Numa tarde de meio de semana, Jäger ajudava seu tutor organizando caixotes da loja a qual ele era dono. Sua força física era notável para um garoto de sua idade, mais isso ocorria graças a força que seu pai um dia teve. Tinha bons genes.

Enquanto empilhava caixas um mensageiro aproximou-se, entregando a si uma carta com o símbolo da vila e assinatura do assistente do Tsuchikage, a qual dizia para ele comparecer ao gabinete – seria convocado para uma missão.

Explicando isso ao tutor, que ficou nervoso e indicou que aquilo era uma forma de fugir do serviço, Jäger correu ao andar de cima (aonde moravam) e buscou seus equipamentos, todos arrebatados numa bolsa que posicionava na cintura.

Atravessou a vila para chegar até a ponta pedregosa que era o gabinete. Ali, foi informado do que estava acontecendo e o que deveria ser feito.

Fazendas da Vila
Descrição: Alguns animais estão atacando as plantações da Vila. Sua missão é aniquilar estes animais.

Com sua personalidade bruta, resmungou ao ouvir que sua tarefa era somente eliminar alguns animais de uma fazenda. – Isso é trabalho para um fazendeiro qualquer, não um shinobi.

Mas o Jonin, mão direita do Tsuchikage, foi objetivo em sua resposta.

- Se você não quiser, entregaremos para alguém que queira uma graduação algum dia.

Nervoso pela missão, mas optando por conseguir missões para tentar se graduar, Jäger seguiu para a fazenda em questão, que ficava nos limites da vila, único lugar possível para plantar qualquer coisa que fosse, observando o fato de que o restante do solo de Iwa era basicamente pedra.

As criaturas eram um tipo de cão selvagem. Sua rápida multiplicação os tornou pragas, e sua eliminação, portanto, fora permitida. Não demonstravam um grande desafio para Jäger, porém, uma pessoa sem tanta capacidade para combate poderia ser ferida.

Não que os ninjas treinassem para matar animais. Na verdade, treinavam para conseguir criar estratégias em todo tipo de missão. E esse era um momento de estratégia.

A plantação era de algum grão cuja planta crescia o suficiente para esconder uma pessoa, transformando a região num mar verde. Jäger teria de se embrenhar no mato e caçar um por um, sem que os que estivessem próximos uns dos outros percebessem que estavam sendo mortos e fugissem, transformando em algo mais longo que o jovem queria que fosse.

Com uma kunai em mãos, ele subiu numa carroça alta e pode observar a movimentação anormal das plantas, indicando o posicionamento dos animais. A partir daí, arrastou-se pela plantação, lentamente, calmamente, arrebatando um por um, sem tanta dificuldade – já que estavam distraídos comendo o sustento do aldeão.

Quando terminou, manchado de sangue, alertou o fazendeiro sobre como poderia melhorar as cercas e proteção de sua fazenda. Em seguida, retornou ao gabinete, esperando que obtivesse uma boa recompensa.

Considerações:

Alguns dias depois após seu primeiro chamado, no gabinete do Tsuchikage, entregavam a segunda missão que o genin faria.

Biblioteca da Vila
Descrição: A faxina se estende aqui também, só não vale ficar lendo os pergaminhos ao invés de limpar!

- Você só pode estar de sacanagem. – Resmungou.

- Eu posso chamar outro, também. – Disse o assistente do Kage.

- Eu pego.

Com a tarefa em mãos, foi até a biblioteca da vila, local o qual nunca tinha entrado. Encontrou-se com o supervisor de tudo aquilo, seu contratante.

- Você parece forte. Talvez seja o suficiente. – Na verdade uma mulher de aproximadamente quarenta anos, olhou para o jovem de cima a baixo, analisando-o. – Pegue aquelas pilhas de livros. Há uma marcação da prateleira de origem, você só precisa organizar a sequência correta.

- Certo.

- Você sabe ler? Quero em ordem alfabética! – Completou a mulher de forma rude.

Sem determinação para responder à mulher, Jäger simplesmente começou a trabalhar. Lia os títulos e organizava-os em mente, encontrando suas fileiras e devolvendo-os na sequência correta. Fez isso durante praticamente toda a tarde.

Enquanto trabalhava, acabava decorando determinados lugares. Viu livros cujo assunto jamais imaginava existir, descobriu que determinadas pessoas, famosas no mundo ninja por seus grandes feitos, também escreviam suas histórias ou sobre algum estudo em particular.

Sua mente se abria à possibilidade de retornar ali e embarcar no estudo de algo. Seu pai lia bastante, ele deveria ler, também.

Ao fim da tarefa, despediu-se da mulher emburrada e retornou ao gabinete.

