Já estava anoitecendo, havia passado a manhã e a tarde ajudando minha mãe em casa e estudando como de costume. Mas estava na hora da minha primeira missão como genin, a primeira de muitas, é claro. Para ser sincera se tratava de algo bem simples, bobo até, eu merecia mais do que isso. Mas não podia fazer nada quanto a isso, todo grande nome do mundo shinobi começou assim, afinal. Eu preciso de poder, preciso conquistar posições mais altas e mostrar ao mundo do que sou capaz, quero estar ao lado dos maiorais e ser respeitada e temida por todos, mas para isso eu precisava primeiro me tornar forte e os primeiros passos eram justamente essas missões idiotas de Rank D.

Minha escolha havia sido uma que envolvia a limpeza da biblioteca, simplesmente por parecer ser bem rápido, o que me daria tempo de sobra para fazer outra após o término desta. Fiz o caminho da minha casa até a tal biblioteca, tomando o devido banho e vestindo minha roupa ninja padrão, que consiste em uma blusa preta e sem mangas, calças com o vermelho padrão de Iwa, sandálias e, é claro, a bandana amarrada no braço esquerdo. O caminho fora obviamente tranquilo, apesar de estar um pouco frio devido ao horário e estação do ano, mas nada que eu já não estivesse acostumada.

Chegando ao local, julguei que seria fácil, o exterior do edifício estava impecável e com cara de novo. Minha surpresa foi quando abri as portas, estava bem mais bagunçada do que o esperado; logo de primeira pude notar livros fora das estantes ou na seção errada,, mesas empoeiradas… enfim, cumprimentei a bibliotecária que já parecia estar um pouco cansada, ela cumprimentou de volta e explicou, sonolenta, o que eu deveria fazer. Não enrolei e parti logo para o trabalho, organizei uma lista de afazeres mentalmente e comecei a limpeza. Primeiro, recolhi os pergaminhos e afins que estavam fora de seu devido lugar e os organizei de forma correta, depois, aproveitei que as mesas se encontravam vazias e as limpei, tirando todo o pó acumulado passando um pano umedecido para deixar com uma cara boa, por fim, varri o chão e estava completo o meu trabalho. Garanti com a atendente se estava tudo certo e ela confirmou, entregando-me o envelope, nos despedimos e saí do local, pronta para ir para casa.

20/08 - 1ª Rank D

Voltando do treino em ninjutsu, notei que ainda estava um tanto quanto cedo, ao menos o suficiente para pegar uma missão simples de Rank D. Dando uma olhadela no quadro de missões, optei por pegar a missão da floricultura, mais por mera curiosidade a respeito de botânica do que um interesse em atender o fluxo de clientes, Além do mais, não haviam no momento opções muito mais interessantes, então dessa vez teria que ser essa mesmo.

A floricultura não era muito longe e, ao chegar no local, pude notar que ao menos organização não seria um problema como foi na biblioteca. Estava tudo aparentemente em seu devido lugar e limpo na medida do possível, além do mais, a kunoichi a qual estava encarregada de substituir parecia ser bem organizada e responsável, apesar de um pouco desajeitada e ansiosa em suas falas, enrolou um pouco no ato de me explicar o que eu deveria fazer, mas acho que consegui pegar tudo… ao menos eu torcia para que sim, já que ela saiu às pressas sem que eu pudesse tirar quaisquer dúvidas.

A movimentação era normal, apareciam alguns ninjas médicos e alguns loucos apaixonados, cada um pedindo o que mais lhe seria útil. Enfrentei algumas dificuldades a princípio, é claro, no que diz respeito a indentificar as plantas e flores, mas com o livro de auxílio deixado no balcão pela kunoichi ficava tudo bem simples e fácil de aprender. No meio tempo entre um cliente e outro, enquanto a loja estava vazia, aproveitava para observar as flores, ler um pouco do guia e sentir os aromas dos espécimes ali presentes. Fiz isso durante um bom tempo, até a moça regressar e dar a missão como concluída, dali só faltava agora reivindicar a recompensa.

21/08 - 1ª Rank D

A missão da vez era um pouco diferente daquelas mais simples, não envolvia nada perigoso, mas ao menos eu sairia um pouco de Iwa e isso já tornava aquilo mais interessante. Não sou lá muito chegada a botânica, nem sequer gosto de flores, no máximo tenho curiosidade sobre as propriedades extraídas pelos ninjas médicos, mas ainda assim não era a minha área, portanto fiz questão de revisar cuidadosamente as informações sobre o habitat e a aparência do espécime que eu deveria recolher. Enfim, memorizei tudo que fosse necessário para não passar vergonha e parti, bolsa ninja comigo, além de alguns mantimentos fornecidos pelos próprios médicos.

Foram dois dias de viagem até chegar ao pé da montanha. Não vou negar, foi um exercício e tanto e o cansaço já batia de leve, e ainda voltava caminhar montanha acima em busca da bendita flor. Subi aos poucos, sempre mantendo meu olho atento aos arredores, em cada cantinho que fosse. Levou alguns minutos, uns vinte talvez, até que finalmente havia encontrado, era púrpura e chamava bastante atenção, o que facilitava encontrá-la em meio a terra. Continuei vasculhando mais um pouco até conseguir o suficiente para os ninjas fazerem os medicamentos e desci de volta até o pé da montanha.

Respirei profundamente, aproveitando um pouco o ar fresco após a escalada, descansei brevemente e comecei a jornada de retorno para Iwa. Levou mais dois dias e eu estava nos portões, rumei até onde os ninjas médicos estavam, entregando o recipiente providenciado por eles mesmos, cujo qual agora armazenava as flores púrpuras. Recebi o carimbo, me despedi apropriadamente após os agradecimentos e estava pronta para reivindicar a recompensa o quanto antes.

21/08 - 2ª Rank D

Era cedo ainda, estava a tomar meu café da manhã com minha mãe que tanto amo, trocando algumas palavras, jogava um pouco de conversa fora e aproveitava também para tirar algumas dúvidas e pedir dicas a respeito das artes ninja, apenas o padrão. Terminado despedi-me da mesma, dando um beijo em sua bochecha e avisando que não sabia a que horas voltava da missão, pois ainda nem havia decidido qual pegar. Chegando ao quadro de missões, me vi indecisa primeiramente, não queria fazer algo tão pacato logo pela manhã e, portanto cacei uma tarefa ao menos um pouco fora dos padrões, a primeira que encontrei fora de um caso de desaparecimento.

Decidi por começar no interior da própria vila, muito embora eu duvide que os responsáveis fossem idiotas a ponto de relatar uma criança sumida apenas por não saberem onde procurar, eu tinha que fazê-lo apenas para garantir. Afinal, eu mesma costumo me afastar um pouco, me isolar em cantos de quase nenhuma movimentação ou subir em pontos altos onde consigo me afastar da visão dos demais para espairecer. A busca fora inefetiva, no entanto, restava agora ir para os arredores, caçar o tal moleque.

Saindo da vila com o devido aviso e permissão dos guardas dos portões, comecei pelas proximidades, procurando em pontos escondidos atrás de rochedo e afins, tive que expandir a área de busca e aproveitei para escalar uma elevação que havia por ali, obtendo assim uma vantagem no que diz respeito ao campo de visão. Observei ali por um tempo, até que enfim pude notar alguma movimentação ao longe, cuja qual não tardei em ir verificar. Chegando no local de interesse, avistei o alvo, era a criança perdida, ela estava treinando sozinha e aparentava estar atualmente se concentrando em dominar melhor o uso das kunais. Por mais que me partisse o coração interromper um treino, tive que fazê-lo chamando a atenção do menino, fazendo com que este se assustasse e ficasse sem jeito.[ Dei um pequeno sermão no pequeno e levei-o de volta a vila, onde pude dar a missão como completa.

24/08 - 1ª Rank D

O escurecer dos céus indicava a chegada da noite e, em Iwa, Asirpa começava a se aprontar para mais uma missão Rank D. A garota se vestia com os trajes padrões e punha sua bolsa ninja, munida com o necessário, na altura da cintura, no flanco esquerdo. A Hoshigaki saira de casa as pressas, sem sequer despedir-se de sua amada mãe, pois pretendia fazer tal missão o quanto antes, já que estar escuro apenas tornaria tudo mais trabalhoso. Sua tarefa era se livrar de pragas que, há pouco, começaram a atrapalhar os moradores de Iwagakure, atacando suas plantações.

Ao chegar no local, percebera que um fazendeiro já aguardava a chegada da shinobi, que cumprimentou-o de forma educada e direta, pedindo também por informações mais precisas. Sabendo melhor quem eram seus alvos, a garota-peixe partiu para a caça de tais invasores, adentrando a plantação a procura das pestes. A tarefa levou um tempo, a ausência de luz dificultou a identificação dos intrusos e Asirpa foi obrigada a se orientar apenas pelo som. Contudo, empunhando uma kunai, fora capaz de exterminar todos depois de certo tempo dedicando-se para tal. Foram cerca de cinco animais, procionídeos para ser mais exato, e seu trabalho estava concluído. Apresentou os abates ao fazendeiro e conseguiu o visto, agora restava recolher a recompensa e ir para casa.