A verdade era incoerente com a realidade, Hitsugaya já estava acostumado a viver submetido as falsidades humanas, no entanto, se surpreendia a cada dia extra em que permanecia a respirar naquele profano mundo. Não era acostumado a viver com outra pessoa, mas curtia bastante a presença de Nanata, era reconfortante a presença matinal que aquela mulher carregava. Hitsugaya se encontrava na sua nova casa, terminando de arrumar suas novas coisas —- Hitsu-kun, o que acha de me ajudar no restaurante hoje? —- perguntava Nanata, terminando de se ajeitar para rumar a seu trabalho —- Mas Nanata-sama, esse não era o combinado... —- respondia o menino, soando levemente agressivo. —- Não é uma ordem, apenas ofertei, imagino que curta ganhar um dinheiro extra, né? —- falou a mulher, obrigando Hitsugaya a bufar levemente liberando o ar por entre os lábios —- De fato... —- dizia o ninja, terminando de guardar uma das poucas blusas que tinha —- E em que eu seria útil? —- questionou o menino —- Pode ser um garçom, um dos meus foi pego roubando e eu tive que mata-lo —- alertava a mulher —- Eu poderia ter sido chamado para mata-lo, esse é meu tipo de serviço —- reclamou.

—- Você vem ou não vem? —- perguntou a mulher abrindo a porta e se preparando para sair.
—- Irei, mas cobrarei por hora —- respondeu Hitsugaya, retirando-se a frente de Nanata.

Era bastante difícil agir como garçom nos primeiros momentos, Hitsugaya ia e vinha direto anotando a vários pedidos, os misturando ou anotando errado —- Foco garoto! —- repreendeu Nanata, lhe entregando uma bandeja do lámem preferido de Hitsugaya —- É para mim? —- perguntou Toshiro animadamente —- É para mesa 08 garoto, FOCO! —- respondeu Nanata, empurrando o garoto para que fosse mais rápido, Hitsugaya carregou a bandeja e colocou por entre a mesa —- Seu pedido, algo mais? —- perguntava educadamente, o que de fato não era sua praia —- Nada mais, obrigado —- respondia a mulher. Hitsugaya não curtia o serviço em geral, mas as fontes de informações circulavam de maneira intensa ali, e ele reconhecia a utilidade daquilo, com o tempo foi dominando melhor o serviço e obtendo as informações que tinha necessário, e nem era necessário alguma ameaça de fato para que aquilo acontecesse, apenas entregar e fazer algumas perguntas de bobeira, e sempre acabavam se entregando de bandeja para o menino, lhe agradando com informações de grande utilidade.

—- Você ouviu aquilo? Ele voltou a cidade, qualquer momento ele pode chegar aqui —- dizia a menina para sua amiga.
—- Sério? Que merda, eu amo esse lugar... —- respondia amiga, desanimada.

Toshiro escutou de longe aquilo, mas quis entender, se aproximou das moças e não hesitou em perguntar —- Quem voltou? É porque ele viria aqui? —- questionou, as meninas ficaram meio tímidas e recuadas, no entanto logo resolveram responder com sinceridade —- Seu nome é desconhecido, mas o chamam de Ki, ele domina a toda essa região e estava sumido a um tempo, mas agora ele voltou e possivelmente ele não vai gostar de saber do restaurante, e quem sabe, até cobrar impostos —- contava a menina, um pouco recuada —- Qualquer tentativa idiota de ferir a Nanata-sama e seu estabelecimento, será punível com morte —- alertou Hitsugaya, assustando as garotas —- Podem espalhar, é bom que esse Ki saiba logo se vai querer mexer com Nanata-sama —- completou Hitsugaya, retirando-se da mesa. Nanata observou a tudo de longe, mas reconheceu o tom e postura ameaçadora de Hitsugaya —- Ei garoto, venha aqui já —- chamou, fazendo Toshiro se aproximar.

—- Eu percebi aquilo... Por que estava ameaçando-as? —- perguntava zangada.
—- Não as ameacei, e sim alertei que um tal de Ki morreria se tentar se mexer com a senhora ou restaurante, okay? —- explicou Hitsugaya.
—- Ki é perigoso, já ouvi falar dele e pensei que ele tinha desaparecido e por isso voltei com o restaurante, mas recomendo que não nos envolva com ele Hitsu-kun, o quão mais longe ele ficar mais daqui é melhor, eu só peço isso Hitsu-kun —- alertou Nanata.
—- Não se preocupe Nanata-sama, está tudo bem, não me conhece ainda mas se eu quisesse eu poderia congelar a tudo isso em segundos —- repreendeu Hitsugaya.
—- Apenas não arrume encrenca, certo? —- alertou Nanata.
—- Tudo bem, ficará tudo bem —- respondeu Hitsugaya.

O dia se passou com o tempo e tudo continuou perfeitamente bem nenhum problema aconteceu. No entanto, os dias se passaram e os boatos a respeito de Ki aumentaram e automaticamente junto a eles veio os boatos em que Hitsugaya teria lhe anunciado ameaçados contra o bandido. Quando os boatos alcançaram os ouvidos de Ki, resolveu agir de imediato e verificar com os próprios olhos e ouvidos o que se passava. Adentraram Ki e seus capangas no restaurante, com um olhar e jeito totalmente intimidador para contra todos —- SAIAM TODOS! —- gritou o bandido, se gabando com uma mera espada —- Podem ficar, resolverei rápido —- respondeu Hitsugaya, sacando sua espada a tona e a colocando perante seu inimigo —- Imagino que seja o famoso Ki, veio em encontro a sua morte? —- brincou Hitsugaya —- Matem ele —- foram as ordens dadas no momento em que todos saltaram para cima de Hitsugaya, oito bandidos que foram brutalmente assassinados sem muita demora pelo ninja —- Se deseja um serviço bem feito, faça você mesmo —- foram as palavras de Ki no momento em que tentaram alcançar Hitsugaya, movimentos precisos foram executados e mesmo assim o mercenário conseguia desviar com uma certa facilidade, chutando-o para longe —- Quais as ordens Nanata-sama? —- perguntou Toshiro, olhando para Nanata, um suspiro foi dado antecedendo a resposta —- Mate-o logo —- foram as ordens dada. Toshiro a executou assim como ordenado, matando a seu inimigo de imediato e lhe tirando as ultimas parcelas de vida restante. Com isso Toshiro ficou mais conhecido no bairro, e o restaurante teve um numero elevado de novos visitantes.

Considerações: