O garoto ficou surpreso com o pedido do senhor, não imaginava que receberia uma missão como esta, estava imaginando que ficaria com algo um pouco mais simples que daria um bom dinheiro. Ele ouvia o senhor atentamente enquanto dizia do rapaz, no momento que o senhor estende o folheto ele o apanha, ficava em silêncio, ele não iria recusar; dinheiro é dinheiro afinal. Um certo desconforto se espalhava por todo seu corpo, estava assustado, não á ponto de enlouquecer, ou á ponto de fugir, era algo sutil, mas esta sutileza o deixava cada vez mais inquieto. Logo diz:
"Nada de incomum, ter todo seu clã exterminado não é algo fácil de se viver, mas não acredito que isto seja motivo para descontar sua fúria em pessoas que não estão envolvidas." ele olhou para o senhor "Eu não garanto que irei matá-lo, talvez eu possa resolver esse problema sem derramar sangue, se não, eu sigo com a primeira opção." disse se despedindo do senhor.
Aquela sensação ainda pulsava, de maneira sutil, estava ansioso, era a primeira missão de combate dele, estava preocupado sobre o que faria á seguir, esta seria a primeira vez que sujaria suas mão de sangue. Era inevitável, ele sabia disso, como ninja ele sabia que um dia isso deveria ser feito, ia acabar acontecendo, ele queria evitar, mas se não fosse possível, iria fazer de modo rápido e indolor.
O garoto seguiria pela cidade indicada pelo senhor, Azayaka, uma vila não tão amigável com estrangeiros, seria apenas alguns dias de viagem, apesar da urgência não iria se sobrecarregar, lutar com alguém quando se está exausto é algo bem desconfortável.
Após alguns dias chegava próximo á vila, se manteria alerta, estava em território inimigo, mesmo assim tomou um tempo para descansar, ele mantinha uma das mãos á suas costas com as mãos em sua algibeira, segurando uma kunai em mãos, em caso de um arremesso rápido de um projétil tentaria revidar. Mesmo assim estava inquieto, pensava se teria a oportunidade de fazer algo antes de ir direto para o combate, provavelmente impossível, mas não queria acabar com a última cria de um clã. Este extermínio foi um choque de interesses, uma área cinza, talvez nem ao menos tenha recebido todas as informações. Se puder usará o combate como último recurso.

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Armas Levadas:

Ele olhava ao seu redor, estava cercado por um bando de garotos, pela vestimenta não pareciam ninjas, mas no fim todo cuidado é pouco, observava a reação de um dos garotos em arremessar a pedra, ele não iria revidar ou desviar, assustá-los não era um de seus objetivos. A pedra acertou se peito, não foi um arremesso fraco mas pouco preciso, o garoto não era alguém perigoso.
Um dos garotos ficou com um certo receio das atitudes de seu amigo, tomaria sua atenção:
"Isso foi exagerado, pega leve." disse o garoto.
"Fique quieto, ele merece!" disse o garoto fazendo birra, pelo visto estava realmente ressentido quanto á forasteiros.
Rokuda levantaria, esticando levemente os braços, bocejando, ele olharia para os garotos, não estava com raiva, ele diria levemente:
"Foi um belo arremesso, não foi tão preciso assim, no caso, mas foi bom." ele disse, tentaria ser no mínimo passivo, a vila era hostil em relação á estrangeiros e bater em um bando de garotos não aumentaria sua reputação.
"Você acha que temos medo de você?" disse o garoto o qual arremessou a pedra.
"Isso foi perigoso." disse Rokuda, em um tom um tanto quanto sério para o outro garoto "Por mais que você tenha esse receio por estrangeiros isto não te dá o direito de machucá-los. Você deve ter bastante cuidado, nem todos irão reagir do mesmo modo que eu. Por causa desta ação idiota você poderia muito bem ter colocado seus amigos em risco." e fez uma ressalva "E nem me venha de pagar de durão, não importa o que você fez, você sabe muito bem que ferir uma pessoa é algo não muito legal, principalmente se ela não fez nada á você."
Os garotos se mantiveram em silêncio por alguns instantes, eles se atentavam ás vestes do garoto de modo um pouco mais cuidadoso, ao que parecia era um ninja de Konoha, não é rotineiro vê-los por aqui, mas eles devem saber muito bem o quão perigoso é se meter com um deles. O garoto que arremessou a pedra, ainda disse:
"Não me venha com sermões!" disse gritando "Vamos embora, ele não vale nosso tempo."
Os garotos seguiriam de volta ao vilarejo, sua agressividade com estrangeiros era curiosa, um interessante método de defesa, raiva é um ótimo modo de unir e mover pessoas, o único problema é que, este tipo de sentimento leva ao orgulho, algo que cega e corrompe. Ele percebeu que seria perigoso andar por aí com a bandana de Konoha, atenção demais é perigoso, ele guardaria sua bandana em sua algibeira, e seguiria direto ao vilarejo.
O garoto se aproximava do vilarejo, não era grande, havia algumas poucas casas, ele observava o que parecia ser alguns bares e lojas, a diversidade de comércio era escassa, assim como provavelmente seus produtos, á medida que passeava pelo vilarejo observava os olhares sobre eles, desprezo, receio, um aglomerado de emoções, imaginava qual seria o motivo de tanta agressividade.
Ele pensava em como conseguiria informações sobre o ninja que estava procurando, não poderia dizer algo tão direto. Ir até um bar não é das melhores opções já que é um menor de idade. Talvez em algum restaurante ele encontraria respostas, ou mesmo em alguma loja. Ele seguiria até uma pequena loja em uma destas ruas.
Ele adentrava a loja, não era muito grande, havia alguns materiais simples como papel, algumas ferramentas como tesouras, tinta, alguns salgadinhos, nada de incomum. Ele pararia por alguns instantes observando os salgadinhos, era curioso, pensava se os salgadinhos eram algo feito na região, devido a transparência do saco que o envolve provavelmente é artesanal, deve ser algo saboroso. Ele se aproximava da atendente, que respondia com um olhar de receio, não era tão velha quanto o garoto, havia no mínimo vinte invernos, ele sabia que se falasse algo não muito sutil como "Estou procurando uma pessoa" iria simplesmente alertá-la, talvez uma conversa casual a fizesse dar o mínimo de respostas.
"E-estas batatas são artesanais?" disse o garoto, ele falaria num tom suave e despreocupado, tentaria fazer uso de seu físico um tanto frágil á seu favor, tentando parecer inofensivo. Ele se contraia levemente, tentando similar um pouco de timidez e um certo desconforto.
Ela olhava para o garoto, ainda tinha receio quanto ao garoto, mas era uma simples pergunta idiota, provavelmente o garoto estava um pouco assutado com tanta hostilidade, mas não cederia, ela diria de modo ríspido e rápido:
"Sim, elas são."
"Ah, sério?" dizia Rokuda, ao menos conseguiu interagira interagir "Elas são boas? Espero que não seja sem gosto, ou murchas."
"Claro que são, são as melhores." disse um pouco ofendida "São feitas pelo Murata, um senhor da vila, ele é apaixonado por culinária."
"Ah..." disse Rokuda, ele ficaria um tempo em silêncio, olhando para baixo, tentaria atrair um pouco a atenção da moça.
"Precisa de mais alguma coisa?" disse a mulher, de modo ríspido "Se não precisar, vá embora."
"Eu só...Bem, eu me sinto desconfortável, eu tenho sido tratado desta maneira desde que vim para cá." disse Rokuda, em um tom cabisbaixo, tentando receber uma certa empatia da senhorita "É alguma coisa comigo? Uns garotos arremessaram até mesmo algumas pedras em mim, não acho que tenha feito algo para merecer isso."
A moça não compraria a história completamente, mas teria o mínimo de simpatia, afinal era apenas uma criança:
"Não gostamos de pessoas de fora." disse ela "Elas só causam problemas, e não queremos que ninguém se machuque."
"Alguém se machucar?" disse o garoto.
"Nós prezamos por nossas famílias e tradições, não mantemos relações com muitos vilarejos, e como resultado não temos tantos recursos, e por consequência poucas defesas, que abrem portas para ataques rotineiros de bandidos e mercenários." disse a senhorita "Então tome cuidado quando sair do vilarejo."
"Ah, obrigado pela preocupação." disse Rokuda com um leve sorriso "Você pode me dizer onde é a estalagem mais próxima?"
"Siga pela esquerda e vire na segunda direita, você vai saber pela placa." disse a moça.
Não foi tanto mas percebeu a razão o qual eles eram tão reclusos, essa união e lealdade ao vilarejo é o que os mantinha vivos até hoje, não duvidaria que cada cidadão lutasse até o último suspiro para defender sua própria vila. Ele adentrava a estalagem, era algo pequeno, havia uma escada para o segundo andar logo á esquerda, enquanto um senhor ficava ao balcão, estava vazio e o senhor observava Rikuda com certo cuidado.
"Ei senhor, você pode me arranjar um quarto?" disse Rikuda com um sorriso em seu rosto, abusaria ainda mais de sua juventude para conseguir o que quer.
"Serão mil ryos." disse o senhor.
"E-eu, e-eu não tenho tudo isso, eu estive caminhando por dias, a única coisa que tenho no bolso é isso." Rokuda mostrou algumas moedas que totalizavam duzentos ryos, ele havia um pouco mais de dinheiro no bolso, mas faria uso da história de garotinho perdido para ter um bom desconto.
"Como você veio parar neste lugar, garoto?" disse o velho ao perceber o pouco de dinheiro que o garoto tinha.
"E-eu não quero falar sobre isso." Rokuda tentaria um leve olhar de cão entre ás pernas, tentando simular uma certa tristeza.
O senhor suspirava, dizendo:
"Tudo bem, é o primeiro quarto."
Rokuda subiria até seu quarto, ele ficaria acordado um pouco á noite, tentando ouvir algo de relevante, mas nada. Talvez ele teria de mudar seus métodos, mas isto era algo para outro dia, mas não iria relaxar tanto, dormiria com uma kunai em mãos, alerta, não suspeitaria caso alguém tentasse algo á noite.

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Ele ouviu atentamente as pedras na janela, estava alerta mas não era provavelmente uma armadilha, nenhum assassino faria algo como acordar sua vítima, talvez obrigá-la á abrir a janela e atacar em seguida, ou é alguém sádico que gosta de matar enquanto suas vítimas estão conscientes. Ele levantava olhando pela janela, não havia ninguém, ele estava cuidadoso com suas ações, abriu as janelas e se afastou em cerca de seis metros com a kunai em mãos. Ele esperou por alguns instantes. Ao perceber nenhuma reação ele se aproximou aos poucos em direção á janela, até que percebeu algumas pegadas logo á baixo, algo extremamente descuidado á ponto de ser proposital. Não estava seguro na estalagem, e nem estaria lá fora, mas por falta de opões, saltaria pela janela tentando fazer o mínimo de barulho e seguiria as pegadas. Ele provavelmente entraria no jogo de um inimigo mas este é o mais próximo que chegaria de encontrar seu alvo; dançaria de acordo. Quando percebeu estava na mata, havia uma pequena estrada de pedras, ele a seguiria.
"Duvido muito que encontrariam meu corpo no caso de uma emboscada" pensava ele, enquanto caminhava.
De maneira abrupta observaria uma movimentação estranha, reagiria colocando sua mão na algibeira e dizia:
"Não há necessidade de combate, não vou te machucar." acabar com o alvo era seu objetivo primário mas ainda tinha receio quanto á isso.
Ele observava a garota, de cerca de dezenove invernos, ouviria a explicação atentamente, estava um pouco quanto confuso mas o fato dela saber do nome do garoto o faz acreditar que está ao seu lado, todo cuidado é pouco, e manteria as mãos na algibeira.
"Ótimo, eu realmente preciso de ajuda, os moradores locais são difíceis de se conversar, eles se mantém ríspidos até com crianças." dizia suspirando.
A senhorita diria algumas boas informações sobre o rapaz procurado, ao que parece ele foi um dos únicos á sobreviver ao ataque de seu clã, não deve ter sido tão fácil viver sendo um dos poucos que carregam este tipo de legado. Esse ódio acabou o levando á aceitar contratos como mercenário, e buscar por poder e influência. Com o tempo se tornou influente á seu modo tendo um interessante número de conexões. Ao que parece ele está na vila á alguns meses, levando em consideração que, por conta do receio da vila á estrangeiros, provavelmente obteve uma certa confiança de alguém influente. O fato que ele observa o vilarejo pode dizer que está localizado em uma região elevada, e provavelmente armadilhas o espera ao longo de seu caminho, deveria estar preparado.

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@Hipátia

Eles caminhavam em direção á casa, estava escuro, logo observou as habilidades de katon da mulher, algo realmente interessante, mas perigoso já que provavelmente seriamos vistos á metros de distância. Talvez não, não havia ocorrido muita coisa e sem sinal de armadilhas, o alvo era provavelmente descuidado, talvez Rokuda tenha superestimado o oponente, mas todo cuidado é pouco quando se tem o tamanho e o físico com o garoto tem. Eles logo se separariam cercando a casa.
O plano foi traçado, Rokuda Mawi iria pelos fundos enquanto a moça iria por uma das janelas, ele sugeriu que o incapacitasse de maneira rápida e eficiente sem derramamento de sangue. O que eles iriam fazer era amarrar algumas kunais junto á cerca de cinco metros de corda, eram cerca de quatro, eles errariam o alvo propositalmente mirando em direção de um ao outro á medida que se movimentavam circundando o alvo até que o mesmo ficasse incapacitado. A mulher manteria o aprisionamento. Um plano simples, provavelmente não tão eficiente já que o mesmo nunca testou, apenas não quer ver uma única gota de sangue se tiver a sorte. Eles efetuariam o ataque em conjunto no momento que terminassem de contar até cem segundos, atacando logo em seguida.

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@Hipátia

Ele ficou paralisado, ele havia errado o arremesso, como sempre, nada de tão incomum, ele sabia que erraria. Mas esse não era o pior dos problemas. Sua visão ficava turva enquanto cambaleava levemente para os lados, tentou ao máximo não ter contato com isso. Uma kunai estava encravada no estômago da moça, provavelmente não tão forte já que sua força não é das melhores, mas se não fosse tratado provavelmente resultaria em perda de sangue, que poderia resultar posteriormente em morte. Ele sabia os procedimentos básicos de primeiros socorros, ao menos iria tentar, suas mãos estavam trêmulas e um frágeis, não faziam muita força. Ele seguiria em direção ao rapaz, em um movimento com sua kunai arrancaria parte de sua camisa. Usaria isso como um garrote, com cuidado amarraria na região do ferimento tentando reduzir a circulação do sangue. Ele mantinha as mãos na região do abdômen mantendo pressão com o máximo de força que podia, o sangue que cobria suas mãos o deixava cada vez mais desnorteado, mas não podia desistir, aquela falha ocorreu por incompetência dele, e ele deveria resolvê-la. Caso desse certo, provavelmente o ferimento seria estancado após algum tempo. Tendo isso em consideração provavelmente o garoto teria de ficar alguns dias na casa tratando da ferida da garota, apesar de sua pouca habilidade á nenhuma habilidade de medicina sabia que remover o objeto com uma artéria aberta era perigoso. Se, em caso de alguns dias ocorrer melhoras á ponto da moça poder caminhar, ele seguiria até Konoha junto ao alvo capturado, levando a moça para um tratamento um pouco mais adequado.

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