❝ This is for long-forgotten
Light at the end of the world
Horizon crying
The tears he left behind long ago ❞

CH: 700/700 HP: 400/400 ST: 00/04

De modo a ter conhecimento através dos estudos práticos das artes curativas, naquele dia em questão, após a aprovação de Mako, o Hokage, a menina decidiu dar início a sua busca pela habilidade tão almejada. A menor de idade sabia de algumas teorias, por ser jovem e dotada de uma exímia dominação da arte do controle de Chakra, tinha em mente que talvez, fosse uma tarefa fácil de se conseguir. Com um caminhar tranquilo, desde que saiu do hotel pela manhã, a moça refletiu sobre o que fazer até que chegou a conclusão de que deveria buscar o hospital de Konoha, como ponto de partida para solicitar se tornar aprendiz. Dentro deste pensamento, seus pés a levaram por entre várias ruas e caminhos, sempre muito movimentados por pessoas felizes e de energia astral elevada. Aquilo certamente trouxe a Akemi uma estranheza muito grande, pois em Kirigakure, sua terra natal, a lembrança de uma vila completamente fria e de emoções amenas, era algo que entrava em contraste com a realidade atual de onde morava. "Aqui em Konoha, as cores são tão vivas... Me parece estranho isso. Tudo tão diferente, parece que todos são felizes." Refletiu enquanto caminhava.

Em meio aos seus passos, seu corpo movimentava-se graciosamente em meio a multidão, tamanha era a aglomeração de pessoas, algo que parecia fora dos padrões normais, ou talvez seria apenas impressão, afina, nas três semanas de convívio naquele vilarejo até agora não eram o suficiente para a Chunnin se habituar como dia a dia da folha. Dotada de um talento natural em prestar atenção ao seu redor, pode notar nos rostos das pessoas por onde passava, que eles a olhavam com curiosidade. De fato, a jovem se destacava, não pela beleza, mas por ser alguém diferente do povo local, acostumada a ser uma exilada no passado, não pode deixar de corar a cada novo encontro de olhares. Pode inclusive, ouvir enquanto passava, uma criança ao lado de um homem, aparentemente o tom de seu cabelo, azul escuro, trouxe a reação inesperada no pequeno rapaz, fazendo um comentário sobre o quão belo eram suas madeixas que na ocasião, estavam amarradas em um rabo de cavalo simples. Com o comentário a jovem corou imediatamente, ficando de certo modo até desconfortável com a atenção que lhe haviam dado.

A brisa leve e o sol fraco aquecendo sua pele branca era indício de que um fim de tarde não demoraria muito a chegar, talvez mais duas horas, mas isso pouco importava, já que não tinha nada marcado em sua agenda, como se ela tivesse uma agenda. Com o caminhar lento e despreocupado, seus pequenos pés, que trajavam suas botas ninja de cano alto em tom negro, levaram-na até uma área onde supostamente estaria o hospital. Seu curto tempo na vila ainda lhe impedia de afirmar com certeza se estava indo na direção correta, ainda mais que, de repente a presença de uma porção de pessoas em vestimentas brancas começou a aparecer. Eram enfermeiras de Konoha e, próximo a elas, haviam homens feridos. Ela não pode deixar de notar que todos pareciam transitar de um lado para o outro, agitados, mas no fim, seu destino pareciam ser nada mais nada menos do que um acampamento improvisado por uma tenda grande. "Um hospital a campo aberto?" Perguntava-se enquanto ia chegando mais perto. De olho em um papel, as palavras "Emergência Médica" puderam ser lidas, logo acima a imagem de três musicistas, isso chamou a atenção da menina que logo começou a teorizar a respeito.

Se aproximando de uma pequena roda de pessoas, graças a audição e o tom alto do som de suas vozes na conversa, a garota do gelo se aproximou e começou a ouvir seus comentários. Com a informação que extraiu dali, agora ela sabia que o hospital estava fechado. Os motivos não foram comentados, mas isso a incentivou a criar coragem de perguntar a eles o que se passava ali afinal.

— Oi... Eu me chamo Akemi. Eu gostaria de saber o motivo do hospital ter sido fechado e também gostaria de entender o que se passou para que este acampamento médico esteja tão movimentado, alguém pode me explicar? Eu conversei com o Hokage... Ele me deu permissão pra aprender Iryoninjutsu... — O rubor em suas bochechas foi aumentando gradativamente, a vergonha a consumia, era difícil se pronunciar em meio a tantas vozes. Esperava que pelo menos um deles pudesse lhe dar a devida atenção e respondesse suas indagações. Ao revelar suas intenções em aprender a técnica, uma certa desmotivação se mostrou presente no pesar em suas palavras, provavelmente ninguém a ensinaria em meio ao caos. Ou ela estaria errada? De qualquer forma, apenas esperou.

