Os suaves passos da líder rumavam para longe da estrutura onde costumeiramente passava a maior parte de seu tempo, seu gabinete recém construído. Neste momento buscava apenas manter sua mente longe dos acontecimentos da vila, isso poderia ser bom para ela, que estava sobrecarregada de informações. Seu maior hobbie era definitivamente a leitura. Por isso, sequer hesitou antes de optar por correr para a biblioteca e passar o resto da tarde lendo. Mas havia um porém: da última vez que passou a noite lendo, avistou uma sala secreta. Para qualquer curioso, dado as capacidades dela como cidadã e responsável pela administração de Konoha como um todo, ela sabia que nada lhe impediria de adentrar a ala secreta e estudar cada um dos livros proibidos a serem acessados pela maior parte da população. Por que não poderiam? Sendo assim, obviamente ela os leria, eram tantas dúvidas intrigantes! Tanto conhecimento aquém do senso comum! E nesse contexto, pairou na frente da grande construção que era a biblioteca principal do vilarejo. A praça circular que ela ficava havia também algumas cafeterias - e uma em especial que adorava frequentar. Decidiu que não iria fazer sua leitura na parte do dia, mas sim durante a noite, como gostava. Foi no hotel mais próximo e lá faria um cochilo até que a noite caísse.  


HP: 1425/1425
CH: 1875/1875
ST: 00/09

Considerações:

Abriu os olhos com seu corpo por inteiro afofado pelas macias espumas do colchão do hotel. Erguer-se para sentar na cama pareceu ser o maior de seus esforços feitos até então, de início estranhou por acordar e verificar que o dia na verdade era noite. Sua janela estava parcialmente aberta, e entrava um frio que lhe arrepiou cada centímetro de seus poros esbranquiçados. Abraçou-se, e correu para fecha-la. Fitando suas vestes atuais, percebeu que seria uma tortura querer passar a noite inteira vestida dessa forma, já que o inverno estava começando. Clamou por uma das atendentes do hotel, e perguntou a ela sobre lojas de roupas que poderiam ter nos arredores. Por mais que conhecesse o ambiente, uma opinião alheia poderia ser útil. Enrolou-se num manto fornecido pelos seus admiradores, e partiu para a loja citada pela atendente, onde não demorou muito para chegar e escolher uma das primeiras roupas que viu. Pagou, e saiu de lá sem demorar muito. Bastaria agora passar na sua cafeteria preferida e pedir para encherem uma garrafa térmica para seu estoque de café noturno, e tudo estaria pronto para começar a sua jornada pelo conhecimento secreto. [...]

Sequer teve de esperar muito, a biblioteca já estaria fechando. Acenou para a secretária e ela logo entendeu o recado, como de costume, Nanadaime teria a grande livraria só pra ela por todo o período noturno, até que a abrissem novamente.


HP: 1425/1425
CH: 1875/1875
ST: 00/09

Considerações:

Quando a garota ouviu o estrondo da porta principal se fechando, sabia que estava sozinha naquele lugar pela longa noite que viria. Estava eufórica, sentia-se como uma viajante ao deixar sua terra natal pela primeira vez, aventurando-se por um vasto mundo cheio de obstáculos e desafios. Agora, correu por entre a distância da porta até a extremidade daquela biblioteca, sem se importar com o grande eco que seus passos faziam no chão de madeira, já que não havia quem reclamar do barulho. Passou por grandes prateleiras, e por mesas de leitura, chegando até uma porta de ferro trancada por três cadeados. Pegou um chaveiro que foi-lhe entregue, e tentou cerca de dez chaves diferentes em cada cadeado até abri-los finalmente. A porta rangeu firmemente. Adentrava agora numa pequena sala com outras prateleiras - mas estas bastante empoeiradas. Espirrou. Uma chama acendeu dentro de si, de tanta euforia por finalmente poder ler aquele amontoado de livros dispostos naquela sala secreta, e começou por um que denominava-se "Jutsus proibidos do mundo Shinobi".

Leu aquele livro do começo ao fim, não era uma narrativa, mas sim uma disposição de vários jutsus que não havia sequer ouvido falar por toda a sua vida. Comemorava intensamente por ter acesso a tal área restrita. Foleou capitulo por capitulo, até chegar numa técnica que a considerou fascinante. Mas aquele livro falava pobremente da tal técnica, então dispôs daquele para procurar outros naquela prateleira que poderiam falar sobre a mesma técnica, terminando por pegar quatro ou cinco diferentes.

