Retomando sobre o que eu estava falando... Ah sim, a missão. Parei quando Natoi-san explicava sobre a missão. Vamos lá...
Os passos que eu dava em direção ao ponto estratégico eram cada vez mais pesados, por que eu sentiria algo desse tipo? Intuição? Não sei, provavelmente sim. O time de genins seguiam caminho, eu mais no fundo, como um usuário de genjutsu deve ficar, longe do perigo. Naquele momento só queria ajudar minha vila a resolver este assunto, que por sinal, era complicado. Por que não chamaram um time de chunins para combater isso? Por que genins? E por que eu?! Tudo parecia ser obra do destino, aquilo tudo aconteceu com um propósito, conhecer a Kefura.
Do fundo eu não conseguia ver os rostos do pessoal que vinha comigo, mas seus gestos durante a viagem denunciavam tudo, estavam nervosos assim como eu. Natoi não podia controlar a todos ali, tinha que concentrar em liderar a equipe para que nada de ruim acontecesse com nós, genins. Precisávamos cuidar de nós mesmos naquele momento. Em viagem ficamos cerca de mais alguma horas viajando, mais ou menos duas horas. Estávamos na estrada, simples e intuitiva. Somente um caminho, arvores de ambos os lados do caminho de terra que estava ali. Natoi-san posicionou o time mais uma vez de acordo com a pequena "entrevista" que dava outrora. Fiquei ao fundo, esperando o comando do capitão. O ambiente era pacífico, não conseguia ouvir ninguém pela região, somente nós. Mentira. Passou alguns minutos e o som de carga vinha de longe, todos ficavam apreensivos a espera dos inimigos. A carroça era grande, bem coberta. Não conseguia saber se era esse mesmo comboio que era nosso alvo, mas Natoi-san olhava para todos nós com um olhar sério.
- É agora. Faremos como planejado. Chrome, sua vez.Eu começaria a investida, só tinha que fazer aquilo que sabia fazer, tocar minha flauta. Puxava minha companheira de metal, respirei fundo e comecei a tocar.
Mateki: Gēto no hogo-shaO som era dramático, a flauta tomava o silêncio do local e os criminosos estranhavam a melodia. Em alguns segundos, os mesmos pareciam estar sendo presos, era minha ilusão. A emboscada de Kumo começou. Natoi ia para meu lado para me proteger enquanto os genins que eram da luta corpo-a-corpo iam para cima dos inimigos e os de médio alcance atacavam com suas técnicas especiais. Os criminosos suportaram bem a primeira leva de ataques, alguns que estavam ao lado da carga conseguiram escapar da ilusão e contra-atacar meus aliados, a luta estava travada, mas pendia para nosso lado. Ou não...
Parecia que os criminosos sabiam do ataque da vila, e por isso tinham contratado ninjas para defender-los da nossa emboscada. Apareceram enquanto minha técnica ainda estava ativa, mas por algum motivo eles não foram atingidos. Libertaram os outros de meu genjutsu. A batalha começou a piorar. Alguns genins tinham nível o suficiente para enfrentar esses ninjas contratados. A batalha de dez genins de Kumo contra quinze criminosos agora virava um dez contra vinte e cinco inimigos. Natoi precisava ir para lá, ele seria nossa chance para ganhar aquela batalha.
- Natoi-san, vá para lá! Você consegue derrotar todos eles. - falei com urgência
- Não posso, Chrome. Você precisa de proteção. - respondeu
- Não se preocupe comigo, ajude eles! VAI! - praticamente mandei ele sair da cobertura.
Ele pensava bem e concordava comigo. Saiu de nossa cobertura e foi para o campo de batalha. Em poucos minutos ele já tinha derrotado uns três inimigos, essa luta começava a ser nossa. Só que... Lembra que ele falou que eu precisava de proteção? Pois bem, enquanto observava a batalha um dos inimigos aparecera do meu lado silenciosamente.
- Oi bebê, o que está fazendo escondida aqui? - perguntava em tom macabro.
A voz do homem me surpreendeu, e no susto eu dei um pulo para o lado para me distanciar, estavámos frente-a-frente, era eu e ele. Queria puxar a flauta para atacar mas sabia que ele aproveitaria dessa abertura, então o que eu pude fazer era correr. Só que no calor do momento eu fugia por uma direção que não era mesma da ida, isso quer dizer que fui para um lado desconhecido. Não estava salva, o homem me seguia jogando explosivos em minha direção, tudo em volta era destruído. Por sorte ou não, eu não era atingida. De longe eu conseguia ouvir sua risada, como se tivesse brincando comigo. Estava assustada, não sabia o que fazer além de correr. As explosões, sua risada, aquilo tudo ia para minha cabeça quando pensava que a morte estava chegando a mim. Consegui correr por mais de duzentos metros sem me ferir quando conseguia olhar de longe uma pequena vila, um abrigo... Mas eu estava levando comigo um inimigo, provavelmente as pessoas dali não saberiam se defender. Eu estava errada. A vila estava em um campo aberto, sua entrada era um grande gramado. Minha corrida se encerrou quando cheguei perto do portão da vila, que estava tudo quieto. O homem assoviava para mim, dizendo que era para parar ali mesmo.
- Não vai entrar ai não, ou você quer que eu destrua tudo isso aí? - ameaçou.
Parei, não sei por que parei. Talvez por me importar com as vidas ali naquele pequeno vilarejo. A batalha entre nós dois iria começar naquele momento... Se não fosse por uma entrada triunfal de uma garota que deu um soco com uma força imensa no rosto do homem, o jogando longe pelo gramado.
- Quem você acha que é para destruir minha vila, seu idiota? - dizia a garota.
Uma garota um pouco mais alta que eu, de cabelos negros com mechas espetadas e um rabo de cavalo espetados. Uma calça justa vermelha e uma blusa pequena da mesma cor, mostrando sua barriga. Usava dois braceletes longos dourados em ambos os braços. Seus calçados eram negros com um acessório de metal dourado por cima. Seus olhos transpareciam confiança enquanto cruzava os braços esperando o seu inimigo se levantar. Falando nele, ele não foi derrotado com esse soco apesar de ser sido um soco anormal. Aos poucos ele recobrava as forças para levantar, com uma feição totalmente maníaca ele começava a enlouquecer.
- Maldita, agora eu vou te matar! VOCÊS DUAS! - gritou.
- Venha, seu babaca imbecil. - dizia a menina mudando sua postura, indicando uma forma de lutar.
O descontrole mental do ninja criminoso era evidente, a cinquenta metros de distância da garota ele começava a enlouquecer. Em um instante ele estava a poucos metros da lutadora, uma velocidade inimaginavel. O homem queria dar um soco na barriga da menina, mas a reação dela era mais rápida que a velocidade do renegado, o punho dela atingia o abdomen do cara, o mesmo cuspiu sangue devido a grande força aplicada e alguns ossos quebrados. Em seguida ela chutava o homem para cima, levando o corpo a ficar por volta de uns dez metros de altura e rapidamente aparecia por cima dele, juntando as mãos e dando um golpe direto em sua coluna. O corpo do homem caiu com toda força no chão, levantou poeira em escala muito alta. Quando a poeira dissipou, consegui ver uma cratera aberta no campo.
- Meu deus... - disse eu perplexa.
- Ei imbecil, eu sei que ainda está vivo. Levante e mostre seu poder. - disse a moça com uma cara bem brava e uma voz séria.
Realmente ele ainda estava vivo, eu não sabia o por que. Os socos dela foram forte o suficiente para matá-lo com certeza, mas a resistência dele era tão alta quanto a força da garota. Novamente o homem se levantou, dessa vez cambaleando, estranhamente ele tinha marcas em seu corpo, manchas negras, como se fosse gotas pretas.
- Se não fosse por isso, eu já teria morrido. Agora vamos brincar, garota. - falou o homem, com uma voz até que confiante.
Ele foi em direção a menina em uma velocidade maior que antes, dessa vez a garota não conseguiu prever o movimento, tendo que defender as pressas do chute do renegado. Depois do chute, eles começaram a batalhar intensamente, socos de um lado e defesa do outro. Os dois estavam empatados.
- Agora você mostrou seu verdadeiro poder, inútil. - disse a lutadora enquanto defendia dos socos seguidos do seu adversário.
- Irei te mandar para o inferno, garota abusada. - respondeu o maníaco.
- Venha, estou esperando. - retrucou a menina.
A batalha continuou até o momento que o homem conseguiu dar uma rasteira nela, fazendo a mesma perder o equilibrio. No ar ele iria finalizar a garota, não podia deixar isso acontecer. A flauta em minha boca tocava a música da defesa dos justos e puros, para aqueles que prezam pela paz.
Mateki: Subete ni HibikuA esfera de chakra do homem iria matar a garota quando o som que tocava chegava a mesma e gerava um escudo de som que defendeu o jutsu do inimigo quando a mão do homem encostava nela. Uma explosão ocorreu. Novamente a poeira subiu. Na visão do homem, ele tinha matado a mesma. Eu não sabia se tinha conseguido salvar a mesma.
Mas eu salvei.
De dentro da fumaça, um punho vinha em direção ao queixo do homem que o atingia em cheio, o atordoando por mínimos segundos. Esse tempo foi o suficiente para a garota, ainda inteira, chegar até o corpo do homem e desferir um soco em sua barriga, ainda mais forte que o outro. Logo depois veio um chute, e mais uma série de socos e todos os golpes pegavam no homem, ele não tinha reação nem mesmo defesa. Era o fim da batalha. Ao fim da série veio um chute que o levou para longe, a menina dessa vez fazia selos com uma mão só e começou a acumular chakra nas duas mãos. Como ela conseguiu fazer selos com uma só mão?
- True Barrage of Destruction! - gritava a menina enquanto colocava as mãos em direção ao corpo inconsciente do inimigo soltando todo aquele poder acumulado.
A onda de energia acertou o homem que dessa vez não tinha defesa alguma, aquele jutsu evaporou o corpo dele. Que poder intenso que ela tinha. Observei toda a batalha e vi o quanto ele era forte. Qual seria o nome dela. A menina estava cansada, respirando pesado. Mas mesmo assim ela olhava para mim e dava um sorriso, voltando a sua personalidade feliz. Veio até mim com o mesmo sorriso na cara.
- Obrigado pelo escudo, sem você eu teria morrido. Qual é seu nome? - perguntou.
- Meu nome é... Chrome. - falei meio assustada
- Prazer Chrome, sou Kefura. Sou eternamente grata a você. - agradeceu novamente.
- Não precisa disso, você que me defendeu primeiro Kefura. - comentei.
- Pelo visto você é de Kumo, o que fazem por aqui? - perguntou novamente
- Eu estou em missão com mais um grupo de genins e nosso professor. Viemos interceptar uma carga que armas clandestinas, no meio da batalha eu fui encontrada pelo louco que você acabou de... Evaporar. - contei a história.
Ela riu quando falei "Evaporar".
- Acho que exagerei no poder, não é mesmo? Bem, você não acha que tem que voltar até aonde a batalha estava acontecendo? - disse.
- Sim sim, tenho que ajudar meu time. Pode me acompanhar? - uma ajuda dela seria de enorme vantagem naquela batalha
- Claro! Tenho que retribuir o favor que você me fez. - falou com um sorriso.
Fomos de volta para o campo de batalha, no caminho começamos a conversar sobre diversas coisas, e por fim, acabamos nos tornando amigas, ou melhor dizendo,
melhores amigas. Combinávamos em diversas coisas. Quando chegamos aonde devíamos estar, a batalha havia acabado. Os genins estavam sentados no chão, muito exaustos. Natoi-san estava sentado no pé de uma árvore, inteiro e cansado. Os inimigos estavam mortos, alguns inconscientes.
- Parece que não vai precisar da minha ajuda, Chrome-chan. - disse Kefura em tom bem-humorada.
- Parece mesmo, eles foram suficientes, não é? - respondi meio envergonhada.
Natoi-san percebeu nossa chegada e rapidamente levantou em desespero vindo até mim.
- Chrome! Aonde você estava? Fiquei preocupado quando percebi que tinha sumido, o que aconteceu? E quem é essa garota junto com você? - perguntava tudo rapidamente e desesperado.
- Calma Natoi-san estou bem. Esta aqui é Kefura, minha amiga. - dizia enquanto apontava para ela. -
É uma história complicada, mas o que posso dizer é que fui emboscada por um inimigo e acabei fugindo até chegar numa pequena vila, a vila dela. Ela derrotou o homem com um poder incrível. - expliquei.
- Sem a Chrome eu estaria morta agora. Não jogue todos os créditos para mim. - disse Kefura com um sorriso no rosto.
- Com aquele poder incrível você derrotaria ele de qualquer jeito. Não seja modesta. - falei em bom humor.
Começamos a rir, ignorando totalmente a preocupação do meu líder. Ele suspirou, viu que eu estava bem.
- Acho que devemos destruir esse comboio, mas não temos energia suficiente para isso, será que vocês duas conseguem? - perguntou Natoi.
- Claro que conseguimos! - dissemos juntas.
O caminho ficou aberto entre o comboio e a gente. Kefura fazia o mesmo movimento que evaporou o homem maníaco. Já eu começava a fazer selos com minhas duas mãos enquanto a minha amiga fazia com uma mão só.
- True Barrage of Destruction!- Raiton: Raijo Tsuiga!Um cão de raios e uma rajada de energia foram em direção ao comboio, no meio do caminho eles se juntaram formando uma rajada de raios. Esta rajada atingia o carro de madeira e explodia tudo na mesma hora. Olhamos uma para outra vendo que nossas técnicas se fundiram. Pensamos por alguns segundos e chegamos em um ponto.
- TRUE LIGHTINING OF DESTRUCTION! - gritamos eufóricas por pensarmos no mesmo nome.
Natoi não entendia aquilo que estava vendo, somente observava os destroços do comboio no ar até caírem no chão.
- Vamos voltar. - anunciou o líder do time.
Todos os genins então seguiram Natoi. Eu e Kefura fomos no fim da fila por sermos as menos cansadas de todos ali.
Levamos algumas horas até chegarmos no portão de Kumo, Natoi dispensava todos os genins, sobrava somente eu e a Kefura.
- Obrigado por me ajudar, Kefura. - agradeci
- Vamos entrar nessa discussão de agradecer de novo? Ambas nos ajudamos. - falou
- Pois é, melhor não. - ri -
Qualquer dia apareça por aqui, iria adorar você como ninja de Kumo.- Tenho que defender a minha vila também, Chrome. Mas não posso negar que talvez algum dia apareço por aqui para uma viagem. - falou e deu uma risada rápida.
- Tá bom, qualquer coisa só aparecer aqui que eu vou te ajudar com certeza. - falei
- Pode deixar, até algum outro dia Chrome! - nos abraçamos enquanto ela dizia suas últimas palavras antes de ir.
- Até! - respondi.
Com isso Kefura começava sua viagem de volta para a sua vila. Natoi aproximava de mim e colocava a mão em meu ombro.
- Ela irá vir para cá um dia, tenho certeza. - me confortou
- Eu também tenho certeza, somos melhores amigas. - respondi a ele
- Vamos para casa? Nossa missão foi um sucessso afinal de contas. - anunciou.
- Vamos! Quero descansar um pouco. - falei
Cada um foi para seu lado. Eu fui para minha casa enquanto Natoi foi para o gabinete relatar tudo que aconteceu.
Esta foi a história de como conheci minha melhor amiga Kefura. Agora com meus 18 anos ela nunca veio me visitar de novo, espero que ela esteja bem...
- Considerações:
- Foram 2615 palavras
- Só quero os status, não tem treino de qualidade no meio, nem posso treinar qualidade agora.