Um outro dia iniciava e pela primeira vez a família Hirai conseguia fazer o desejejum em conjunto em muito tempo. A srta. Kaya estava mais animada do que o de costume, havia reunido diversos ingredientes para seus unguentos e ficou maravilhada em como os resultados foram satisfatórios com seus pacientes. Isso acendeu uma vontade de cozinhar, o que agradou muito o paladar dos outros dois membros da família.

O sr. Eiji por sua vez, ainda parecia preocupado com a situação política da aldeia, talvez porque dispusesse de maiores informações, talvez porque ele mesmo tinha lá seus instintos ninjas aguçados e sabia que nada estava tão resolvido como parecia. Seja como for, ele estava mais quieto aquela manhã. Não obstante, os três conversavam de maneira normal em volta da farta refeição preparada com diversos tipos de guloseimas e diversos tipos de pratos que todos gostavam - isso animou um pouco o semblante cansado do pai. Talvez o fato dele e da esposa terem passado um bom tempo juntos cozinhando, também tivesse o efeito de melhorar seu humor.

Foi ai que receberam uma carta. Acharam curioso pois, até então, todas as intimações para que Akira se apresentasse em missões vinham por meio de entregadores. Talvez eles não tivessem pessoal para fazer a entrega, talvez, a tarefa não fosse tão urgente quanto as demais... Seja como for, outra missão Rank-C havia sido designada ao rapaz.

Seus pais estavam realmente surpresos em como o jovem genin costumava receber missões deste nível. Em geral, estas missões costumavam ser completas em equipe - tal como fora a primeira missão do rapaz deste nível - mas agora ele as fazia sozinho e cumpria de maneira exemplar. Sem dúvida, ambos tinham muito orgulho do filho mas também um pouco de apreensão devido às condições de saúde mental do garoto.

- Filho, por favor não se exceda... Você sabe que tem aqueles problemas para lidar. Sempre que essas missões mais complexas aparecem fico com o coração na mão... Ela limpava alguma coisa na bochecha direita do garoto, como se ele fosse um bebê, sob alguns protestos.

- Não se preocupe demais! Até agora eu pude lidar bem com todos os desafios apresentados. Em uma dessas missões, até tive de interpretar estar apaixonado pela contratante. Tudo em nome do correto cumprimento da missão. Ele sorriu, satisfeito. sr. Eiji deu uns tapinhas em suas costas.

- Se bem me lembro ela era a Erza-san. A ERZA-SAN. Não é como se fosse tão difícil de se apaixonar. Sorriu. Akira, franziu o cenho e ficou sério, enquanto falava. - Ela é uma inconveniente, isso sim. Não tenho nenhum interesse nas mulheres -- exceto no que elas puderem apresentar no sentido de me fazer aprender coisas novas. Para mim são tão incômodas quanto qualquer outro problema de missões. Ele suspirou.

- Mas tenho que admitir, até então elas estão me perseguindo como loucas. Um inconveniente atrás do outro. Os pais dele gargalharam, enquanto o garoto ficava emburrado e juntava suas coisas. Eles se despediram enquanto o jovem se apressava para alcançar o local indicado na carta: ele sabia que teria de encontrar um tal de "sr. Kojima" que seria o contratante - aparentemente o edifício estava abandonado a algum tempo e a sua própria existência era um problema para os demais moradores do bairro...

Akira não conseguia imaginar que tipo de problemas faria com que alguém contratasse um ninja para limpeza e organização de um lugar assim, mas torcia para que ele pudesse resolver as coisas mais com suas técnicas do que com as mãos.

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05 Kunais - (05)
25 m de Fio - (05)
20 Kibaku Fuuda - (05)
03 Kemuridama - (03)
02 Hikaridama - (02)
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Akira chegou ao local e encontrou uma pequena força tarefa trabalhando naquele edifício quase em ruínas. Ele ficou um pouco curioso sobre o que seria feito daquele lugar, além de se perguntar qual teria sido a história dele... Esta era afinal, sua verdadeira paixão quando estudava locais e suas funções. Ele tinha um verdadeiro amor pela história e conseguia criar verdadeiros contos só de olhar para uma construção antiga.

Talvez fosse por isso que ele estava tão animado naquele momento. Desde a missão em que fez a limpeza da biblioteca com a Oba-san, não se sentia tão satisfeito por uma função desempenhada - nem mesmo trabalhando para a Anbu Ne. Ele agora avistava algumas pessoas com máscaras evitando aquela cortina de fumaça que levantava ao menor sinal de movimento das vassouras, pás, espanadores e inclusive com os passos das pessoas que ali caminhavam.

O excesso de transeuntes (inclusive dos genins que ali estavam) fez o garoto se questionar se o dono do edifício fosse algum tipo de poderoso excêntrico que queria abrir um museu, ou se talvez aquele local fosse acabar se tornando um teatro respeitável - algo que faltava e muito para a Folha, nos conceitos do rapaz. Um senhor, prontamente o atendeu, embora tivesse falado em poucas palavras: afinal precisavam desempenhar a tarefa hercúlea de transformar aquele local insalubre num ambiente não apenas habitável, mas útil a seja qual for nova atividade que fosse lá desenvolvida.

- Bom dia, senhor! Me chamo Akira Hirai, fui convocado para a missão de ajudar na recuperação deste local sim. Disse ele, respondendo à indagação de que seria um dos genins convocados. Ele falava, enquanto fitava o local por dentro que agora parecia menos acolhedor do que antes. Indagado sobre a tarefa que desempenharia, ele prontamente respondeu.

- Acredito que essa construção já ganharia muita vida, se a luz pudesse entrar e vocês tivessem a condição de visualizar melhor os cômodos... Assim, gostaria de retirar trancas de madeira dessas janelas. O jovem retirou o casaco, colocou em volta do corpo e então coçou o nariz que estava um pouco irritado com a poeira.

- O senhor tem ferramentas disponíveis para que eu possa utilizar? Gostaria de saber também, se tenho de tomar cuidado com as armações das janelas gradeadas... Porque é provável que despregar estas madeiras, acabe danificando a moldura da janela ou mesmo as paredes. As observações de Akira eram baseadas no fato dele mesmo ter auxiliado na construção da casa de sua família, quando eles mudaram de vez para a Folha. Ele realmente se sentia satisfeito em poder participar de uma nova história de um edifício centenário como aquele - ficou maravilhado pensando nas coisas que poderiam ter acontecido naquele local, que tipo de pessoas ali moraram, as atividades que eram desempenhadas ali... E até se poderiam haver fantasmas naquele lugar; afinal isso tudo é história, conhecimento pulsante!

Ele mal podia esperar pelo sinal do senhor e já começou a procurar os materiais para começar a trabalhar.

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O genin assentiu quando o senhor apontou para a caixa de ferramentas, na verdade, ele já estava na frente dela quando o homem concordou que o garoto poderia usar essas ferramentas. Akira abaixou-se e analisou os materiais que estavam disponíveis: um martelo com gancho, ideal para retirar os pregos, um pé-de-cabra confiável, havia também um jogo de pregos que ele julgou ser necessário para o conserto e uma quantidade generosa de tinta branca.

Ele tirou com cuidado o martelo e o pé-de-cabra. Por enquanto achava que não havia necessidade de utilizar o restante do material - passou a analisar a barricada na janela. Aparentemente a pessoa que a colocou não estava preocupada com a estética do local: fez todo o trabalho por dentro do cômodo, deixando toda a moldura da janela estragada.

Akira, então, pegou primeiro o pé-de-cabra e começou a retirar a primeira barricada que tinha um formato de x. A análise se mostrou muito mais simples do que o trabalho em si e logo, o rapaz pensou que deveria ter treinado mais sua força bruta a fim de conseguir forçar a madeira com maior facilidade... Entretanto, parando para pensar, lembrou-se que poderia utilizar as mesmas técnicas aprendidas na academia - ele não precisava de força, mas de jeito.

Primeiro apoiou uma madeira solta no vão entre a barricada e o pé de cabra. Depois, colocou o instrumento no local que parecia mais seguro, no vértice do "x" formado entre as tábuas e usando um sistema de "polias" simples, ele conseguia mais pressão com menos esforço.

Logo, a primeira das barricadas já ficara enfraquecida. Ele partiu então para o martelo, que agora poderia ser utilizado depois de as madeiras estarem convenientemente menos presas à moldura da janela - sobraram apenas alguns pregos já entortados que poderiam facilmente ser removidos sem muita força e, ainda assim, o rapaz tomou cuidado para evitar que ficassem restos dos pregos envelhecidos na parede ou que estes ficassem no caminho das pessoas que passavam aqui e ali no mutirão.

Ele então continuou fazendo o mesmo sistema nas demais janelas e evitou ao máximo causar danos às janelas. Infelizmente, ao que parece, não havia nada a ser feito acerca disso: afinal as janelas eram velhas e pareciam já ter se fundido com a barricada... Eles teriam de refazê-las.

- Mil desculpas! Eu gostaria de ter mantido as janelas intactas... Mas duvido que o responsável pela obra fosse querer manter as molduras delas. Então, elas acabaram sendo retiradas também, na remoção das madeiras que as bloqueavam. O jovem estava coberto no próprio suor, até então, nunca havia feito tanto esforço físico em uma missão.

Começou a limpar seu rosto com uma toalha que havia trazido, enquanto aguardava maiores instruções do senhor que parecia ser o responsável. Ele iria ajudar a retirar os móveis e limpar o pátio, mas queria ter certeza antes de iniciar a nova tarefa.

