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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
Havilliard#3423
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nujabes.
Genin
a
a
"Quem era o meu pai?!" esta era uma pergunta que sempre pairava por minha cabeça quando tentava ter alguma lembrança dele. Contudo, em poucos instantes, minha cabeça doía bastante e me fazia esquecer das poucas imagens que tinha dele. Estava em uma aventura, dirigindo-me ao oeste. O vento esfriava cada vez mais. Aquilo era agradável, ainda mais para alguém que tinha medo de chamas como eu. Adentrava uma caverna. Os motivos de estar ali naquela viagem eram bem simples: buscar novas informações sobre meu progenitor. Seu nome era incerto, minha mãe alcoólatra resolvera nunca tocar no assunto novamente após ele ter nos deixado. As únicas coisas que sabia ao seu respeito eram a cor de seus olhos e cabelos e os brincos utilizados por ele, iguais aos meus.  

Ainda sobre a caverna, não era só um simples espaço enterrado profundamente na base de uma montanha. Tratava-se de um pub, uma espécie de bar, frequentado em grande maioria por ninjas renegados e viajantes cansados. Haviam seis mesas distribuídas pelo espaço, além do balcão do bar com cerca de seis cadeiras. A iluminação era pouca, o clima não era agradável e o cheiro era de vômito. Sentei-me mais próximo possível da saída, assim alguma brisa fresca poderia refrescar o mau cheiro do ambiente. No balcão, dois ninjas mascarados. Duas mesas depois da minha, um velho viajante de cabelos grisalhos, parecia abatido após um longo dia de trabalho. Tomava um copo d'água, esperava a coragem para perguntar ao dono do bar se ele possuía alguma informação sobre meu pai.
— Mais uma cerveja. — pediu o velho em um tom já aparentemente bêbado.
— Certo, senhor. — respondeu uma das garçonetes que estava ao lado do dono no balcão.

Ela serviu um chope amarelado com uma cor ótima, repleto de espuma na parte superior de uma caneca gigantesca. A menina de cabelos amarrados e trajada apropriadamente como uma garçonete andou ao velho segurando a caneca em uma mão e um prato de frios em outra. Observei aquela cena com frieza. Como toda boa criança, não sentia a menor vontade de experimentar álcool e coisas do gênero.
— Aqui está, senhor. — falou a garçonete deixando o prato e a caneca sobre a mesa do mais velho.
Ao agachar-se, no entanto, o grisalho não conseguiu conter os seus impulsos e tapeou a bunda da pobre moça com indelicadeza. O som que ecoou pelo espaço roubou a atenção de todos, estressando o dono que olhou para o forasteiro com uma intenção puramente assassina.
— Você! Saia do meu bar imediatamente! — esbravejou em fúria.
— Desculpa, senhor, esta não foi minha intenção. — tentou desculpar-se, muito embora se atrapalhasse com as palavras.

A situação se desenrolou enquanto eu bebia meu copo d'água. O dono chutou a bunda do homem para fora do bar e o deixou no relento, sofrendo com tanto frio. Naquele momento, um insight, uma epifania. Pensava se estava certo, mesmo diante de uma atitude grotesca, o velho ser punido daquela maneira. O que pensava, na verdade, é que aquele homem provavelmente não sobreviveria com a nevasca que logo viria. Todavia, ele cometeu um crime, assediar mulheres daquele modo não era nada educado de sua parte. Enquanto pensava sobre isso, meu copo d'água acabava e então me dei conta que nada daquilo me importava. Me levantei, indo em direção ao bar. Meus passos eram lentos, porém bem audíveis. O dono enxugava um copo enquanto a garçonete ainda limpava os destroços da recente confusão. Tomei um lugar em frente ao balcão, encarei o dono e pensei se ele seria capaz de sanar minhas dúvidas.
— Errr... Com licença.
— Diga, meu jovem. Espera, pela sua cara... — fez uma pausa dramática. — Você não é muito novo para estar aqui? Quero dizer, aonde está sua família? Você ao menos tem uma?
Dei uma risada, aquilo tudo era bem inusitado.
— Sim, senhor. Tenho sim uma família. A verdade é: busco pelo meu pai. Seu nome... Bem... Na verdade não o conheço. As únicas coisas que sei é que seus cabelos são vermelhos, assim como os meus. Você o conhece? Segundo minha mãe, nós temos a mesma cara, inclusive utilizamos até o mesmo brinco.

O homem olhou, por alguns instantes, fazendo uma cara de que talvez soubesse de quem se tratava.
— Agora que você falou... Realmente passou alguém com essas mesmas características. Aquele homem... Sim... Era ele... — parou de falar.
— Ele o que? Continue, por favor. — meu tom já ganhava emoção.
— Ele saiu daqui sem pagar sua conta. Sua presença, por si só, causou arrepios em todos os clientes deste estabelecimento. Ele emanava uma aura suja, parecia poder matar se qualquer um olhasse para ele de maneira diferente. Agora que falamos dele estou tendo até mesmo alguns calafrios.
Me distanciava do ninjas renegados por duas cadeiras. Seus braços se moveram, emanavam uma intenção bem característica de assassinos. O ataque veio, assim como previsto. Atacaram ao mesmo tempo, tentando surpreender-me. Contudo fui ainda mais ágil, contra golpeando com armas ninjas e mirando pontos vitais como suas cabeças. Fui bem sucedido na minha investida. Um deles caiu no chão já morto, enquanto o outro agonizava para a morte. Corri e o segurei pela gola da camiseta.
— Você, quem é e o que deseja? — perguntei de maneira séria.
— Você... — tossiu sangue. — Tem os mesmos olhos...

Coloquei a mão em seu pescoço, tentava sentir algum pulso, mas não mais havia algum. Ele estava definitivamente morto. Saquei minha carteira, paguei minha dívida com o dono do bar que exigiu a minha saída. O sangue espirrado pelo estabelecimento demoraria um bocado até ser finalmente limpo. Saí do bar não me sentindo derrotado, mas sim feliz com as informações que havia obtido. Uma aura assassina, esta era uma característica interessante, talvez mais pessoas conhecessem-o. Agora na tempestade, olhei para o lado e vi o velho bêbado, sofrendo diante de tanto frio. Suas roupas não condiziam com o clima, muito provavelmente morreria ali. Retirei o meu casaco e dei a ele.
— Vá. Corra. Sobreviva sozinho, você é um humano, certo?! O topo da cadeia alimentar, mostre a deus que você não morrerá de maneira tão patética, ainda mais após o seu papel dentro dali.

Caminhei na neve, buscava o desconhecido.
nujabes.
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Gestão de Fichas : https://www.narutorpgakatsuki.net/t84635-gf-ume
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@ Parabéns, Filler interessante.
Anonymous
nujabes.
Genin
a
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Com nove anos de idade o que poderia se esperar de uma criança? Que ela brincasse, ou treinasse o mais básico? Sim... Isso talvez fosse o esperado. Contudo, com ele nada disso era verdade. Uma criança como ele, diferentemente de todas as outras, treinava com o meu pai em um lugar mágico. O motivo de estar lá? Simples: seu pai, Mikihisa, sempre foi um homem em dia com suas habilidades ninja e físicas, muito embora nunca tenha se filiado a uma vila formalmente falando. O homem seguia uma linha mais militar, sendo rígido e doutrinário ao extremo. Apesar de tudo isso, acreditava que ele era sim um exemplo a ser seguido.

— Vamos, Yo, se você demorar demais Pa e Ma não ficarão nada felizes. Contei a eles que você é um garoto e tanto... Por favor, não me decepcione... — falou o mais velho preocupado com a sua criança.
— Calma, pai. Não há com o que se preocupar... Tudo vai dar certo... É só esperar e as coisas simplesmente seguirão seu fluxo... — contra argumentou o menino de uma maneira despreocupada.
O pai parecia fumaçar pelos ouvidos, tamanha era sua raiva. Sentindo um medo de ser repreendido, o menino finalmente terminou de se arrumar para dar início a viagem com seu pai. Seu destino mágico não poderia ser outro, senão o Monte Myoboku. Esta era a primeira vez que Yo iria para aquele lugar. Seu coração sentia um mix de sensações, transitando entre empolgação e medo da impressão dos habitantes daquele local. Apesar de saber que lá sapos habitavam, perguntava como eram, seus tamanhos e poderes.
— Sabe, pai, você nunca me falou muito sobre o monte. — iniciou uma conversa enquanto saíam de casa.
— Yo!!! Não esqueça de levar seu almoço!!! — gritou sua mãe da cozinha trazendo a refeição em mãos.
— Obrigado, mãe! Não sei se voltarei inteiro para aproveitar outra refeição maravilhosa como esta, então comerei ela bem devagar.
Todos gargalharam com a piada do menino. Ainda que completamente diferentes, seus momentos de família traduziam bem o quão felizes eram. No fim, pai e filho partiram rumo ao desconhecido.

