Acubens tinha se formado na academia há alguns dias, uma sensação interessante que nunca havia sentido em treze anos de descontentamento. Atingiu o primeiro passo de seu sonho e seu caminho a trilhar teria muitos degraus antes de chegar em um alto nível a ponto de ser reconhecido por seus atos. Para chegar lá, no entanto, o caminho que ele deveria trilhar seria pedregoso, cheio de obstáculos que destruiria com muito gosto; o primeiro passo havia sido dado.

O segundo passo somente seria dado a partir de seu treinamento, para isso foi até o campo de treinamentos a fim de praticar as habilidades que havia se destacado na academia: ilusões. Em sua libertação crua, elas seriam o suficiente para que ele avançasse nessa arte, somente se praticasse um pouquinho diariamente. Para sua surpresa, havia uma pessoa importante, vital no que se diz respeito as suas aspirações, seu pai adotivo Al Tarf, que aparentemente o estava esperando para começaren a treinar, como ele lhe havia prometido há algum tempo.

– E aí, velho. – Cumprimentou seu pai, como de costume.

– Meça as palavras, Acubens. – Sorriu com um tom de repreendimento.

– Foi mal. – Respondeu Acubens com uma breve risada.

– Seu treinamento de hoje será um pouco mais intenso, já que está um patamar acima. – Explicou.

O jovem se aprontou em uma posição na qual seu pai saberia que ele estaria preparado para o início do treinamento. O que era inesperado é que sem ele saber, já estava em treinamento, bastou um movimento dos dedos de Al Tarf e tocar na testa do garoto para que percebesse. Acubens começou a se sentir zonzo, como se sua mente se distanciasse da realidade, e logo entendeu que tudo se passava de uma ilusão de seu pai e mestre, tudo se confirmou quando o mundo a sua volta enegreceu e a figura do jounin se projetou a sua frente quase que miraculosamente.

– Seu treinamento para hoje será sair desta ilusão criada por mim. – Revelou Al Tarf. – Acubens, esta é uma ilusão de nível C, acima daquelas que está acostumado a treinar. – Completou.

– Moleza. – Respondeu Acubens desanimado.

O que o jovem deveria fazer era se utilizar dos conhecimentos adquiridos durante sua vida na academia somado aos treinamentos extras que foi submetido por seu mentor e somá-los em um só. Acubens sabia a resposta para a resolução de seu treinamento, o primeiro como genin, a interferencia de chakra interna, causar um distúrbio no fluxo de chakra que mantém a ilusão e assim quebrá-la. A teoria era mais fácil do que a prática, por mais que se concentrasse, o jovem buscava o ponto exato para cortar a ilusão, somente um pouco mais e liberou um fluxo de chakra suficiente para dissipar a escuridão juntamente da imagem de Al Tarf.

No fim das contas, a presença de seu pai ali era uma mera ilusão criada pelo próprio jounin, por um momento Acubens esqueceu que seu professor estava fora em uma missão de retorno indeterminado. A lembrança o deixou um pouco cabisbaixo, mas levantou a cabeça e voltou a treinar, havia muito a ser feito.

Considerações:

Mesmo que tenha treinado genjutsu e já se sentisse um pouco mais superior e entendido no que diz respeito a sua principal arte ninja, porém em sua mente, não seria o suficiente para atingir seus objetivos e por isso decidiu aprender algo que não conhecia muito a respeito, o shurikenjutsu, a arte de transformar simples shuriken em um estilo de combate letal.

Para isso, o jovem Acubens se dirigiu ao quartel general da folha e solicitou alguns equipamentos de treinamento, ele os devolveria no fim do dia. Algumas shuriken e fios de nylon eram julgados necessários para o treinamento ter sua máxima efetividade, logo, o campo de sua última atividade tornou-se seu templo para aprendizado mais uma vez.

Em seu lugar de maior tempo de estadia, o garoto amarrou fios de nylon nas shuriken e começou a movimentá-las contra alguns alvos que estavam presente no campo de treinamentos. Acubens pode perceber que sua maestria não era suficiente para atingir suas ambições, ele deveria melhorar isso a partir do aprimoramento de sua memória muscular junto de conhecimentos básicos, como o efeito que a shuriken tem no ar dependendo da força aplicada, etc.

Não demorou muito até que o jovem entendesse como funciona a física da shuriken, tanto a força necessária para manipulá-la com maestria através dos fios de nylon, quanto a distância que se aplicará o golpe. No entanto, nem sempre os fios de nylon estarão disponíveis, pois são finitos e até mesmo podem ser considerados frágeis; por isso, Acubens decidiu por aprender a fazer manobras com as shuriken a partir do choque de uma na outra, para mudar seu curso e surpreender o inimigo.

Para realizar tal aprendizado, o garoto posicionou alvos atrás das árvores presentes no campo de treinamento, pois assim ele aprenderia também a "enxergar" seus alvos através dos objetos. As primeiras tentativas foram completamente falhas, em uma delas, se não fosse uma árvore que projetara um galho a frente do curso das armas de arremesso, acertaria a cabeça de uma ave. Persistente, Acubens estava decidido a mostrar a Al Tarf, seu pai adotivo, que conseguiria evoluir sem ele. Diversas tentativas depois, ele passara a perceber como as shurikens se portavam no ar sem o controle de um fio, e portanto, suas habilidades evoluíam com o tempo e conforme mais treinava, mais os resultados eram precisos, até que começou a acertar continuamente os alvos que tinha designado.

Acubens estava exausto após um dia de treinamento intenso, não havia parado nem mesmo para comer uma migalha ou tomar uma gota de água, caiu no chão e permaneceu ali por algumas horas, olhando para o céu estrelado, cuja estrela que mais lhe chamava a atenção era aquela que lhe dava nome. A estrela alfa da constelação de sekishiki, Acubens.

Considerações:

Um dia exaustivo mereceu um bom tempo de descanso após a volta da última missão. O genin ranzinza refletia sobre seu dia e percebeu que em todas as suas missões realizadas, não pode utilizar de nenhuma técnica, já que as ilusões precisariam de maior maestria para que pudesse aplicar sem problemas, então havia decidido trilhar um caminho junto com o das ilusões, tornar-se um ninja mais completo. Ele decidiu trilhar o caminho do ninjutsu.

Para se tornar um iniciado no ninjutsu, ele se dirigiu até a biblioteca da vila, onde procurou por livros que ensinavam sobre o controle do ninjutsu, tais como o que é o ninjutsu, técnicas para melhorar o controle de chakra, fluxo de chakra, história do ninjutsu, elementos, etc. A vastidão de conhecimento acerca do ninjutsu coletada por Acubens ao ler todos os livros fora imensa, em sua cabeça vinham imagens de como imaginava ser o Rikudou Sennin e seus filhos, os primeiros usuários da técnica ninja mais comum dentre todas. No entanto, ler não faria com que avançasse, para iniciar nesta arte ninja, deveria praticar muito o controle de chakra e para isso foi até seu antro de paz, o campo de treinamentos da folha.

– Bom... vamo lá. – Murmurou o jovem abaixo de uma árvore, lendo instruções em um dos livros.

O livro falava a respeito do controle de chakra, do fluxo que o usuário deveria impor para ter controle sobre sua técnica. Seguindo os passos indicados no livro, Acubens formou um selo de mão que simbolizava o tigre, e começou a concentrar chakra de uma forma que não tinha maestria, somente sabia como fazer, que era possível. A intenção era criar uma energia azul capaz de ser vista a olho nu, a liberação pura do chakra, algo que no momento seria um grande desafio para quem nunca havia se interessado na arte do ninjutsu.

– Primeiro eu faço isso... depois isso... porque não dá certo? Que saco... – Reclamou seguindo os passos do livro, sem sucesso.

Determinado, tomou uma pausa de alguns minutos para reorganizar as ideias em sua mente antes de retornar para a mesma posição de antes. Desta vez estava com as ideias perfeitamente alinhadas em sua cabeça; bastou formar o selo do tigre com as mãos e concentrar-se ao máximo para então começar a sentir a energia saindo de seu corpo, a intensidade ainda era baixa, mas ele conseguia sentir que estava começando a ter controle sobre sua técnica. Não bastou muito tempo até que o jovem enviasse ainda mais chakra se concentrando, levando sua mente ao máximo para que nada interferisse em seu momento, até que notou um brilho azul em suas mãos, um brilho que se extinguiu brevemente, porém que demonstrava um sinal de que sua iniciação no ninjutsu estava começando com o pé direito. No fim das contas, voltou para sua casa, satisfeito com o resultado.

Considerações:

A ideia de ter suas habilidades expandidas é sensacional e preenche a cabeça do genin ranzinza com uma sensação muito boa. Por isso, ainda no campo de treinamentos,  decidiu por treinar algumas competencias que julgava estarem ultrapassadas; como sempre, sentou-se abaixo de uma árvore e aproveitou os ares da tarde da vila da folha,  um tempo de concentração e apreciação do ambiente antes de dar seu máximo para evoluir.

Um dos atributos que menos se sentia confortável era a velocidade, sentia que era muito lento em comparação a outros ninjas que via em seu dia a dia, incapaz de competir com estes que lhe deixavam para trás nesse quesito tão importante. Diante desta situação, se colocou a praticar utilizando um método completamente convencional e conhecido para aumentar a velocidade máxima que uma pessoa pode atingir a partir de pesos que seriam amarrados na região do abdome.