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Como esperado, suas palavras trouxeram a atenção dos homens, pareciam cessar o falatório dentro de instantes, após os questionamentos da jovem ser devidamente concluído, entretanto apesar da atenção adquirida, ainda assim não a responderam com qualquer informação relevante que lhe pudesse trazer algum sentido ao que de fato acontecia ali. Apesar disso, curiosamente, o estranho ferimento no rosto da jovem, um simples corte no lábio inferior, trouxe muitos olhares dos rapazes. De certo modo, ao reparar que eles haviam notado isso, a menina cruzou os braços em frente aos seios, e fechou levemente os olhos, indicando que estava desgostando do momento constrangedor que lhe estavam proporcionando. Corada e sem jeito com a reação destes, logo foi conduzida por eles a uma entrada - contra sua vontade, diga-se de passagem - das tais instalações a céu aberto. "O que esses caras querem comigo? Não gosto muito de ser conduzida assim, parece até que fiz algo de errado." Retrucou mentalmente, vendo que isto era tudo que podia fazer naquela altura.

Já em frente à entrada do acampamento médico, seu corpo hesitou entrar por um instante, porém  olhando por cima dos ombros, os homens faziam uma espécie de fila lado a lado, como uma parede humana que lhe indicavam a seguinte mensagem corpórea "apenas entre, pois voltar não será possível.", foi assim que ela se sentiu com a cena, realmente não havia escolha diferente a não ser fazer o que esperavam que ela fizesse desde o início. Dando alguns passos para frente, a jovem inicialmente começou a entrar completamente no recinto. Seus olhos castanhos vislumbrariam aquele momento caótico, onde várias enfermeiras ninjas atendiam pacientes, alguns inclusive sob macas, pois aparentavam estar mais gravemente feridos. Sentindo-se deslocada naquela posição, logo foi abordada por uma outra mulher, esta aparentava ter mais idade do que Akemi, pelo menos, mais do que seus meros treze anos de idade. A tonalidade igualmente azulada de suas madeixas trouxe a menina uma sensação de que quase poder se ver trajando o mesmo uniforme médico, algum dia. "Então meu cabelo ficaria assim por baixo desse chapéu? Argh..." Repudiou. A menina era muito vaidosa com sua aparência, pois acima de tudo, ainda era uma menina, antes mesmo de ser Kunoichi.

— Me analisar!? Eu estou b-bem! — Mesmo relutante, não teve conversa, Naomi aparentemente não lhe daria ouvidos mesmo se quisesse.

Enquanto era literalmente amassada pelas investidas de fazer uma análise completa por parte de seus estudos médicos, a Yuki não deixou de se enfurecer com a atitude. Uma coisa que não suportava era ser tocada por estranhos, era quase um pequeno toque, mas isso era uma história muito longa e não caberia ao momento dar mais detalhes. Naomi primeiramente induzia a menina a sentar-se em uma maca livre ali perto, subiu sobre a maca usando um pequeno degrau de apoio ao lado desta, como uma escada simplória. A menor balançava os pés para frente e para trás, visto que não poderiam tocar o chão pela altura imposta no momento, certificava-se de deixar o vestido bem posicionado, afinal não queria se expor ao ridículo, com este gesto era nítida que ela não costumava ser "examinada" com frequência e isso a trouxera um desconforto natural. "O que está acontecendo? Ela está me examinando só por meu machucadinho?" Na verdade, não. Algo em seu íntimo lhe dizia que não era só por isso, era algo que ainda iria além de sua compreensão no momento. Com o olhar atento e a indução de Akemi a abrir a boca, seus lábios se abriram um pouco até o momento que sentiu o queixo chocar-se contra o peitoral. Com o questionamento feito em momento impróprio, a menina respondia ainda com a boca levemente aberta, talvez dando um tom cômico a cena a seguir.

— Eu estou BEM! — Alterou um pouco a voz, estava começando a se enfurecer com aquele procedimento todo.

Mesmo depois de seu alerta a Naomi, esta continuou a enchê-la de cuidados desnecessários, o copo de água e uma gaze logo se aproximaram da Yuki, sem dúvidas, aquilo que aconteceria a seguir não seria bom, pelo menos, não para Akemi. Com o toque da gaze úmida em seu corte, mesmo que pequeno e sem muita gravidade, ainda doeu o suficiente para que esta tentasse recuar por um instante a cabeça para trás, mas a pressão firme da mulher à frente não lhe deixou fugir. Com o movimento, o machucado que ainda era bem recente - visto que foi ocasionado no final da noite passada, por uma mordida acidental, enquanto conversava com o assistente do Hokage e se enfurecia com este - tornou a sangrar, mesmo que fosse apenas uma gota minúscula.

