Eram cinco horas da manhã, o Sol mal havia aparecido e lá estava eu, acordado meio paralisado olhando para o nada. Talvez esse ato era loucura para alguns, mas não para mim, algumas vezes eu acordava cedo, me sentia diferente dos outros, não podia negar isso, aliás acho que as pessoas pensavam o mesmo sobre mim. Eu sempre fui o anti-social, meu pior defeito é ser tímido. Nesse dia ao mesmo tempo em que eu estava exausto apenas por acordar, eu estava com uma sensação que as coisas iriam começar a melhorar, talvez não do jeito que eu queria, mas não deixei de pensar positivo. Fui ao banheiro, fiz as minhas necessidades, lavei as mãos, voltei para o quarto, vesti minhas roupas, coloquei meu óculos, peguei minha cabaça e desci para a cozinha preparar algo para comer, no final das contas acabei comendo apenas uma maça e separando uma garrafa de água e uma pinça para mais tarde. Voltei ao banheiro, escovei os dentes e sai rapidamente de casa. 

Em seguida que eu saí de casa, fui para um campo de treinamento. Um campo aberto, calmo e silencioso. Ao redor havia uma pequena floresta e existia também um rio que dividia o campo em duas partes. Meu pensamento era de que teria que melhorar no quesito de realizar os selos das mãos. A primeira coisa a se fazer era alongar. Os alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento. Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por aquele músculo e, portanto, maior a sua flexibilidade. 

Elevava os braços na lateral da cabeça e segurava-os na região do cotovelo. Repetia o exercício do outro lado. Cruzava a frente do tórax com um dos braços e pressionava o cotovelo junto ao peito. Fazia uma rotação simultânea dos ombros nos dois sentidos. Entrelaçava os dedos atrás das costas, com as palmas das mãos voltadas para dentro. Lentamente elevava-os de modo que sentisse os ombros alongados. Com isso, encerrava meus alongamentos. Para relaxar, chacoalhava as mãos, deixando os dedos soltos, permitindo o sangue circular. Com o polegar de uma mão, massageava a outra, cada dobra. Fazia um punho e apontava o polegar para cima. Delicadamente puxava o polegar com a mão livre, criando resistência com o polegar e músculos da mão impedindo que o polegar se movesse. Mantinha e repetia sistematicamente. 

Então tive uma ideia brilhante, utilizando de meu Jutsu: Mushiyose, reunia uma boa quantidade de insetos voadores, conhecedores da região, e passava as diretrizes para trazer o maior numero de folhas, frutas que deveriam crescer na região, em resumo, tudo que estivessem aos seus alcances. A ideia era pinçar esses itens como uma forma de melhorar a coordenação fina. 

Com grande determinação, eu ia pegando os itens que eles iam trazendo com uma pinça em cada uma das mãos e ia colocando sobre minha cabaça, nem sempre eu conseguia ter sucesso, mas peguei boa parte dos itens... Tinha feijão, milho e diversos outros itens mais difíceis de pinçar. Com essa atividade, eu estava trabalhado as capacidades de abrir e fechar e também noções de pressão e força. Então iniciava um descanso de 5 minutos. –Obrigado, meus amigos. – Agradecia aos meus insetos pela tarefa realizada.

Depois de concluído o preparativo, começaria a realizar os selos. Primeiramente faria os selos do Bode e Cachorro, repetindo cinco vezes, apenas os dois selos. Depois, novamente o selo do Bode, mas agora acrescentaria o selo da Cobra em seguida ao repertório, e depois novamente o do Cachorro, repetiria as cinco vezes. Em seguida o selo do Bode, Cobra, Cachorro e agora acrescentaria o do Macaco e repetiria sistematicamente as cinco vezes. Por último, voltaria a repetir os selos do Bode, Cobra, Cachorro, Macaco, mas agora acrescentaria os dos, Pássaro e Javali, e repetiria quinze vezes. E voltava a descansar os 5 minutos de um exercício para o outro e tomava um gole de água da garrafa que trouxe de casa. 

Deixando de lado o treino em selos, seria hora de aprimorar meu Ninjutsu. Mantinha-me de pé. Esboçava o selo da Cabra, fechava meus olhos e permitia que o Chakra circundasse completamente o meu corpo. Desde a planta do pé até a cabeça. Não me apressava para terminá-lo em menos tempo. Permaneci ali por alguns minutos até finalmente abrir meus olhos. Eu mirava uma árvore com um galho retorcido, em minha frente, iniciava uma corrida em direção a mesma e então a escalava com meus pés e ia até o galho retorcido. Permaneci ali durante 5 minutos, concentrando firmemente o Chakra em meus pés até que cedi e pulei. Então usava o rio que dividia o cenário e caminhava sobre a água, nessa hora eu ensaiei uma pose de Jesus, com os braços abertos e meus insetos me acompanharam nessa tarefa ao repousarem sobre meus braços. Então eu iniciava uma caminhada de ida e volta, de um lado para o outro, e me sentia por satisfeito. 

Por ultimo, voltei a terra firme e novamente convoquei meus insetos para realizar uma ultima tarefa, a de me trazer um objeto redondo em que eu pudesse mirar. Depois de um tempo eles voltaram com um tronco de árvore redondo, não muito pesado, eu queria testar uma última estratégia. Iniciei os selos de mão do tigre, boi, cão, coelho e cobra, enchi os pulmões de ar e lancei o Jutsu Fūton: Daitoppa. Com êxito, consegui acertar o alvo, no instante do acerto meus insetos voltaram para mim. O objetivo do treino era equilibrar os fatores da precisão e força. 

Satisfeito com a sequência de treino que havia tomado para mim, continuei com esse ritmo intenso até tarde, as árvores frutíferas próximas ao campo sempre ajudavam nos descansos, provendo sombra e alimento. Então decidi me recolher e retornar para casa já anoitecendo. Estava cansado e me dirigi direto para o banheiro, onde realizei minhas necessidades, tomei um banho, voltei para a cama e dormi.