A noite começava a surgir em Iwagakure. Yagura, Chuunin da vila da Pedra, preparava-se para um dos seus passeios noturnos que acabam sempre numa aventura louca. Hoje, iria-se dirigir a umas grutas que visitara anteriormente, uma gruta dos tempos de guerras antigas que tinham sido deixadas com montes de armadilhas e segredos escondidos.

Partiu pelos portões da vila até lá, andando em passo rápido. Não tinha pressas, aliás, tinha a noite toda para chegar lá enquanto apreciava cada recanto da natureza iluminada com a luz da lua. O clima estava amenamente frio, típico do Outuno. Os agasalhos do Chuunin eram mais do que suficientes para lhe garantirem a comodidade enquanto caminhava e o seu metabolismo e passo rápido também ajudavam a manter o seu corpo na correta temperatura.

Depois de quase uma hora de viagem ele chega nas sinistras grutas. Não era a primeira vez que ele estivera aqui e já tinha conhecimento de alguns dos segredos e de como funcionavam as armadilhas escondidas da mesma.

Depois de se adentrar por uma entrada grande na forma da boca de um demónio, os detalhes da gruta eram capazes de ser vistos. Rochas calcadas, com algumas estalactites e outras formas estranhas. Ao fundo do corredor, havia agora três diferente caminhos por onde seguir. O chuunin prontamente escolheu o do meio. Seria hoje que ele encontraria algo especial?


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Yagura adentrava-se por uma das entradas da gruta e já sabia o que lhe esperava: provavelmente, armadilhas e mais armadilhas, talvez ativadas pelo seu peso, quiçá até pela sua simples presença. Começou a andar em passos lentos. Era de noite, por isso já vinha preparado desde a sua caminhada. Antes de chegar na gruta e aproximando-se de uma árvore das poucas que tinha visto, retira um galho de grandes dimensões que serviria para oferecer alguma fonte de luz aquando da caminhada pela gruta.

E assim andava, cauteloso e empunhando a tocha entretanto acendida com algumas faíscas criadas através da fricção entre duas das suas kunais. Enquanto andava, não tardou a adentrar-se numa armadilha, desta vez uma indetetável que se ativou pela simples passagem do Chuunin em certa parte do corredor.

A armadilha consistia nas duas paredes do corredor de rocha que ele percorria estarem-se a fechar sobre Yagura numa tentativa de o esmagar. As paredes estavam cada vez mais juntas e o Chuunin tentava com as suas forças parar o seu movimento, não sendo suficiente…  Mas o shinobi não estava assustado, de todo, estando entre duas colunas de Terra, o elemento com qual tinha afinidade, ele facilmente sairia desta situação e estava confiante. Ao segurar na tocha com a sua mão esquerda e executar selos com a direita, em seguida ele coloca a mão destra numa das rochas que o esmagava e adentra-se para dentro dela.

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Yagura estava agora dentro de uma das rochas daquela gruta, a tentar passar para o próximo nível daqueles corredores armadilhados. No entanto, algo estava estranho, sentia a rijeza daquela rocha, a sua densidade, não parecia ser uma rocha normal… Era com certeza algo a investigar. Em vez de continuar no corredor em que seguia, decide então andar por dentro da rocha a ver se encontrava algo. E encontrou mesmo. Um nível secreto no andar abaixo de onde ele seguia.

Agora, encontrava-se numa nova sala, estranha, sem qualquer saída ou qualquer entrada. Um espaço amplo com um teto em forma de cúpula, novamente numa superfície irregular feita de rochas calcadas pelas forças da natureza. Chegou então ao solo desta nova sala misteriosa. "Que estranho… Uma gruta sem entrada, sem saída… " questionava-se o chuunin, calibrava as hipóteses de como aquilo acontecera. Teria sido feito pelo homem, ou simplesmente um dos tantos efeitos aleatórios da natureza?

Agora, o shinobi olhava em redor daquela espaço à procura de algo peculiar, talvez um sinal que lhe desse resposta às origens daquele espaço. Olhava e olhava, até encontrar algo estranho no meio de tudo aquilo. Perante toda a superfície de rocha que compunha as paredes do espaço, havia uma pequena saliência numa dessas paredes. Saliência essa de cor roxa… O que faria uma cor tão peculiar num sítio desses.

Aproximando-se da saliência na parede, Yagura olhava para ela, ao pormenor. Mais de perto, ela parecia ser de facto uma espécie de manípulo. O chuunin dirige então a sua mão para com a saliência. O encaixe na sua mão foi praticamente perfeito, como se aquilo fosse uma espécie de arma enfiada dentro da própria parede. Então, numa tentativa vinda da sua própria intuição, Yagura toma um ligeiro balanço com os pés e com toda a sua força decide puxar essa saliência da rocha para fora.


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A sua tentativa de puxar aquele manípulo com toda a sua força resultara apenas numa tentativa falhada. O Chuunin não era propriamente forte e aquela espada de Escalibur não se movera nem um centímetro…

Tudo estava normal, como se Yagura tivesse todo o tempo do mundo, ele não saíria dali sem saber do que se tratava aquela estranha saliência roxa no meio de uma pequena caverna sem qualquer saída nem qualquer entrada no meio de uma randómica gruta das tantas que havia na terra da Pedra.

Desta vez, tentaria de outra maneira, talvez a sua afinidade com o elemento Doton ajudasse. Colocando a tocha de fogo sobre o chão, exerceu algum do seu chakra sobre o seu corpo e a sua mão. O shinobi não apenas enrijecia a sua mão com o elemento de Doton através da técnica Doton:Domu, mas ao mesmo tempo infundia chakra de Doton para a arma, quem sabe o que poderia acontecer.

E então, algo mágico. Aquele manípulo sobre os seus punhos começava a reagir. Perante a injeção de chakra doton o manípulo começava a emanar uma cor brilhante. Yagura continuava a injeção de chakra para ver o que acontecia, por enquanto apenas em pequenas quantidade.

Tentando puxar mais uma vez, aquilo ainda estava preso, não saía nem com a sua força máxima e com o seu corpo enrijecido.

- AHHHHHHHHHH EU VOU-TE TIRAR DAQUI SUA SALIÊNCIA ESTÙPIDA!!! - num grito de raiva, num grito de frustração e coragem, Yagura injetava uma grande quantidade de chakra na arma ao mesmo tempo que utilizava toda a sua força para a puxar.

É nesse momento que toda a gruta começaria a tremer. A parede em que o manípulo se inseria começaria a desmoronar-se, assim como toda a restante caverna onde Yagura se encontrava. No entanto, no momento do desmoronamento, também o objeto preso entre as paredes estava nas suas mãos. Nos momentos breves que tudo aquilo se desmoronava o Chuunin empunhava o tal objeto, a tal arma, os seus olhos brilhavam. Um grande bastão que brilhava cheio de ramificações de Terra estava agora na sua mão enquanto toneladas de pedra caíam na sua direção. Já não havia tempo para realizar selos, este certamente seria o seu fim. Numa tentativa desesperada, ele coloca o seu bastão que tinha em mãos para se proteger instintivamente dos pedaços de pedra que caíam. Fechou os olhos e esperou o melhor.

Alguns segundos se passaram e Yagura, de olhos fechados e esperando o pior, estava ainda vivo. Abriu os olhos calmamente para reparar que estava sobre uma cúpula de terra criada pela arma que empunhava. Instintivamente teria ativado a capacidade da arma de se transformar numa esfera que o protegeu de todo o desmoronamento. Ele estava a salvo e nas suas mãos tinha agora uma nova arma.

- Vou-te chamar… Stone Shifter! - dizia o jovem saindo da caverna através das paredes de pedra utilizando a sua técnica. Iria para casa, super entusiasmado com o seu novo brinquedo.


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