Considerações:

Jäger corria para fora de casa, já completamente equipado, extremamente excitado para abrir o pergaminho que continha sua próxima missão. Desenrolou o papel, para então ler o que faria.

Reformas da Vila
Descrição: Desde o último ataque, a vila está sendo reconstruída, e você como um jovem ninja deve colaborar! Sua missão é pintar muros e cercas por toda a vila!

- AH, VAI TOMAR NO C... – Enrolou-o e enfiou na pochete ninja. Já estava nervoso. Detestava esse tipo de tarefa, mas insistiam-no que devia fazer esse monte de bobagens.

“É pra construir moral e bons costumes”, imaginou algum adulto dizendo. – Perda de tempo, completa perda de tempo. Sou um ninja de Iwa, e me tratam como carpinteiro, gari, pedreiro. – Resmungava, enquanto se dirigia até o local indicado.

- Tome. Um balde de tinta e esse rolo, pode começar.

O coordenador das tarefas apontava os locais aonde cada um deveria agir. Aparentemente, no dia anterior, dois nukenins invadiram a vila e fizeram uma baguncinha. A vila foi salva por somente um garoto, um chunin com habilidades de kugutsu, que então foi agraciado com uma belíssima recompensa: duas missões rank B completadas e seus respectivos valores em ryos. Era um sonho.

Enquanto sonhava com um pagamento bom e melhores trabalhos, o garoto passava o rolo molhado de tinta vermelha pelas cercas que encontrava. Tinham acabada de ser repostas. Ele pintava para cima e para baixo, para cima e para baixo, assim como indicado pelo coordenador.

Não via a hora do tempo passar; aquilo era absurdamente monótono – nada acontecia. Era literalmente só pintar. Depois de pintar as cercas, pintou muros.

Muros enormes, muros médios, muros pequenos. A tinta acabava, ele ia atrás de mais. Houve uma pausa para um lanche comunitário financiado pela Tsuchikage.

- Ela podia ter comprado coisas mais gostosas. Miserável. – Resmungou mais um pouco, para variar, para ninguém em especial.

Continuou pintando, para que não falassem que estava fazendo corpo mole e não darem a recompensa total. Precisava do dinheiro, então pintava até seus braços doerem, pararem de doer por não senti-los mais, e voltarem a doer mais do que antes.

Considerações:

O mensageiro ia embora e Jäger lia sua próxima missão.

A Procura
Descrição: Recentemente um estudante da Acadêmia Ninja sumiu, sua missão é encontrá-lo e trazê-lo de volta a vila.

- Meh... Um pouco mais de ação, eu acho.

Saiu com suas armas Iwa afora. Pouco sabia sobre o garoto desaparecido, então foi diretamente em sua fonte: a academia ninja.

Recolhida nas pedras – como basicamente toda a vila – Jäger adentrou em sua antiga sala para falar com o professor que aprendeu a aturar.

- Alô, seu comédia. Como vai? – Era o mais educado que conseguia ser, e o professor acabara se acostumando com o tipo do jovem. Sorriu ao vê-lo, naquela antiga nostalgia mentor-aprendiz, mesmo que o jovem tivesse deixado a academia para se tornar um genin a algumas semanas antes.

- Vejo que tem se dedicado bastante, então me alegro muito. – Respondeu ao antigo aluno. Jäger questionou o que tinha em mente, e o professor respondeu o que sabia. – Ele simplesmente sumiu depois da aula. Não deu notícia, e os outros alunos parecem não saber de nada. Tenho que dar uma aula agora, se quiser questioná-los você mesmo, apoiarei sua decisão.

O sensei agia como se fosse grande coisa, mas em seu âmago Jäger tinha sacado qual era a do sumiço. Ele mesmo, uma vez, fora o garoto desaparecido.

Durante a aula, Jäger observava os colegas do procurado. Eles conversavam entre si, e cochichavam enquanto olhavam para o investigador. Aquilo era óbvio demais.

Para embarcar na busca e resolver o caso de vez, Jäger buscou a kunai na bolsa e arremessou diretamente na mesa de uma dupla que cochichava.

- Vocês aí! Onde está o garoto? Sabem porque estou aqui e sabem aonde ele está, agora, desembuchem!

E eles revelaram a verdade, sem muito esforço. Jäger foi até o local indicado, para encontrar uma criança aos prantos. Seu irmão mais velho tinha sido morto numa missão especial, em nome da vila. E mais uma vez o genin se enfurecia, os homens e mulheres que morriam em prol de uma organização tão corrupta, falha e imprópria que era Iwagakure. Ele estava enojado.

Consolou o jovem da melhor maneira que pode, se sentindo levemente tocado pelo acontecimento, mesmo sendo durão. Reportou-se então para o quartel, finalizando sua tarefa.

Considerações: