A chuva caía em Amegakure como em todos os dias. As nuvens nunca davam uma trégua para que os raios de sol chegassem à superfície da Vila da Chuva. Um local perigoso, recheado de nukenins vindos do mundo todo, Amegakure tornava-se o point para criminosos e foragidos se refugiarem da luz do mundo, em um local carente e infértil.

Envolta de várias construções, é um bar com letreiros em LED piscante e malacabado que se destaca em meio a chuva que descia pelos canos e pelos vãos que as construções metálicas tinham. Ali dentro havia a maior concentração de criminosos, não só pessoas dispostas a matar, mas também pessoas dispostas a comprar serviços, mão de obra assassina. No letreiro, um lobo se movia, uivando, enquanto as palavras Lobo-do-mar alternavam entre si o estado de aceso ou apagado.

Aqueles que era recém chegados na Chuva ou não possuíam fama prévia antes de desertarem e/ou entrarem para o mundo criminoso eram vistos com maus olhos pelos frequentadores do Lobo, principalmente aqueles que entrassem pela porta.


Do outro lado da cidade, no extremo norte, uma enorme estátua de sucata erguida há décadas passadas enferruja. Com sua língua prostrada para fora, a estátua, que em sua verdadeira identidade é uma torre, uma antiga base feita para uma organização criminosa é a base para diversas organizações que pretendem destruir o mundo, mas invés de tomarem uma atitude, simplesmente ficam no local, jogando baralho, se embebedando e fumando feito chaminés.


No sul, o mar. Com sua vastidão azul, a chuva abraçava o mar e ao horizonte, as nuvens sem fim beijavam as águas marítimas como amantes. Diversas embarcações fugiam daquele lugar inóspito todos os momentos. No horizonte era possível ver os barcos caindo na garganta do mundo e no píer, os comandantes de navios clandestinos aguardando por uma aventura inesquecível. Já outros, piratas, buscavam apenas uma única missão, uma deixa para saírem de seus lugares e  saquearem outros navios indefesos.


No meio disso tudo, uma jovem indefesa, peixe pequeno perto daqueles que matariam até mesmo seus amantes em troca de dinheiro, álcool, um pouco de festividade e de viver mais um dia sem serem capturados por seus caçadores.

Assassinava a sangue frio aqueles que a tentavam abusar e isso era prazeroso para a jovem Kyoko. A dor havia passado por um instante e ela podia perceber as manchas que permeavam seu corpo, teria aquilo ligação com a mulher que a beijou? Ela precisava de respostas, mas em tão pouco tempo de paz a dor voltava a dominar seu corpo por inteiro. Teria a garota algum destino?

Quest: Selo do Céu: 5/10

De volta á cabana, a cadeira de balanço se mexia sozinha, sem nenhuma pessoa ter sentado ali por algum tempo. Ou ao menos era o que Kyoko esperava.

Com uma fagulha vinda de um lugar desconhecido, a lareira se incendiava mais uma vez, com uma chama intensa capaz de iluminar toda a cabana em questão de segundos. Kyoko ainda sentiria uma presença, uma presença familiar e por mais estranho que fosse, agradável. Assim que olhasse para a cadeira, viria uma nuvem de corvos formar-se na mulher que outrora lhe beijara. — Gostou do meu presente? — Indagou a mulher, desta vez com uma voz mais suave e doce. — É tão bom ter poder, não?

Quest: Selo do Céu: 6/10

— Esta dor é o preço pelo poder. — Revelou. — Mas isto é temporário, sentirá apenas nas primeira semanas. — De súbito, a mulher levanta-se e acaricia os cabelos de Kyoko, segurando-a pelo queixo. — Mas a vontade de matar, a euforia por sangue... isto é seu. — Com uma gargalhada, a figura se deslocou em corvos de volta para sua cadeira de balanço, cruzando as pernas. — Se quiser, eu posso retirar de você... meu presentinho... — Seu sorriso abriu-se como o sol ilumina a terra quando nasce. — Ou então pode ficar mais forte... Morrendo por mim. — Disse lançando um frasco transparente cheio de comprimidos brancos redondos, tampado por um pedaço de tecido e amarrado com uma corda vermelha. — Tome dois destes e morra. — Sugeriu com o sorriso estampado em seu rosto.

Quest: Selo do Céu: 7/10

A dor era insuportável, parecia que seu corpo estaria sendo rasgado em mil pedaços, sendo puxados por unhas por todos os cantos de seu corpo, cada pedaço fervia como em um balde de água quente, sentia pontadas como se estivesse em uma chuva de facas, ardia como se estivesse em um banho de fogo. A mulher gargalhava e isto era a única coisa que Kyoko poderia ouvir além de seus gritos.

Ela poderia sentir seu corpo sendo envolvido pelo calor do corpo da mulher, mas ainda precisaria superar a dor que sentia.

Quest: Selo do Céu: 8/10

Kyoko sentia como se sua pele rasgasse, como se as manchas tomassem conta de seu corpo por inteiro. A dor era imensa, mas maior ainda era o poder que fervilhava dentro de seu corpo, pedindo para sair. Finalmente, a mulher se levantava e olhava para sua mais nova criação. Por fim, as costas da garota se rasgavam pelas escápulas, vazando por elas um par de asas cinzentos, assim como sua pele. Em seu rosto, uma cruz mais escura que sua pele se formava a partir do nariz e pelas bochechas, uma aparência demoníaca, digna dos poderes que recebera. — Como se sente?

Quest: Selo do Céu: 9/10

A mulher começava a gargalhar, pois sua criação estava completa, estava saciada por sua vontade de corrupção de uma alma jovem e indefesa em uma assassina implacável e insaciável. — Agora... mate todos. Nada pode lhe parar — Disse-lhe sumindo em uma nuvem de corvos, mas diferentemente das demais vezes que o havia feito, deixava cair uma folha de papel, nela, haviam algumas inscrições e uma foto da garota: "Procura-se: Viva ou Morta. Recompensa: 100.000 Ryous" . — Fuja ou mate. Seja a caça ou o caçador. — Soava a voz da mulher.

Quest: Selo do Céu: 10/10

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