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Akira retirou o suor que lhe caia na testa. Ele estava cansado mais satisfeito, agora, os demais poderiam colocar suas expertises para funcionar e remodelar todo aquele espaço. Depois de acabar esse trabalho, sem sombra de dúvida vou pesquisar a história desse local. Me pergunto qual seria o motivo para que alguém quisesse fechá-lo... Estamos, afinal de contas, no centro da cidade. Tem espaço, localização e até um certo charme considerando a idade desse imóvel.

Antes de continuar com o trabalho, depois de ter sido indicado para continuar, o genin questionou o mestre de obras - Sei que isso não faz parte de nossa função aqui e é provável que o senhor não tenha essa informação mas... Sabe dizer o que esse edifício costumava ser? E qual o destino dele daqui pra frente?

O menino perguntava enquanto levantava um carrinho de mão e aguardava o senhor respondê-lo. O grupo agora estava na parte de fora da casa e o tempo passara tão rapidamente que o jovem quase não percebera: ele estava fazendo o tipo de coisa que gosta... Só de ficar divagando sobre as possibilidades daquele local em que trabalhavam ele já se realizara.

Passou então a livrar-se do entulho. Haviam vários pedaços de madeira jogados, sacos pesados com lixo (que provavelmente já haviam sido retirados anteriormente da casa), alguns utensílios antigos sem maiores usos, além de uma série de papéis, documentos e pergaminhos que pareciam ter passado por poucas e boas dentro daquele casarão.

Ele primeiro livrou-se da madeira, que fora retirada das janelas e talvez das portas (parte que ele imaginou pelo tamanho e padrão de pregos nelas). Empilhava uma boa quantidade no carrinho de mão e os levava para a área de reciclagem. O mesmo fez com os sacos de entulho, evitando espalhar o lixo que estava até em cima dos sacos que pareciam ter sido aproveitados até o fim... Por último, começou a analisar os documentos, papéis e pergaminhos em busca de algo que parecesse minimamente útil.

Separou alguns poucos que tinham informações antigas e questionou ao mestre de obras se poderia manter aquela papelada, para fins de estudo. O restante, o garoto levou para a reciclagem e deixou que o restante do pessoal cuidasse pois esta não era sua missão.

Por fim, depois de terminado o restante do trabalho, já com alguns calos nos dedos, a roupa muito suja, o rosto empoeirado e a expressão cansada, ele procurou o senhor que tinha lhe passado as tarefas.

- Tudo foi feito conforme o senhor solicitou. As coisas estão em seus devidos lugares e creio que o restante do pessoal cuidou da grama, como o senhor pode ver... Gostaria de saber se ainda posso ser útil. Ele aguardou a resposta, enquanto analisava mais um pouco o interior do casarão.

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Akira ouvia enquanto o senhor agradecia e sorriu, grato por ter participado daquela experiência de revitalização. Ele apertou prontamente a mão do mestre de obras e também fez questão de demonstrar apreço - já que o senhor havia autorizado que ele levasse aquela documentação.

- Tenha certeza de que guardarei todos estes relatos históricos com cuidado. Acredito que posso aprender muito do passado de nossa vila analisando esses documentos. De qualquer sorte, apenas por participar desse levante já valeu a pena - é claro que ganhar algum dinheiro também é interessante. Ele sorriu. Agora, estava livre para pegar suas coisas e ir embora.

Aparentemente o senhor de poucas palavras não sabia que fins teriam aqueles salões e o edifício ao todo. Ele teria de aprender por si mesmo, se possível, analisando os documentos que recolheu.

- Bem, nada de novo aqui. Afinal, sempre que precisei de alguma coisa fiz por mim mesmo... Busquei eu mesmo as respostas. Certamente agora não será diferente. Ainda assim a expressão do jovem era de felicidade, ele sentia que aos poucos essas missões que pareciam mesmo simples, eram as mais recompensantes. Ele sempre podia aprender algo valioso.

Akira então, de forma respeitosa, virou-se para deixar aquele local e seguiu em direção à sua casa. Ele aos poucos se via mais conectado com o tal espírito do fogo que sempre diziam existir em Konoha... Ou talvez fossem as missões e o mundo ninja em si que combinavam com ele... Seja como for ele estava feliz por ser um shinobi e orgulhoso do seu trabalho até então.

Permitiu-se vagar por todas as suas experiências, desde a primeira missão na biblioteca, até a experiência em equipe, passando pelas dificuldades encontradas com a atriz e por agora as missões rank C desempenhadas sozinho. Ele sentia que em breve sua vida estava para mudar... Podia sentir. O caminho para subir na hierarquia parecia menor e ele tinha plena convicção da capacidade de alcançar esses níveis e ultrapassá-los com seus conhecimentos.

De qualquer forma, enquanto caminhava, decidiu parar no campo de treinamento e mesmo cansado, pegou a Token e começou a treinar até que seus braços e mãos não conseguissem mais segurá-la. Somente depois, quando a completa incapacidade dominou que ele pôde descansar... Foi para casa satisfeito e certo de que em breve seus resultados seriam levados em conta.

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@ 100 K + 100K (ele iniciou isso no domingo)