HP: 1425/1425
CH: 1875/1875
ST: 00/09

Considerações:

O livro chamava-se "Necromancia". O li do começo ao fim, ao longo de várias horas daquela noite. Quando o terminei, me senti sem rumo. Como poderia isso ser possível? Retornar a vida... bastando apenas do seu DNA e um sacrifício vivo [...] Não pude ficar parada, o fechei, guardei devidamente em conjunto aos outros diversos livros que tratavam do mesmo assunto, e então tranquei a sala secreta deixando-a da forma que a encontrei. Meus suspiros eram facilmente escutados, o silêncio naquela biblioteca era tanto que se me concentrasse, poderia ouvir meus próprios batimentos cardíacos. Eles estavam acelerados. Saí da biblioteca mais cedo do que pretendia, desta vez, Kimiko (a moça que me forneceu a permissão de ficar aqui) não me veria de manhã como de costume, esperei que ela não ficasse preocupada. Fechei a porta principal e uma dúvida me surgiu... "Que horas são?" Eu pretendia fazer uma coisa que poderia ser considerada cruel, então não gostaria que alguém me visse fazendo isso. Olhei por cima das casas ao redor, procurando por uma zona verde aqui em Konoha. Não é difícil encontrar, mas queria fazer isso o quanto antes. Então avisei algumas árvores beirando um pequeno morro, acho que era algumas centenas de quilômetros da floresta da morte. Era um ótimo lugar, talvez até mesmo perfeito.

HP: 1425/1425
CH: 1875/1875
ST: 00/09

Considerações:

A garota passeou por entre os arbustos e restos de vegetação, procurando por algum animal que fosse. Encarou o chão por alguns minutos, dependia unicamente do brilho do luar, então aquela situação não era tão fácil como aparentava. Mas não desistiria. Cada segundo que passava estava mais floresta à dentro, e a qualquer momento acharia algum animal - de preferência mamífero por ser mais próximo evolutivamente dos humanos. Um macaco era algo impossível naquele ambiente. Talvez um coelho, ou um outro roedor que fosse. Em cerca de dez minutos avistou alguma coisa remexendo uma lata de lixo próxima a uma residência. Aproximou-se o suficiente, e percebeu que se tratava de uma figura canina com alguns ferimentos ao longo de seu tronco, e ainda faltava-lhe alguns tufos de pelos por cima das costas. Hipátia ergueu sua destra e fez alguns sons com a boca, de modo que atraísse o cão para si. Ele, vagarosamente e ingenuamente, acreditou que talvez a humana lhe daria comida, ou algo do gênero, mas com sua mão esquerda puxou uma kunai e enfincou-a em seu crânio, derrubando seu corpo ao chão como um saco de arroz caindo no gramado.

Bastava agora um segundo, mas este seria um sacrifício. Para sua experiência, verificou que o alvo mais fácil seriam cachorros. Talvez frequentar no território dos Inuzukas não seria uma má ideia, entretanto aquilo causaria problemáticas que poderiam ser perigosas. Decidiu por procurar um outro vira-lata. Galgou por uma hora, e nada encontrou. Seu medo era que o sol nascesse, mas se isso ocorresse, apenas haveria de esperar para a noite seguinte.

No horizonte uma luz amarelo-alaranjada brilhava intensamente, provavelmente não faltava muito para o crepúsculo. Novamente uma lata de lixo, ao seu lado direito, entreolhou um pequeno cão que seria o segundo alvo. Carregou o corpo para a floresta, onde terminaria e experimentaria fazer o sacrifício com base nos livros que outrora saboreou como uma deliciosa sobremesa. A kunai com um pergaminho enfeitiçado seria utilizada de modo que perfurasse o crânio do canídeo, sacrificando-o e transferindo as características do primeiro cão no segundo. Se aquilo desse certo, a nova aparência do cão se revelaria, e ele seria imortal. Erguia-se, cambaleando nos passos e tropeçando em uma de suas quatro patas. A princípio, sentia pena. Mas sua ambição por poder era rigorosamente superior, se aquilo fosse bem usado, certamente representaria um grande diferencial ante seus oponentes, sendo inclusive um poderio para Konohagakure. A garota friamente puxou a pata do animal de modo que a arrancaria com o auxilio de uma kunai. Para sua surpresa, assim como dito nos livros, as células pareciam voltar como um ímã para de volta ao local retirado, regenerando instantaneamente. Mas o cão gritou desesperadamente. Sua concentração para a técnica lhe permitiu ignorar, mas apercebeu-se de que os vizinhos poderiam vir averiguar do que os gritos se tratavam. Parou de concentrar seu chakra naquela técnica, desfazendo-a e permitindo o corpo do mamífero cambalear novamente até repousar no chão, ainda morto, mas agora desacordado.

HP: 1425/1425
CH: 1875/1875
ST: 00/09

Considerações: