O redor do mundo parecia pequeno para meus pensamentos. Era noite e ventava muito em minha vila, ventava tanto que os ventos uivavam mais altos que os mais bravos lobos das pequenas florestas residentes. A sociedade em que vivo não me aceita muito bem; não que isso importe em alguma coisa, já aprendi a superar. A vila em si parece a maior do mundo, a mais brusca, aquelas rochas gigantes em volta das entradas e saídas importantes, eram assustadoras. Me encontrava solitária e vazia, sentada no topo de uma dessas rochas, apenas observando e sentindo o vento. Era incrível! toda aquela hesitação do momento, apesar de não estar acontecendo nada, o céu me respondia com desenhos das estrelas. Esplendoroso. Nem tudo é amor, disso todos nós sabemos. Cambaleei sobre a rocha e quase me aventurei em outro mundo. — Que alívio! — respirei fundo. O pior de tudo não foi quase cair, foi a lembrança da sensação do medo, pavor e terror de não sentir-se bem ao gritar por ajuda. Relutei contra aquele sentimento mas foi em vão. Com a cabeça baixa, deixando o vento bater sobre a nuca e balançar meus curtos cabelos de cor de madeira, lutava contra o isqueiro na intenção de acende-lo e tacar fogo em meu cigarro, meu fiel escudeiro. Tragava à morte e logo soltava a vida. Sabia que aquilo acabaria com minha vida aos poucos, porém, eu mesma queria isto. Que mal tem querer, algumas vezes, adiantar o dia da sua morte? E distante do mundo naquele momento, algumas lágrimas se confundiam com a garoa que ora começava a cair e ora parava. Drama do tempo não me deixar fumar.
O estranho realmente que: apesar de jovem, sempre desejei à morte e lutava para isso acontecer. Nunca vivi uma época boa comigo mesmo, não era culpa das pessoas, era culpa minha, do meu corpo, da minha cabeça, da minha ''doença''. — Saudades de você, mãe [...] — disse em meios sussurros e voz tremula. Dizem que a materialização do seus desejos, se relacionados aos seus entes queridos, tornavam-se realidade. De fato, pude observar com meus próprios olhos. Mantive-os bem arregalados daquela situação enquanto um feixe de luz intensa e amarela surgia no meio do nada; não tão longe do chão e nem tão perto do céu. — Bjorn...Bjorn...Bjorn... — Aquela voz suave e doce recitava meu nome como poesia. Mas pera lá! essa voz é conhecida, me faz lembrar algo. Que estranho! Como uma gota caindo no enorme oceano, uma lembrança distante da minha mãe surgia.Abraçada nos braços dela, enquanto ela me girava, girava e girava pelos ares. Somente sorrisos, nada de lágrimas. — Seja quem você deseja ser, filho. — E neste instante, apenas essas palavras surgiam em meu sub-consciente. E lá no fundo do meu coração parecia acender uma chama inapagável, uma chama chamada: amor. Não seria qualquer amor, seria o amor próprio, o amor de seguir o conselho da minha mãe e seguir em diante não importando as consequência; decidi lutar. Sem muito festanejar levantei-me e fui embora, com um sorriso no rosto de como se tivesse entendido o recado da minha senhora. Sabia que enfrentar o mundo não seria uma tarefa fácil, mas querendo provar meu valor independente das minhas escolhas, eu teria que ser não uma, mas duas vezes melhor que os demais.
Decidida e dedicada a somente voltar para casa com um treinamento efetuado e bem executado, comecei. Nessa altura do campeonato, já sabia minhas habilidades especiais e aonde focar em meu treinamento; Ninjutsu! Precisava elevar a qualquer custo minhas habilidades nesta modalidade e me destacar dos demais. Com os conhecimentos sobre minha Kekkei Genkai voltei a sentar e meditei. Em primórdios fora muito difícil, mas em alguns minutos consegui o que desejava. Concentrei-me ao ponto de me ''solidificar '' com o ambiente, tornando-me um só com a natureza, naquele instante eu podia sentir tudo. O vento que percorria sobre minha pela, a grama que balançava como se estivesse dançando e chacoalhava os pelos de minha perna, as ondas do mar socando o rocheado e degradando o local. Tudo! Uma intensa liberação de energia conhecida como: chakra, foi ressoando sobre meu corpo de forma intencional e formando cristais de cor negra. De primeira cobria uma parte enorme do local e não parava de crescer em diâmetro. Logo me encontrava sem forças para manter minha concentração e continuar a produzir cristais, neste momento era muito provável que estivesse sem chakra. Meu corpo já não aguentava mais ereto e sucumbia com os fortes ventos, minha coloração já era pálida. Mas minha mente não, mantinha-me firme e aguentando até onde dava. Em instante pude ver a morte de perto, no alto daquele penhasco, desmaiei. Numa altura absurda meu corpo era arremessado e caía como uma fruta podre. Sem reservas de energia, eu me mantinha acordada, mas não conseguia ergue-se e naquele momento o filme da minha vida começou a passar, Em minha cabeça aquilo tudo era muito rápido e no mundo real não passava sequer um segundo. E novamente vieram aquelas palavras da minha mãe e a vontade de viver voltou.
Como a fênix, nos livros de mitologia grega, ressurgi das cinzas, num repulso a morte meu corpo e minha cabeça começaram a mexer-se sozinhos, quase contra minha vontade, e liberavam uma quantidade absurda de cristais que impediam minha queda e erguiam-me colocando sobre o local de origem de treinamento, parecia que não havia treinado nada, estava completa e só um pouco exausta. Decidi por voltar pra casa e descansar.
HP: 200/200
Chakra: 1/200
Treinamento: +2 em Ninjutsu