— Ai! Isso dói! — Sua irritação já era perceptível. — Olha, você está cheia de pessoas aqui pra cuidar, tem gente machucada ali, ali e ali, então porque não me libera logo? Eu vim apenas pra treinar, com a permissão do Hokage. — Enquanto apontava para os pacientes no lugar, a menina aproveitava pra explicar suas intenções, mesmo que naquele momento ela já estivesse ciente que não importava o que ela quisesse, apenas tomaria um famoso chá de cadeira - ou de maca, no caso - e aguardaria pelos próximos quinze minutos.

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Após aguardar um pouco, a menor de idade já estava menos furiosa, a oscilação na voz de Naomi demonstrou algo que através da dedução lógica de Akemi, constatou que esta trazia em si, traços de um nervosismo por conta de alguma coisa decorrente ao que de fato estava afligindo a aldeia da folha, mais precisamente, o hospital do vilarejo. Os orbes oculares reviravam para o interior de suas cavidades, no exato momento em que suspirou pesadamente em desaprovação ao conjunto de palavras de sua cuidadora. "Que droga! Konoha tem que ser atacada justamente quando venho a ingressar no vilarejo." pensou, obviamente já determinando que o culpado poderia ser de fato, alguém que tivesse algum traço semelhante aos seus, visto que os exames pareciam buscar algo nela para que pudesse definir ou não se ela era a causadora dos infortúnios dos presentes no barracão. Felizmente, Akemi possuía um álibi, o próprio líder do País do Fogo. Prestou bastante atenção sobre as explicações da Iryonin, aquilo também estava satisfazendo a curiosidade da Yuki, que tranquilizou-se ao ouvir que o antídoto já havia sido desenvolvido e estavam tratando dos pacientes. Ao ser questionada sobre a possibilidade de acompanhar a médica, a menina não se opôs a vontade desta, se levantando da maca após um curto salto, lembrando sempre de cuidar de seu vestido, pois se preocupava com sua pureza.

— Claro, eu posso ir com você sim. — Confirmou após um breve pausa da mulher.

Enquanto caminha, seu vestido curto, um pouco abaixo dos joelhos, precisava de alguns retoques e assim ela o fez, caminhando lado a lado de Naomi, o cinto em sua cintura também foi ajustado. Usando como referência um grande armário de primeiro-socorros que estava em seu caminho, Akemi pode notar que o mesmo possuía sua estrutura em vidro, sendo sustentado por armações de alumínio branco. Aproveitando do material reflexivo, a Kunoichi se olhou no espelho improvisado, certificando-se se estava tudo bem com sua aparência, mas logo tornou a caminhar, não antes de perceber que dentro deste recipiente existiam vários materiais médicos que poderiam ser o ponto de estocagem principal do acampamento. A voz da mulher era ouvida por mais alguns segundos, explicando os motivos para terem escolhido aquele lugar como base e o que aconteceria ali anteriormente. A cultura do vilarejo era bem diferente do sua, visto que em todos os anos de convivência em meio ao País da água, Akemi nunca foi ao teatro ou algo assim, afinal embora o título fosse antigo, o legado de Vila Oculta da Névoa Sangrenta ainda parecia perambular em torno de Kirigakure.

— Entendo. Eu conheço bastante sobre anatomia humana, em Kirigakure eu estudei muito a respeito, desde meus 8 anos. Tive o auxílio na academia ninja, como aulas adicionais, apenas para que eu aprendesse como dominar a arte do Iryoninjutsu. Se me perguntarem se eu já tive algum sonho na vida, posso dizer que é cuidar dos necessitados. — Discursou, um sorriso tímido e o rubor de suas bochechas apareceram imediatamente após aquelas palavras. Os motivos de ter optado por esse caminho, na verdade, não eram os mesmos, visto que inicialmente seu sonho era cuidar de Madame Yora, sua cuidadora no orfanato em Kiri, que estava muito doente na época, porém após saber que esta mulher mentiu durante a vida toda da Chunnin sobre a verdade sobre seu passado, ela deixou de desejar a cura dela, amaldiçoando-a a morte, por conseguinte.

Em um breve momento, no instante em que pareciam fechar o acordo para que a ninja mais nova se tornasse ativa no corpo médico em troca de ajuda, alguém as interrompeu subitamente. Eram dois homens, dois dos que há pouco, haviam pressionado a Chunnin a adentrar no barracão, que estavam com um homem ferido devidamente posto sobre uma maca. Ouvindo o questionamento da mulher à frente, a menor apenas concordou com um balançar de cabeça visível e claro. Assim que Naomi foi de encontro ao ferido, a jovem visualizou perfeitamente onde o homem seria levado. "O estoque de medicamentos!" lembrou-se. Como era observadora, não teve porque demorar mais do que alguns segundos para se fazer lembrar de que algum tempinho atrás havia passado pelo armário que usou de espelho, ali haveriam itens médicos estocados que seriam úteis ao tratamento. Mais que depressa, a menor foi até este, antes de abri-lo, levou ambas as mãos ao cabelo, que estava preso em um rabo de cabelo e o amarrou novamente, desta vez em um coque, para que não tivesse risco de seus cabelos longos tocassem no paciente ferido. Assim que se aprontou, pode ver um avental branco ali, como se fosse um reserva, pendurado ao lado do armário, como justificou plausível o uso de um, apenas o pegou e o passou em volta do pescoço e cintura. Já voltando a atenção ao estoque, Akemi foi rapidamente pegando os itens necessários, pegou um caixinha de papel, contendo uma porção de luvas médicas descartáveis, uma garrafa de 500ml de álcool para lavagem de ferimentos e prevenir infecções, um pacote grande com várias gazes de porte médio, que serviriam como panos, um pacote de algodão e duas hastes metálicas de alumínio em tamanho equivalente a uma régua escolar normal.

Já devidamente equipada com os itens recomendados para o procedimento, a Yuki foi até Naomi mais do que depressa. Tratou de abrir o frasco com álcool, lavando as mãos com um pouquinho do líquido, em seguida abriu a embalagem das luvas, pegando um par para si e colocando-as. Usou de sua velocidade máxima para organizar tudo para que Naomi não tivesse que se preocupar com nada além do socorro do paciente, todos os itens - inclusive as hastes de alumínio - foram esterilizadas previamente pela Chunnin e entregue a sua professora. Deixava os pacotes de gaze, luvas e algodão a disposição da Iryonin em cima de uma pequena mesinha de alumínio ao lado da maca, esperando que esta pudesse lhe dar alguma outra orientação do que fazer, ou simplesmente lhe pedisse algo diferente.

— Está tudo aí. — Reforçou, olhando o paciente. Sabia que tranquilizar a vítimas era uma forma de prevenção da piora do quadro clínico, sendo assim evitou qualquer comentário sobre a gravidade das feridas e do sangramento.

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Conforme o tempo passou, a menor teve paciência para aguardar alguma instrução por parte de sua mentora, desta vez, a situação parecia mais séria, visto que Naomi parecia incorporar até mesmo outra personalidade, talvez pelo motivo de amar tanto a profissão, que deixou de lado aquele jeito meio atrapalhado e mais doce de poucos minutos atrás, com a Chunnin, mesmo assim, a Yuki não parecia se preocupar muito com a mudança, era até um pouco melhor, visto que não queria mais rodeios para finalmente aprender. Vendo a gravidade dos ferimentos no pescoço do rapaz, a aprendiz de Iryonin fez conforme sua mestra lhe ordenou. Lavou as mãos com álcool mais uma vez, por garantia e colocou as luvas rapidamente, protegendo-as. Seus cabelos já estavam amarrados por um laço vermelho muito bonito, que se destacava em torno de seu tom azul escuro, um coque alto era o suficiente para evitar qualquer contato com o ferido. Já trajando seu avental, o mesmo que apanhou há pouco em um cabide próximo ao armário de medicamentos, ela não teve medo de se debruçar sobre o paciente e se sujar de sangue. Igualmente como a ninja médica havia dito, Akemi pôs seu ouvido próximo ao peito do Jounnin, para poder escutá-lo melhor, conforme pode ouvir, realmente os batimentos eram mais fracos e em maior pausa entre uma batida e outra, o que não deveria ser bom sinal. O Ninjutsu executado por Naomi era muito diferente, nunca havia visto aquela técnica tão de perto, era algo novo, mas considerando a situação não teve muito mais tempo para contemplar a aura verde que emanava das mãos da mulher mais velha. Segurando a haste de alumínio, já completamente esterilizada por ela, outrora, pegou uma gaze e atribuiu um pouco de álcool ao tecido, posicionou o pequeno pano na ponta dos dedos e pressionou contra a haste, fazendo com que o metal e a gaze se mantivessem juntos, com o pano na ponta, como um cotonete. Feito isso, ela começou a limpar a ferida do pescoço do rapaz, usando da haste para alcançar o ferimento melhor. Uma das mãos livres foi de encontro ao ombro do mesmo, visando impedir que ele se debatesse muito, sem lhe aplicar qualquer força excessiva. Não era muito fácil para Akemi ganhar na força bruta de um homem, ainda mais um Jounnin, mesmo assim fez sua parte, limpando as feridas conforme Naomi pediu. "Será que estou fazendo tudo certo?" Perguntava-se, parecia um pouco receosa, mas não temia o erro, sabia que se fizesse algo comprometedor, a mulher a corrigiria a fazer corretamente.

— P-pronto, já limpei o ferimento! — Estava lado a lado com a mulher, em frente a maca e o Jounnin. Movida pelo momento, Akemi ainda não tinha a mesma experiência da maior para conseguir, pensar nas possibilidades o que aconteceu ao Jounnin, além de cuidar do paciente.

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CH: 800/800 HP: 500/500 ST: 00/04

Seus procedimentos pareciam surgir efeitos positivos em sua execução, visto que os ferimentos estavam sendo limpos e ao mesmo tempo esterilizados graças ao álcool usado sobre a gaze. Uma pequena mesa de alumínio ao lado da maca era utilizada para lançar os panos repletos de sangue assim que não poderiam mais absorver o líquido vermelho das feridas, a Kunoichi estava fazendo o seu melhor, não poderia deixar de ser notado que seu esforço em não permitir que o paciente tivesse uma recaída. "Ele é meu primeiro paciente! Não posso deixar que ele morra!" pensou. Enquanto se concentrava na tarefa que Naomi havia passado anteriormente, pode ouvir a mulher mais velha lhe dizer algumas palavras. Ao vê-la passar algumas instruções, notou que alguns selos manuais eram citados por ela, uma sequência que era ensinada a jovenzinha de ultima hora, mas que não seria nada demais. Ao executar a sequência e realizar uma concentração precisa de Chakra, suas mãos atingiram o mesmo tom esverdeado através de uma aura de Chakra. Sem mais delongas, Akemi assumiu a posição da maior, que parecia continuar a procura por novas feridas, enquanto a Yuki parecia estava mantendo a concentração na altura do peito do homem, certificando-se que estava curando tudo. Pouco a pouco, pode ver que o homem não apresentava sinais de melhoria e que sua mestra parecia estar focando-se em outra técnica.

— Naomi-Senpai! Por que ele não melhora? — Questionava-a. Embora nenhuma resposta viesse dos lábios da maior, aquilo só poderia significar que algo estava sendo ignorado.

De fato era isso, ao ver Naomi executar uma outra técnica, Akemi pode vislumbrar suas artes curativas sendo aplicadas agora na perna ferida do homem. O líquido cristalino entrava através da ferida do Jounnin, mas não parecia só lavar, parecia procurar por objetos que danificassem o corpo do homem. Não demorou muito para que o olhar de Naomi fosse o sinal que Akemi aguardava para que soubesse que deveria se focar a ela juntamente no ferimento da perna para começarem a curar juntas a área. Foi o que a Chunnin fez, levando a mão ainda esmeraldina a área conforme a mestra dizia. A Yuki aguardava que tudo ocorresse bem, embora estava um pouco aflita em saber se conseguiriam salvar o Jounnin de seus machucados. A perca de sangue foi algo muito grande, pois até mesmo a tonalidade de sua pele havia ficado mais amarelada.

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CH: 800/800 HP: 500/500 ST: 00/04

Akemi tinha em mente que a situação seria decidida através daquele momento de cura entre as duas mulheres, sendo assim, só cessou ao ver que a Kunoichi mais velha terminou relaxando, com o movimento despreocupado de Naomi, a menor também parou o Jutsu, porém ainda estava mais aflita do que a adulta, pois não sabia se estava tudo bem. Ao ouvir a frase da mulher, um suspiro saiu dos lábios da Yuki, que felizmente não havia falhado em sua primeira atividade como Iryonin.

— Ainda bem que deu tudo certo. — Seu rosto corou completamente, a timidez deixava sua personalidade aflorar.

No mesmo instante, após relaxarem juntas, Akemi retirou o avental completamente sujo de sangue, cuidadosamente ela também tirou as luvas, jogando-as num cesto de lixo ali perto. Claramente mais a vontade com seus trajes de novo a mostra, a pequena também soltou os cabelos longos um pouco, desta vez, não deixando nem um fio preso, como outrora estava, quando preso em rabo de cavalo. "Bem, aparentemente acabou por enquanto, mas olha só quantas vítimas." Refletiu ao olhar em volta, suas mãos juntas estavam prostradas em frente aos seios, parecia apreensiva com o que viria a seguir. Vendo a mulher se afastar um pouco, a Chunnin a seguiu, queria saber o que fazer a seguir e foi quando a viu colocar sua bolsa de equipamentos, a bandana e o colete da folha, sabia que algo mais estaria por vir. Com a voz de Naomi lhe invadindo os ouvidos, a decisão e o timbre de voz por ela apresentados eram nítidos, ela estava determinada a trabalhar para capturar aquele que havia feito todo aquele problema acontecer. Quem seria a pessoa por trás do envenenamento do hospital? Por trás de tantos feridos e, principalmente, quem seria tão forte assim para vencer um Jounnin? Se tratando de curiosidade, a menina possuía um pouco, mas não poderia mentir para seus sentimentos, muito mais do que mera curiosidade, a Yuki tinha vontade de fazer justiça e provar a si mesma e, se o Hokage pudesse saber, que sua ida a Konoha não era em vão, ela queria ser aceita.

— Sim, estou disposta a te ajudar, sou uma... Ninja de Konoha, agora. — Ainda tinha receio, pois não se sentia em casa como ninja, fazia tanto tempo desde que não fazia uma missão em nome de Kirigakure que seu corpo parecia conter suas emoções.

De qualquer forma, a Chunnin certificou suas coisas dentro da bolsa presa a cintura, ajustou suas botas de cano alto em tom negro, acertou o vestido que trajava - que diga-se de passagem não estava vestida apropriadamente para uma missão de ultima hora - e aguardava a partida, juntamente de Naomi.

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CH: 800/800 HP: 500/500 ST: 00/04

Com sua confirmação, a Chunnin aceitou ir procurar o agressor a folha, certamente sabendo que poderia ter a chance de se provar como ninja de Konoha, afinal. Com alguns instantes, Naomi foi de encontro a menor, tendo em mãos duas máscaras que que as protegeriam de quaisquer toxinas transmissíveis pelo ar. Akemi pegou para si, uma das máscaras e a segurou em mãos com cuidado, para não danificá-la. Ao ouvir as instruções e observações de sua mestra na arte da técnica médica, a Yuki prestou muita atenção a cada mínimo detalhe. Com o balançar claro de sua cabeça, confirmando que estava entendendo tudo a respeito do que a mulher dizia, a menor parecia estar planejando algo, talvez inclusive revendo estratégias em sua mente. Dotada de uma personalidade muito boa, a pequenina não era do tipo que gostava de lutar, na verdade, em toda a sua vida, houveram pouquíssimas vezes que ela precisou de fato lutar com alguém, a mais marcante, com toda certeza era a batalha por sua vida, contra Sainan, uma criminosa que atacou Kiri e ela acabou tendo que eliminá-la. Aquela situação chegava a trazer a Akemi a mesma preocupação daquele dia, não gostava de machucas outras pessoas, mas se não ajudasse a parar o culpado por trás dos crimes, mais pessoas poderiam se ferir.

— Certo, Naomi-Senpai. Vamos tentar fazer de tudo pra capturar o culpado. — Confirmou as expectativas de sua professora.

Pouco tempo depois, ao partirem dali, Naomi e Akemi foram de encontro ao hospital, mas antes mesmo de enfim pudessem adentrar o local, pode-se ouvir uma forte explosão vinda do acampamento médico que estavam há instantes atrás. Infelizmente, algo estava acontecendo lá, talvez fosse novamente um ataque, mas movida pelo impulso, a Yuki moveu seu corpo para trás como se estivesse pronta para dar meia volta e iniciar uma corrida para seu ponto de partida anterior, mas não o fez. Naomi apresentava um estranho comportamento, que chegou a causar surpresa a menor. Vendo-a com falta de fôlego e prostrada de joelhos no chão, a Chunnin se curvou para frente no momento que agachava-se ao dobrar os joelhos. Com o movimento, seu vestido curto, acabou por subir ainda mais quatro dedos, o que a fez corar ao notar, mas não teve muito tempo para dar mais atenção a isso. Lembrou-se que inúmeras vezes a pequena passou por isso, fosse graças a fobia por sangue que desenvolveu quando ainda em Kiri, ou quando estava lidando com suas crises de pânico em consequência a lembrança de Nibi, o Bijuu que destruiu sua antiga vila natal. Em todos os casos, Akemi terminava por entrar em pânico e, mais do que ninguém, sabia que a melhor forma de superar isso, era lidando com o fato de quê para afogar o pânico, nada mais útil do que substitui-lo com outra emoção ainda mais forte.

— Naomi-Senpai! Eu não sei o que está acontecendo com você mas... — As mãos da Chunnin foram de encontro as da mulher, entrelaçando seus dedos para dar firmeza ao que aconteceria em breve. — Seus pacientes, seus amigos, sua vila precisa de você agora. Pense em quantas vidas você ainda pode salvar, pense em quantas famílias você pode salvar e impedir que se destruam... — A Chunnin ergueu-se e com um puxão forte tentava de alguma forma erguer o corpo da mulher, colocá-la em pé e acordada, com inclusive um tranco forte tentando fazer com que voltasse a realidade enquanto falava frases fortes e carregadas de emoção. — Pense em tudo aquilo  no que você considera importante e os motivos para não desistir! Agora vamos salvar vidas... AGORA! Ou tudo que acredita e fez até hoje, foi por uma coisa sem sentido e valor? — A Chunnin ordenou.

