O jovem Yagura havia voltado da sua missão rank C. A missão, suada, foi um momento importante na vida do Genin. Pela primeira vez, viu-se a refletir sobre a sua vida, sobre quais as suas ambições e como atingir os seus objetivos de uma forma segura. Foi de facto, uma experiência muito importante.

Depois de voltar da sua missão e de descansar durante a noite era um novo dia. Um dia para ele ficar em casa e passá-lo com a sua família. Talvez até treinar um pouco. Ao pequeno almoço, o jovem falava sobre a sua missão e experiência ao avô, que encarava o neto com orgulho. O ancião via que algo havia mudado no seu neto nos últimos tempos, ele estava de facto a tornar-se um verdadeiro ninja. Talvez estivesse na altura de ele aprender algo mais sobre a sua família, a sua história e talvez até, sobre as suas habilidades especiais...

- Meu neto... Acho que está na altura de te ensinar algo. De te colocar na próxima etapa dos teus poderes e passares para o próximo nível. – disse o avô, calmamente, franzindo um sorriso ao neto. Um sorriso com esperança de que ele facilmente conseguiria aprimorar as suas habilidades.

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Considerações:

À mesa do pequeno almoço, e ao ouvir as palavras do avô, Yagura acumulava entusiasmo. O respeito que tinha pelo seu avô era imenso e aprender com ele era algo que ele adorava. Desde esse momento que o Genin de Iwa perdeu a fome e começou a questionar-se sobre o que iria aprender, se seria difícil, se ele iria conseguir ou não cumprir as expectativas do seu avô.

Ainda na mesa, o avô preparava uma surpresa para o jovem. Era uma ferramenta, uma parte do seu corpo que já não mostrava a alguém desde os seus tempos de Ninja pelo Vilarejo. Levantou o braço e abriu a mão, apontando a sua palma para o seu neto.

De repente, algo parecia estar a passar-se na sua palma da mão, como se algo estivesse a tentar escapar por baixo da pele, como se de um bicho se tratasse. De facto, a boca contida na sua palma estava adormecida à já alguns anos e por isso, estava já fechada devido à falta de uso. Algum chakra para a acordar e uma boca aparece no meio da sua palma, deixando o Genin incrédulo e com uma cara de espanto.

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Considerações:

O que era aquilo nas mãos do seu avô? O Genin já ouvira algumas histórias sobre a sua família e o facto de usarem explosões nas suas habilidades, mas pouco mais do que isso. Será que seria desta que atingiria o mesmo potencial de realizar explosões? Envolveria isso uma boca na palma da mão para lá chegar?! – perguntava-se o jovem ao olhar para a mão do avô, algo que ele não estava à espera, de todo.

- A...Avô... O que é isso? – perguntou Yagura, de olhos bem abertos de espanto.

- É a Joana, e já fez muito por mim – disse o Avô, esboçando o sorriso que por um lado revelava gratidão para com a dita cuja, ao mesmo tempo era um sorriso maroto... O que terá feito o avô com Joana à parte de todas as batalhas com argila explosiva?! Bem, especulação à parte, o jovem Genin, inocente, não percebeu essa parte e ficou por um lado, fascinado com a mão na palma do ancião, por outro lado, assustado perante tal coisa estranha.

O seu avô então, colocou a mão no seu prato de pequeno-almoço e fez a sua mão lamber as migalhas do prato. Sendo que a mão não tem poderes digestivo, apenas mastigou as migalhas e atirou-as para a sua boca normal.

-Hmmm... delicioso – disse enquanto apreciava as migalhas, num tom irónico para deixar o seu neto ainda mais incrédulo.

Considerações:

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O jovem Yagura tentava ainda processar toda a informação, que nem era muita, mas que era muito surpreendente. Olhava assustado enquanto o avô lambia o prato com a língua que saía da sua palma da mão... “Que esquisito” – pensava o jovem, espantado também com a naturalidade com que o avô fazia aquilo. Também o ancião já tinha saudades de brincar com a dita “Joana” e aproveitou a ocasião.

- Vem comigo – disse o avô. O tom brincalhão que tinha anteriormente começava agora a ficar mais sério. Tinha a intençao de por o seu neto a refletir sobre aquilo que viu, se estava de facto preparado para passar pelo ritual necessário e se estaria disposto a isso. O avô levantou-se e dirigiu-se para um sotão que existia na casa.

O genin seguiu-o enquanto refletia e perguntava-se o que iria acontecer, estaria ele pronto para ter estranhas bocas nas mãos? O que pensariam as pessoas, os seus colegas? Iria isto tornar o jovem de Iwa numa aberração tornando ainda mais difícil fazer amigos?

Chegando ao sotão, ambos avô e neto encontram-se frente a frente. O sotão era um espaço escuro e amplo, com paredes de pedra e apenas iluminado por duas velas. Para além disso, era fundo o suficiente para estar abaixo das estruturas que suportavam a casa e tinha paredes chamuscadas e até alguns túneis criados por explosões. O ancião preparava-se para dizer algo ao Genin.

Considerações:

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- Meu jovem, hoje te ensinarei a arte do Kibaku Nendo –disse o avô, num tom educativo. Apontava o seu dedo para cima com a intenção de o fazer prestar atenção ao que dizia. – Hoje aprenderás a dominar as explosões de argila e, com sorte, cumpriremos o Ritual... – continuava no seu tom calmo e sério.

Yagura ouvia atentamente o avô e um turbilhão de pensamentos e sentimentos passavam pela sua mente. Estava bastante entusiasmado, este seria um dia importante na sua vida ninja e decerto iria torná-lo mais forte.

Duma bolsa, o seu avô retirou uma grande quantidade de argila e pousou-a sobre a mão, mostrando-a ao jovem.

- Toma, tira um pouco – entregava a argila que tinha ao neto, que rapidamente a agarrou. Estranhamente uma parte dessa argila, cuja consistência era meio pegajosa, semelhante a massa de pão crua mas mais pesada, ficou agarrada na boca da palma da mão do seu avô, que a trincava. O avô começou a mastigar essa argila com as palmas das mãos e disse ao jovem para fazer o mesmo.

- Vamos, mastiga isso! – gritava o avô, tentando motivar o jovem. Não vendo outra maneira de o fazer senão esta, Yagura coloca um pequeno pedaço de argila na sua boca e começa a mastigar.

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Desde pequeno que Yagura manuseava pequenos pedaços de argila devido às tradições da sua família e toda a sua história, no entanto era a primeira vez que a mastigava. O sabor a terra , meio salgado, meio sem sabor, não lhe era completamente estranho. Relembrava-lhe o sabor da terra que colocava na boca quando era um menino, sabe-se lá por quais razões. A textura era muito agradável de mastigar, como uma chiclete que não amolecia, mantendo sempre uma consistência meio dura, ótimo para manter os seus dentes fortes e saudáveis.

Mascava, mascava, mascava e cada vez se habituava mais ao sabor, à textura, à consistência, como se tivesse nascido para mastigar argila! O avô avisou que já estava mastigada o suficiente, contente com a satisfação do neto..

- Está bom, agora, faz isto: – o avô retirou uma porção de argila, uma bolinha muito pequena que cabia por entre o seu dedo indicador e dedo grande. Depois atirou o bolinha como um berlide para um dos cantos do sotão, que tinha paredes de rocha. – Katsu! – A bolinha explode, deixando um bocado da parede chamuscado.

Então, o jovem trinca um pouco da argila que tem na boca, continuando a mascar a restante e forma uma bolinha semelhante à do seu avô.

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O genin de Iwa, com a argila na ponta dos seus dedos prepara-se para a atirar da mesma forma que o seu avô. No entanto, antes de um fazer o seu avô interrompe.

- A argila que tens nas mãos é muito manuseável, não só na sua forma, mas também nas suas características. – dizia tentando dar uma lição ao neto, no entanto é interrompido

O genin então atirou a sua bolinha para um dos cantos do sotão. – Katsu ! –gritou, com alguma relutância e falta de confiança, realizando o mesmo selo de mão que o avô fizera anteriormente. No entanto, nada acontece, apenas um pequeno estalo pôde ser ouvido, nada mais.. Desapontado consigo mesmo e cabisbaixo, perguntava-se o que fizera errado, sendo que copiou cada movimento do seu avô, que então continuava a sua lição com um ar meio zangado por ter sido interrompido.

