Proteja a entrega & A Procura (Ambas D)

Catapultou-se de sua cama num movimento semi-violento, caindo já de pé e desperto, em busca das vestes. A manhã de outono já não era cálida como fora no verão; muito mais fria, embora igualmente seca, era agora. Vestiu-se sem pressa, envolvendo seu corpo em suas tradicionais vestes de andarilho, o que lhe dava uma aparência muito mais adulta. Trespassou a porta de seu quarto, emergindo no extenso corredor que se estendia até a saída da casa. Abriu as janelas pelas quais passou, engolfando a casa numa luz gélida e, ainda assim, viva. Preparou um rápido café da manhã, despejou o líquido negro fumegante preenchendo a xícara, deu uma vigorosa mordida na maçã. Era o suficiente para começar seu dia. Prendeu uma pequena bolsa à sua coxa, um pergaminho à suas costas e um pincel à cintura; as espadas às bainhas.

A caminhada era breve, de destino previamente definido por Shizuke; rumava ao quartel general, onde todas as missões necessárias à sobrevivência política e econômica da vila eram designadas. O local onde se iria caso precisasse de dinheiro rápido ou, em algumas vezes, garantia de ação. O jovem espadachim não sabia ao certo o que procurava, qual das duas opções encaixava-se melhor em sua perspectiva para o atual dia. Passar o tempo já era o suficiente, pois sabia que dificilmente tarefas tão simplórias e de baixo nível levariam-o a melhorar suas habilidades como um todo. Além do mais, era parte de sua obrigação como genin da vila estar sempre a disposição para quando fosse ele necessário. Adentrou o salão do quartel, imediatamente indo em direção ao grande painel no qual pergaminhos com uma breve descrição do que era preciso se encontravam. Não se demorou lendo ou escolhendo, como que por sorteio, escolheu dois do pergaminhos e os colocou no bolso, já sabendo o que precisava ser feito. Virou as costas para o painel, saindo do local.

Uma entrega numa vila vizinha e um garoto perdido. Julgou ser capaz de executar ambas as tarefas simultaneamente; sabia o lugar para onde as crianças costumeiramente iam quando eram dadas, erroneamente, como perdidas. Devia estar brincando nos arredores de Konohagakure, absorto no tempo passado, imerso na própria diversão. Procuraria por este no caminho de ida até o outro vilarejo. Agora, precisava buscar a encomenda e para isso passaria no gabinete do Hokage. Uma mera menção ao nome já lhe despertava uma estranha curiosidade; desejava mais que tudo saber como este ou esta pareceria, como é a face da pessoa mais poderosa da vila, a que chegou mais alto na hierarquia. Mas ficaria para outra hora, não era com este que trataria e sim com alguns Jounins encarregados pela missão. Fez seu caminho pela rua principal, não andando mais do que breves minutos até parar diante da porta e bater nela três vezes. Esperou alguns segundos antes de receber resposta, um homem alto em suas vestes de oficial; o comum traje verde e o colete sobre este. Shizuke entregou o pergaminho comprovando que ele cuidaria da missão, recebendo de volta um saco de tamanho médio. O tilintar metálico denunciou na mesma hora o conteúdo, uma grande quantidade de ryos. Era realmente algo que qualquer oportunista no caminho entre aqui e o destino gostaria de colocar as mãos. Enfim, rumou para fora da Folha.

Reteve-se frente a visão da grande floresta que cercava seu lar, tinha uma certeza quase total de que encontraria o garoto perdido ali, mas ao mesmo tempo não poderia se dar o luxo de atrasar a entre por causa disto. Pousou o saco no solo por um instante, fazendo um sinal de mais com ambas as mãos, conjurando uma réplica de si. — Vá — disse apenas. E ele obedeceu. A cópia fez seu caminho entre troncos tortuosos e galhos partindo, fazendo barulhos propositais para que fosse escutado por alguém próximo; não era perigoso de fazer ali, não tão perto de Konohagakure onde os saqueadores sequer ousavam chegar perto. Gritou e gritou, até receber uma débil resposta, uma criança recostada sobre o tronco de uma árvore, olhar cabisbaixo. Realmente estivera perdido, embora o local estipulado por Shizuke fosse o correto. O clone colocou o garoto de pé, erguendo-o sobre seus ombos em razão do estado fraco no qual se encontrava e o levando de volta para a vila. Ao fim, desfez a duplicata, pois a criança já estava entregue.

Seguiu sua viagem até a vila vizinha, sabia que seria breve e pretendia aproveitar o fato de ser uma manhã clara; qualquer ameaça poderia ser vista e antecipada muito antes de se aproximar a uma distância perigosa. Caminhou pela estrada demarcada, com o solo batido de tantos transitantes diários. Era aquela uma rota comum a pequenos comerciantes e viajantes em geral, o tipo preferido de saqueadores. Talvez as espadas em suas bainhas e sua considerável estatura fossem um agravante para observadores maliciosos, porque não fora sequer aproximado por hostil algum, seguindo em tranquilidade e deixando a entrega com o chefe da pequena vila. Voltou pelo mesmo caminho, na mesma paz em que percorrera o sentido oposto. Chegando em Konohagakure, bastou ir novamente ao quartel general e reclamar sua recompensa.

Shizuke: Hp: 400; Ck: 450; Sta: 0/3; Vício: 0/3; Tinta: 470 ml.