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CH: 712/800 HP: 500/500 ST: 01/04

Sem dúvidas, seu discurso parecia incentivar a garota a recobrar seus sentidos e a garra de outrora havia se perdido em meio ao pânico, sendo assim, se deu por satisfeita ao recobrar a postura ereta e ver que Naomi se levantava, agora mais sã e enxugando as lágrimas. "Eu realmente era desse mesmo jeito, não?" Embora mais jovem, Akemi se via na pele de sua professora naquele momento, havia crescido muito em termos de maturidade, não era a mesma criança de meses atrás, podia se considerar inclusive, que uma mulher vivia dentro daquele pequeno corpo infantil. Quando Naomi parecia disposta a começar a avançar com o plano, os olhos castanhos de sua discípula se arregalaram de surpresa. Nitidamente, das mangas de sua blusa, insetos começaram a voar no sentido do hospital, eram Kinkaichu, insetos exclusivos do Clã Aburame e, era a primeira vez que a ninja do gelo poderia contemplar aquele estilo. Num breve momento, Mordred havia dito que em Konoha existiam famílias com as mais distintas habilidades conhecidas e quando Akemi se deparasse com algumas delas, com certeza se impressionaria, de fato a Uchiha não havia mentido e por este motivo, podia-se afirmar graças a sua expressão e... Nojo. "Ai credo... Insetos... Naomi-Senpai... Que nojo!" Estava decretada a cena, os olhos da Chunnin que antes se arregalavam por surpresa, agora deram lugar a um olhar sem vida, de nojo, fortemente obstante a habilidade. Enfim, não queria ser ofensiva, por isso se conteve, felizmente não haviam tocado nela, pelo menos nenhum daqueles pequenos bichinhos de várias patinhas e asas... Ufa! Entretanto, mesmo que a cena pudesse ser até engraçada, vista de outros olhos, não demoraria muito para mudar de parâmetro. Com as instruções da Iryonin, a Yuki a respondeu de prontidão.

— O-ok... É bom que eles vão ao hospital... Hehe... — Coçou a nuca, aproveitando para disfarçar.

Em seguida, os momentos se transformaram, pois assim que as duas se preparavam para continuar o regresso ao acampamento, um corte horizontal brilhante surgiu, ferindo dolorosamente Naomi que estava a poucos passos de distância da Chunnin. Sem qualquer aviso, um ataque súbito e feroz deixou a mulher em desvantagem, ao lacerar seu corpo com uma lâmina na altura lateral da barriga. De imediato, a jovenzinha fez selos manuais, conjurando rapidamente uma imagem idêntica a sua. Com o Kage Bunshin surgindo ao seu lado, a original abaixou-se diante de Naomi, novamente executaria a técnica outrora passada pela Aburame, o tom verde em suas mãos vestiu suas mãos como luvas e foram levadas ao ferimento da mulher. Enquanto o corpo original executava a técnica restauradora, a réplica executava selos manuais, tais sendo determinantes nos instantes seguintes.

— Não vou deixar você para trás! — Alertou sua mestra, com determinação no olhar.

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CH: 712/800 HP: 500/500 ST: 02/04

Num dado momento, sua estratégia inicial era distrair a atenção do homem que, felizmente focou em seu clone, dando a Akemi tempo suficiente para conseguir terminar o primeiro passo da restauração do ferimento de Naomi, simultaneamente. Como o algoz, focou em sua réplica, mais do que depressa a Chunnin verdadeira se posicionou em frente a sua mestra, ainda agachada, colocou suas mãos em volta da cintura da mulher. Com a explosão do Bunshin, as informações por ele obtidas, viram ao corpo original, sendo assim, a ultima imagem vista pelo clone, sendo este o homem realizando um golpe através de adagas, Akemi pode saber que o homem estava naquela direção, por puro reflexo e instinto corporal  a Kunoichi usou de sua capacidade ágil e esguia para transformar o movimento de ataque do homem em vão. Com um salto rápido e com todas as forças de suas pernas, a Yuki levou consigo o corpo de sua aliada, evitando o golpe da explosão e também do golpe com a estranha arma portada, por aquele que se clamava como Stain. "Foi por pouco, se não fosse meus reflexos eu não poderia fugir." refletiu, após cessar seu Shunshin no Jutsu, ficando a uma distância segura. Estava a uma posição de vinte e cinco metros de onde a explosão venenosa se propagou, propositalmente a menina também estava contra o vento, ou seja, naturalmente a forma gasosa seria levada na direção oposta ao corpo da Chunnin e a aliada.