– ...Na verdade, és tu e só tu que confere essas características à argila, através do teu Chakra. Aquilo que tens ponta dos teus dedos não passa de um simples mineral, com pouca ou nenhum utilidade. – finalizou, para já, dando uma nova oportunidade ao neto. – Concentra-te, vai ao fundo das tuas naturezas elementares, Doton e Raiton e tenta encontrar a essência, tenta encontrar o elo de ligação entre o teu chakra e a argila. Depois infunde esse chakra  em todas as moléculas dessa argila.

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CH 265/275
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O jovem de 13 anos era agora enfrentado com um desafio, um obstáculo que teria de ultrapassar. Por um lado, duvidava se conseguiria fazê-lo à primeira, mas isso não importava, sendo que por outro estava com confiança de que com várias tentativas e com o seu avô ao lado, ele decerto conseguiria, nisso estava confiante. O sangue corria-lhe nas veias cada vez mais rápido com entusiasmo. De facto, ultrapassar obstáculos era uma das coisas que faziam o sangue deste jovem correr. Na face de uma dificuldade, ele não desistia, ele tentava e tentava até conseguir e ele próprio acreditava que com esse mindset ele se tornaria um bom ninja, um dia.

Estava agora na altura de se concentrar, de infundir o seu chakra na argila. Yagura senta-se no chão para meditar um pouco, era a sua maneira de conseguir sentir melhor o seu fluxo de chakra. Fechou os olhos por momentos, de pernas cruzadas, com o berlinde de argila na ponta dos seus dedos. Começava agora a infundir chakra para a argila, até ao ponto da mesma estar saturada e de já não conseguir absorver mais. Então, ainda na sua posição de meditação, tipo Budha, e com ambas as mãos por cima do joelho,  ele dá um beliscão no berlinde até um espaço aberto do sotão.

- KATSUUU! – Grita Yagura, alto e prolongadamente, ecoando pelos túneis da caverna-sotão.

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*PAAAAAAH* – Depois do eco, um estalido sonoro, de volume elevado, que também ecoou pelas grutas. No entanto, foi apenas isso, não houve qualquer explosão. Apenas som, um som idêntico a um petardo ou a uma forte bombinha de carnaval, parecido com as bombinhas de argila que o jovem uma vez usou para impressionar os colegas de academia – que acabaram por ter o efeito contrário de os assustar e  nunca mais se aproximarem do jovem com o Kekkei Genkai explosivo. – Estas bombinhas eram infundidas pelo avô e depois Yagura fazi-as explodir com o selo. Enquanto criança, divertia-se muito com estes estalidos, agora, no entanto, decepcionava-se com tal barulho.

- Está tudo bem, é normal. – dizia o avô, colocando o braço nas costas do jovem para lhe dar apoio e esboçando um sorriso de “está tudo bem”. – Este estalido acontece quando infundes apenas chakra do tipo doton na argila – explicava – O selo que realizamos antes da explosão tem a capacidade de transformar o chakra infundido em chakra elemental. – prosseguia, com Yagura a apreciar a lição de ciência ninja – Quando transformaste o teu chakra infundido na argila em pedra foi como se todo o teu chakra transformado em pedra não conseguisse estar todo concentrado num pedaço de argila e por isso acabou por rebentar na forma de um estalido sonoro.

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- Um estalido sonoro... – dizia Yagura desapontado e cabisbaixo, numa abordagem introspectiva do que acabara de ouvir e do que fizera anteriormente. – Então avô, isso quer dizer que eu preciso comer Sopa de Pedra para meus estalidos se transformarem em explosões? – perguntava, curioso ,mas ao mesmo tempo ciente de que o que estava a dizer era algo completamente ridículo, era apenas uma piada. No entanto o avô, que entendia para lá do sentido de humor do neto – tinham ambos humores semelhantes - percebeu a pergunta do jovem, que para os maus entendores era: se o jovem conseguisse concentrar mais chakra, ou se houvesse forma utilizar um tipo de Terra mais concentrado ou rijo, isso faria acontecer a explosão?

- Exato! Vês como percebes, estou orgulhoso! – dizia o avô em tom irônico, deixando o neto pensativo sobre o que acabara de ouvir. Yagura não tinha o mesmo nível de entender o humor de seu avô que o seu avô tinha para com ele.. Depois, o avô finalizou. – Na realidade não é bem isso, mas é por aí... Como eu já disse tem haver com o teu segundo elemento, o Raiton!

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- Raiton, sim, eu sei, mas eu não domino o elemento ! – dizia o jovem, frustrado. Parece que nos últimos posts Yagura não estava muito animado, o seu avô estava a falar demais e ele queria apenas fazer coisas, tentar novamente até que o raio da argila explodisse! O Genin começava a ficar ansioso enquanto o avô falava. As suas pernas, os seus dedos não paravam, ele queria voltar a tentar rebentar a argila. O seu avô percebia a frustação do neto com toda a linguagem corporal que ele não tentava esconder.

– Sem isso, apenas continuarás a fazer estalidos... Talvez te contratem para animador de festas! HAHAHAHAAHAAH – dizia o avô, entrentanto começando a rir às gargalhadas e deixando o Genin ainda mais frustrado. – Mas não te enerves, posso ajudar nisso – reconfortava o avô na tentativa de compensar o neto por se ter rido às custas dele. E sim, Yagura sentiu-se compensado e começava a esquecer a sua frustação com tal proposta, era altura de aprender um novo elemento, o Raiton. – Medita e foca-te no teu fluxo de Chakra – aconselhava o avô.

Então, Yagura senta-se no chão na mesma posição de Budha que ele tanto gostava.

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O rapaz de Iwa concentrava-se agora no seu fluxo de chakra. De olhos fechados tentava sentir o seu chakra, no entanto apenas conseguia sentir o elemento para o qual tinha mais afinidade: o Doton, nada mais. Enquanto estava concentrado e de olhos fechados, sente um choque elétrico de baixa intensidade, mas suficiente para correr todo o seu corpo.

- Autch! – disse, tendo a reacção instantânea de se encolher ao receber o choque. Quando olhou, tinha sido o avô a dar-lhe um toque no braço com um pouco de chakra do tipo Elétrico.

- Sentiste, não sentiste? – perguntou o avô. Perante tudo isto, Yagura não sabia se deveria estar chateado com o avô ou como reagir. O choque doeu, sim, mas não era tudo isto apenas para o ajudar? – Se sentiste, então tenta encontrá-lo dentro de ti. Ah, e habitua-te – dizia o avô, sabendo que ninguém aprende este elemento sem levar alguns choques pelo caminho.

De seguida o jovem volta a fechar os olhos e começa a concentrar o seu fluxo de chakra. Tentava encontrar alguma resquícia da presença de Eletricidade no seu corpo, parecia que estava quase a alcançar pois começava a sentir uma certa eletricidade a correr no seu corpo, só que…

- AUUTCH!! – só que não. Era apenas o seu avô, desta vez com mais intensidade. Entretanto o ancião ria-se às gargalhadas perante as reacções do neto.

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Ora bem, se há algo que o Genin não gostava, esse algo era o de ser motivo de chacota, especialmente por motivos de inabilidade e não por alguma piada estúpida que ele tenha dito. De facto, começava a ficar chateado com isto do avô estar-lhe sepre a dar choques. Estava na altura de mostrar que ele próprio conseguia! Que a sua garra, que a sua ambição e força de vontade fariam com que ele encontrasse o elemento Raiton dentro de si.

Sentado, a meditar na posição habitual, concentrou-se. Concentrou-se naquele ponto, naquele exato ponto em que ambas as vezes o avô lhe tinha dado choques. Relembrou o momento em que a eletricidade lhe atravessou o corpo, aquela sensação de formigueiro na espinha que começava naquele ponto e se prolongava até todas as suas extremidades corporais.. Focou-se nisso durante alguns segundos.

De repente, algo extraordinário acontece. O avô colocou o seu dedo naquele exato ponto para dar outro choque ao seu neto. É então que, da mesma forma que uma bateria automóvel é necessária para ligar um carro e colocar o motor a funcionar, este choque foi a tal bateria, e o Raiton de Yagura foi o automóvel. A partir desse pequeno choque do avô, o jovem foi capaz de sentir a eletricidade a adentrar-se pelo seu corpo. Graças à concentração que mantinha sobre o seu fluxo de chakra, assim como o foco “naquele exato ponto”, foi então que conseguiu sentir o seu chakra a fundir-se com a eletricidade.

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CH 255/275
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De facto, um momento único. Foi como se o fluxo de eletricidade recebido se tivesse fundido com o chakra do rapaz como se houvesse algum tipo de compatabilidade sanguínea ( ou neste caso, chakrínea?) entre eles. Para além disso, o jovem sentiu-se imediatamente capaz de reproduzir e multiplicar essa eletricidade, de criar mais eletricidade a partir do seu chakra. Foi como andar de bicicleta, uma sensação que não se esquece.

- Avô! Consegui! Yay! – celebrava em extâse. Os minutos seguintes resumiram-se a um momento partilhado entre avô e neto em que davam choques um ao outro em diversos sítios do corpo (in a non sexual way) e riam-se entre as cócegas, os esticões, os saltos e os autch ( IN A NON SEXUAL WAY !!) . Depois disso, era altura de continuar com a lição.

- Ora bem, como estava a dizer *BZZt* ... O Chakra de Eletricidade é fundamen  *BZZt* ...tal para realizarmos as explosões do nosso  *BZZt* ... Kekkei Genkai- demorou um pouco para acabar a frase, mas o avô lá conseguiu. A demora neste caso foi porque o jovem Genin ainda não tinha parado de dar choques ao avô, vingança malandreca. – Pára quieto muleki! – disse o avô, dando um choque mais forte do que ele estava à espera. Yagura ficaria paralisado no chão por cerca de 7 minutos. No entanto, o seu avô teria o seu momento para explicar tudo o que era necessário.

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É então que o avô, enquanto o Genin estava no chão paralisado mas a olhar para ele, começa a falar para Yagura como se estivessem numa sala de aula. Entretanto o avô, com um pouco de argila, faz uns óculos e coloca-os na cara para satirizar a situação. Também, tira mais um pouco de argila, molda-a e a partir daí minúsculos pássaros de argila começam a voar em volta da cabeça do jovem de Iwa ( como se ele estivesse a ver patinhos AkA estado confuso do Pokémon).

- Continuando a nossa lição, esperando eu que tenhas aprendido a anterior... – suspirava com um ar suspeito, mas cómico, no final de contas a lição anterior havia sido uma lição de choque!  - A eletricidade é formada por pequenas partículas que contém uma enorme quantidade de energia. Para além disso, são partículas extremamente rápidas, tão rápidas como a luz! – continuava a sua lição – A argila, por seu lado, é um material que conduz muito bem a eletricidade e que ao mesmo tempo aquece quando isso acontece. É também a eletricidade que confere a vida e movimento às nossas criações, o Doton a flexibilidade! Para finalizar esta lógica, é através da combinação do Raiton, que fornece o calor e reatividade, e do Doton, que fornece impacto, que obtemos a nossa explosão! BOOOOM!! WHOOOOOOHOOOO – Ah... como o ancião estava entusiasmado com esta lição! As palavras haviam fluído de tal maneira, que explicação esplendosa! – pensava o avô, enquanto o neto esbabacava no chão.

Considerações:

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Yagura começava agora a sentir os lábios e o resto do corpo depois da paralisação. No entanto, conseguiu ouvir toda a explicação com tremenda atenção e estava fascinado com toda a ciência por detrás do seu Kekkei Genkai.

Recuperado, estava agora na altura de experimentar a técnica com a infusão de chakra adequada. Depois de pedir um pouco de argila ao avô, estava na altura de fazer a sua primeira criação. Queria copiar os bonecos de argila voadores do seu avô, algo parecido com uns patinhos/galinhas voadores. Mesmo que o manuseamento de argila lhe estivesse no sangue, a pressa fez com que a sua criação não fosse a mais esbelta. Yagura então lançou a argila ao ar e concentrou-se, de forma a ativar algum do seu chakra na criação, como que para a “acordar”. Então, a criação nasce e começa a voar! Mais um motivo de festejo entre avô e neto! A criatura voadora era um Ratatouille de narigão flácido, com duas asas laterais, uma com 3 cm, outra com cerca de 7. Havia ainda uma extremidade no corpo da aberração, parecia mais uma asa a sair da dorsal do boneco que destabilizava o voo e a fazia voar apenas em círculos. Mesmo assim, ela voava e era isso que interessava.

Considerações:

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CH 245/275
ST 0/4

Era agora o momento da verdade. Explodiria ou não? Eis a questão. O pedaço de argila voava, o que era um muito bom sinal. O domínio do seu novo Elemento, o Raiton, parecia estar a progredir rápido e a dar bons resultados, talvez seria a peça do puzzle que faltava.

A ratazana voadora, feia e lentamente a desfazer-se, pairava no ar, sem rumo e às voltas pela caverna-sotão. Estava na altura de parar com o seu sofrimento e fazê-la explodir. Era agora, o Genin de Iwa acreditava e o seu avô estava com ele. De pé e com uma postura reta, Yagura concentra-se naquele pedaço de argila, tentando sentir o seu próprio chakra na criatura. Levanta então a sua mão para realizar o selo de uma forma lenta, para não perder a concentração.

- Ka...tsu! – e quase da mesma forma que Pikachu concentra o seu raio do trovão, o Genin concentrava-se no controlo do seu chakra e na sua ativação para a explosão ocorrer. Todo o chakra contido na argila teria que ser ativado exatamente ao mesmo tempo para que a explosão fosse bem sucedida.

*BOOM* – Um barulho pôde ser ouvido pela gruta e desta vez, não foi um “Autch”, nem um “Paah”, foi sim o som característico de uma explosão, o som de um Kekkei Genkai a ser despertado em todo o seu esplendor. A explosão, de pequenas dimensões, não chegou para causar danos nas paredes das grutas nem nada do género.

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CH 220/275
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Finalmente, o jovem Genin conseguira realizar a sua primeira explosão. Depois de um dia com muitos percalços e tentativas falhadas, finalmente uma etapa tinha sido ultrapassada, Yagura conseguia agora realizar explosões com argila! Daqui para a frente, ele poderia tornar-se um mestre nesta habilidade e esse pensamento deixava-o super entusiasmado com o que viria no futuro, que possibilidades haveriam para este ninja, o quão poderoso ele iria se tornar? Festejava com o avô novamente, muita festejo para um dia só.

Depois de algum tempo de refletir sobre o que acabara de acontecer, estava na altura de treinar, treinar treinar. Como se fazia as explosões ele já sabia. Estavam perfeitas? Não, ainda não. Por isso, o jovem senta-se no chão com uma quantidade considerável de argila e começa a  fazer diversas esculturas. Ratos pequenos, médios, até cobras, pássaros, galinhas, etc... Nos momentos seguintes, pegava peça a peça e como que as “acordava” com um pouco do seu chakra. Chegou ao ponto que tinha uma inteira arca de Nóe de animaizinhos miniatura a passearem pela gruta. Quando achou suficiente, levantou-se e estava na altura de os fazer explodir. Esboçou um riso sádico como se fosse fazer algo maligno áqueles pobres animais. No entanto, era mesmo só fachada e ele armando-se em ator, pois sabe-se que ele não fazia mal a uma mosca e apenas em defesa própria. Era então hora de fazer explodir.

Considerações:

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CH 220/275
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- Katsu! Katsu! Katsu! Katsu! Katsu! Katsu! Katsu [...] – Peça a peça, criação a criação, Yagura explodia elas uma a uma. Umas delas, com pouca área de impacto, mostrando falta de chakra Doton, outras, explosões sem pouco poder de fogo e manifestando-se apenas como som como os estalidos iniciais. Outras ainda, explosões perfeitas. Demorou algumas tantas tentativas para que todas elas conseguissem explodir uniformemente e com impacto considerável para o tamanho que tinham. Nunca ultrapassando certo tamanho para não fazer explodir a gruta, claro.

- Parabéns, vejo que começas a dominar o nosso Kekkei Genkai – dizia o avô, esboçando um sorrido. Ainda assim, o tom de festejo e de suporte que tomara nos últimos momentos parecia começar a alterar-se para algo mais sério. – No entanto, em situação de batalha terás de preparar e moldar a argila na hora, e ainda infundir nela o teu chakra, o que poderá levar tempo que não terás... – o tom sério intensificava, não na perspetiva de um conselho ou uma lição, era sim um sermão. – é por isso que as palmas nas mãos são tão úteis! Poderás preparar, moldar e ainda infundir tudo ao mesmo tempo. É essencial caso queiras dominar o nosso Kekkei Genkai e ser um bom ninja! – acabava o avô, tentando incentivar o neto a seguir o mesmo caminho que ele. O avô então dirige-se a um compartimento do sotão de onde retira um pergaminho escondido. – Estás pronto, meu jovem? – dizia o avô, esperando o afirmativo do neto para começar a abrir o pergaminho.

É então que Yagura é enfrentado com uma nova questão. Iria ele seguir o ritual e andar com bocas nas mãos, como uma aberração? Estaria ele disposto a arcar com as consequências, fossem elas quais fossem?

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HP 250/300
CH 170/275
ST 0/4

Enfrentado com a questão, o Genin de Iwa passava por um turbilhão de pensamentos.Seria esta a decisão correta? Se ele aceitasse, iria isso afastar ainda mais as pessoas, dificultar ainda mais possíveis amizades? Um momento de paranóia, quase. Pensamentos normais de alguém que irá sofrer tal procedimento radical, ainda para mais um jovem de 13 anos. Depois de alguns momentos de pensamentos de tudo o que era mau sobre o Ritual, era altura de pensar em tudo o que era bom. Pensava no quanto tinha adorado realizar as suas explosões, o quanto isso lhe poderia ser útil no futuro, em batalhas, para atacar e para se defender, o quanto isso o poderia ajudar a ser um ninja respeitado na sua vila e talvez até noutras. Depois de refletir sobre isso, aí não pensou duas vezes e rapidamente acenou afirmativamente ao seu avô com a cabeça, este que lhe abriu o pergaminho.- – Põe aqui as tuas mãos – disse o avô.

Yagura, com alguma relutância lá põe as mãos sobre o pergaminho. O avô começa prontamente o Ritual como se estivesse a despachar a coisa para o Genin não mudar de ideias. Começa então a proferir algumas palavas escritas no pergaminho e a infundir chakra sobre as linhas desenhadas sobre o mesmo, que começavam a iluminar. Foi assim durante alguns minutos até que algo se começa a passar com as mãos do Genin.

- AAAAHHHHH – gritava Yagura. Não sabia se estava a gritar de pânico ou de dor, de facto talvez fosse de pânico sendo que a adrenalina que lhe corria no sangue quase que bloqueava qualquer possível dor. A realidade é que nas suas mãos era como se ondas por debaixo da pele estivessem a ser agitadas. Momentos depois uma abertura no meio das palmas começa-se a abrir até que uma boca, com dentes e língua, acaba por aparecer. O ritual estava cumprido.

Neste dia, Yagura havia dominado as suas explosões e ganho novos apêndicas nas palmas das suas mãos, tudo com a ajuda do seu avô. Era agora altura de treinar ainda mais todas estas novas habilidades. Ansionso por mais, mas também cansado, Yagura volta para casa para relaxar com a família e contar todas as novidades. Quando pudia, durante esse dia ainda, chegava perto do avô e passava a sua mão e a respetiva língua pelas orelhas do avô, para o chatear em tom de brincadeira.

Considerações:

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@Aprovado