Segundo os primeiros usuários deste método e seus desenvolvedores, os pesos que segurariam o corpo da pessoa fariam com que sua velocidade duplicasse após a retirada dos pesos, bastava o corpo se acostumar com o peso. Dessa forma, Acubens passou a correr pelo campo de treinamentos inteiro com os pesos amarrados em sua barriga. No começo, sentia os pesos segurando o avanço de seu corpo, mas com o tempo seu corpo se acostumou e o avanço passava a ser feito aos poucos, aumentando gradualmente conforme os minutos passavam.

Quando retirou os pesos, sua velocidade era notavelmente maior, capaz de percorrer uma distancia maior em um intervalo de tempo um pouco maior. Depois disso, decidiu que trilharia por outra faculdade ninja, também relacionada a velocidade, os selos de mão, cuja quantidade determinaria a velocidade que um jutsu é liberado, portanto, quanto mais selos, mais jutsus e quanto maior a velocidade que os selos são tecidos, mais rápido os jutsus são executados e capazes de surpreender o adversário.

Não havia livro que pudesse descrever como aumentar a velocidade dos selos, somente a prática constante poderia permitir um ninja aumentar a quantidade de selos por segundo que teceria. No atual momento de Acubens, sua velocidade de tecer selos não era lá tão alta, era suficiente para atender as necessidades de seu repertório atual de técnicas, porém em algum momento de sua vida, ele teria de expandir e encontraria problemas nisso caso não procurasse uma solução rápida.

Para resolver seu empecilho, se sentou embaixo de uma árvore, a mesma que costuma se sentar todos os dias em que vai treinar e passou a tecer todos os selos que compunham o ninjutsu. No começo se embolava muito para realizar os selos a uma velocidade maior, era muito difícill em seu estado atual, até que se acostumou com a velocidade que estava aplicando, o suficiente para realizar os selos sem nenhuma dificuldade. Acubens ainda ficou pelo campo de treinamento descansando para um próximo treinamento.

Considerações:

Após muito tempo treinando, Acubens havia desvendado os mistérios da mente humana e aprendeu a se aproveitar do psicológico conturbado de seus oponentes, a partir de traumas sofridos pelo afetado. Para somar com sua nova capacidade, ele decidiu que aumentaria um atributo muito importante dentro de sua concepção; para tornar as coisas mais fáceis, decidiu trabalhar seu cérebro dentro da competência da inteligência. Não era completamente tomado pela ignorância, mas para expandir os limites de sua nova capacidade, era preciso expandir seu intelecto em conjunto.

Exercitar a mente é uma atividade completamente diferente e oposta do treinamento que o genin ranzinza praticou pela última vez. Para realizar seu desejo, foi até uma livraria no centro da vila da folha, onde comprou alguns livros que o ajudariam a exercitar sua mente, tais como livros de estratégia, história e livros propriamente escritos para o desenvolvimento mental, com diversas atividades que se comprometiam, de acordo com o autor, a exercitar e evoluir o jeito de pensar do leitor.

– Suspeito. – Murmurou Acubens quando leu a sinopse desse último livro.

Após voltar para o campo de treinamentos, passou a devorar os livros que havia alugado, uma de suas grandes virtudes era a da leitura dinâmica, que lhe permitia ler muito mais palavras em menos tempo. A diferença não era notável, provavelmente ele notaria esta somente no campo de batalhas, onde seu raciocínio poderia dar o ar da graça, mas por hora era suficiente.

No fim do dia, quando o sol já havia se posto há horas e a lua iluminava os céus, havia tempo para se dedicar a outra faculdade dos ninjas, o ninjutsu. O estilo que havia se iniciado há pouco tempo passava a aflorar dentro do genin conforme ele praticava mais e mais, principalmente depois de libertar – quase que sem querer – sua natureza elemental, o fogo. Para praticar a liberação desta natureza, Acubens tirou todo o tempo do dia que lhe restava e passou a tecer selos de mão, buscando liberar o elemento fogo de formas variadas, diferindo tamanho e intensidade.

As variações eram impressionantes, desde um isqueiro que fazia com sua mão direita, até uma bola de fogo flutuante na palma de sua mão. Na opinião dele, era sensacional sentir o calor do fogo em suas mãos, ainda mais do fogo que ele mesmo criou, fruto de seu esforço como ninja; com o tempo, as técnicas aumentavam em todos os aspectos, enquanto sua maestria com seu controle só aumentava a cada minuto. No fim do dia, estava completamente satisfeito com seu treinamento, além de ter expandido seus horizontes exercitando seu cérebro, praticou a liberação do fogo, que acabava por se tornar um novo caminho para aumentar seu repertório de técnicas.

Considerações: