa e desconfortável. Um odor insólito pairava no ar, açoitando as narinas de Shirou, que apesar disto, continuou seguindo em frente, rumo ao memorando de Kiritsugu. Depois de algum tempo procurando, finalmente encontrou o que queria.

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Genin

Sáb 8 Set - 8:27

Largado ao sereno matinal, estava ali, perante da efígie de Shirou, o túmulo de seu falecido pai. Quando viu a sepultura, com o nome "Emiya Kiritsugu" estampado na lápide de pedra, Shirou sentiu que seu coração palpitou. Subitamente, sua mente foi lançada para um mundo de trevas, onde as chamas e brasas infernais queimavam agressivamente o ambiente ao seu redor. No meio disso tudo, estava o jovem Shirou, com seus curtos cabelos ruivos se destacando no meio do fogo. Inopinadamente, começou a suar, entendendo que aquele pesadelo continuaria a lhe afligir por anos e anos, até o dia de sua morte. Este seria o seu caminho. O caminho duro de um herói da justiça.

Dessa forma, de maneira repentina, Shirou Emiya retornara para o mundo real. Paralisado, continuava a olhar para o sepulcro de seu pai adotivo, relembrando dos momentos em que o mesmo passara com o jovem. Recordava-se das brincadeiras, das piadas e, principalmente, de seus ensinamentos; afinal, Kiritsugu fora um shinobi seu igual, exímio em inúmeras competências do mundo ninja. Ainda paralisado com suas visões, Emiya continuou a mirar a tumba, ao passo que seus sentimentos se readequavam com os próprios pensamentos do Chūnin. Uma lágrima, então, caiu de seu olho direito, escorrendo até a base do queixo e indo em direção ao solo arenoso, aderindo-se ao mesmo subsequentemente.

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Sex 14 Set - 23:10

Uma enxurrada de pensamentos alvejaram a mente do shinobi de cabelos ruivos. A introspecção nostálgica, antes afável aos sentimentos de Shirou, agora transmutara-se para gerar sensações de desconforto, incitando a dor da perda e a angústia. Os olhos foram lubrificados pelo choro tortuoso, ao passo que as lágrimas se acumulavam no canto dos olhos, transbordavam e, como de praxe, acertavam o solo areento pelo movimento de queda livre. O choro inchava as maçãs do rosto, concomitante a que a garganta sofria uma irritação incomum. Shirou queria gritar o mais alto que podia, mas tudo o que emitiu foram longos resmungos de aflição. —— Kiritsugu. Pai. — recitou o nome de seu pai após um longo intervalo de tempo, fazendo pausas consecutivas na divisão silábica.

Aos poucos, Emiya ia se recompondo, limpando os olhos com a manga das camisas e retendo seus sentimentos de aflição. Seu pai lhe ensinara a controlar seus sentimentos, afinal, um herói da justiça não deve julgar alguém com base única nos sentimentos; mas sim, na coesão da empatia com o instinto racional. Com este ideal em mente, Shirou se recompôs. Deveria aprender a superar suas perturbações reminiscentes, e com isso, tornar-se um exímio herói da justiça.

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Genin

Sex 21 Set - 19:32

A priori, Shirou Emiya deveria buscar uma âncora. E o que seria isto? O jovem shinobi teria de buscar, em seu subconsciente, algo que pudesse se apoiar para superar as dificuldades encontradas em sua psiquê, e esse algo, geralmente, seriam ações ou eventos que ocorreram consigo em um passado distante. Em suma, teria de relembrar dos bons momentos, dos episódios que, de fato, acrescentaram algo em sua essência cognitiva e racional. Isto seria uma âncora, e Emiya deveria encontrar a sua.

De forma súbita, fechou os olhos e tentou adentrar em sua região inconsciente, caçando no âmago da mente alguma coisa para se ancorar. Não limitava sua busca somente à eventualidades visuais, a qual ele havia presenciado, mas também remetia aos outros sentidos humanos, como olfato, audição e tato. Pouco a pouco, se lembrava do doce aroma das comidas feitas por Kiritsugu, que incitaram no jovem o ardor para cozinhar, ao passo que rememorava dos sons das espadas, brandindo de maneira controlada, vítimas dos treinamentos entre Shirou e Kiritsugu. Por fim, reavivou na memória o forte abraço de seu pai, que lhe acolhia nos momentos mais difíceis.

Estas seriam as âncoras de Shirou Emiya, e deveria suster sua psiquê nelas para que pudesse continuar em sua superação do descontrole emocional.

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Ablon

Genin

Sex 28 Set - 13:18

Inopinadamente, Shirou foi levado novamente ao mundo de chamas, o próprio inferno. A ilusão, dessa vez, parecia mais lenta, provavelmente afetada pelo novo controle psicológico que o shinobi de cabelos ruivos ousara adotar. Vide isto, as chamas flagelavam o ar de forma paulatina, ao passo que a efígie de Kiritsugu se mantinha congelada, como se tempo estivesse estacionado. No meio deste mundo alucinótico, Shirou lutava para não perder o controle e, assim, moldar a tão pretendida âncora mental.

Ainda no ambiente onírico, Emiya conseguiu reunir forças para andar, galgando lentamente até a imagem de seu falecido pai, que buscava nas chamas infernais alguém para salvar da desolação. Agachou ao lado dele, e, não obstante, falou. —— Tenho saudade. Espero que esteja bem. — recitou, em monótono. Não esperou uma resposta, afinal, entendia que o universo em que se encontrava era um fruto de um trauma, uma situação de comoção que lhe assolou por toda a vida. E, assim, a ilusão se desfez em um átimo de segundo, e o jovem de cabelos ruivos retornou até o cemitério em que se encontrava anteriormente, aos pés da lápide de Kiritsugu Emiya.

Sem embargo, Shirou sentir-se-ia mais confiante para superar seus problemas mentais.

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Ablon

Genin

Sáb 29 Set - 19:04

O peito de Shirou sofreu, de súbito, um alívio. A pressão da mágoa e do sofrimento, resultado das memórias do campo infernal em que Kiritsugu o salvara, finalmente desaparecera. Dessa forma, Emiya estava pronto para mais uma etapa de sua superação. De forma serena, sentou-se no chão calejado do cemitério e olhou para o céu. O sol, antes quente e orgulhoso, agora era ocultado por inúmeras nuvens acinzentadas, dando um aspecto melancólico ao ambiente. Todavia, o jovem de cabelos ruivos não poderia se deixar ser levado pela atmosfera sombria. Ajeitou a posição como em meditação, vulgo lótus, e fechou os olhos, deixando que seus sentidos minguassem por extremo. Aguardou, então, que sua mente pudesse se acalmar, para aí sim retornar ao seu ambiente onírico, a fim de recordar de outros momentos bons que passara com o seu pai. Dessa vez, Emiya não poderia emocionar com a efígie paterna de Kiritsugu, deveria neutralizar suas emoções, deveria ser duro, forte. Pouco a pouco, imagens boas voltavam a calejar sua mente, recordando de momentos rotineiros, sejam manhãs, tardes ou noites, as quais o jovem Shirou havia passado com seu mentor. —— Serei forte. — disse, em monólogo, intentando não se sensibilizar com as ideias que emergiam em sua consciência.

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Ablon

Genin

Dom 30 Set - 14:13

Ainda com as pálpebras fechadas, obstruindo o sentido da visão, Shirou prosseguia em seu treinamento. Paulatinamente, a efígie de seu pai aparecia para ele. Os cabelos negros bagunçados, a pele branca, a barba por fazer, as vestes garbosas e até seu semblante calmo, sereno. Tudo isto fazia parte de uma torrente de informações sugadas do âmago da mente do jovem shinobi de Konoha. Outrossim, o mesmo ainda era capaz de presenciar sensações inéditas, tal como conseguir escutar a voz de seu falecido pai. —— Concentre-se, Shirou. Canalize seu chakra. — disse uma voz, e Shirou rapidamente associou-a quando Kiritsugu lhe ensinou sobre as técnicas ninjas. —— Calcule a distância e jogue. Acerte a kunai no centro do alvo. — disse outra voz, em uma tonalidade parecida; fazendo com que Emiya vinculasse tal vocábulo a quando seu pai instruiu acerca do uso de armas ninjas. —— Leia sobre isso. Você precisa aprender sobre sua linhagem, e como pode utilizar disso para acrescer sua força. — finalizou uma terceira voz, de forma calma; como quando Shirou foi instruído a estudar sobre suas capacidades shinobi. Dessa forma, de maneira gradual, o jovem de cabelos ruivos criava na alma uma confiança que seria inabalável. Seria a fagulha de uma nova chama.

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Ablon

Genin

Dom 30 Set - 16:55

No meio de tanta informação, finalmente algo aconteceu. De súbito, o coração de Shirou Emiya palpitou, fazendo acontecer uma pequena pontada em seu peito. A cabeça balançou, concomitante a que a pressão do shinobi caía de forma abrupta. Ainda sentado, sentiu sua vitalidade se esvair, como se estivesse desmaiando.

Novamente, o garoto de cabelos ruivos foi levado para o âmago de sua psiquê. Como outrora, estava naquele mundo de chamas, mas desta vez, Kiritsugu Emiya olhava em direção. —— Venha. — disse o homem, abrindo um sorriso sincero. Confiante, Shirou foi em direção ao seu pai, de braços abertos, feliz pelo reencontro; mas com o emocional intocado. —— Pai. — falou, no instante momento em que abraçou o homem de cabelos negros, sentindo o calor das chamas, que aos poucos se apagavam e davam espaço para um campo florido que crescia em seu redor. O ambiente de trevas — o inferno de chamas — fora substituído por um grande campo de grama esverdeada, onde flores limpas brotavam do solo e o sol envolvia a atmosfera.

—— Eu tenho saudade, pai. — disse, ainda abraçado com Kiritsugu. Este, por sua vez, abriu ainda mais seu sorriso, cerrando os olhos em sinal de conforto com seu filho. —— Saiba que sempre estarei te observando. Esforce-se para se tornar aquilo que não me tornei. — balbuciou, no ouvido de Emiya. —— Um herói da justiça? — retrucou o garoto, e viu seu pai alargar ainda mais o sorriso. Não respondeu, apenas se afastou do corpo do filho e se dissipou na essência daquela dimensão.

Subitamente, Shirou Emiya acordou de sua meditação. Agora, sua âncora já havia sido formada, e sua mente, restabelecida. Portanto, levantou-se do solo arenoso, olhou para o túmulo de seu pai, e falou. —— Eu me tornarei um herói da justiça. Deposite em mim sua fé, pai. — em seguida, partiu para a saída do cemitério, pronto para retornar à sua residência.

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Tama

Genin

Dom 30 Set - 17:26

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"Os homens devem moldar seu caminho;
Quando você vir o caminho em tudo o que fizer;
Você se tornará o caminho."

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