Considerações:

Arsenal:

Acampamento Médico

Moveu-se inquieto sobre a cama quando foi atingido pelo primeiros dos muitos raios de sol que viriam a seguir. Virou-se sucessivas vezes, tentando escapar da luz cegante em busca de mais algumas horas de sono. Não dera certo. Para ele, só restava levantar-se e iniciar sua monótona rotina. Ergueu-se sobre os cotovelos, projetando o abdômen a frente antes do resto de seu tronco. Sentiu a brisa gélida que adentrava a janela mesmo com o brilho vívido despontando no ponto mais alto ao céu, era outono afinal. Trocou as vestes de dormir por um par de camadas de fino algodão, juntamente com um manto aberto frontalmente que lhe caia sobre os flancos e as costas, estampado com pequenas flores. Amarrou às costas o pergaminho no qual faria seus desenhos e prendeu em uma bainha especial, projetada especificamente para aquele pequeno objeto, seu pincel. Suas espadas, a grande e a pequena, ambas com bainhas próprias, foram também adicionadas em sua cintura. Cruzou o corredor e, culminando no banheiro, lavou seu rosto com água; estava desperto. Sem café da manhã hoje, não sentia necessidade. Apenas saiu, em direção ao quartel general e em busca de algo para quebrar sua rotina costumeira. As vezes tinha sorte de achar algo que não se resumia a pintar paredes ou asfaltar estradas; uma boa luta, uma perseguição, não importava desde que gastasse um pouco de sua energia.

Uma grande quantidade de ninjas e kunoichis se apinhavam à entrada do quartel general, cada um ávido em sua própria maneira, em busca da adrenalina ou simplesmente do pagamento em dinheiro vivo. O motivo não importava, todos ali dariam o máximo possível para concluírem suas tarefas e era isso o que movia grande parte da economia da vila. Para para pensar, era um modo efetivo de manter aqueles de baixa patente sempre sobre controle, sufocando-os com atividades necessárias ao bem estar de Konohagakure e seus aliados. Não havia tempo para o ócio, para repensar a carreira ou o que quer que fosse, apenas missões e mais missões, até cansar, até perder uma perna ou um braço, até perder a vida e enfim não precisar mais viver lutando.
Enquanto perdera-se em pensamentos, grande parte da multidão havia se dispersado e o grande painel contendo os pergaminhos descritivos já fora em grande parte limpado. Forçando seu caminho através dos que ainda persistiam em permanecer, Shizuke conseguiu avançar e pegar uma das tarefas à sorte. Só colocaria-se a lê-la quando saísse dali.

Está é fácil. Exclamou mentalmente, abrindo um largo sorriso. Rumou em direção ao portão, passando por este e se colocando a caminho do acampamento não muito longe dali, onde médicos faziam seu trabalho de pesquisa. Chegou e apresentou-se, entregando ao homem que se apresentara como chefe de pesquisa o pergaminho contendo a descrição da missão. — Sim, sim. Um dos nosso, que por acaso também é sensor, detectou múltiplos chakras rodeando o acampamento. Muitos de nós não temos habilidade em batalha, por isso você foi requisitado. Qual é seu nome, garoto?
— Não importa, considere feito — e, tocando o cabo de sua espada, adentrou a escuridão desoladora da floresta circundante. Não precisaria ser um sensor para encontrar seus alvos; ali dentro o silencio imperava dia e noite, abafando até mesmo o canto de pássaro e correr dos cervos. Estava na natureza daquele lutar engolir os sons da própria natureza, mas isso não se aplicava aos homens. Este não era o habitat deles.

Ouviu um estalar, o som tênue vindo de algum lugar em suas costas. Virou-se agilmente, misturando o movimento ao saque de sua espada, cuja lâmina prontamente se ergueu perfurando o estômago de seu atacante. Existiam melhores maneiras de se morrer, muitas aliás, mas fora o que aquele homem escolhera quando decidira dar este rumo a sua vida. Shizuke retraiu a espada, observando o corpo diante dele cair sem vida sobre o solo, de barriga para baixo, com as tripas se esparramando debaixo de si, o sangue maculando as folhas e galhos partidos ao redor. Abaixando-se, o garoto limpou o sangue de sua arma nas vestes do morto, prontamente embainhando-a e partindo em busca dos próximos. Ouviu o crepitar de fogo distante, sabendo tratar-se de uma fogueira; o ar nesta época do ano era naturalmente gélido e a floresta densa e isolada do mundo exterior contribuía, tornando de suma importância aquecerem-se caso pretendessem ficar por muito tempo ali.

Esgueirou-se pelas sombras criadas pelo próprio fogo iniciado, aproveitando as árvores para manter-se sempre fora de visão enquanto avançava. Passo a passo alcançou o ponto mais próximo que se podia chegar daqueles homens sem ser visto. Não ousou desembainhar sua espada, o som seria facilmente ouvido, ecoando por toda a floresta. Agachando-se e dando passadas curtas e silenciosas, alcançou ambos. Notou que um deles carrega uma espada à cintura, decidindo que não sujaria mais a sua própria com aquele tipo. Dirigiu-lhe um empurrão com o ombro, sacando a espada de sua bainha enquanto isso, atacando o outro com um corte limpo e rápido; abrindo-lhe do ombro às costelas, já preparado para o embate com o próximo. Para sua surpresa, o renegado restante não esboçou hostilidade alguma, apenas se ajoelhando, implorando por misericórdia. Era claro que a teria. Shizuke aproximou-se com etérea calmaria, decepando-lhe. Isto era misericórdia.

Emergiu no acampamento, saindo da densa floresta. Foi até o chefe de pesquisa, reportando-lhe o sucesso da missão e em seguida se dirigindo ao quartel para reclamar sua recompensa.

Shizuke: Hp: 400; Ck: 450; Sta: 0/3; Vício: 0/3; Tinta: 470 ml.

Considerações:

Arsenal: