Um recomeço...? 

O que eu poderia dizer depois da coisas que fiz dias atrás? Só sinto vergonha. Perdi a confiança em mim mesma. Tudo que eu faria poderia dar errado e resultaria em coisas trágicas. A vila ainda não perdia a esperança em mim. Fui surpreendida com o recebimento de uma missão. Dessa vez vilas menores estavam tendo ataques de cobras. Eu deveria ir realmente? Me escolheram para resolver o assunto, o mesmo que Milo me dizia quando veio a vila para pedir minha ajuda para salvar sua vila. E acho que eu sei no que deu né? Respirei fundo com a missão em mãos e pensei no que poderia acarretar ir até lá e ajudar essas pequenas aldeias. Imaginei coisas horríveis, eu falhando e pessoas inocentes de machucando. Não! Não podia deixar isso tomar conta de mim. Pessoas morreram naquela missão? Sim, mas eu não podia jogar o peso da culpa em minhas costas. É claro que principal causadora do desastre foi minha pessoa. Os moradores me perdoaram, aqueles da qual foram os mais prejudicados, mas eu mesma não me perdoei. Eu precisava de um recomeço, um novo início. Esta missão era meu botão de restart para voltar ao meu sonho de ser uma heroína, a heroína de Kumo! Suspirei aliviada. Preparei-me para o que viria a seguir e parti em direção ao portão de minha vila, era hora de mostrar o por que de me selecionarem para este trabalho.

As coordenadas que me fora instruída era o extremo sul, segui por uma estrada comum por algumas horas até me deparar com uma pequena aldeia, o som de alvoroço me dizia que ali seria o primeiro local em que eu interviria. Aproximei-me da entrada da vila e já olhava para um certa quantidade considerável de cobras em alguns metros de distância de mim. Elas estavam focando alguns moradores da vila, aonde seus rostos medrosos traziam a mim a vontade que antigamente eu tinha de querer salvar a todos os necessitados. Os pequenos répteis pareciam não notar minha presença, talvez seus instintos predatórios estavam tão focados nos moradores que qualquer um que passasse por ali não seria percebido. O grande número de cobrinhas que tinham ali anularam minha ideia de ir pelo básico e jogar somente senbons comuns para matá-las, sobrava então a minha outra alternativa que seria da mesma natureza, as agulhas de raios. - Não queria começar gastando minha energia nisso, mas tudo bem, vamos lá. - disse bem baixinho comigo mesma. A minha mão esquerda começava a transparecer a minha natureza elétrica e em um movimento em arco projetado totalmente no espaço onde as cobrinhas estavam lancei centenas ou quase milhares de senbons de raios para as serpentes morrerem logo de uma vez, ou senão, paralisar e neutralizar a ameaça. O que eu faria a seguir seria instruir o povo para que se acalmassem e me contariam o que sabiam sobre esse ataque anormal dos ofídios.

Um recomeço...? 

Poderia dizer que minha inteligência fora afetada pelos acontecimentos passados... O uso das agulhas elétricas provava que meu estado mental e intelectual não estava nas melhores condições. O fato era que, o número de cobras era maior que a quantidade das pequenas armas que tinham criado com meu chakra, as serpentes cobriam toda a vila e naquele momento que eu tinha atacado, a atenção foi toda pra mim. O alvo das pequenas ofídios era minha pessoa. Não tratei aquilo como uma ameaça, eram coisas pequenas e na concepção que minha cabeça, não eram capazes de me machucar gravemente, e também eu não podia machucá-las gravemente, apesar que anteriormente eu tinha atacado para matar. O que eu poderia fazer para neutralizar aquelas pequenas répteis? Lembrava de um artificio que eu tinhas desde menor, quando eu era somente uma garota, a habilidade com som. Eu negligenciei essa habilidade inata de mim com o passar dos tempos quando eu fui substituindo ela por minhas habilidades elementais com os raios. Era o momento da retomada. A flauta demoníaca sempre estava comigo, mesmo eu não usando frequentemente. Sacava ela de minhas costas e começava a tocar em um alcance que todas as pequenas cobras poderiam ouvir, colocá-las para dormir era meu objetivo, não queria feri-las, repito. Podia dizer que o som atingiria toda a vila, e se acertasse os moradores, eles não seriam prejudicados, somente iam descansar um pouco.  

Um recomeço...? 

O meu genjutsu com a flauta parecia ter dado certo, em partes. Algumas cobras ao fundo da vila ainda estavam acordadas e atacando os moradores. A vinte metros de mim havia uma moça que estava machucada devido aos ataques das cobrinhas. Não pensei duas vezes em ir até ela para ajudá-la. Estava dormindo em minha ilusão ainda, minha mãos ficaram verdes e eu encostava levemente nos ferimentos para recuperá-los. Passava em todos os locais na qual eu que ela tinha sido ferida pelas serpentes. Prestava atenção atentamente para ver se não havia mais nenhum lugar para eu curar. Terminado isso partiria para o lugar da vila onde as répteis ainda estavam na ofensiva contra os moradores. Ao me deparar com elas, rapidamente tomava a frente, alguns selos foram feitos e uma enorme onda de vento foi soprada de minha boca, com a intenção de jogá-las para fora da vila.

Pessoas precisam de mim... 

Aquelas que dormiam, acordaram. As vítimas do vendaval foram postas para fora da vila. A moça que eu curei já estava acordada e cercada por pelas pequenas cobras que estavam acordadas, uma parcela delas vieram até mim e me colocaram na mesma situação da minha recém paciente. Para ela, isso era um perigo, para mim, não. Já sabia o que fazer numa situação dessas. As cobras pularam em minha direção, menos pior para os civis da vila, o que eu iria fazer iria somente afetar as pequenas cobras. - Nagashi, proferi ao liberar diversos raios de meu corpo, afetando ao meu redor, não teria um alcance alto para não machucar as pessoas da vila que estavam próximas, mas a técnica iria matar ou pelo menos ferir gravemente todas as cobras que vieram me atacar.

Com a defensiva pessoal feita, era hora de ajudar novamente a moça. Corria em direção a ela o mais rápido possível, no meio do caminho até ela moldei selos para defender a mulher. Passava por cima das cobras com um pulo e chegava até ela, mais precisamente colada nela, e batia ambas as mãos no chão. A batida iria formar um campo elétrico desenhado ao redor de nós duas e numa área que afetasse todas as cobras que estavam nos rodeando. - Amigumo, proferi mais uma vez e o campo começaria a agir nas ofídios.

No meio da defensiva, uma presença fora vista a mais ou menos setenta ou sessenta metros de mim, uma pessoa encapuzada sorrindo maleficamente para toda a situação, não era algo difícil de saber, era ele o mandante do ataque e quem controlava as cobras. O meu dever de verdade era derrotar este homem, não podia poupar esforços para concluir isto aqui. Levanta-me olhando atentamente para ele enquanto tirava a flauta de minhas costas. Meu jutsu especial iria agir. A sinfonia dos raios, a melodia da morte de Chrome. O jutsu que juntava minhas duas melhores habilidades: som e raios. - Raimei-on: Kenzen'na mahi, dizia em minha mente o nome da técnica enquanto aplicava a mesma num raio de cem metros, visando somente afetar aquele homem, queria acabar logo com isso.

Pessoas precisam de mim... 

A defesa e contra ataque contra o tal homem foi um sucesso. O homem porém, se explodia do nada, da distância na qual eu estava, era meio impossível de ver os motivos do por que ele virou pedaços, meu jutsu não faria isso. As pequenas cobras sumiram com a morte de seu dono, e a população da vila enfim ficaram em segurança, a missão tinha sido concluída... Ou não. As feições dos moradores eram de horror com aquilo que acontecera com o inimigo, pareciam nunca ver algo do tipo. Eu tinha mais um único trabalho: acalmá-los para voltarem para suas vidas normais.

- Pessoal, agora vocês estão seguros. O homem percebeu que não podia lutar comigo e acabou por se matar. A vida de pessoas que prezam pela honra até a hora da derrota dura pouco. Espero que vocês se acalmem e retornem a rotina normal que estava antes do ataque dele. Qualquer coisa chamem pela vila novamente e, se for eu, darei o meu máximo para protegê-los novamente. Até mais! - falei em tom alto para todos ouvirem, com os dizeres completos, partira de volta para a minha vila, havia mais coisas a se fazer.