Eles saíram do País da Terra numa manhã de segunda-feira. Estavam no inverno, em um clima pouco rigoroso.
— Pai... Você ainda não me falou nada sobre aquele lugar...
— Não há nada a ser dito, filho. O monte é um lugar sagrado repleto de criaturas honrosas e de poderes inimagináveis. Por favor, comporte-se enquanto estiver lá.
O jovem parecia não entender o motivo de tanto preciosismo sobre aquele lugar. Olhei para o céu, vi nuvens esparsas e perguntei-me quando poderia simplesmente deitar no chão e deixar-se levar através do tempo... Tranquilo... Sereno...
— Cuidado, Yo, não fique distraído por aqui. Esta é uma vila perigosa, repleta de bandidos e vagabundos. Seria horrível se acontecesse alguma coisa a você.
O pai, apesar de rígido, parecia demonstrar uma grande preocupação por seu filho, o que demonstrava, definitivamente, o quanto o amava.
— Certo, pai...

A viagem pelas montanhas não seria de fato tranquila. E isso já era esperado. Antes de irem para o monte, pai e filho treinariam. Não sabiam ainda que o fariam, na verdade. Moviam-se a passos inaudíveis, estavam provavelmente na parte mais perigosa daquele lugar. Em um terreno de declives e aclives ingrimes, qualquer passo em falso poderia ser mortal. A situação gerava um clima tenso, notável. O suor escorria da testa da criança, escorria por todo o seu rosto e banhava o seu corpo mostrando o quão nervoso estava. O pai não poderia dar mais dicas, falar poderia ser mortal naquele lugar. Assassinos habilidosos poderiam ouvir o menor dos sons a quilômetros de distância. Como indicava o clima, a desgraça aconteceu. Por mais bem treinado que fosse, não detinha grandes habilidades de escalada, ainda. Seu pé escorregava e ele caía.
— Yo!!!!!!!! — gritou o pai em desespero.

Estava em cada livre. O pai tentou agir, recuperá-lo, mas em vão. A queda finalmente cessou quanto encontrou entre ele e o chão uma raiz. Agarrou-se como se sua vida dependesse disso. E de fato dependia. Fez força, contudo parecia que não aguentaria por muito tempo. Mikihisa não foi bobo, deu o seu máximo e capturou o jovem em seus braços. O menino estava a salvo; não por muito tempo. O pai já sabia que: depois daquilo, muitos assassinos se aproximariam. No entanto, não mais os temia. Pensava naquela oportunidade como uma possibilidade de treinar o seu filho em situações reais. Atitude nada ortodoxa a do mais velho, permitir que seu filho lutasse contra homens bem mais velhos e poderosos. No entanto, seria efetivo como nenhum outro método de treinamento.
— Prepare-se, Yo. Eles estão vindo. — alertou com um sorriso no rosto.
— O-okay... — rebateu sem saber o que esperar.
— Aqui, pegue. Talvez isto lhe sirva de alguma coisa... — jogou uma espada ao garoto. Uma Token.

O menino não sabia como utilizar aquele artefato, no entanto tentaria, de todo modo, afinal aquela era sua única chance de continuar vivo por ali. Alguns instantes se passaram e três homens surgiram. Estavam desarmados, ou pelo menos era isso que parecia. Vestiam-se dos pés a cabeça com roupas negras, eram altos e possuíam rostos desfigurados. Suas aparências, por si só, já conseguiam causar terro. O menino empunhou a espada, parecia não temer a presença daqueles homens.
— Ei, vejam só! Aquele coroa deu uma espada pro menino e vai deixar ele lutar sozinho. Coitado, garoto, parece que o seu velho fadou você a morte. — gargalhou o que parecia ser o líder deles.
— Yo, este é o momento. Aprenda por si só como balançar esta arma e não deixe que esses homens o mate.
— E eu só queria curtir um pouco as nuvens...

O menino parecia não saber o que fazer com aquela lâmina, no início. No entanto, aquela batalha não seria tão simples e rápida. Apesar de não saber balançar sua arma, sabia muito bem como se defender. Permaneceu naquela estância, por um longo período de tempo, mantendo-se apenas na defensiva. Os homens, pouco a pouco, ficavam mais estressados.

A batalha perdurou por dias, muito além do que qualquer previsão otimista. O menino desenvolvia suas habilidades com a espada de maneira exponencial. No fim, tornou-se alguém que parecia mais um perito armamentista. Com a lâmina virada do lado inverso, abateu todos os adversários apenas fazendo-os desmaiar. Matar não era muito sua praia, muito embora aqueles fossem inimigos cruéis.
— Sabe, Yo, você é uma figura bem curiosa. — falou o pai após dias observando o seu filho lutar sem nenhum descanso.
O menino, no fim, atirou-se contra o chão e ficou apenas olhando as nuvens até finalmente cair no sono.

Seu pai levou seu corpo, era hora de dar continuidade a aventura.
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Genin
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Costelas fraturadas, tornozelo torcido e cortes por todo o corpo. Estas foram as recompensas do jovem Asakura provenientes de uma batalha atroz. Em contrapartida, adquiriu um dos conhecimentos que provavelmente carregaria por toda a vida: a habilidade com uma lâmina, uma espada. Na verdade, havia se tornado um íntimo da arma, tornou-se amante e confidente.

A aventura continuou. Andaram por mais algumas horas em um terreno tortuoso, centenas de aclives e declives com o corpo completamente abatido, essa era hora de colocar seu corpo à prova. Seus pés se moviam de maneira vagarosa e sua respiração parecia cada vez mais pesada. O que fazia uma criança como aquela continuar? Preguiçosa e indisciplinada, como conseguia encontrar forças para continuar? Ainda mais tendo um pai tão rigoroso sempre pressionando-a ao máximo? Por que simplesmente não desistia de uma vez? O motivo poderia parecer banal, porém para ele não era bem assim. Visto por seus olhos, suas metas não poderiam ser diferentes. Tornar-se o maior dos Tsuchikages, esse era o seu maior sonho. O motivo não interessava, apenas aquela chama inapagável de seu coração sim. O pai olhava para o filho orgulhoso de tanto esforço, entretanto sabia que só esforço não adiantaria. Se o filho quisesse realmente herdar uma posição alta no vilarejo, deveria merecê-lo por suas habilidades. Consoante seus pensamentos, ensinaria-lhe a maior das técnicas shinobis, ou pelo menos assim acreditava ser.

— Rápido, Yo! Você demorou demais para derrotar aqueles assassinos. Pa e Ma devem estar em chamas de tanta espera... — apressou-se.
— Certo... pai... — falou com dificuldades.
Dor inimaginável percorria o seu corpo. Difícil acreditar que um jovem como aquele poderia suportar tantas avariações físicas somente de uma vez. Entretanto, o poder encarnado pelo desejo do garoto não poderia ser subestimado de nenhuma forma. Aquele poder angariaria posições mais elevadas sem a menor sombra de dúvidas.

Horas de caminhada chegaram ao fim. O pai gesticulou com as mãos, indicando o fim do trajeto. O garoto atirou-se contra o chão rochoso de pronto. Por sorte, algumas pequenas gramíneas amorteceram sua queda. O menino observava o céu e a rotação da terra, pensando quando retornaria saturno e seu bem-estar. Estavam diante de um pequeno casebre feito à mão com madeira. Pregos enferrujados e o cheiro davam a entender que aquele imóvel estava ali por, pelo menos, uma centena de anos. A criança virou o seu rosto, passava a observar a construção enquanto seu pai checava as condições do local. Um homem de muita cautela, preciso em seus movimentos, alguém que sempre agia com desconfiança de tudo e todos. Não encontrou nada senão um ninho de ratos. Concentrou chakra de fogo nas mãos e exterminou a praga. O filho não presenciou aquela atitude, talvez a desaprovasse.
— Está na hora, Yo. Venha para dentro imediatamente. — ordenou com tom rigoroso.
— Estou indo. — respondeu tranquilamente.
Ergueu-se do chão e sentiu a dor do que realmente teria sido a última batalha. Seu abdome latejou uma dor que ressoou por todo o corpo, atravessando os limites do aceitável. Cerrou seu rosto, uma maneira de esquecer, e continuou a andar. Entrou dentro da casa e sentiu um cheiro de podre, muito embora estivesse sentindo dor demais para se importar com aquilo.

— Certo, sente aqui. — pediu enquanto indicava onde iria se sentar.
— Ok...
Seus braços serviram de apoio, enquanto se esgueirava pelo chão e cruzava as pernas ao centro do que seria o único cômodo do lugar. O homem também fez o mesmo, apesar de não ter a menor dificuldade de fazê-lo.
— Está na hora de conhecê-los. Por favor, fique calado a todo momento, os senhores do Monte Myoboku são criaturas sagradas, seus poderes vão muito além da mera compreensão mundana que sua mente infantil pode desenvolver.
Escutar aquilo fez sua mente viajar. Perguntava-se que tipo de seres encontraria naquele lugar. Seu coração palpitava com a força de um touro, agravando ainda mais as dores do seu corpo. O mais velho tomou os preparativos para si e acertou o chão com três batidas pausadas entre si. "Toc... Toc... Toc..." ecoou de maneira seca. Em instantes o corpo de ambos fora sugado em um vórtice. A consciência não foi capaz de descrever o que acontecia. Encontravam-se em outro lugar, de uma hora para outra. Uma fumaça rondeava seus corpos, não dando a entender o porquê de estar ali, ao menos o mais novo não o sabia.

— Sabe, Pa, Mikihisa trouxe alguém muito fraco desta vez. — soou a voz rouca um tanto quanto feminilizada, muito embora fosse claro ser uma voz um tanto quanto diferente.
— Ma... É uma criança, veja. — complementou uma outra voz igualmente rouca, porém, desta vez, mais masculina.
O coração disparou. A fumaça se esvaía e o menino começava a enxergar a silhueta das criaturas. "Pequenas" pensou inicialmente. Finalmente a visão estava livre de qualquer empecilho. Visualizou as figuras e pareceu não entender o medo do seu pai.
— Qual o seu nome, garoto? — questionou a figura feminina.
— O nome dele é Yo, Ma. Ele é o meu...
— Calado, seu insolente. — interrompeu Pa. — Ma não perguntou nada a você. Falamos com o menino, desde quando aprendeu a se tornar tão mal educado?
— Desculpem-me...
— Meu nome é Yo. E vocês devem ser Pa e Ma, ouvi diversas histórias sobre vocês...
— Histórias? Se contadas pelo Mikihisa com certeza são mentiras. Certo, Ma?
— Sem dúvidas, Pa. Não sei o que fizemos para merecer um servo tão insolente quanto esse.
A mente juvenil não sabia como proceder. Processar tanta informação ao mesmo tempo era um trabalho árduo para ele.

— Com licença, senhores. — falou o garoto tomando cuidado para não parecer grosso. — Meu maior desejo é o de me tornar, um dia quem sabe, o maior Tsuchikage de todos. Provavelmente este foi o motivo de ter vindo até aqui.
— Yo...
O pai parecia preocupado com a reação dos anfíbios sagrados.
— Moleque... Parece que esse moleque possui a mesma insolência do pai, Pa...
— Sim, Ma. Será que ele realmente está preparado para aprender mais sobre o nosso sagrado Monte?
— É difícil decidir. Não sinto a menor vontade de ensiná-lo.

O jovem Asakura estava agora em uma encruzilhada. Suas palavras afastaram o interesse das criaturas. O que poderia fazer para recuperar-se do mal entendido?
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A sabedoria adormecida
na palavra escrita
é dominada pelo desespero
que nela se esconde


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Genin
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Aceitar-se, depois de ter uma mudança corporal tão abrupta, parecia tratar-se do seu novo desafio. O primeiro deles foi registrar, junto ao quartel general, sua nova identidade e ficha ninja. Nele cadastrou informações relevantes e atualizou a foto de seu perfil. Durante a mudança, a atendente deu uma risada, parecia querer caçoar da mudança, muito embora também demonstrasse certa confusão com a nova identidade. Introspectivo, brincou com os dedos e simplesmente deixou que o tempo passasse.
— Você é mesmo Uzumaki Denmo? — não suportou e acabou por questionar.
— Sim, parece um conto de fadas, mas esta é a realidade. O meu corpo sofreu uma profunda transformação. — replicou tentando afastar qualquer suspeita para perto de si.
— E o que aconteceu? Veja estas duas fotos, parecem duas pessoas completamente diferentes. Não estou querendo interrogá-lo aqui, porém há de advir que esta é uma mudança e tanta...
— Eu concordo plenamente, senhora. É como expliquei desde a hora que cheguei aqui, meu pai, Uzumaki Gaho, foi o responsável por reavivar genes adormecidos em meu corpo. Ele mandou uma carta informando o ocorrido, não foi? Por que vocês continuam a duvidar de minha história? — aborreceu-se.
— Perdão, senhor. Eu sou apenas uma atendente de poucas habilidades, não estou tão habituada a esse tipo de procedimento. Que seja, aqui está a sua nova ficha ninja. — entregou-lhe o comprovante.

Saiu do gabinete e andou em direção ao prédio mais alto do vilarejo, um lugar uno onde pudesse observar as nuvens formarem figuras imagéticas das mais diversas vendo-as de cima. Acalmou o seu coração, enfrentava péssimos momentos em relação a reconhecer sua própria identidade. Cansado de tanto pensar, acabou cochilando no parapeito do arranha-céu. Profundo, teve tempo de sobra, permitindo-lhe o sonho. Diferente de sonhos belos, um pesadelo horrendo. Corria de sua própria barriga que queria devorá-lo com dentes gigantescos e uma feição maquiavélica. Estava tudo escuro, ninguém poderia ouvi-lo e não tinha qualquer força em tentativa de resistir a aproximação. Quando finalmente engolido, acordou.
— Droga, isso foi só um sonho. — resmungou enquanto com a mão segurando o rosto. — Isso precisa acabar, por qual motivo eu me sinto tão mal com os novos ares de minha aparência? Eu nunca fui um cara que desse importância para esse tipo de coisa... Alguma coisa acontece com meu coração... — prostrou-se.
Virou a cabeça às quatro direções. Levantou-se e finalmente desceu do edifício. Deu de encontro com o centro da vila, lugar onde tinha prazer de dar continuidade ao seu ócio improdutivo. Sentado ao banco da praça, observava o vai e vem de pessoas sem qualquer sentido, pareciam estar sempre atrasadas para algo importante. Estudou-as e percebeu que as imperfeições visuais estavam presentes em todos. Alegrou-se.

Nem todo humano tinha empatia e respeito pelo próximo. Um dos transeuntes resolveu provocar o pobre Denmo. Aproximou-se dele e caçoou de sua fisionomia. Parecia ser um ninja de alta patente. Procurou ignorá-lo, no entanto há coisas que simplesmente não podem ser ignoradas com facilidade. O homem continuou a importuná-lo, até finalmente o jovem Tokubetsu avançar na sua direção. Aplicou-lhe um tapa no rosto e o enviou três metros na direção da rua. Chamou a atenção de todos que passavam por ali. Não compreendiam o motivo de tanta violência e se muniram de sentenças de pouco teor produtivo enviando-as na direção do pobre rapaz. Estava perdido e acabou por sair do local. Nunca recebera qualquer braço amigo em seu apoio, por mais obediente que fosse à vila. Pensava estar seguindo o caminho errado. No fim, isolou-se no mais profundo dos arredores, em meio as montanhas. Assistia o sair da lua, o resplandecer do céu estrelado. Chorava, não por ser importunado ou sequer por não ter grandes amigos, chorava por não ter tido sequer a oportunidade de conversar.

Depois de tanto lamento, resolveu finalmente sair daquele local e tirar algum tempo destinado ao lanche. As novidades hormonais não deixavam de causar-lhe fome. Enquanto andava, pôde escutar passos em sua direção. Estava cercado, supôs. Alguns segundos se passaram e confirmou, uma grande quantidade de shinobis trajando diversas máscaras e de sobretudos pretos cercavam-o. Pelo que contou, havia um mínimo de trinta.
— Uzumaki Denmo? — interrogou um dos ninjas.
— O que querem, seus malditos?
— Você morrerá hoje. A honra da família Shima foi exposta hoje à tarde no centro do vilarejo. A sua vida está sob nossas mãos.
Pensava o motivo de estarem aqueles homens ali. O nome "Shima" não lhe lembrava nada, com exceção da missão que o trouxe ao cargo de Tokujo. Depois de muito buscar, relembrou-se do episódio onde acertou o homem com um grande tapa. Não acreditava no reflexo e proporção que aquela atitude havia tomado.

No quesito números eles tinham a plena vantagem, no entanto não desistiria ainda. Determinou-se a derrotar aqueles impiedosos adversários que logo assumiram uma postura ofensiva. O primeiro deles avançou, tentou acertar uma sequência de socos que foram devidamente defendidos pelas mãos nuas do rapaz. Amontoavam-se, criando um perímetro de disputa corporal. De um, agora eram três. Performavam golpes físicos diversos. Sua nova fisionomia o impedia de desviar com perfeição. Além disso, estava distante de suas lâminas pessoais, se é que ainda soubesse como utilizá-las perfeitamente. Acabou sendo alvejado por alguns ataques, cedendo de joelhos ao chão e logo após caindo de cabeça contra o chão. O pé de um deles pressionou sua cabeça, desdenhava de sua força.
— E pensar ser esta a força de um ninja de elite do vilarejo. Simplesmente patético. — manifestou em timbre firme, rouco.
— Droga... Eu não posso morrer aqui. — externou recheado em determinação. — Vocês... Vocês que andam com gente como aquela, o lugar de vocês no mundo simplesmente não existe. Se querem mesmo defender um importunador, que o façam. Saibam, no entanto que Kumogakure não é feita de ninjas fracos.
— É engraçado você falar isso dessa posição, seu gordinho. — riu enquanto afundava ainda mais o pé na cabeça do garoto. — Morra de uma vez... — sacou uma lâmina e a moveu na direção das suas costas.

A arma parecia viajar em câmera lenta. Enquanto sentia o gostinho da morte aproximar-se de si, eriçou sua energia e tornou-se um gigante. Esbravejava poder e força, realçando-os na aparência de asas de borboleta às suas costas.
— Eu vos alertei. Agora enfrentem a ira de Uzumaki Denmo. — anunciou varrendo montanhas e inimigos com um único chute.
A força colossal parecia ser incontrolável, em um único movimento havia exterminado cerca de metade do grupo. O restante dos ninjas pareciam estar temerosos ante o revés incalculável que aquela batalha acabava de se tornar.
— Desistam de fugir. Esta é a sepultura de vocês, rezem desde já aos deuses e quem sabe eles tenham alguma piedade de suas almas. — proferiu em desgosto.
Prosseguiu com aquele massacre que, em alguns segundos, tornava-se um banho de sangue.

Durante o combate, acabou por perceber os novos pontos onde sua força parecia falhar. Pensou estar perfeitamente bem, mas esse não era o caso. Guiou suas pernas em direção a sua casa, precisava reter o conhecimento perdido após o procedimento de reativação dos genes. Chegou em casa rapidamente, afinal tinha se tornado um tanto quanto esbelto e sua agilidade havia se acentuado. Dentro de seu quarto, procurou na estante e encontrou: um pergaminho contendo conhecimentos anatômicos avançados. Não entendia bem o porquê, mas pensava ter esquecido daquilo por completo depois de sua cirurgia. Desenrolou o papiro e passou a lê-lo, durante horas.

Alguns dias se passaram completamente focados a tão somente ler. Realizando paradas pontuais para nutrir-se e apenas isso. O conhecimento, apesar de tudo, tratava-se de uma bênção. Quanto mais se aplicava, maior era o seu retorno. Aos poucos reavivou todo o aprendizado e recordou tudo aquilo que sabia no passado. Conhecia o corpo bem como a palma da sua mão novamente. Ainda sim, era um completo incapaz na arte médica. Desconhecia o motivo por inteiro, mas tinha algumas dicas sobre o controle de seu chakra. Pensava estar ali o motivo, muito embora não desse mais tanta importância.

Tudo o que queria agora era vadiar.
Aprendi conhecimentos anatômicos (1)
nujabes.
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