— Hei, Naomi-Senpai, você está bem? — Questionou.

Sabendo basicamente um pouco mais, graças ao aprendizado com o clone das sombras, a menor deduziu que suas habilidades corpóreas seriam facilmente anuladas pela capacidade de combate do homem, até o momento, ele parecia um exímio usuário de Taijutsu, com velocidade alta e uma técnica com espada muito perigosa, formando assim o pré-julgamento que a menina não teria condições de lutar com ele de igual para igual.

— Meu Taijutsu é horrível... — Analisou revelando a Naomi que possivelmente estaria em pé, visto que seus danos haviam sido curados pela Chunnin.

De toda forma, aproveitando que a ultima posição do homem havia sido revelada em seu golpe em conjunto a explosão, Akemi rapidamente levou a mão a bolsa ninja, lançando uma Kunai e uma tarja explosiva naquela posição, tentando explodir seu algoz enquanto a fumaça de veneno poderia encobrir o golpe.  A Yuki se mantinha alerta e esperava que Naomi estivesse em condições de se mover sozinha agora, pois caso o homem tornasse a atacar a investida da Chunnin, ambas deveriam se preparar para reagir.

Considerações:

Equipamentos:

❝ This is for long-forgotten
Light at the end of the world
Horizon crying
The tears he left behind long ago ❞

CH: 212/800 HP: 500/500 ST: 03/04

O que julgava que seria uma excelente investida, não passava de um novo fracasso, infelizmente seu ataque era completamente inutilizado. Mais que isso, seu corpo agora era alvo de uma nova investida, tão certa quanto a morte viria a todos algum dia, seu corpo preparava-se para mover-se em resposta ao algoz, entretanto não fora bem isso que aconteceu. Vendo que suas opções se restringiriam a unicamente a aceitar seu fim, o corpo da menina ficou imóvel ao ver a sombra dançante da folha prostrar-se diante de si. Naomi se lançava em uma ofensiva para livrar a Yuki do dano e, felizmente conseguiu, entretanto o destino não fazia nada além de pregar peças nas pessoas.

— Naomi... — Os olhos se encheram de lágrimas, mais uma vez vendo alguém lutar suas batalhas, tornando-a inútil.

A menor caiu de joelhos, suas forças não eram suficiente para sustentar seu corpo franzino, lembrava-se de seu passado enquanto as espadas se cruzavam em uma luta mortal, tendo em mente que o desfecho não seria outro a não ser a solidão. Entre o barulho de metal chocando-se com metal, o coração da menina batia cada vez mais lento, como se estivesse morrendo em sentimentos ruins e amargos. "Por que todos tem que lutar por mim?" tinha ciência que sua fraqueza era sua maldição, lembrava-se de seus dias no orfanato, quando apanhava dos mais velhos por ser muito fraca, lembrava-se de quase morrer para Nibi, mas Mordred a salvar sem querer de seu fim trágico, lembrava-se de Itsuki, Gennin com quem teve primeiro contato em Kirigakure e foi salva por este, em uma missão de nível C, lembrou-se do exame Chunnin, onde Takashi, o garoto de Kumo ajudou a moça a se tornar Chuunin, lembrou também de como Mako e Juuzou, Kage e assistente a olhavam como se ela não tivesse qualquer coisa a oferecer a não ser motivos para deboche e falsidade. Tudo conspirava e apontava para uma sensação tão fria que só Akemi podia sentir, mas que já chegava a aceitar. "Eu sou isso mesmo, fraca..." Afirmava várias vezes em pensamento, não importava o que acontecia, sentia que o que aconteceria a Naomi era a mesma coisa que aconteceria a todos que a Yuki considerava importante. E, a profecia se cumpria, ao ver o corpo da Aburame no chão e a voz do algoz se afastando, a menina rastejou até sua mestra. Como tentativa de tentar se sentir menos inútil ela concentrou novamente aquela técnica que havia aprendido com Naomi. Tentava de qualquer forma criar uma maneira de curar a mulher com todas as suas forças.

— Onegai... — Lágrimas corriam por seu rosto, caindo em Naomi, no buraco negro em seu estômago. — ... Não morra... Não morra!  ONEGAI! — Implorava.

Os ANBU que há pouco haviam chegado poderiam ver a menina socando o chão com os punhos e debruçando sobre o corpo da mulher, o rosto escondia-se entre os braços da Chunnin e o tórax de sua mestra. Vingança, talvez fosse isso que resumia os desejos de Akemi naquele instante. De qualquer forma, a menor tentou mais uma, duas, três vezes, até ficar quase completamente exausta recobrar os sentidos da mulher, se seria possível acontecer algum milagre, a hora era erra.

Considerações:

Equipamentos: