Amanhecia o dia em Konohagakure no Sato. Eu me sentia renovado e cheio de esperanças. Meus primeiros passos para com a carreira ninja iriam começar, em minha cabeça borbulhavam milhares de pensamentos sobre grandes e ambiciosas missões que eu poderia participar daqui pra frente. Havia apenas um problema que me deixava com um pé atrás sobre tudo isso: Não estar preparado, forte o suficiente para os novos desafios iminentes. Estava decidido então: Antes de qualquer missão, irei passar por um mês dentro de um regime de treinamento intenso e exaustivo. Pausas somente quando necessárias, foco, determinação e fé era oque iriam me manter de pé durante toda essa jornada. Durante todo esse tempo de reflexão pensei ter passado cerca de uma hora ali, inerte em minha cama, entretanto eu estava enganado e apenas alguns simbólicos minutos haviam se passado. Agora totalmente lúcido, foi ao encontro do espelho do meu banheiro e ali fiz toda a higiene pessoal necessária. Minhas vestes de sempre já estavam com um odor não muito agradável, mas eu não me importava muito e não possuía tempo para afazeres domésticos, pelo menos, não agora. Em minha cozinha eu preparava com entusiasmo meu café da manhã. Sempre gostei muito de comer, inclusive acredito que se não levasse jeito para a carreira shinobi eu provavelmente estaria na área da gastronomia. Cerca de uma hora havia se passado e eu me encontrava em meu sofá esperando que toda aquela comida que fora devorada fosse digerida.

Batidas truculentas vinham ao encontro da minha porta. ''Quem é o desgraçado sem paciência que está quebrando a minha porta?!'' Pensei. Ao abrir a porta me deparo com um rosto familiar, até de mais eu diria. Ele se chamava Goibniu, era alto e músculoso, e apesar de seu corpo jovem, ele já apresentava uma idade bastante elevada, que poucos ousariam pergunta-lo. Cabelos brancos, sua barba na mesma proporção e também se entrelaçava. Membro do clã Lee e fundamental em minha criação.''Eaí, velhote, veio me buscar para o treino eu presumo?'' Proferi, e em contrapartida Goibniu, ou como prefiro lhe chamar: velhote, acenou com a cabeça como uma indicação positiva. O caminho foi tão quieto quanto nós mesmos, e em volta eramos cercados de crianças e adultos com suas vidas pacatas e sem propósito. Nosso destino era o campo de treinamento da vila, lá teríamos o espaço e os equipamentos necessários.

O campo estava vazio, salvo exceções de um grupo de ninjas que recuperavam suas energias debaixo de uma macieira ao canto do cenário. Largamos nossos equipamentos próximos a alguns bonecos de treino que se encontravam ao centro do campo e ali mesmo iniciávamos nosso treino finalmente. Como primeira lição, Goibniu pediu para que eu lhe atacasse com todo meu empenho e força, não hesitei e em um salto parti para cima do mesmo. O velho não permaneceu inerte é claro, e com um salto idêntico ao meu nos encontrávamos na mesma distância que antes. Não parei por aí, desferi uma sequência de golpes devastadores para cima dele, ao máximo eu tentava mante-las imprevisíveis porém com toda a experiência do velho aquilo se tornava impossível. Já era notável as gotas de suor deslizando por todo o meu corpo, enquanto o velho continuava com sua expressão fechada e calma sem apresentar o mínimo cansaço. Cerca de meia hora se passou e não pude acertar um mísero golpe contra Goibniu, portanto, sugeri uma pausa. Goibniu agora me instruía para que eu defendesse e evacuasse de todos os golpes que ele iria desferir contra mim. ''Sem condições'' Proferi em voz baixa. Mal pude terminar meu raciocínio quando o velho avançou em minha direção com seus punhos cerrados. Meu instinto teve êxito e me saí bem contra as primeiras sequências, no entanto aquilo durou pouco, e assim que ele acertou seu primeiro golpe contra o meu maxilar acabou me desestabilizando e suas sequências seguintes me levaram ao chão. Levantei ainda um pouco inconsciente e comecei a cuspir sangue. Naquele momento me senti humilhado e envergonhado diante daquele que sempre tive como inspiração. Levei meu punho até meu rosto com a intenção de retirar todas as gotículas de sangue que ainda restavam e proferi ao velho: '' Vamos mais uma vez'' Ele respondia de forma positiva com a cabeça e vinha ao meu encontro mais uma vez. Seus golpes eram velozes e passam rentes ao meu rosto. Esquerda, direita, abaixa, gira, pula. Inúmeras eram minhas tentativas de evasão, e com êxito nenhum golpe me acertou. Com o reconhecimento do velho prosseguimos para a parte ofensiva do treino novamente. Entrei em posição de ataque com minha perna esquerda na frente como apoio e a direita atrás, meus punhos estavam na linha das bochechas e assim como as pernas a minha mão esquerda estava à frente. Avancei em direção ao velho e desferi uma sequência dessa vez não com qualquer coisa que vinha a minha cabeça e sim analisando os movimentos e brechas do adversário. Esquerda, direita, chute, gancho, joelhada, era aplicada, e para minha felicidade, tiveram êxito as duas finais. O velho se encontrava orgulhoso mas não queria demonstrar, como sempre. Passamos para a próxima etapa.

O velho lançou-me pedras enormes e fez com que eu as levanta-se durante horas para aprimorar minha força bruta. No começo parecia fácil, mas minha resistência parecia baixa, e a exaustão vinha a tona muito rápido. Os intervalos entre levar uma pedra e outra eram tudo oque eu tinha para descansar, mas eram frações de segundo milagrosas para mim. O sol se pôs e eu já não sentia meus braços. O velho me chamou e encerramos nosso treino. Ao chegar em casa tomei um banho e deitei para descansar, me sentia bem apesar do cansaço, afinal não existe nada que me deixe mais feliz que o treino.

Importante.:

Usados:

Zed; HP: 200, CK 200, ST: 0/2