Sobre pedras leves.

Seguindo meu dia após levantar a moral dos estudantes da Vila, ainda no quartel general, fui informado sobre um acidente urgente onde deveria agir rápido e de forma que garantisse que todos saíssem ilesos de uma mina próximo ao portão da Vila. Parece que um tremor foi registrado lá recentemente e barrou a entrada de alguns túneis porém para evitar maiores riscos mandariam um gennin (ou seja, eu) conferir a estabilidade do local ainda no horário de serviço. Não daria tempo para descansar em casa então apenas comprei algo nas barracas próximas da entrada da vila e segui o caminho para as montanhas que protegem nossa entrada.

Não mais que meia hora depois de acabar meu lanche já estava em uma cadeia de minas entrelaçadas que era fonte de sustento para muitos moradores de Iwa e do país da Terra, não encontrei ninguém tomando conta daquilo, provavelmente estavam assutados demais para ficar ali, porém muitos garimpeiros que trabalhavam por conta própria ainda deveria estar ali ganhando a comissão diária. Tolos mas que queriam sustentar a suas famílias. Comecei a explorar então o local que parecia mais vazio e também o único que não encontrei interditado por fitas de contenção. Era uma caverna larga, quase um caminhão passaria por sua entrada, e cheia de corredores laterais. Logo reparei que esse corredor principal estava com uma rachadura com a grossura de um braço o que indicava a atividade sismológica ali. Segui pelos corredores esquerdos onde parecia haver menos rachaduras onde alguém em sã consciência deveria seguir. Poucos metros depois o corredor parecia ter sido parcialmente coberto por algum deslizamento e pensei em dar meia volta quando ouvi vozes ao outro lado. Pelo visto os garimpeiros estavam do outro lado e eram três ao todo, mas por que não passavam pela abertura e cima? Simples as paredes estavam cobertas por papéis bombas, acionados por contato, caso o que me contassem fosse verdade aquilo teria causado tantas fissuras e esse deslizamento.

Decidi então que era mais seguro retirar os papéis bombas de forma cautelosa para depois retira-los. Havia dois em cada parede e a linha que seria usada para ativa-los estava enterrada, acionei meu Shabondama acionando oito bolhas grandes o suficiente e fortes para que grudassem nas bombas sem aciona-las e retira-las suavemente. Guiei uma para cada bomba sobrando quatro que enviei para o outro lado da parede de lama como uma proteção aos garimpeiros caso as anteriores estourassem antes do meu comando e me cobri com a restante. Levei as bombas até o mais longe possível da parede, quase no grande corredor, cortei os fios do detonador que estava enterrado e gritei para os garimpeiros voltarem. Fora de perigo embrulhei os papéis na minha manga e corremos para a saída onde guiei os mesmos até o portão da Vila. Alguns estavam arranhados e com muita sede então foram todos levados para o hospital, já eu tive que voltar ao quartel e relatar sobre a missão antes de ir para casa e dormir o sono dos justos e revigorar minhas forças.